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EDUCAÇÃO AMBIENTAL: NECESSIDADE E PRÁTICA DE TRANSFORMAÇÃO

Andréa Bezerra Ferreira

Maria José Nunes Mota Gomes²

Rebeca Sara Serra Costa Nascimento3

Sidiléia Chaves de Souza 4

Taysa Delarcos de Oliveira5

 

 

RESUMO

A abordagem do tema é voltada à Educação Ambiental: necessidade e prática de transformação. Como a Educação Ambiental é um processo educativo, coube fazer o questionamento sobre o papel do educador na introdução dos ensinamentos da educação ambiental. As escolas, com seus agentes transformadores, tendo no professor a figura central no processo de ensinar, o tema educação ambiental ainda tem um longo caminho a percorrer. É nesse ambiente que alunos e professores constroem novos conhecimentos e transformam em realidade os conceitos.  Foi com este desafio que a Educação ambiental inseriu um diálogo entre a natureza e a cultura de forma que haja uma conciliação entre os problemas ambientais e o aprendizado sobre o meio ambiente. O objetivo deste artigo foi refletir sobre como os nossos hábitos estão relacionados, dentre outras coisas, aos impactos ambientais, usando a Educação Ambiental na escola como ferramenta para que haja a conscientização e melhoria no comportamento das pessoas. A metodologia aplicada foi qualitativa e teve como base as pesquisas já realizadas por autores na área, através de leitura bibliográfica de diferentes pesquisadores, agregando valores plausíveis acerca do tema aqui discutido, fundamentada na reflexão de leitura de livros, artigos, revistas e sites. Desta forma, este estudo proporcionou uma leitura mais consciente acerca da influência do ensino da educação ambiental para a mudança de concepção e entendimento sobre o meio ambiente.

Palavras-chave: Educação ambiental, conscientização, escola, meio ambiente.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Os educadores na escola, não somente em sala de aula, mas num todo, conscientizam os alunos sobre a importância do cuidado ao meio ambiente no cotidiano e, muitas vezes, podem iniciar um debate sobre várias polêmicas referente ao tema. Dessa forma, podem alimentar o interesse individual pelo meio ambiente e a necessidade e prática de transformação. O objetivo deste artigo foi de refletir sobre os hábitos relacionados ao impacto no meio ambiente, usando a Educação Ambiental na escola como ferramenta para que haja a conscientização e melhoria no comportamento dos cidadãos.

Como objetivos específicos têm a análise das ações dos alunos sobre os impactos ambientais decorrentes da ação antrópica que ocorrem no ambiente a nossa volta e entender como o ensino da Educação Ambiental pode conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação do meio ambiente. Além disso, incentivar os alunos no interesse e cuidado com o meio ambiente.

Falar em Meio Ambiente é sempre um grande desafio. As consequências das ações humanas vêm afetando a vida e a saúde dos seres vivos e os prejuízos tem aumentado cada dia mais. No ensinamento em sala de aula, os educadores transferem, ou tentam transferir, para os alunos a importância do cuidado para com o meio ambiente. Mas afinal, quais hábitos que as pessoas precisam ter para que haja esta mudança? Como os alunos podem ser os transformadores de uma sociedade para o bem do meio ambiente?

Justifica-se a escolha da abordagem e do método de pesquisa tendo em vista os prejuízos ambientais gerados a partir de condutas humanas realizadas de forma insustentável, sem compromisso com as questões ambientais. Como podemos perceber, visto ser relatados diariamente por telejornais, internet e diversos meios de comunicação, algumas ações antrópicas contribuem com a diminuição da disponibilidade de água, elevação das temperaturas e consequente aumento do efeito estufa, derretimento das calotas polares e elevação dos níveis dos oceanos, etc. Muitos educadores têm refletido e buscado cumprir o importante papel de repassar para as crianças sobre a importância do meio ambiente. É comumente sabido que o desmatamento desenfreado acaba por comprometer as áreas de nascentes dos rios e matas ciliares, sua ocupação irregular acaba destruindo as regiões de mananciais. Além disso, a ganância do ser humano para aproveitar cada espaço e torná-lo produtivo, associado a outras questões, estão contribuindo para a perda de biodiversidade, assoreamento dos leitos dos rios e prejuízos ambientais incalculáveis.

