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O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR

Siuvani Conceição Rogério de Souza

Artigo Científico Apresentado à Faculdade Única, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Inspeção escolar e educação especial.

 

 

RESUMO

Este artigo bibliográfico buscou apontar a função do inspetor escolar nas instituições de ensino básico, o ambiente escolar de ensino básico é logicamente o local mais apropriado de ensino e aprendizagem para toda a sua comunidade escolar e quando digo comunidade estou falando também da gestão democrática que hoje faz parte das instituições de ensino básica da educação pública de qualidade e adequada a realidade social local, todos esses processos devem seguir requisitos e normas administrativas e pedagógicas. É papel do inspetor escolar observar e fazer a ponta entre a escola e os órgãos públicos que as administra e também indicar o “caminho” que a escola segue e o caminho pré-determinado ou seja o correto a ser seguido o que é necessário e mais benéfico para toda comunidade escolar.

 

Palavras-chave: inspetor; escolar; gestão; democrática; organização.

 

 

Introdução

 

O presente trabalho tem como tema o papel do inspetor escolar ele é muito mais amplo do que muitas pessoas inseridas no ambiente escolar imaginam, ele é quem pode interferir em produções de leis que visem a melhoria das escolas sempre objetivando a qualidade do ensino básico e pública.

O profissional que faz a inspeção escolar deve ter uma formação coerente com o serviço prestado e tem o seu olhar diferenciado em relação a escola em busca de adequar as necessidades da escolar as normas e lei propostas e vigentes, o inspetor ele faz suas observações no local e reporta aos seus superiores para que essas informações sejam trabalhadas em busca de uma qualidade no ensino nas instituições escolares.

 

 

Desenvolvimento

 

A função de inspetor escolar é muito antiga tem registros do tempo do Brasil Colonial, e tinha outros nomes.

Na legislação de ensino a inspeção escolar surge como profissão por volta de 1932 e desde então vem evoluindo com o passar do tempo através de leis especifica quem é o inspetor escolar suas funções, formações necessárias, atribuições, limitações da função e de carga horária de trabalho e remunerações, porém nem todos os estados brasileiros tem o cargo de inspetor escolar em seu quadro funcional em alguns casos as atribuições que são desempenhadas pelo inspetor escolar é feito por outro profissional sem a denominação correta da função.

Segundo Libânio:

 

O regulamento educacional do período imperial estabelecia que a função coordenadora devesse ser exercida por agentes específicos para a Coordenação permanente, essa missão foi atribuída ao Inspetor Geral que Supervisionava todas as escolas, colégios, casa de educação pública e privada (LIBÂNEO, 2002, p. 59 apud RODRIG UES 2011).

 

O inspetor escolar ainda hoje é visto por muitos funcionários da escolar como um “fiscalizador” que visita as escolas apenas para fiscalizar e apontar os erros, mas essa visão deve ser mudada o mais rápido possível e todos deveriam ver o inspetor como um facilitador ou um profissional que busca adequar mudanças necessárias ao bom funcionamento das escolas.

 

A Inspeção Escolar está ligada a vários fatores que contribuem com o processo democrático da comunidade escolar. Evidentemente, nem sempre foi assim. A própria expressão linguística nos remete à história, desde o Brasil colonial, de que o ato de inspecionar nos lembra o ato de fiscalizar, observar, examinar, verificar, olhar, vistoriar, controlar, vigiar. Porém, atualmente, a figura deste profissional nas Instituições Escolares proporciona uma estreita ligação entre os outros órgãos do Sistema Educacional, quer sejam Secretarias, quer sejam Regionais e Unidades Escolares, para garantir a aplicação legal do regime democrático. Por isso, o Inspetor tem uma grande concentração nos aspectos Administrativos, Financeiros e Pedagógicos das Unidades Escolares, trabalhando inclusive, como agente sócio-político. (BIASE, 2009).

