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INCLUSÃO NA MODALIDADE DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Talita Fernandes de Azevedo

Rosilene da Luz Morales Minari

Bruna Rossi Carvalho de Oliveira

Kalina Lígia Souza Porto

Gerlânia Lima de Sousa

 

 

RESUMO

Esta pesquisa tem como procedimentos metodológicos revisão de literatura através de leituras em revista, livros publicados na internet. A pesquisa bibliográfica tem o intuito de buscar conhecer o que compreende a inclusão no campo educacional. Os resultados apontaram que é indispensável o aperfeiçoamento do corpo docente para atender as demandas existentes nas salas de aulas, também o profissional deve ser suscetível a mudanças, além disso, necessita ter o apoio da família e da escola entre outros, para que, possa realizar um trabalho eficaz com o educando portador de necessidade especial. As práticas pedagógicas de inclusão desenvolvidas na Educação Infantil são de relevância, pois contribuem para uma cidadania com respeito pelas diferenças existentes entre as pessoas.

 

Palavras-chave: Inclusão. Criança. Professor.

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

Este tema foi escolhido porque tem tido cada vez mais uma demanda grande no que tange ao atendimento de crianças portadoras de necessidades especiais e a dificuldade dos profissionais em receber esses indivíduos no ambiente escolar em relação às suas práticas pedagógicas que resulte no desenvolvimento de habilidades que o sujeito portador de necessidade venha a possuir.

A inclusão na educação é um tema abrangente de modo que a referida pesquisa será delimitada em torno da inclusão na modalidade da Educação Infantil, modalidade de ensino, com objetivos de socializar e trabalhar a autonomia da criança na sua individualidade e em outros aspectos.

Dessa forma, pretende-se enfatizar a inclusão na Educação Infantil porque está envolve a utilização de métodos voltados para a ludicidade a fim de desenvolver a formação integral do indivíduo. Além disso, o primeiro contato da criança com a comunidade escolar se torna etapa importante, pois preparará o educando portador de necessidade especial para possíveis desafios que venha a ter durante sua permanência na escola e em outros ambientes.

A escola é o ponto de partida no processo de inclusão devido ser espaço democrático composto por uma pluralidade de diversidade, fundamental na formação integral do sujeito.

Nesse contexto, o objetivo geral do presente trabalho é compreender a inclusão no primeiro contato do indivíduo com a comunidade. Refletir no papel do professor frente a educação inclusiva, analisar a importância da capacitação quanto ao atendimento e acolhimento do educando portador de necessidade na comunidade escolar no convívio com outros.

Para a elaboração do trabalho, o delineamento metodológico teve como suporte a utilização de uma bibliografia diversificada sobre o tema: Inclusão na Educação Infantil por meio de uma programação de leitura, análise de material publicado como revista, livros e trabalhos desenvolvidos acerca do tema tendo como recurso a internet entre outros

O método foi feito com base na escolha do assunto, a ser investigado baseado em um problema da realidade que constitui um desafio no meio social escolar agrupando hipóteses e possíveis resposta originadas a partir da pergunta que envolve a problemática.

O trabalho foi estruturado da seguinte maneira. A seção inicial é uma reflexão acerca da inclusão e do trabalho na Educação Infantil como este se integra com as práticas de inclusão. A segunda seção aborda sobre a postura do professor frente aos desafios da Educação Inclusiva destacando a importância da formação continuada e as redes de apoio.

 

 

2 O QUE SIGNIFICA INCLUSÃO EDUCACIONAL

 

A Constituição Federal, 1988 determina que ninguém deve ser tratado com discriminação conforme estabelece no; Art. 3° inciso “IV – Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Nesse sentido, Inclusão, requer ação positiva em propor acessibilidade do sujeito, na igualdade de oportunidades e valorização dos seus direitos.

Ainda, inclusão na educação envolve não só a permanência do educando em sala, mas também, a participação nas atividades e a interação com os demais educandos. Pois, uma escola inclusiva recebe a todos os alunos sem exceção.

A inclusão não abarca não só a comunidade escolar, mas abrange a todos segundo o que estabelece a Constituição Federal (BRASIL, 1988) Art.205 “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

A priori, a Constituição Federal de 1988 estabelece que é obrigatório o atendimento em creche e Pré-escola das crianças portadoras de necessidade especial. Art. 24 inciso VI §3°” A educação do aluno com deficiência deverá iniciar-se na educação infantil, a partir do zero ano; “Art. 206 inciso ”I – Igualdade de condições para o acesso de permanência na escola”. Conforme o que está prescrito na Constituição cabe afirmar que Inclusão é ato de reconhecer que todos independente de sua diferença devem ser tratados de forma justa e igualitária em todos os grupos sociais e isto inclui o ambiente escolar.

A Constituição Federal estabelece que haja universalização no atendimento escolar, isto é, escola deve abrir espaço para todas as crianças a fim de terem acesso à aprendizagem. Ser espaço de inclusão dando dignidade a todo indivíduo, isto é, receber a todos os alunos sem exceção.