Cada vez mais temos que cobrar que as escolas divulguem dados reais acerca de algumas situações ambientais, como a disponibilidade de água potável. Alguns pesquisadores mais pessimistas acreditam que teremos água potável por mais vinte anos, visto que 97% é água salgada e, dos 3% restantes, menos de 1% está disponível como água em estado líquido presente nos rios, lagos e lençol freático. Obviamente que se cada pessoa fizer sua parte podemos reduzir o desperdício e, aos poucos, cuidar melhor deste recurso. Esse ensinamento deve iniciar em casa com o apoio das escolas.

A metodologia será aplicada de forma qualitativa e terá como base as pesquisas já realizadas por autores da área, através de leitura bibliográfica de diferentes pesquisadores, tais como (JACOBI 2003), (SATO 2002), (GADOTTI 2000), entre outros, agregando valores plausíveis acerca do tema aqui discutido, fundamentada na reflexão de leitura de livros, artigos, revistas e sites. Desta forma, este estudo proporcionará uma leitura mais consciente acerca da influência do ensino da educação ambiental para a mudança de concepção e entendimento sobre o meio ambiente.

As crianças podem começar a entender sobre a preservação ambiental e de diversos recursos, como a água, em suas próprias casas, juntamente com sua família, não desperdiçando nas lavagens de calçadas, carros, banho, etc. Se todas as famílias começarem a ter esta consciência, iremos ter uma economia grande de água contribuindo assim com a preservação ambiental. É claro que não podemos deixar de citar o grande consumo de água pela agricultura moderna e indústria. No entanto, se cada um fizer sua parte, teremos um meio ambiente mais preservado.

 

 

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Necessidade e Prática de Transformação

 

Conceitos de Educação Ambiental

 

A Educação Ambiental no decorrer dos anos vem sendo formulada e transformada, a fim de construir-se como um eficaz instrumento para a conscientização ambiental e um grande recurso para o fortalecimento de um compromisso voltado para a qualidade de vida, com respeito dos recursos naturais. Nesse sentido, há finalidades, objetivos e princípios básicos, nos quais os projetos de Educação Ambiental devem se apoiar para que seus resultados esperados sejam alcançados.

Dessa maneira, a finalidade da Educação é a de produzir e repassar as informações promovendo assim a conscientização de todos no processo de participação nas atividades comunitárias, fazendo com que possam ter um sentimento de luta em favor das causas ambientais, tendo em vista as dimensões políticas, econômicas e sociais.

A Educação Ambiental compreende em: consciência, conhecimento, comportamento, habilidades e participação, sendo que os mesmos estão interligados e os trabalhos podem ter qualquer um aos seus objetivos, contanto que seja atingido no final.

Jacobi (2003, p. 12) descreve os princípios básicos da Educação Ambiental:

 

(...) o desafio que coloca é o de formular uma Educação Ambiental que seja crítica e inovadora em dois níveis, formal e não formal. Assim, a Educação Ambiental deve-se acima de tudo ser um ato voltado para a transformação social (...) o seu enfoque deve buscar uma perspectiva de ação holística que relacione o homem, a natureza e o universo (...).

 

Considerando a Educação Ambiental um processo educativo, cabe a nós questionar qual é a orientação que o educador faz no dia a dia escolar. As atividades sobre a educação ambiental determinam uma escolha educativa no processo de Educação Ambiental. Assim, acredita-se que ao ser abordado nas escolas, o tema deverá percorrer por uma pedagogia mais crítica, onde os alunos e professores possam construir novos conhecimentos e transformar em realidade natural e cultural.           

É nesse desafio que a Educação ambiental insere um diálogo entre a natureza e a cultura de forma que possa haver uma conciliação entre os problemas ambientais e o aprendizado sobre o meio ambiente.

