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A CONTRIBUIÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E DO MOVIMENTO NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA

Luzeny Francisca Português

Marinalva Rodrigues de Oliveira Castro

Neuza Muniz Tomiyoshi

Rosevani Valerio Calvi

 

 

RESUMO

O tema escolhido para a realização deste trabalho foi à contribuição do desenvolvimento e do movimento na aprendizagem da criança, esse tema nos dias atuais está sendo bastante cogitado pelos professores e pensadores. O desenvolvimento e o movimento contribuem de modo bastante significativo no desenvolvimento da criança em todos os aspectos como: social, cognitivo, afetivo motor e emocional etc. O objetivo geral deste trabalho é identificar como o movimento pode contribuir na aprendizagem da criança e no seu desenvolvimento, com a finalidade de alcançar o objetivo deste trabalho que se propôs fazer uma análise do tema. A contribuição do desenvolvimento e do movimento na aprendizagem da criança. Para a realização deste trabalho fez-se necessário leituras e pesquisas bibliográficas, considerando que essa leitura nos proporcionou resultados significativos na área educacional e oportunizou uma visão mais aguçada para trabalhar o movimento em sala de aula e a contribuição dessa atividade na aprendizagem da criança.

 

Palavras-chave: Desenvolvimento; movimento; motricidade e aprendizagem

 

 

INTRODUÇÃO

 

Somos sabedores que o desenvolvimento faz parte da vida de todos os seres humano sendo assim, esse trabalho tem por finalidade abordar a Contribuição do Desenvolvimento que leva ao movimento, que contribui no processo de aprendizagem da criança, pois considero que os jogos e as brincadeiras são meios que se têm de oferecer a criança uma aprendizagem menos rígida, de maneira alegre e divertida.

Percebe-se que os educadores da atualidade precisam apropriar-se do movimento na aprendizagem, pois ao separar o mundo adulto do infantil, e ao diferenciar o trabalho pedagógico da música, da brincadeira, o educador corre o risco de desperdiçar o grande momento de aprendizagem da criança, pois é na brincadeira socializada que a criança aprende.

O educador deve estar sempre inovando surpreendendo e motivando seus educandos, despertando neles o sentido de aprender, através das múltiplas linguagens mais especificamente corporeidade, movimento, sentimentos, emoções por considerá-la indispensável no desenvolvimento integral da criança, levá-las a compreender que tudo é importante, e tudo tem o momento certo para curtir e para aprender.

Com a finalidade de ajudar a criança a se desenvolver e aprender o educador precisa aperfeiçoar sua prática, envolver nela atividades criativas e animada que leve a criança a sentir-se inserida facilitando a construção do seu aprendizado.

Diante disso percebe-se que desenvolvimento e o movimento são atividades que envolvem o esquema corporal onde a criança executa movimentos como: andar, correr, cantar, dançar, saltar, rolar, quadrupedar, subir, carregar, solta, etc. São atividades que vai despertar na criança a necessidade de interagir uns com os outros ampliando suas capacidades de viver no mundo.

Sendo assim as crianças precisam desenvolver e aperfeiçoar as mais variadas formas de movimentação de seu corpo no espaço, motivo pelo qual é importante que estejam presentes, em todo processo educacional, as atividades corporais que possam conduzi-las a adquirir o domínio e o controle do próprio corpo.

Através deste trabalho venho expor a necessidade e a importância de se trabalhar com o movimento por meio da pesquisa bibliográfica, verificando assim, a posição de alguns estudiosos sobre esse tema. Lembrando que o movimento implica numa relação cognitiva e representa a potencialidade para interferir no desenvolvimento infantil, além de ser um instrumento para a construção do conhecimento da criança.

Pensando assim destacamos a importância do movimento da criança no desenvolvimento de suas capacidades, habilidades e potencialidades, pois o corpo, fala, cria e aprende com o movimento. Portanto a prática de atividades com movimentos deve estar presente no cotidiano da educação infantil.

Portanto nos dias atuais verificando-se que além das mudanças, na concepção de criança, ocorreram também mudanças no fazer pedagógico das instituições. Esta analise está presente no Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil vol.3 onde trata dos diversos tipos de linguagem, enfatizando que as mesmas são partes integrantes do desenvolvimento social, cultural, cognitivo e afetivo

O primeiro capitulo trata-se de um breve histórico sobre a contextualização histórica da Educação Infantil no Brasil, no segundo capitulo está se tratando do tema a contribuição do desenvolvimento e do movimento na aprendizagem da criança.

