OS JOGOS E SUA IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Flaviane Nunes de Souza[1]
Jusciele Sindiamara de Souza[2]
RESUMO
O presente trabalho tem por finalidade aprofundar o conhecimento sobre a importância do jogo para o desenvolvimento psicopedagógico da criança num todo. Tendo várias semelhanças e igualdades entre alguns pensadores, os quais não deixam de ressaltar sobre o processo cognitivo no ensino-aprendizagem das crianças. É através da melhoria do entendimento sobre o efeito que os jogos podem trazer que se enriquecem as interações humanas. O jogo é ocupar se por si mesmo, sendo uma atividade gratificante e flexível que nos oportuniza ampliar e reorientar tanto a mente como o espírito. Esta pesquisa é de fundo bibliográfico utilizando-se da leitura em livros, apostilas, teses, artigos e internet onde alguns autores como Vygotsky, Piaget, Winnicott, Kishimoto, Snyders, dentre outros que ressaltam a importância do jogo bem como do brincar do jogo, para o desenvolvimento do indivíduo, sendo uma possibilidade de a criança compreender o outro e o mundo.
Palavras-chave: Jogo; criança; desenvolvimento.
INTRODUÇÃO
Toda ação feita pelo homem; ação entendida como ação motora, não simplesmente um gesto mecânico, mas uma ação pesada, refletida enquanto sistema de movimento é um fato cultural. Antigamente o desenvolvimento cognitivo afetivo e motor, acontecia de forma mecanizada, pela falta de melhores informações e formações dos professores pelo potencial do educando e de suas experiências cotidianas, incluindo as brincadeiras e os jogos entre outros que quando valorizadas certamente facilitariam a aprendizagem. Essa forma dirigida de educação dificulta a integração aluno-escola, já que muitas vezes distanciava da realidade social, cultural e econômica da criança, refletindo assim, no seu desenvolvimento cognitivo.
Trabalhar os jogos e sua importância para o desenvolvimento pedagógico das crianças que é ampliar às pesquisas do conhecimento de modo a esclarecer e estimular educadores e instituições educacionais na valorização da prática dos jogos pedagógicos no ensino-aprendizagem das crianças.
Este artigo se trata de um projeto de pesquisa bibliográfica, utilizando-se de sites, revistas, artigos, livros e apostilas, tem por objetivo ressaltar a importância do jogo como atividade lúdica, pedagógica e como um grande companheiro para o ensino; refletir a relevância dentro de sala, verificar as melhores orientações dos renomados autores para os professores, bem como um melhor conhecimento do tema escolhido. O referencial teórico dessa pesquisa teve como base as teorias críticas da educação.
O estudo trata do contexto de construção do conhecimento a partir do lúdico, este por sua vez de papel fundamental para a criança. Para tanto é bom salientar como principais autores Vygotsky, Piaget, Winnicott, Kishimoto, Snyders, dentre outros que ressaltam a importância do jogo bem como do brincar do jogo, para o desenvolvimento do indivíduo. Os aspectos cognitivos, dos pensadores Vygotski, Piaget e Winnicott e as diferenças e semelhanças entre as três teorias pesquisadas. A articulação entre o jogo e o desenvolvimento infantil, jogos e a brincadeira, e o jogo e o educador este por sua vez um estimulador do intelecto das crianças.
Pode concluir que o jogo deve ser utilizado como um importante mediador dialógico no processo de ensino e aprendizagem. Que como tal contribui expressivamente para a aprendizagem da criança e sabendo que toda a comunidade escolar também deve voltar melhor os olhos para esse contexto.
ASPECTOS COGNITIVOS DO JOGO
Nos jogos existem vários aspectos importantes, porém dois são primordiais, sendo que, um refere-se à afetividade expressa durante a ação e outro referente aos aspectos cognitivos, aos quais proporcionam avanços nos processos de aprendizagem e desenvolvimento. Três teóricos ressaltam as diferenças e semelhanças dos aspectos do jogo para as crianças.
Enquanto Winnicott (1975) fala em mediação, em compartilhamento de experiências, Piaget (1975) fala em estágio de desenvolvimento, influência da estrutura cognitiva, já Vygotsky (2000) ressalta a interação da linguagem, interação entre o meio (cultura) e a criança, em zona de desenvolvimento proximal.