 

A tarefa da Educação Ambiental é reconstruir uma nova ética capaz de comportar a tensividade e o diálogo, recuperando o movimento das mãos e das mentes de cada sujeito ecológico. Nesta ciranda epistemológica, o movimento terá início quando realmente compreendermos que a Educação Ambiental exige um esforço multissetorial para poder cumprir, pelo menos em parte, os desafios da humanidade. Nossa tarefa ainda está longe de ser concretizada, mas os sonhos ainda permitem um lugar especial à nossas esperanças. (SATO, 2002, p.15).

 

É importante salientar que falar de Meio Ambiente exige muito que o interlocutor tenha pleno conhecimento de mundo, desenvolvimento, globalização, além, é claro, de meio ambiente. Os desafios são sempre grandes e a cada dia que passa novos cenários acabam surgindo devido aos problemas ocasionados pelo descuidado com o meio ambiente, muitas vezes visando apenas o aumento de produtividade, expansão agrícola, dentre outros. Como já citado anteriormente, a sobre-exploração em qualquer vertente, contribui para a perda precoce de recursos.

Somente o diálogo, juntamente com as metodologias já propostas por pesquisadores dessa área, parcerias público-privadas e cumprimento dos acordos firmados entre os países buscando a redução na sobre-exploração dos recursos naturais, é que teremos a difusão da consciência ecológica e, em consequência, um meio ambiente mais preservado. A educação ambiental precisa formar um cidadão com consciência ambiental, com preocupação constante com a preservação dos recursos naturais. Existem muito educadores com esse perfil e que coloca a educação ambiental como uma ferramenta imprescindível na formação do aluno enquanto cidadão. No entanto, muitas vezes, percebe-se que o professor em sala de aula tem dificuldades em repassar para os alunos a questão ambiental, sua importância e relevância no mundo todo. No ambiente escolar é o momento adequado para trabalhar essas questões, com dinâmicas diferentes e exemplificações atuais. De acordo com a Lei 9.795/99,

 

Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (LEI 9.795, 1999, art. 1º).

 

A partir de diversas pesquisas já realizadas, sabemos que o planeta Terra apresenta grande diversidade de seres vivos, apresentando uma infinidade de nichos ecológicos, com as mais diversas funções ambientais. A biodiversidade permite que tenhamos organismos mais simples, como bactérias e fungos unicelulares, que desempenham funções importantíssimas, desde a decomposição de matéria orgânica até o auxílio no desenvolvimento de antibióticos, como é o caso da penicilina, até seres mais derivados com alta complexidade e diferenciação celular. Diversos seres são fundamentais para a espécie humana, desempenhando funções ambientais de valores incalculáveis, tais como ciclagem de nutrientes, polinização, dispersão de sementes, controle de temperatura, regime de chuvas, etc. Dessa forma, falar do ser humano separando-o da natureza é inconcebível. Diante disso, a ferramenta fundamental para que os seres humanos possam compreender que fazem parte de um todo maior, seria a Educação Ambiental.

A educação, não somente a educação ambiental, talvez sejam os únicos caminhos para que essa mudança aconteça. É através do ensino em sala de aula, da educação dos pais, de campanhas repetitivas que teremos novas gerações com pensamento ambiental crítico. Cada um fazendo sua parte é que teremos seres transformadores, porque a educação é mudança, transformação.

 

“(...) que envolve questionar as origens e os significados de nossos princípios e valores, de nossas certezas e confianças, de nossos saberes e conhecimentos”. Diz Guimarães (2004) que é imprescindível formar dinamizadores de ambientes educativos, que tenham essa reflexão crítica e mobilizem com sinergia processos de intervenção sobre a realidade. “Estes são parâmetros para a formação do educador ambiental crítico: capacidade de ler a complexidade do mundo; abertura para o novo para transformar o presente” (GUIMARÂES, 2004, p. 136).