Vale destacar que o termo “universalização” envolve todos. Nesse sentido os indivíduos portadores de necessidades especiais fazem parte da pluralidade cultural e assim devem ter um atendimento educacional conforme suas peculiaridades e necessidades.

Para que o ensino seja universal ele deve ser comum a todos por atender às necessidades específicas de cada sujeito quer individual ou de modo coletivo preparando-o para o exercício da cidadania. Uma escola inclusiva para toda etapa da educação flexibiliza o currículo, as práticas pedagógicas, procura adaptar o espaço físico e trata de obter uma equipe preparada no atendimento aos indivíduos com suas peculiaridades para assim poder atender e acolher os educandos portadoras de necessidades especiais.

Por isso, é importante uma reflexão acerca da Inclusão na Educação Infantil, porque é a fase inicial para a formação do indivíduo de modo integral.

Se referindo a inclusão na Educação infantil a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) aduz que

 

“[...]Na Educação Infantil, a concepção que vincula educar e cuidar, entendendo o cuidado como algo indissociável do processo educativo. Nesse contexto, as Creches e pré-escolas, ao acolher as vivências e os conhecimentos construídos pelas crianças no ambiente da família e no contexto de sua comunidade, e articulá-los em suas propostas pedagógicas, têm o objetivo de ampliar o universo de experiências, conhecimentos e habilidades dessas crianças, diversificando e consolidando novas aprendizagens, atuando de maneira complementar à educação familiar[...]”. (BRASIL, 2018, P. 36)

 

Além de outros objetivos supracitados a Educação infantil também tem por objetivo promover a socialização considerando a diversidade cultural, porque é o primeiro ambiente de socialização onde o indivíduo passa a ter convivência com um novo grupo social fora do grupo familiar. Refletindo na importância de se construir uma sociedade inclusiva, Sassaki, aduz que

 

A inclusão social, portanto, é um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos, espaços internos e externos, equipamentos, aparelhos, utensílios mobiliário e meios de transportes e na mentalidade de todas as pessoas, portanto também do próprio portador de necessidades especiais. (Sassaki,1999, p.42).

 

Para tanto, o profissional deve conhecer primeiramente a diversidade da sala para assim poder desenvolver suas atividades pedagógicas e promover o desenvolvimento do sujeito no meio social. Dessa forma, é importante o docente

 

Ter “[...] atitude positiva perante às crianças deficientes, sensibilidade, estabilidade emocional, criatividade, comprometimento, tolerância às frustrações, pois o processo evolutivo é mais lento e exige paciência, e busca constante de novos conhecimentos metodológicos. (LUPPI; SILVA; TRAMONTINA, 201, p.20)

 

Em primeira análise, parece ser desafiador dar atenção individualizada para cada sujeito em relação às suas singularidades, porém a partir da observação do educador como grupo atentando para as singularidades é possível adotar práticas pedagógicas que atendam as especificidades de cada um ou na coletividade. FRIEDMANN (2012)

Em resumo inclusão ainda pode ser definida como possibilidade de dar espaço, oportunidade de participação e liberdade de expressão para todas as crianças no espaço escolar.

Todas as atividades lúdicas como brincadeiras, músicas, contação de história e outras atividades realizadas no cotidiano irão ajudar no desenvolvimento da linguagem, cognitivas, emocionais e físicas do portador de necessidade especial. Logo, as práticas pedagógicas na Educação Infantil devem ser flexíveis à inclusão daqueles que ali se encontram em sala de aula.

Também, as atividades praticadas no cotidiano contribuem para a formação de uma sociedade inclusiva, os alunos que não possuem algum tipo de comorbidade cultivarão o respeito, a dignidade humana, o cuidar do outro, a aceitação do outro e respeito pela diversidade independente se é étnica ou não e, respeitando às diferenças dentre outros valores culturais. As atividades em grupos tanto irão ajudar os educandos que não possuem comorbidades como os educandos que as possuem.

Ainda, as brincadeiras desenvolvem movimentos corporais, sensoriais, o cuidar de si e do outro, a criatividade, socialização e habilidades cognitivas. Todas as atividades envolvem a convivência, o conhecer, o respeito entre as culturas e as diferenças entre pessoas.

 

 

2 1 A importância da preparação dos profissionais da educação diante do exercício da prática inclusiva.

 

Percebe-se que maioria que os profissionais da educação reconhecem ter insegurança ao lidar com o educando portador de necessidade-especial por não saber o que fazer diante dos desafios que vão surgindo durante o processo educativo. Porque não basta a escola matricular e receber os alunos, é preciso oferecer as condições adequadas para que possa se desenvolver um trabalho significativo.

Nesse sentido, a inclusão ainda é um desafio porque como já mencionado inclusão não é só receber o aluno em sala, também envolve estar preparado desde o acolhimento até o atendimento dos educandos enquanto permanecerem no ambiente escola.