Piaget (1975) fala do jogo como um simbolismo, ele estabelece fases para o desenvolvimento e diz que todo mundo tem condições iguais para aprender. Ele afirma ainda, que a criança se utiliza da sua realidade para assimilar ao jogo e que percebe que a realidade e que o jogo não é determinante nas modificações estruturais.
Vygotsky (2000) afirma que o desenvolvimento ocorre no decorrer da vida, não estabelece fases para este desenvolvimento, que ele depende do meio em que se vive da cultura. Diz que o jogo proporciona alteração das estruturas.
Piaget (1975) reforça a questão do simbolismo que nada mais é do que um meio de agregar o real aos desejos e interesses da criança. Para Vygotsky (2000), o exercício do simbolismo ocorre quando o significado fica em primeiro plano. Os dois falam em jogo de regras. Porém o autor salienta que na medida em que se cresce, a criança impõe ao objeto um significado. Piaget já diz que a criança aprende o jogo de regra através de um engajamento individual na solução do problema. Para Vygotsky, entretanto, o jogo de regra é aprendido com a interação com os outros.
Para Winnicott (1975), a importância está na brincadeira que traz a oportunidade para o exercício da simbolização e é também uma característica humana. Vygotsky (2000) assegura que a criança cria a partir do que conhece das oportunidades do meio, em função de suas necessidades. Piaget entende que o jogo é assimilação - constituem-se em expressão, enquanto. Os três autores concordam que o brincar é fundamental no desenvolvimento da criança, este é o ponto em comum entre os pesquisadores
ARTICULAÇÃO ENTRE O JOGO E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Os primeiros estudos sobre o jogo foram realizados em Roma e na Grécia entorno do século XVI, destinado ao aprendizado das letras. Porém ouve uma queda no interesse do estudo com o advento do cristianismo, que visava uma educação com memorização e obediência que fosse disciplinadora. É a partir desse momento que os jogos são vistos como delituosos, que levam à prostituição e à embriaguez.
Filósofos como Platão, Aristóteles e, posteriormente, Quintiliano, Montaigne, Rousseau, davam muita importância e destacavam o papel do jogo na educação. Entretanto, é com Froebel, o criador do Jardim-de-infância, que o jogo passa a fazer parte do centro do currículo de educação infantil. Pela primeira vez a criança brinca na escola, manipula brinquedos para aprender conceitos e desenvolver habilidades. Jogos, música, arte e atividades externas integram o programa diário composto pelos dons e ocupações froebelianas.
Paralelamente, na Europa, escolanovistas como Montessori, divulgam a importância de materiais pedagógicos explorados livremente e Decroly expande a noção de jogos educativos. O sentido duplo das concepções froebelianas forma o alicerce para a estruturação da noção de jogo educativo, uma mistura da ação lúdica e a orientação do professor visando a objetivos como a aquisição de conteúdos e o desenvolvimento de habilidades e, ao mesmo tempo, o desenvolvimento integral da criança. (KISHIMOTO, 2003a).
Nessa época não se discutia o emprego do jogo como atividade pedagógica. Mas é durante o Renascimento que o jogo deixa de ser objeto de reprovação oficial e é incorporado no cotidiano de jovens, não como diversão, mas como tendência natural do ser humano. “É nesse contexto, que Rabecq-Maillard (1969) situa o nascimento do jogo educativo” (apud KISHIMOTO, 2003a, p. 15).
Na época Renascentismo a brincadeira era vista também como conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo, tornando-se uma forma adequada para a aprendizagem dos conteúdos escolares, reabilita exercícios físicos banidos pela Idade Média. Exercícios de barra, corridas, jogos de bola semelhante ao futebol e o golfe são praticados em geral.
No século XVI, o jogo educativo ganhou destaque, a partir do aparecimento da Companhia de Jesus. O nobre e militar Ignácio de Loyola compreende a importância dos jogos de exercícios para a formação do ser humano e recomenda sua utilização como recurso auxiliar de ensino. Através de exercícios de caráter lúdico é que o ensino escolástico foi substituído.