 

 

  1. DESENVOLVIMENTO

 

1.1 EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL

 

No decorrer da história da educação Infantil, o que se percebe é que o primeiro espaço onde a criança cresce e se desenvolve é no contexto doméstico e familiar. Em 1998, As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB nº 5/2009)27, em seu Artigo 4º, definem a criança como:

 

Sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2009).

 

Perante isso, constatamos que os avanços em torno da Educação Infantil, no Brasil, incidiram de forma lenta e incerta, tendo em vista que o conhecimento e significado de criança e infância não eram bem definidos e consolidados, sendo a criança imaginada como um ser sem muita importância, sendo assim, poucos eram os que compreendiam e defendiam o verdadeiro sentido da Educação Infantil, que olhavam para este sistema educacional e a importância para o desenvolvimento incondicional da criança de 0 a 5 anos, nos aspectos sociais, físicos, cognitivos, entres outras finalidades, como define o documento do Ministério da Educação ao afirmar que:

 

Durante décadas, o avanço dos jardins de infância foi travado por uma polêmica entre os que propunham a instalação daquelas instituições educacionais e os que defendiam que o cuidado da criança pequena era papel da família; entre os que viam nos primeiros anos de vida um período importante para a educação e os que achavam que não se devia gastar dinheiro público nessa idade, e sim investi-lo no ensino primário universal. (BRASIL, 2013, p. 21).

 

E no que se propõem às práticas pedagógicas, em nosso país, foram marcadas com o cunho assistencialista e compensatório, voltadas para questões de higiene, alimentação e cuidados físicos, além de ser desempenhada com diferença de classe social, como também não apresentavam preocupação alguma nos aspectos pedagógicos, profissionais, nem de investimentos nesta área educacional.

Esse fato só passa a ser mudado pela movimentação da população, reivindicando e conscientizando as diversas esferas da sociedade civil, como também, a partir da apoio dos inúmeros pesquisadores das diferentes áreas da ciência,  que se dispuseram e ofertaram o seu tempo com a objetivo de contribuir para a história da educação, a maioria deles mesmo sem intenção na área pedagógica, mas que fizeram parte e contribuíram para a constituição que atualmente chamamos de Educação Infantil.

 

Um restrito número deles tem seus nomes inscritos nessa história como pioneiros, criadores das bases teóricas e metodológicas ou de novos aportes científicos e pedagógicos. À ousadia, originalidade e pertinência de suas proposições foi se juntando um inumerável contingente anônimo de professores, educadores sociais, especialistas, técnicos, diretores de escolas e gestores de sistemas de ensino, que puseram em prática, em circunstâncias muitas vezes precárias, os princípios e diretrizes daqueles fundadores, tornando-se coconstrutores do que hoje a educação, em âmbito mundial, define como educação infantil (BRASIL, 2013, p.15).

 

Porém, com a entrada da mulher no mercado de trabalho, essa estrutura familiar foi se modificando e surgindo outro ambiente que foram às creches e pré-escolas, espaços onde se davam a continuidade ao desenvolvimento infantil.

Ao longo da história a Educação infantil vem se aprimorando e se tornando um lugar de crescimento e desenvolvimento de todas as aptidões das crianças de 0 a 5 anos. No que dispõe a LDB sobre a Educação Infantil temos as determinações Art. 29.

 

A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

 

Uma das ocasiões mais importantes e significativas do desenvolvimento humano abrange a fase entre 0 e 5 anos. É nessa fase que as conexões cerebrais são mais intensas em maior quantidade e mais aceleradas e a probabilidade de aprendizado é maior que em qualquer outro período da vida.

Através da mudança no conceito de infância ocorreram também modificações nas formas de atendimento, porém, as diversas formas de atendimentos assumiram e assumem mudanças de acordo com cada momento histórico, sendo assim podemos considerar que o processo de escolarização está relacionado à evolução do sentimento de infância e as modificações nas representações da infância.

 

Durante décadas, o avanço dos jardins de infância foi travado por uma polêmica entre os que propunham a instalação daquelas instituições educacionais e os que defendiam que o cuidado da criança pequena era papel da família; entre os que viam nos primeiros anos de vida um período importante para a educação e os que achavam que não se devia gastar dinheiro público nessa idade, e sim investi-lo no ensino primário universal. (BRASIL, 2013, p. 21).

 

Ao reconhecer a criança como cidadã, como sujeito histórico criador de cultura e a educação infantil como direito é preciso pensar também na qualificação do profissional, pois só assim pode-se garantir às crianças uma educação de qualidade.

