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A IMPORTÂNCIA DA DIDÁTICA DO EDUCADOR NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Lindoclécio Besarria da Silva[1]

 

 

RESUMO:

Esse trabalho analisa a importância das abordagens didáticas para Educação de Jovens e Adultos – EJA e estuda a proeminência de Paulo Freire para com o progresso da educação de jovens e adultos.  Paulo Freire defendeu que os jovens e adultos careciam de oportunidades para ter a devida aproximação com a educação, favorecendo assim um ambiente de alfabetização, contextualizando o modo como se aprende, propiciando condições de se soltarem de uma pedagogia individualista. Diante do que foi exposto o presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise de estudos que demonstrem a importância das abordagens didáticas para Educação de Jovens e Adultos. Para alcançar os objetivos propostos fez-se uso da metodologia de levantamento bibliográfico, que foi executado nas principais plataformas acadêmicas como o Scielo, Google Scholar, Teses e Dissertações.

 

PALAVRAS CHAVE: EJA, Paulo Freire, educação.

 

 

ABSTRACT:

This work analyzes the importance of didactic approaches for Youth and Adult Education - EJA and studies the prominence of Paulo Freire for the progress of youth and adult education. Paulo Freire defended that young people and adults lacked opportunities to have a proper approach to education, thus favoring an environment of literacy, contextualizing the way in which one learns, providing conditions to let go of an individualistic pedagogy. In view of what has been exposed, the present work aimed to carry out an analysis of studies that demonstrate the importance of didactic approaches for Youth and Adult Education. To achieve the proposed objectives, the methodology of bibliographic survey was used, which was performed on the main academic platforms such as Scielo, Google Scholar, Theses and Dissertations

 

KEYWORDS: EJA, Paulo Freire, education

 

 

INTRODUÇÃO:

 

Os cursos de EJA foram criados num esforço para minimizar a evasão escolar e os níveis de analfabetismo. A LDB 9.394/96 menciona no seu artigo 37: “A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou oportunidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”.

A Educação de Jovens e Adultos - EJA é uma modalidade de ensino criada pelo Governo Federal que perpassa todos os níveis da Educação Básica do país, destinada aos jovens, adultos e idosos que não tiveram acesso à educação na escola convencional na idade apropriada.                       Suas contribuições visando erradicar o analfabetismo no Brasil foram visíveis em janeiro de 1964, quando foi aprovado o Plano Nacional de Alfabetização, que preconizava a propagação por todo Brasil de programas de alfabetização guiados pela sua proposta. Quando o Mobral se dispersou no Brasil, várias pessoas engajadas no contexto da educação popular experimentavam várias propostas embasadas nos métodos freirianos. Experiências essas que tomaram grandes proporções de alfabetização de adultos, ampliaram-se e tornaram-se meios de troca de experiência, caminhando para a alfabetização da reflexão, articulação e multicultura, a educação que avulte o conhecimento e o nexo na heterogeneidade cultural.

 

 

METODOLOGIA

 

Esse trabalho refere-se a uma prévia seleção de bibliografias ou documentos, quer sejam livros, artigos de periódicos, teses, folhetos, entre outros. O levantamento bibliográfico consiste em pesquisar a bibliografia existente sobre um determinado assunto nos períodos de 2020 a 2022, a coleta de dados foi realizada através do Capes.

 

 

RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

O tema nos faz refletir sobre o desempenho do professor na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, discorrendo que o método de ensino necessita estar intimamente ligado a vivência de cada aluno, associando a teoria expressada em sala de aula com a vida prática, com o contexto social, cultura e realista de todos os envolvidos na prática educacional visando a educação de jovens e adultos. Lembrando que a qualidade do ensino está intrinsecamente conectada a relação professor e aluno e com a inclinação, competência, habilidade e propensão que o educador recebeu para esta modalidade de ensino durante o tempo de sua formação. A teoria e a prática que este grupo de educador desenvolve em sala de aula deverá estar agregada a ação-reflexão-ação, constituindo o educador um constante pesquisador de sua própria prática educativa. De acordo com o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos:

 

- apoiar e promover a capacitação de agentes multiplicadores para atuarem em projetos de educação em direitos humanos nos processos de alfabetização, educação de jovens e adultos, educação popular, orientação de acesso à justiça, atendimento educacional especializado às pessoas com necessidades educacionais especiais, entre outros;

- incluir a temática da educação em direitos humanos nos programas de qualificação profissional, alfabetização de jovens e adultos, extensão rural, educação social comunitária e de cultura popular, entre outros;

 

Para isso a análise de cada educando, sua vida, seu contexto, o meio onde está inserido como sua realidade social, cultura e política como por exemplo, deverá servir de base para o educador na busca de uma sociedade mais justa e equânime.