Conforme Mantoan (2006) mesmo que a formação inicial e continuada façam diferença no contexto social e venham ser úteis para o desenvolvimento das suas práticas pedagógicas, mas, para que o professor possa ensinar na perspectiva inclusiva é necessário está adaptado às novas necessidades vinculadas às novas realidades, de modo que

 

“[...] Ensinar, na perspectiva inclusiva, significa ressignificar o papel do professor, da escola, da educação e de práticas pedagógicas que são usuais no contexto excludente do nosso ensino, em todos os seus níveis. A inclusão escolar não cabe em um paradigma tradicional de educação e, assim sendo, uma preparação do professor nessa direção requer um design diferente das propostas de profissionalização existentes e de uma formação em serviço que também muda, porque as escolas não serão mais as mesmas, se abraçarem esse novo projeto educacional. (MANTOAN, 2006, p. 54-55)

 

Assim, pois, a educação inclusiva não segue um modelo único a ser seguido, mas requer mudanças, flexibilização na organização das atividades diárias e práticas pedagógicas inovadoras exigindo uma preparação do professor e uma postura diferente frente aos desafios da realidade na docência.

Então, a formação pode ampliar os saberes e competências dos educadores, conduzindo-os à reflexão do ato de educar e ensinar além de ajudá-los a desenvolver uma nova visão do papel que desempenha como mediador do ensino-aprendizagem, consequentemente vir a buscar alternativas que venham possibilitar a integração de todos considerando a singularidade de cada indivíduo no que diz respeito ao planejamento, as estratégias de uso nas práticas pedagógicas, nos recursos e métodos utilizados para atender a todos alunos sem exclusão.

Como a inclusão é responsabilidade só da escola, mas também, do estado e da família conforme rege a Constituição, a família pode ser uma fonte relevante de informações sobre as necessidades específicas do aluno. Entretanto, muitas famílias não buscam o diagnóstico do filho ou omitem informações importantes sobre o tipo de comorbidade o que pode resultar em dificultar a ação pedagógica do professor em sala de aula a fim de obter bons resultados em desenvolver no desenvolvimento das competências comunicativas entre outros dos indivíduos portadores de algum tipo de comorbidade.

Os sistemas de apoio para crianças portadoras de necessidades especiais segundo a Declaração da Salamanca, (1994).

 

[...] uma rede continua deveria ser providenciada, com variação desde a ajuda mínima na classe regular até programas educacionais de apoio à aprendizagem dentro da escola e expandindo, conforme necessário, às previsões de assistência dada por professores especializados e pessoal de apoio externo.

 

Dessa forma, a escola deve desenvolver articulações quanto a modalidade de ensino inclusivo como transformar as práticas pedagógicas, o currículo, espaço físico, promover formação continuada para os educadores e ter uma equipe técnica preparada no auxílio do professor em sala.

 Assim, o professor não realiza o trabalho com os sujeitos da comunidade escolar sozinho ele necessita de auxílio da gestão, coordenação, pais e dos professores especializados no atendimento dos educandos.

 

 

3 CONCLUSÃO

 

Ao finalizar a pesquisa obteve -se um conhecimento mais profundo e amplo sobre Educação Inclusiva e o que envolve essa modalidade de ensino e que a política de inclusão é constitucional devendo ser iniciada na Educação Infantil podendo ser estendida ao longo da vida com adaptações necessárias seja qual for o tipo de comorbidade.

Por conseguinte, Direito constitucional se inicia na Educação Infantil. O professor apesar de ser o principal sujeito dessa prática de ensino necessita de capacitação e de apoio de equipe especializada a iniciar pela escola.

Em resumo, a política de inclusão educacional envolve espaços adequados, capacitação de profissionais, práticas pedagógicas inclusivas, flexibilização no currículo escolar entre outros. A escola é um espaço onde a inclusão deve se tornar indispensável porque atende a diversidade e trata da formação integral do indivíduo.

Diante do exposto, vale destacar que o professor não realiza esse trabalho sozinho apesar de ser o principal sujeito dessa prática de ensino, entretanto necessita de capacitação e de apoio para que possam assim atender às singularidades do educando nos seus processos de aprendizagem, do seu desenvolvimento social e individual.

 

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Ministério da Educação. Base Comum Nacional Curricular. Brasília, 2018.

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em 27. Set. 2022.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. ________. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília: Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 1994.

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA: Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das necessidades Educativas Especiais, 1994, Salamanca-Espanha.

FRIEDMANN, Adriana O brincar na educação infantil: observação, adequação e inclusão-1. ed.-São Paulo: Moderna 2012- (Cotidiano escolar: ação docente)

LUPPI, Magda; SILVA, Maria; TRAMONTINA, Inês. (org) ... [et al]. Estratégias Pedagógicas Para o Trabalho Inclusivo: Parcerias são essenciais (org)... Tangará da Serra: Editora Ideias, 2011. 210p.

MANTOAN, Mario Tereza Eglér. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Comi fazer? São Paulo Moderno .2006.

SASSAKI. R.K. Inclusão: Construindo Uma Sociedade para Todos 3ª edição. Rio de Janeiro: WVA, 1999,174p.