 

 

2.2 A CONTRIBUIÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E DO MOVIMENTO NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA

 

A presença do movimento em sala de aula vem ao encontro da necessidade da criança em aprender brincando, pois hoje elas não brincam como antigamente, os pais não estão tendo tempo para de estar com os seus filhos, pois o mundo globalizado exige muito das pessoas e as crianças só pensam em jogar jogos de computador, vídeo game e outros jogos eletrônicos que não desperta a imaginação, a socialização, a interação e até desviando o tempo que a criança precisa para ser realmente criança, pois  fazer da criança realmente criança  é papel da família e da escola.

Sendo assim sabendo que a expressão corporal é de fundamental importância para o desenvolvimento da criança pequena, precisamos considerar também a formação rigorosa e contínua de profissionais no que se refere ao aprofundamento conceitual, quanto aos debates atuais que versam a respeito do processo educacional na perspectiva da infância tendo como base as atividades lúdicas corporais no âmbito escolar é algo que jamais pode ser esquecido.

Com isso podemos contribuir muito para que as crianças possam atingir níveis mais ampliados nas suas potencialidades nos aspectos, físicos, motores, afetivos, cognitivos e sociais.

Para enfatizarmos a contribuição do desenvolvimento e do movimento na aprendizagem utilizamos à seguinte ferramenta a música, pois a música na escola pode ser uma ação orientada para todos os cidadãos e é adequada para contribuir na formação da sociedade e com isso diminuir as desigualdades educacionais.

Segundo Teca (Ferramentas com Brinquedos - A Caixa de Música, 2014)

 

O fazer musical é um modo de resistência, de reinvenção (questões caras ao humano, mas ainda pouco valorizadas no espaço escolar) que, ao mesmo tempo, fortalece o estar juntos, o pertencimento a um grupo, a uma cultura. O viver (e conviver) na escola - espaço de trocas, de vivências e construção de saberes, de ampliação da consciência - deve, obviamente, abarcar todas as dimensões que nos constituem, incluindo a dimensão estética.

 

Outro aspecto importante a se ressaltar é que; “A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da auto-estima e autoconhecimento, além de poderoso meio de interação social.” BRASIL, (1998, p.49).

Através de atividades onde a criança brinca, dança através de um ritmo musical ela desenvolve sua coordenação motora a atenção, o movimento ritmado, conhecimento quanto à posição do corpo, direção a seguir, a socialização o limite e outros; participando do desenvolvimento em seus aspectos biopsicológicos e sociais; desenvolvem também livremente a expressão corporal que favorece a criatividade, adquira hábitos de práticas recreativas para serem empregados adequadamente nas horas de lazer, adquira hábitos de boa atividade corporal, seja estimulada em suas funções orgânicas, visando ao equilíbrio da saúde dinâmica e desenvolva o espírito de iniciativa, tornando-se capaz de resolver eficazmente situações imprevistas.

Esse tipo de atividade deve ser realizado em um espaço adequado para a realização de uma atividade dessa natureza, onde as crianças consigam desenvolve-las com relativa liberdade. Sua curiosidade leva a ser mais observadora e ao observar os fatos, as informações visuais que recebe proporciona uma integração com os movimentos a serem executados, trabalhando a concentração e a memorização.

A criança, irá possuir domínio da escrita, LÙCIA et al (2012), quando sua base motora estiver plenamente equilibrada. A flexibilidade e agilidade têm que estar em completa harmonia com as articulações de seus membros superiores, para a realização dos movimentos.

O nosso corpo expressa sentimentos, pensamentos e atitudes, interligados pela ação da mente, que conduz todo o nosso esquema corporal. A música em suas inúmeras formas quando aplicada em sala de aula, desenvolve diversas habilidades como: a criatividade, o raciocínio, propicia a autodisciplina e desperta a consciência rítmica e estética, além de ampliar a linguagem oral, a afetividade, a percepção corporal promovendo assim a socialização.

A criança em sua fase de crescimento, deve ter acesso a espaço livre sem a intervenção de pessoas adultas, para que a liberdade de ação corporal se desenvolva de maneira harmoniosa e venha contribuir para outras áreas de expansão, que estão ligadas a sua maturação, por exemplo, o desenvolvimento  de seu intelectual, pois a criança, livre na prática dos movimentos, torna-se criadora, inventando de seu próprio mundo particular, e também no aspecto afetivo, na qual acriança aprende a lidar com seus ,sentimentos, emoções e frustrações, percebendo e aprendendo que ganhar e perder, faz parte da construção do ser.