A partir disso o diálogo constante, questionamentos coletivos e as atividades que busquem a compreensão da realidade visam a construção social que este educador, na sua função de mediador, media. Não esquecendo o trabalho interdisciplinar, fundamental para toda e qualquer prática educacional que vise a valorização de experiencias e a integração da vida escolar e o universo cultural tendo como base a socialização. Ampliação do horizonte cultural do educando, criatividade, reflexão, motivação, planejamento e troca de experiências são características essenciais para que o educador que atua nessa modalidade alcance seus objetivos ora traçados no planejamento. A reflexão chama a atenção na medida em que aponta a especifidade da modalidade de ensino Educação de Jovens e Adultos. Realmente é uma modalidade muito específica pois educador deverá desenvolver em sala de aula uma prática educativa agregada a ação-reflexão-ação, trabalhando interdisciplinar, visando a valorização das experiências do educando e a integração da vida escolar no universo cultural tendo como estrutura a socialização e o convívio social.      Com isso, a proposta pedagógica para se trabalhar na modalidade de educação analisada arrola-se numa constante prática de construção e reflexão enfatizando que o método de ensino aplicado e o currículo desenvolvido necessita estar intrinsecamente arraigado a vivência de cada aluno, a sua realidade social e cultural associando a teoria à vida prática.

O Projeto Político Pedagógico da instituição que oferta a EJA não foge à realidade de qualquer escola, embora a especificidade desta modalidade de ensino, o PPP deverá ser construído e edificado coletivamente por todos aqueles que estão cercados mediante o processo de ensino e aprendizagem. Deve ser analisada com minúcia a realidade dos educandos da EJA, pessoas que quando crianças, outrora, ocuparam carteiras escolares, e hoje regressam a escola esperando conteúdos contextualizados interdisciplinarmente e que lhes façam sentido de acordo com sua realidade, enfatizando que o respeito à diversidade étnico-racial, de cor, gênero, raça classe social e econômica, em seus diversos ambientes social, cultural e escolar são questões ímpares no currículo específico para a educação de jovens e adultos.    O professor trabalha com assuntos concretos, associados a realidade social, pois a escola é vista como instrumento de apropriação de conteúdos, alinhavando o educando para as discrepâncias do mundo adulto. Não basta o aluno aprender o assunto, mas que este tenha ligação com a realidade humana e social, interligados com os interesses do aluno, ou seja, a aprendizagem se dá pelo desenvolvimento da arte e assimilar a informação e viver com as experiências da sua realidade, onde os alunos chegarão a conhecer e criticar esta realidade.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A didática do profissional da educação que mais especificamente leciona turmas de EJA favorece o aperfeiçoamento das habilidades de quem por alguma razão que aqui não será discutida não teve a oportunidade de cursar as séries no tempo devido. Defendeu também que através do conhecimento esse público alvo pode ter autonomia própria, onde suas prerrogativas para a alfabetização de adultos, serviram de ideias para os principais projetos de alfabetização e educação para o povo que se executaram no país no início da década de sessenta.

Paulo Freire foi sem dúvida um grande incentivador da Educação pois o Programa Nacional de Alfabetização foi inspirado em seu método onde denominada vai pedagogia de “humana e libertadora”.

É importante que o professor construa com o educando da EJA uma didática de ensino pautada na afetividade, respeito e conhecimentos baseados na realidade e cotidiano dos alunos.

 

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Segunda versão revista. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2016.

 

BRASIL. Lei 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação PNE e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011- 2014/2014/Lei/L13005.htm. Acesso em: 11 ago. 2022.

 

CAMARGO, Poliana da S. A. Santos. Representações sociais de docentes da EJA: afetividade e formação docente. Revista Educação & Realidade, v. 42, n. 4, p.1567-1589, dez. 2017.

 

Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos / Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. – Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Ministério da Educação, Ministério da Justiça, UNESCO, 2007.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

 

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