 

Além de fazer os registros de fatos ocorridos na escola de relevância, essas escriturações poderão ser usadas no futuro como boletim escolar, diários de Classe, Fichas individuais, atas entre outros, e esses documentos precisam ser organizados e guardados ou arquivados de maneira que se mantenha integro e acessível quando pedido por alguém da comunidade escolar requisitar e ser atendido nas suas expectativas.

 

Colaborar com a equipe da escola em projetos e experiências pedagógicas que proponham melhoria do processo de ensino-aprendizagem; Acompanhar e orientar quanto ao preenchimento correto do censo escolar, livro de ponto, diários de classe, livro de transferências expedidas, livro de registro de matrículas, livro de atas de resultados finais, livro de atas de exames especiais, ficha de matrícula, histórico escolar, ficha individual, sistema web; Verificar sempre que necessário a documentação dos alunos, dando atenção especial aos anos iniciais e finais e passar as orientações necessárias (UBERLÂNDIA, 2019)

 

Ao chegar nas escolas o inspetor escolar deve ser atendido em suas necessidades de documentos requisitados e esses devem ser feitos de forma correta e verídica para que de fato a inspeção feita seja real e condizente com os acontecimentos ocorridos de fato na instituição de ensino, só dessa forma as intervenções surgiram efeitos realmente benéficos para o melhor andamento da escola e melhor atendimento da comunidade escolar.

O profissional inspetor escolar deve sim ser crítico, ético, reflexivo e democrático que busque organizar e normatizar (quando necessário) as instituições de ensino como um todo seguindo as normas legislativas vigentes, com o objetivo de assegurar direitos e até deveres de todos os envolvidos no processo de ensino aprendizagem dentro das escolas.

Como diz Biasi:

 

As ações do Inspetor não se limitam, evidentemente, apenas nas aplicações de normas, mas, também, nas ações de revisão ou mudanças na legislação, numa perspectiva crítica adequada à realidade social a que se destina, dando conhecimento à administração do Sistema das consequências da aplicação dessas mesmas normas. (BIASI, 2009)

 

O inspetor escolar é quem de fato faz as observações das normas legislativas do Estado dentro das instituições de ensino é esse funcionário público quem vai no local ou seja observar se as normas legais estão efetivamente sendo aplicadas dentro das escolas e se está sendo aplicada de forma correta e se está atingindo o objetivo esperado para cada norma aplicada, é esse profissional quem apura o que verdadeiramente está dando certo, o que deve ser alterada ou até excluídas do sistema educacional.

O inspetor escolar tem uma função mais ampla, ou seja, uma visão e uma função macro no âmbito educacional, ou seja, ele deve ter uma visão ampla e sistêmica da escola e sua função não deve ser confundida ou igualada a função do supervisor escola esse também é uma função importante, mas dentro das escolas, ou seja, uma função micro educacional voltando-se mais para funções internas das atividades diárias das escolas e todos sempre buscando a qualidade no ensino.

Conforme:

 

O inspetor é, e tende a ser cada vez mais, um profissional que atua em âmbito macro educacional, orientando e coordenando escolas dentro do sistema, enquanto o supervisor está situado no plano da microeducação, orientando e coordenando a atividade de professores dentro da escola. A fusão proposta redundaria, fatalmente na absorção do segundo pelo primeiro, o que seria tanto mais de lastimar quanto, no progresso da supervisão repousam fundadas esperanças de um a renovação qualitativa da educação brasileira de graus primário e médio (apud MENESES, 1977 , p.53, p.53 apud PEREIRA 2012)

 

A gestão democrática dentro das escolas é mais um desafio para o inspetor escolar observar. Com o aumento das tecnologias, com informações sendo propagadas de forma muito rápidas isso exigiu uma maior participação da comunidade escolar dentro das unidades educacionais através da gestão democrática as tomadas de decisões da unidade escolar são feitas com participações de pais, alunos, professores enfim todos os envolvidos ou afetados pelas decisões tomadas pela escola.