Percebe-se então que movimentos corporais são sem dúvidas essenciais para a formação estrutural e comportamental de cada criança.  Esses movimentos vão se intensificando e tornando-se cada vez mais complexos, através das experiências vivenciadas pela criança.

Os adultos, LÙCIA et al (2012), devem estar atentos as atividades realizadas pelas crianças pois as mesmas devem ser observadas com atenção e frequência, para verificar se não há algum tipo de movimento errôneo,  praticados por elas que possa vir a prejudicar o seu desempenho motor e em sua vida como um todo, pois os movimentos mal elaborados prejudicam várias áreas do desenvolvimento infantil, como exemplo a área cognitiva.

Nesta fase a criança passa a maior parte do tempo brincando, jogando, pulando, correndo e muitas outras atividades que levam seu corpo a se movimentar. 

As habilidades de locomoção e de deslocamento são aquelas onde a criança consiga: caminhar, correr, saltar, rodar, puxar, brincar, levantar entre outros, todas essas habilidades sofrem mudanças no decorrer da infância, pois, anteriormente falava à coordenação, bem como o equilíbrio, e também alguma parte de seu corpo ainda sofria um processo de rigidez, mas vai aos poucos mudando e desenvolvendo suas habilidades de locomoção, ou seja, aquelas que envolvem equilíbrio e de estabilidades e necessitam que o corpo se desloque no espaço  ou seja o corpo se desloca em torno de si mesmo; balançando, girando inclinando, dobrando, agachando, etc.

A música é a forma lúdica mais divertida que pode e deve ser trabalhada na escola com os pequenos, a fascinação que a música exerce sobre a criança é visível, basta tocar um CD infantil, para que desperte nelas a alegria e a vontade de dançar, de cantar, desenvolvendo sua capacidade corporal, expandindo seus  movimento corporais, percebendo seu espaço, sua delimitação, a percepção de si mesma e dos colegas.

Portanto o desenvolvimento global da criança pode e deve ser trabalhado em todos os níveis da educação infantil envolvendo o movimento e a música faz parte da vida do ser humano.

 

[...] as experiências rítmico-musicais que permitem uma participação ativa (vendo, ouvindo e tocando) favorecem o desenvolvimento dos sentidos das crianças. Ao trabalhar com os sons, ela desenvolve sua acuidade auditiva, ao acompanhar gestos ou dançar ela está trabalhando a coordenação motora e a atenção, ao cantar ou imitar sons, ela está descobrindo suas capacidades e estabelecendo relações com o ambiente em que vive. (BUENO, 2011, p.182).

 

A música não tem idade e nem tempo para ser ouvida e vivida, e com isso leva o nosso corpo aos movimentos. A música é algo marcante, que perdurou durante milhares de anos, nos faz refletir, pensar e sentir o mundo a nossa volta e com isso torna-se um meio de comunicação sem fronteiras e sem a necessidade do entendimento dialético, exercendo as mais diversas funções.

Se pararmos para fazer a leitura dos corpos das crianças vai perceber que os movimentos de seus corpos são fortes indicadores de suas necessidades e de fundamental importância para o seu desenvolvimento. Eles expressam emoções e pensamentos, ampliando assim as possibilidades de gestos e posturas das crianças, sendo assim é preciso que as instituições de educação infantil se entreguem a linguagem do corpo com as demais comunicações, pois o corpo da criança é também um meio de conhecimento.

A importância do movimento nos primeiros anos de vida da criança é incontestável, portanto não devemos valorizar somente o intelecto delas e esquecer que o movimento também produz conhecimento. Neste momento da vida da criança predomina a dimensão subjetiva do movimento, pois as emoções é o canal responsável para a interação do bebê com o adulto e com outras crianças, o dialogo afetivo que ocorre com o adulto tendo característica predominante no toque corporal, pela modulação da foz, pelas expressões cada vez mais repletas de sentidos, cria-se um espaço privilegiado de aprendizagem.  

Neste sentido, podemos considerar que as crianças se movimentam ou são estimuladas a fazer isso terão oportunidade de desenvolver as mais diferentes habilidades motoras que são de fundamental importância para a vida delas, por isso o correr, o saltar, o agachar etc. vão estar presentes nas suas brincadeiras.