 

As colocações do autor nos fazem concluir que quando se separa o meio ambiente de todos os eventos da vida, gera uma cisão na esfera do conhecimento e separam-se as situações ou casos que são inseparáveis. Educação é passar adiante o conhecimento, tentar entender o que está a nossa volta.Para a mudança que muitos esperam, é necessário aprender a educar. Nesse sentido, o ideal seria que todas as disciplinas em sala de aula trabalhassem o meio ambiente, de forma lúdica e generalizada. O que geralmente observamos é o conhecimento sendo repassado separadamente, em “blocos”, enquanto que na realidade, temos um mundo diverso com processos interligados.

 

 

Hábitos relacionados ao impacto no meio ambiente

 

A esse respeito, encontramos a seguinte colocação: de que forma se preserva os recursos ambientais? Conceitos como desenvolvimento, consumo sustentável e biodiversidade fazem parte do vocabulário da maioria da população do Brasil. Há uma preocupação dos meios de comunicação, da sociedade civil, do estado em melhorar a relação do homem com o meio ambiente. Isso, muitas vezes, faz com que as pessoas de fato acabem incorporando as discussões sobre o meio ambiente. No entanto, principalmente em sala de aula, precisa-se aprofundar o conhecimento, pois os alunos são agentes transmissores destes conhecimentos para a sociedade, falando sobre o que é o meio ambiente, sua importância, além dos cuidados que podemos ter para preservá-lo.

O educador ambiental, portanto, precisa reconhecer as possibilidades de mudança para longe de uma visão reducionista da realidade, mobilizando vários saberes, (NÓVOA, 1992; TARDIF, 2002) e produzindo sua própria profissão.

Essa mudança é essencial e trivial, visto que é um direito de todos um ambiente equilibrado e saudável, previsto inclusive, na Constituição Federal de 1988.

 

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os presentes e futuras gerações.

 

Assim, como exposto acima, é um dever de todo o cuidado com o meio ambiente. Temos o direto a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, com uma qualidade de vida sadia e através dessa ferramenta – Educação Ambiental – é que chegaremos ao resultado exposto na C. F de 1988.Como sabemos, os deveres são bem maiores, onde incluía preservação, a proteção do meio ambiente, utilizando recursos renováveis ou não, com consciência e respeito. Através de programas e ações de educação ambiental que disciplinam a reutilização de recursos e resíduos recicláveis, menor geração de resíduos, além de assegurar a observância de políticas e legislações, é que teremos uma mudança positiva nessa questão. Neste sentido, a educação ambiental possui papel fundamental na formulação de uma nova mentalidade. De modo mais específico, a educação é elemento-chave na conscientização da população (GOMES, 2006, p. 24).

É importante salientar que na prática os professores em sala de aula mostram o que podem ser feitos nestes conceitos, e que atitudes devem ser tomadas no dia a dia para preservar o meio ambiente. Os alunos precisam saber a importância da biodiversidade, da água e de todos os recursos naturais, renováveis ou não, e como utilizá-los sem colocar em risco para as próximas gerações.

O Brasil possui a maior biodiversidade do planeta, com uma reserva de água doce gigantesca. Com os nossos hábitos, com o uso irracional dos recursos, comprometemos as riquezas disponíveis no nosso país e no mundo. Diversos corpos d´água e nascentes que abastecem afluentes e rios que banham inúmeras regiões acabam sendo colocadas em risco pelas ações humanas, na agricultura e indústria, principalmente. É importante a reflexão sobre os hábitos de cada um para melhorar nossas visões e com isso preservar o meio ambiente.

 

A Educação Ambiental deve propor que ao participar do processo coletivo de transformação da sociedade, a pessoa também estará se transformando. Desta forma, o processo educativo nacional deve estar estruturado para relacionar as diferentes áreas disciplinares com a sociedade e a gestão ambiental (QUINTAS, 2002, p. 45).

 

Uma ação simples, por exemplo, é o plantio de espécies arbóreas nas áreas urbanas. Essa atitude acaba aumentando a qualidade de vida dos munícipes. Além de toda a questão estética que as árvores trazem, tem toda a questão de melhoramento de micro climas, diminuição de incidência solar e sombras para todos.