A prática, em larga escala, dos ideais humanistas do Renascimento, no século XVIII, provoca a expansão contínua de jogos didáticos ou educativos. Popularizam-se os jogos. A imagem da criança com natureza distinta do adulto permite a criação e expansão de estabelecimentos de ensino para educação infantil. A partir dessas reflexões, é que o jogo, é colocado por Froebel, (Kishimoto, 2003b, p. 16) “como objeto e ação de brincar, e passa a fazer parte da história da educação infantil”.
A definição de jogo e brincadeira não é tarefa fácil, pois, para cada indivíduo tem um significado social em contextos diferentes. Conforme o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998):
O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não-literal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos (BRASIL, 1998, p. 27, v. 01).
O jogo, para Kishimoto, (2003b p. 16) pode ser visto como: o resultado de um sistema linguístico que funciona dentro de um contexto social; um sistema de regras; e um objeto. Esses três aspectos permitem a compreensão do jogo, a partir de diferentes significados atribuídos por culturas diferentes, pelas regras e objetos que o caracterizam, diferentemente.
Grando, (1995), quando se refere a jogos, acrescenta: o jogo se apresenta para a criança como uma atividade dinâmica, no sentido de satisfazer uma necessidade. Ao se observar o comportamento de uma criança jogando/brincando, pode-se perceber o quanto ela desenvolve sua capacidade de resolver os mais variados problemas, sem tirar o seu sentido lúdico. O processo de criação está ligado à sua imaginação sendo a estrutura da atividade do jogo que permitirá o surgimento de uma situação imaginária.
Para Winnicott, (1975),
O brincar/jogar e o brinquedo/jogo constituem, respectivamente, os principais fenômenos e objetos transicionais das crianças a partir dos quatro meses de idade. O brincar/jogar tem um lugar e um tempo que não está dentro do indivíduo, nem fora, no mundo exterior, portanto há um lugar e um tempo previamente fora do controle mágico do indivíduo. Um espaço potencial. “Para controlar o que está fora, há que fazer coisas, não simplesmente pensar ou desejar, e fazer coisas toma tempo. Brincar é fazer” (Winnicott, 1975, p. 61).
Através do jogo a criança torna-se capaz de conceber novos significados aos objetos; agindo diferente do que sabe, do que visualiza, mudando suas percepções relacionadas aos objetos. Para a aprendizagem a brincadeira é uma forma privilegiada e importante. Na medida em que vão crescendo, as crianças trazem para suas brincadeiras o que veem, escutam, observam e experimentam. As brincadeiras ficam mais interessantes quando as crianças podem combinar os diversos conhecimentos a que tiveram acesso. Nessas combinações, muitas vezes inusitadas aos olhos dos adultos, as crianças revelam suas visões de mundo, suas descobertas.
A brincadeira é uma situação privilegiada de aprendizagem infantil onde o desenvolvimento pode alcançar níveis mais complexos, exatamente pela possibilidade de interação entre os pares em uma situação imaginária e pela negociação de regras de convivência e de conteúdos temáticos (WAJSKOP; 2005, p. 35).
“Nenhuma criança brinca espontaneamente só para passar o tempo, [...] sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos” (BETTELHEIM, 1989).
Nas brincadeiras e jogos espontâneos a conversa também costuma estar presente. Ao lado desses momentos, é recomendável que o professor acolha as conversas também durante as atividades mais sistematizadas, tal como a realização de uma colagem, de um desenho, a redação de um texto ou leitura de um livro. Compartilhar com o outro suas dúvidas, expressar suas ansiedades, comunicar suas descobertas, são ações que favorecem a aprendizagem. (RCNEI; 1998, p. 43).
Chateau (1987), no campo da psicopedagogia, afirma a existência da relação que há entre o jogo e a natureza infantil.
[...] Explica que o surgimento do comportamento lúdico está ligado ao despertar da personalidade, distinguindo-o dos jogos funcionais do bebê. Para o autor, a brincadeira possui um caráter sério, para o que nem sempre se está atento. Cita o exemplo de uma criança de três anos que brinca de limpador de chaminés, enquanto sua mãe aproxima-se dela para pentear seus cabelos e ela se afasta e pede à mãe que não o faça, pois o limpador está tão sujo e a mãe vai sujar os seus dedos (CHATEAU, 1987 p. 139).