O ato educativo mais significativo do professor que trabalha com crianças na fase escolar é que as atividades propostas, como (brinquedos, jogos e outros) possam ampliar a liberdade corporal da criança, através de atividades motoras globais revestidas de sentimentos para as crianças embaladas no ritmo da ludicidade.

Em suas obras, Piaget e Vygotsky também consideraram o brincar como um aspecto fundamental do desenvolvimento Infantil. Rolim, Guerra & Tassigny (2008) nos dizem que “Vygotsky, ao longo de sua obra, discute aspectos da infância, destacando-se suas contribuições acerca do papel que o brinquedo desempenha, fazendo referência a sua capacidade de estruturar o funcionamento psíquico da criança”. E Mattos e Faria (2011) afirmam que, para Piaget, o jogo “é a construção do conhecimento, principalmente, nos períodos sensório motor e pré-operatório”.

O lúdico pode oferecer à aula um momento de felicidade, seja qual for a fase de nossas vidas, adicionando leveza à rotina escolar e fazendo com que o educando absorva melhor a obtenção do conhecimento, de maneira mais significativa e prazerosa.

As crianças, com a ludicidade entram em um mundo mágico. O corpo, meio, a infância e a cultura fazem parte de um só mundo. Esse mundo pode ser pequeno, mas é eminentemente coerente, uma vez que o lúdico caracteriza a própria cultura, a cultura é a educação, e a educação representa a sobrevivência. (ANDRADE, 2013, p.17).

Considerando que a criança é um ser social que vive em sociedade e que constrói conhecimento através das relações interpessoais e considerando seus valores e costumes e com isso vive sim em conjunto e sempre em constante movimento. Portanto a atividade do sujeito é um importante aspecto da formação da consciência admitindo igualmente que a imaginação como todas as funções da consciência surge originalmente à ação.

O movimento da motricidade é um dos objetivos fundamentais a serem considerados no atendimento educacional. Sendo assim não há que se contestar a importância do movimento nos primeiros anos de vida, então precisamos abandonar a ideia de que o corpo deve ser esquecido e trabalhar somente o intelectual. Sendo assim o lúdico é essencial na aprendizagem da educação infantil.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (2019): Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais. (MEC, 2019, p.22, vol. II)

As situações lúdicas auxiliam na compreensão do funcionamento dos processos afetivos, cognitivos, sociais e corporais, ou seja, o indivíduo como um todo. O lúdico por sua vez para a pedagogia é um caminho diferente e prazeroso de aprender, onde o sujeito interagindo com o meio em que vive se revela, se comunica com o mundo exterior. No faz-de-conta, as crianças brincam imitando diferentes personagens e experimentando diferentes situações, sendo “capazes não só de imitar a vida como também de transformá-la” (RCNEI). Quando utilizam a linguagem do faz-de-conta, as crianças enriquecem sua identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou personagens. (MEC, 2019, p.23, vol. I)

É preciso sempre lembrar que as instituições de educação infantil devem oferecer atividades que forneçam o desenvolvimento da motricidade, pois através da movimentação a criança se coloca no mundo e através disso se dá à construção do conhecimento, no entanto é preciso ressaltar que ainda hoje existem educadores que acreditam que as crianças só aprendem se estiverem quietas e sentadas em suas carteiras.

No Referencial Curricular Nacional para a Educação infantil (1998): “A brincadeira está colocada como um dos princípios fundamentais, defendida como um direito, uma forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação entre as crianças”. (MEC, 2019, int., vol.III)”.

É preciso então que o professor tenha consciência da importância do lúdico no movimento para o desenvolvimento da criança pequena Segundo Vygotsky (1984, p. 21): O brincar gera um espaço para pensar, sendo que a criança avança no raciocínio, desenvolve o pensamento, estabelece contatos sociais, compreende o meio, desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade. Compreendendo assim que o ato de brincar permite que aconteça a aprendizagem, o brincar é essencial para o desenvolvimento do corpo e da mente. 

Esses estudos nos mostram que a necessidade de brincar em ambientes propícios, envolvendo os pequenos em situações de aprendizagem de noções de corporeidade, espaço, tempo e socialização nas Instituições de Educação Infantil deve ser amplamente trabalhada.

Ao se falar de linguagem corporal na Educação Infantil, estamos falando diretamente das habilidades e práticas motoras e também dos significados atribuídos e expressos na linguagem corporal da criança pequena e de sua corporeidade.