Este processo de plantar e de cuidar das árvores, dos rios, da fauna e flores está nas mãos dos alunos e de todos os munícipes. Todos fazem parte disso e não tem como não se envolver, visto que somos dependentes e fazemos parte do meio ambiente. Todos nós, enquanto cidadãos, percebemos os problemas ambientais a nossa volta. Não há como passar despercebido. Seja uma criança, adulto ou idoso, todos são chamados de diversas maneiras por todos os veículos de comunicação, bem como por outras fontes, a pensar sobre estas questões que colocam em cheque as necessidades para uma vida saudável e um meio ambiente equilibrado. Todos precisam, para uma boa qualidade de vida, de uma atmosfera saudável, água sem contaminação e processos ecológicos desempenhados pele meio ambiente. Os ecossistemas de forma geral, quando equilibrados, são fundamentais para que ocorram todas as dinâmicas e eventos essenciais para o ser humano. Mais uma vez, somente com uma educação ambiental crítica é que nos tornaremos agentes transformadores.

 

A educação ambiental deve ser vista como um processo de permanente aprendizagem que valoriza as diversas formas de conhecimento e forma cidadãos com consciência local e planetária. Ela deve envolver a produção de conhecimento que contemple as inter-relações do meio natural com o social formando cidadãos ativos. A educação ambiental deve ser abordada de modo que os educandos compreendam que a questão ambiental envolve interações entre fatores políticos, econômicos, ecológicos e socioculturais. (JACOBI 2003p. 45).

 

Essa situação reflete a mesma encontrada por Jacobi (2003). É comumente sabido que todos os seres vivos precisam de energia para sobreviverem. Os animais e, nesse reino encontra-se o ser humano, precisa de alimento para a subsistência. A espécie humana precisa produzir seu próprio alimento e para isso utiliza grandes extensões de terra na agricultura e pecuária. De todo o consumo de água no planeta, estima-se que a agricultura seja responsável por mais de 70% desse consumo mundial. A água, por sua vez, é um recurso finito que depende de seu ciclo, desempenhado pela natureza, para que possa percorrer todo seu caminho e novamente estar disponível em forma de chuvas, que abastecem mananciais, rios, lençol freático. Com a população crescente e a dependência ainda maior da agricultura que, muitas vezes, de forma desenfreada, acaba colocando em risco algumas áreas de vegetação, ameaçamos os cursos d´água. Muitas matas ciliares, de galeria e áreas de preservação permanente funcionam como uma barreira que protegem o corpo d´água de eventos como erosões, assoreamento, aumento de temperatura, etc.

A problemática ambiental está presente no nosso meio e tem representado um desafio para a escola. Há necessidade de que a sociedade faça uma reflexão contínua de sua relação com o ambiente, e avalie suas ações, valores, atitudes e expectativas (FRISON; PINO; CERETTA, 2009).

 

 

METODOLOGIA

 

A metodologia foi aplicada de forma qualitativa e teve como base as pesquisas já realizadas por autores da área, através de leitura bibliográfica de diferentes pesquisadores, tais como (JACOBI 2003), (SATO 2002), (GADOTTI 2000), entre outros, agregando valores plausíveis acerca do tema aqui discutido, fundamentada na reflexão de leitura de livros, artigos, revistas e sites.

Desta forma, este estudo proporcionará uma leitura mais consciente acerca da influência do ensino da educação ambiental para a mudança de concepção e entendimento sobre o meio ambiente.

 

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

Dificuldades e desafios da Educação Ambiental

 

Na literatura, em alguns estudos referentes ao campo da Educação Ambiental, observou-se que os autores JACOBI (2003), SATO (2002), GADOTTI (2000), apontaram que os desafios e dificuldades são encontrados em muitas escolas. Através da leitura destes autores observou-se alguns pensamentos comuns, como por exemplo, de que é responsabilidade dos professores trabalhar o tema meio ambiente. Jacobi (2003) relata que ainda existe uma forte barreira quanto à aplicação de atividades relacionadas a este tema. Os professores sabem a importância de trabalhar o tema meio ambiente, mas muitas vezes não dão a devida atenção.