O jogo é um excelente recurso pedagógico na sala de aula, bem como nas salas de recursos ou multifuncionais, porque proporciona a relação entre parceiros e grupos o que é um fator de avanços cognitivos, pois durante os jogos a criança estabelece decisões, se conflita com seus adversários e reexamina seus conceitos, pois “a aprendizagem em sua forma simples é estabelecida por uma conexão entre estímulo e uma resposta.” (CORIA-SABINI 1986, p. 03).
Trabalhar com o lúdico significa repensar a prática pedagógica, seu espaço, sua forma de lidar com os conteúdos e com o mundo da informação. Significa repensar a aprendizagem como um processo global conhecendo sua realidade e intervindo. Significa de fato uma mudança de postura, uma forma de repensar a prática pedagógica e as teorias que lhe dão sustentação, assim nos afirma SANTOS (1998) que:
[…] Uma proposta de trabalho numa perspectiva libertadora não se fundamenta apenas num trabalho lúdico pelo lúdico. E, que em momento algum, defendemos uma proposta pedagógica espontaneísta de aprendizagem. Ao buscarmos o espaço da liberdade, criatividade do desafio está construindo também um espaço para os questionamentos, responsabilidade participação e busca permanente de resoluções e problemas inerentes a convivência social. (SANTOS, 1998, p. 29).
Trabalhar com o jogo é romper com uma escola fragmentada de educação e recriar a escola, transformando-a em espaço significativo de aprendizagem para todos que dela fazem parte, unida ao mundo contemporâneo, sem perder de vista a realidade.
O brincar e os jogos devem ser um eixo o processo de ensino-aprendizagem. Seguindo essa direção, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998), discute o papel da brincadeira e dos jogos para a criança nas faixas de ensino. Segundo o RECNEI, a brincadeira é um ponto fundamental para que a criança se desenvolva, e que, até para brincar ela tem que ter maturidade para diferenciar o real da imaginação. Quando brinca, a criança precisa apropriar-se de elementos da realidade imediata, de tal forma a atribuir-lhes novos significados. É assim que ocorre a articulação entre a imaginação e a imitação da realidade.
Segundo Rego (2000), o uso dos jogos proporciona ambientes desafiadores, capazes de “estimular o intelecto” proporcionando a conquista de estágios mais elevados de raciocínio. “Isto quer dizer que o pensamento conceitual é uma conquista que depende não somente do esforço individual, mas principalmente do contexto em que o indivíduo se insere que define, aliás, seu ‘ponto de chegada”. (REGO, 2000, p. 79)
Oliveira (2000) afirma que:
[...] o aprendizado impulsiona o desenvolvimento, então a escola tem um papel essencial na construção do ser psicológico adulto dos indivíduos que vivem em sociedades escolarizadas. Mas o desempenho desse papel só se dará adequadamente quando, conhecendo o nível de desenvolvimento dos alunos, a escola dirigir o ensino não para as etapas de desenvolvimento ainda não incorporados pelos alunos, funcionando realmente como um motor de novas conquistas psicológicas. Para a criança que frequenta a escola, o aprendizado escolar é elemento central no seu desenvolvimento. (Oliveira, 2000, p. 61).
Tanto pela criação de situações imaginárias, como pela definição de regras específicas, o jogo cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança. No jogo a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real e também aprende a separar objeto e significado.
A criação de espaços e tempos para os jogos é uma das tarefas mais importantes ao psicopedagogo, principalmente na escola de educação infantil, cabe organizar os espaços de modo a permitir as diferentes formas de jogos, onde as crianças que estejam realizando um jogo mais sedentário não sejam atrapalhadas por aquelas que realizam uma atividade que exige mais mobilidade e expansão de movimentos. Ao professor é importante estar atento à idade e às capacidades de seus alunos para selecionar e deixar à disposição materiais adequados. O material deve ser suficiente tanto quanto à quantidade, como pela diversidade, pelo interesse que despertam pelo material de que são feitos. A sucata é um exemplo de material que preenche vários destes requisitos.