Neste sentido, seus movimentos, atitudes, gestos, ou seja, seu comportamento corporal é meio de comunicação estabelecido com o mundo que a rodeia, seu corpo é um transmissor de seu desejo de ser e estar buscando sempre suprir suas necessidades, interesses, emoções e sentimentos.

Outro aspecto a ser descrito é a participação do professor durante a realização das atividades, é preciso considerar que a presença do mesmo durante a realização dessas ou de qualquer outro tipo de atividade que se realiza com as crianças é de fundamental importância, pois, segundo a autora supra citada, (2003, p. 187), “Os jogos e as brincadeiras da cultura corporal de movimento adquirem papel de fontes inesgotáveis na construção de conhecimento.”

Sendo assim, há que se considerar que o movimento é o meio de expressão da criança, portanto cabe a todos nós educadores ter compreensão que o movimento é algo que vai além do biológico ou fisiológico, sendo assim, é preciso compreender que o corpo que cresce e corre é o mesmo que está sentindo conhecendo e se expressando.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Ao realizar este trabalho sobre a Contribuição do Desenvolvimento e do Movimento na Aprendizagem da criança, podemos perceber a importância de se trabalhar com a criança de forma lúdica com jogos, brincadeiras, brinquedos e em especial com a música.

Considerando que os objetivos propósitos foram alcançados pois, o objetivo geral do trabalho era: “identificar como o movimento pode contribuir no aprendizado da criança e no desenvolvimento” e pode-se considerar que através do texto esse conceito ficou bastante claro, o quanto o desenvolvimento e o movimento contribui no processo de aprendizagem da criança pequena.

Acreditamos que este trabalho sobre  a Contribuição do Desenvolvimento e do  Movimento na Aprendizagem   nos abre um leque dentro do cotidiano escolar para que possamos integrar os vários aspectos humanos tais como: corporal, emocional, mental e espiritual dando assim a possibilidade de professor e alunos se conhecerem melhor e com isso se relacionam consigo e  com os outros de maneira mais saudável , pois isso implica em aprender lidar melhor com as próprias dificuldades e com as dos outros, possibilitando uma expressão mais espontânea  e criativa.

Diante disso é papel fundamental das Instituições de Educação Infantil oferecer um ambiente totalmente educativo a seus educandos com profissionais capacitados e materiais pedagógicos adequados e ambientes ricos com atividades bastante lúdicas, onde a criança possa se desenvolver, se movimentar e aprender.

Portanto, desenvolvimento e movimento caminham juntos na vida da criança levando a mesma a uma aprendizagem muito mais rica. Quando se desenvolve e se movimenta, a criança aumenta a sua independência, estimula sua sensibilidade visual e auditiva, valoriza a cultura popular desenvolve as habilidades motoras, diminui a agressividade, exercita a imaginação e a criatividade, aprimora a inteligência emocional, aumenta integração, promovendo assim.um desenvolvimento mental sadia e consequentemente uma boa adaptação social.

O estudo permitiu compreender que o desenvolvimento e movimento contribuem na aprendizagem através da música, pois a música auxilia e muito no movimento, através da mesma a criança desenvolve sua motricidade de modo mais amplo em especial através da dança gestos, através da dança seu corpo fala.

Através do desenvolvimento e do movimento a criança adquire o aprendizado e com isso se torna uma criança capaz de compreender e construir seus conhecimentos tornar-se cidadã deste mundo, ser capaz de exercer sua cidadania com competência é dignidade, capazes de pensar por conta própria e capazes de compreender o mundo atual do que muda constante e exige diariamente novos conhecimentos e novas habilidades.

Neste sentido as instituições de educação infantil devem procurar cada vez mais se preparem para fazer com que todas as crianças passam dar vazão as suas potencialidades, portanto as instituições precisam estimular e motivar as crianças a desenvolver as mesmas.

Sendo assim o educar precisa ter claro que desenvolvimento e movimento andam juntos e os mesmos desembocam na aprendizagem e para que isso aconteça precisa da música da brincadeira do brinquedo etc.,  e o educador da educação infantil precisa ter consciência que ele precisa gostar de tudo isso e estar preparado para fazer o que o aluno faz, terá dificuldades para trabalha na educação infantil e auxilia na produtividade da criança pequena.

 Ao passo que o um professor encouraçado, que não se entrega às atividades que não tem vontade e nem disponibilidade corporal que não gosta de brincar, certamente terá maior dificuldade em vivenciar o brincar e em ter um olhar sensível a prática do lúdico dos seus alunos impossibilitando-os de vivenciá-los.

 

 

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