Poder-se-á destacar que os aspectos positivos de uma visão mais abrangente é contextualizar facilmente os conhecimentos científicos da disciplina e relacionar com os conhecimentos de outras áreas. Refletir sobre a complexidade ambiental abre uma estimulante oportunidade para desenvolver um processo educativo articulado e compromissado com a sustentabilidade (Jacobi, 2003).

Outra dificuldade que o autor Sato (2002) aponta, é que os professores questionam sobre as aulas de meio ambiente e ciências, principalmente sobre o material didático, onde o próprio livro didático é ausente de conteúdos relacionados à questão ambiental, e se faz necessário metodologias diferenciadas e materiais que auxiliem nas suas atividades em sala de aula e em campo.

Os autores ainda questionam sobre a falta de colaboração também por parte da sociedade, pois os mesmos consomem muitos produtos que geram resíduos para o meio ambiente, faltando assim ações que contribuam para que haja a melhoria.

 

"Espaços educadores sustentáveis são aqueles que têm a intencionalidade pedagógica de se constituir em referências concretas de sustentabilidade socioambiental. Isto é, são espaços que mantêm uma relação equilibrada com o meio ambiente; compensam seus impactos com o desenvolvimento de tecnologias apropriadas, permitindo assim, qualidade de vida para as gerações presentes e futuras” (SATO, 2002, p. 34).

 

Em sala de aula estas questões se tornam confusas para os alunos, pois os mesmos esperam aprender mais do que são repassados pelos professores. Todos sabem que é preciso preservar o meio ambiente, mas não são levados aos alunos as políticas de impactos capazes de lhes fazer compreender o que é preciso preservar e utilizar de forma consciente os recursos naturais que se tem no planeta. Acabam sendo apenas ouvintes e não praticantes, quando deveriam ser estimulados, através de atividades e projetos, a exercer essa consciência a partir de sua realidade e comunidade.

Diante de toda esta dificuldade enfrentada pela educação ambiental, ainda se verifica que os alunos entendem o que significa quando uma natureza é totalmente destruída pelo homem para construir um espaço. Este espaço construído pelo homem é um espaço da inteligência do seu trabalho, construídos pela ação humana, por exemplo, o espaço da plantação, das lavouras, das indústrias, da urbanização, etc. O homem interfere na natureza, porque provoca alterações profundas no ciclo natural. O homem apropria-se destes bens naturais, dos recursos naturais, provoca alterações por necessidades de vida, para a necessidade de consumo, para enriquecimento próprio.

 

Os problemas ecológicos de hoje são menos problemas dos mares, das florestas e do ar do que problemas das grandes megalópoles, causados pelo modo de produção dominante – comumente chamado de capitalismo neoliberal como forma de dominação política e de exploração econômica. É a partir dessa premissa que gostaria de fazer ainda algumas considerações finais, pensando na educação do futuro, uma educação para outro mundo possível (Gadotti, 2007, p. 45).

 

Estas alterações dos espaços, segundo o autor (Gadotti, 2007), da natureza, também entendidos pelos espaços urbanos onde são evidenciados mais o desenvolvimento, muitas vezes, geram gravíssimos problemas pela forma que foram construídos e transformam parte da natureza consumindo os recursos naturais, sem os quais, não somos nada. 

Nesse momento é possível perceber as mudanças que podem ocorrer com o tempo, a mudança de postura sobre a conscientização de toda comunidade escolar para que, no futuro, possamos viver de forma mais saudável, e promovendo um ambiente saudável para todas as pessoas. Estas ações poderiam ser promovidas pelos alunos que estudaram em sala de aula um pouco sobre o meio ambiente. São esses alunos que serão os transmissores do conhecimento, fazendo um elo entre a sociedade e a preservação do meio em que se vive.