Essas participações tendem a deixar as instituições de ensino mais próximas de atender as necessidades de seus alunos e perspectivas dos pais em relação a escola pública e da população ao seu entorno.

Segundo:

 

A gestão da escola passa a ser então o resultado do exercício de todos os componentes da comunidade escolar, sempre na busca do alcance das metas estabelecidas pelo projeto político-pedagógico construído coletivamente. A gestão democrática, assim entendida, exige uma mudança de mentalidade dos diferentes segmentos da comunidade escolar. A gestão democrática implica que a comunidade e os usuários da escola sejam os seus dirigentes e gestores e não apenas os seus fiscalizadores ou meros receptores de serviços educacionais (BARBOSA,1999, p.219 apud MARANGON; 201 4).

 

Com esse descentralização de poder a escola tem mais autonomia nas suas tomadas de decisões, nas suas competências de propostas pedagógicas e até gestão de recursos públicos, porém quanto mais autonomia maior o risco de erros e de muita discrepância de uma unidade escolar para outra e mais uma vez entra o trabalho do inspetor escolar para fazer com que as escolas não saiam muito do caminho correto.

De acordo com:

 

Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II participação da comunidade escolar local em conselhos escolares ou equivalentes (BRASIL,1996 a pud MARANGON; 2014).

 

É o inspetor escolar quem está sempre próximo ou até dentro das instituições de ensino e em contato com a comunidade escolar e com isso ele faz o diálogo entre essas instituições e os órgãos ou setores que as administra seja elas secretárias de educação, coordenadorias, etc.

Portanto o inspetor escolar tem sua função de orientar, organizar e tudo almejando qualidade educacional de formação humana plena dos estudantes é para atingir essa finalidade que o bom inspetor escolar trabalha.

 

 

Conclusão

 

O inspetor escolar vai no local da escola e pode fazer ações pontuais para cada unidade escolar ajudando a reestruturação do ambiente escolar, mas são com as informações colhidas nas visitas ás instituições que ele tem a oportunidade de fazer ações macro através de suas observações e anotações que leva para os gestores públicos.

Por fazer o papel de mão e olhos do Estado dentro das escolas em busca de prevenir e dessa forma evitando que problemas futuros tanto no campo administrativo quanto no pedagógico aconteçam, tendo o papel de orientar e colaborar para o processo de ensino e aprendizagem de qualidade e significativo para toda a comunidade escolar para chegar a uma formação humana plena.

Portanto o inspetor escolar não é um mero “fiscalizador” como vimos até aqui ele é sim um agente que busca fazer a ponte entre o poder público e as unidade educacionais e todos ansiando por uma escola pública de qualidade e que esteja mais próxima da realidade na qual está inserida.

 

 

REFERÊNCIAS

 

CAVALCANTE DOS SANT OS RODRIGUES, Creonide. O desafio atual da supervisão escolar na formação continuada de professores . Fapb, [S. l.], p. 1-14, 2011.

 

BIASE, Érica Giaretta. O papel do inspetor escolar no processo democrático. Disponível: http://edivanioavila.wordpress.com/2009/11/26/o-papel-do-inspetor-escolar/ Acesso em 20/05/2022.

 

COELHO DE L IMA PEREIRA, Jéssica. Inspeção Escolar: uma análise das relações de poder. Ppfh, [S. l.], p. 1 - 118, 2012.

 

MARANGON, CRISTIANE. Administração versus gestão escolar: o Intercruzamento conceitual. Ufsm, [S. l.], p. 1 - 68, 2014.
Inspeção escolar no contexto das políticas de gestão https://latinamericanpublicacoes.com.br ›
Latin American Journal of Development, Curitiba, v. 3, n. 4, p. 2858-2868, jul./ago. 2021. ISSN 2674-9297 Acesso em 20/05/2022.