Valorizar as atividades das crianças, interessando-se por elas, animando-as pelo esforço, evitando a competição, pois em jogos não competitivos não existem ganhadores ou perdedores. Outro modo de estimular a imaginação das crianças é servir de modelo, brincar junto ou contar como brincava quando tinha a idade delas. Muitas vezes o professor, que não percebe a seriedade e a importância dessa atividade para o desenvolvimento da criança, ocupa-se com outras tarefas, deixando de observar atentamente para poder refletir sobre o que as crianças estão fazendo e perceber seu desenvolvimento, acompanhar sua evolução, suas novas aquisições, as relações com as outras crianças, com os adultos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos dados obtidos neste estudo foi possível verificar, o valor dos jogos para a criança a nível educacional e social, que os jogos estimulam o desenvolvimento social e educativo pela aquisição de valores imprescindíveis para a constituição do caráter da criança. Da mesma forma, surgiu o fato de que os jogos melhoram o convívio social da criança, bem como é de grande auxílio no processo de aprendizagem.
O jogo deve ser utilizado como um importante mediador dialógico no processo de ensino e aprendizagem e isto ocorre exatamente graças as inúmeras possibilidades de interação que ele proporciona. A variedade de elementos culturais presentes no jogo faz com que este se transforme em um elemento educacional extremamente evidenciável no cotidiano das pessoas, o que o transforma num poderoso instrumento de divulgação de ideias e formação de comportamentos.
Ao utilizar o jogo na escola deve ser aplicado com fins pedagógicos, auxiliando no processo educacional das crianças, pois, permitem um desenvolvimento integral dos alunos. O educador deveria colocar-se no lugar do educando e com essa troca de papeis poderiam perceber que as crianças mostram desejos e interesse em aprender, e apresentam atividades de aprendizagem ligada ao lúdico, aos jogos. Para que as etapas de construção do conhecimento ocorram, é importante a estimulação através dos jogos e brincadeiras, pois a criança sente prazer em brincar, por meio deles a criança passa a conhecer a si mesma e os papéis de outras pessoas na sociedade.
A criança é, antes de tudo, um ser feito para brincar. O jogo, eis aí um artifício que a natureza encontrou para levar a criança a empregar uma atividade útil ao seu desenvolvimento físico e mental. Usemos um pouco mais esse artifício, coloquemos o ensino mais ao nível da criança, fazendo de seus instintos naturais, aliados e não inimigos.
Por fim, os jogos realmente contribuem para a construção da inteligência, a partir do momento que sejam usados em atividades lúdicas prazerosas e com questionamentos do professor, respeitando as etapas do desenvolvimento intelectual da criança.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BETTELHEIM, B. Uma vida para seu filho. 20ª ed. Rev. Rio de Janeiro: Campus, 1989.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil/Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. - Brasília: MEC/SEF, 1998, volume: 1 e 2.
CHATEAU, J. O jogo e a criança. (Almeida, G. De, Trad). São Paulo: Summus. 139 p. 1987.
CORIA-SABINI, Maria Aparecida. Psicologia aplicada a educação. São Paulo. EPU, 1989
GRANDO, R. C. O Jogo e suas Possibilidades Metodológicas no Processo Ensino-Aprendizagem da Matemática. Campinas, SP, 1995. 175p. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Educação, UNICAMP.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2003.
OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio-histórico. 4. ed. São Paulo: Scipione, 2000.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação (Cabral, A.; Oiticica, C.M., Trad.). 2a Ed. Rio de Janeiro: Zahar; Brasília: INL. 370 p. 1975.
REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
SANTOS, Luiz Carlos dos. O professor e o rendimento escolar de seus alunos. São Paulo: EPU, 1998.
SNYDERS, Georges. A escola pode ensinar as alegrias da música? Ed. São Paulo: Cortez, 1992.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
WAJSKOP. Gisela. Brincar na Pré-escola. São Paulo. Cortez, 2005.
WINNICOTT, D. “O brincar e a realidade”. Rio de Janeiro: Imagem, 1975.
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