As atividades mais voltadas para esse pensamento crítico voltado à educação ambiental proporcionam aos jovens uma proposta de mudança de hábitos e atitudes. Em locais onde esses ensinamentos são passados há uma cobrança por parte das crianças e jovens por ações ou condutas voltadas para questão ambiental, tais como, separação correta dos resíduos, manutenção de áreas vegetadas, cuidado com a água e seu desperdício, entre outros.

 

As 175 nações presentes aprovaram e assinaram a “Agenda 21”, comprometendo-se a respeitar os seus termos. Ela representa a base para a despoluição do planeta e a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável, isto é, que não agrida o ambiente e não esgote os recursos disponíveis. (GADOTTI, 2010, p. 7)

 

O referido texto traz um importante marco e conquista em prol do meio ambiente. Essa mensagem que os autores passam e que foi postulado neste encontro entre autoridades do mundo todo, mostra a fragilidade do ambiente em que vivemos e a preocupação com o futuro que deixaremos para as próximas gerações. São as pessoas as protagonistas desta mudança e é a educação, principalmente a ambiental, a ferramenta chave para esse processo. Além deste encontro, há diversos programas, projetos e iniciativas no país todo voltados para a melhoria de condições ambientais locais, principalmente elaborados pelas escolas em parceria com outros setores da sociedade civil, poder público e iniciativa privada.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Conclui-se que a partir da apresentação de uma pequena parcela do referencial teórico adotado numa pesquisa de educação ambiental, apontou-se para a necessidade e prática de transformação no pensamento e conduta ambientais. Faz-se necessário um fortalecimento nessa corrente de pensamento em busca da ampliação do ensino da educação ambiental, principalmente nas escolas, visto que os jovens são os agentes de transformação do futuro, como mencionado anteriormente. Há sim aqueles que buscam ensinar os conceitos da educação ambiental e mudar a realidade local, mas ainda temos um longo percurso até alcançar o patamar desejado. Tendo em vista que, como dimensão da educação, a Educação Ambiental conservadora, corrobora com a manutenção do modelo vigente, procurou-se refletir sobre a transformação através da educação ambiental nas escolas, sendo que os alunos irão fazer parte desta grande população futura, com pensamentos mais críticos para, de fato, contribuir com a preservação ambiental. Portanto, entende-se que a escola tem papel fundamental nessa caminhada, juntamente com a sociedade, em construir um cidadão crítico, um cidadão mais consciente, mais conectado à sua realidade, capaz de fazer uma leitura do mundo, de intervir diretamente e entender como nossas atitudes têm consequências no futuro.

 

 

REFERÊNCIAS

 

GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra. São Paulo: Peirópolis, 2000.

 

GOMES, D.V. Educação para o Consumo Ético e Sustentável. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, vol.16, p 18-31, 2006.

 

JACOBI, P. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, n.118, p. 189 a 205, março/2003.

 

NÓVOA, A. Formação de professores e profissão docente. In: NÓVOA, A. (Org.). Os
professores e a sua formação. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1992.

 

QUINTAS, J.S. Introdução à Gestão Ambiental Pública. 1ª ed – Brasília, DF: SCEN. 5ª Série Educação Ambiental, Coleção Meio Ambiente. Ministério do Meio Ambiente: Coordenação Geral de Educação Ambiental. IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. 2002.

 

SATO, M Educação Ambiental. São Carlos: Rima 2002.

 

[1] Graduação: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA/ Faculdades Integradas de Diamantino, e-mail: andreabezerra@edu.lucasdorioverde.mt.gov.br.

² Graduação: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA/ Universidade Paulista, e-mail: mariajosenunesmota75@gmail.com

³ Graduação: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA na Universidade Panamericana de Ji-Paraná, e-mail: rebecasara5@gmail.com

4 Graduação: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA na Universidade federal do Pará - UFPA, e-mail: sidileia28@gmail.com

5Graduação: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA/ Faculdades Integradas Mato-grossenses de Ciências Sociais e Humanas,  e-mail:taysadelarcosoli@gmail.com