Buscar artigo ou registro:

 

 

A EDUCAÇÃO INFANTIL E O AUTISMO: O DESAFIO DA INCLUSÃO

Jane Regina Vanni Silva[1]

Edeviges Veronica Barczyszyn[2]

 

 

RESUMO

O presente trabalho trata-se sobre a educação infantil e o autismo: o desafio da inclusão, trata-se de uma revisão bibliografia, que tem objetivo de demonstrar a importância a inclusão crianças com autismo na escola regular e de  pensar também no professor pois muitas vezes ele não está preparado para receber alunos com autismo, de modo que um dos maiores desafios hoje é proporcionar educação para todos, sem discriminação, além de garantir um projeto educacional organizado e adaptado para atender as necessidades educacionais especiais dos alunos.

 

Palavras-chave: autismo; escola; inclusão.

 

 

ABSTRACT

The present work is about early childhood education and autism: the challenge of inclusion, it is a literature review, which aims to demonstrate the importance of including children with autism in regular schools and also to think about the teacher because many sometimes it is not prepared to receive students with autism, so one of the biggest challenges today is to provide education for all, without discrimination, in addition to ensuring an educational project organized and adapted to meet the special educational needs of students.

.

Keywords: autism; school; inclusion.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Na era da inclusão, a sociedade assim como os profissionais da educação deve estar preparada para incluir crianças, adolescentes e outras pessoas com dificuldades e/ou transtornos, como crianças com autismo.

 Assim Mello (2007), diz que o autismo é um distúrbio do comportamento que consiste em uma tríade de dificuldades, são elas: dificuldade de comunicação, dificuldade de sociabilização e dificuldade no uso da imaginação, de modo que o professor precisa ser bastante paciente, e fazer uma rotina em sala de aula, para que o aluno autista possa se desenvolver de forma bastante significativa dentro de suas possíveis habilidades e aprendizagem.

Quando se fala em inclusão o professor precisa buscar conhecimento sobre o assunto para compreender melhor as particularidades de seus alunos, sempre buscando meios que possam auxiliá-lo a incorporar os alunos com autismo ao seu ambiente de vida, ou seja, compreender o autismo não só ajuda os alunos, mas também permite que os profissionais da educação ampliem seu trabalho, repensem suas práticas e identifiquem diferentes tipos de realidades vivenciadas em sala de aula.

 

 

AUTISMO

 

Etimologicamente, o autismo vem da palavra grega "autos", que significa "si ou a si mesmo", e tem sido descrito como um distúrbio neurológico que ocorre na infância, causando atrasos no desenvolvimento da criança (aprendizagem e socialização), afetando principalmente sua interação social, comunicação e imaginação (Kanner, apud Menezes, 2012).

 O TEA pode ser acompanhado por outros distúrbios, e ocorre em graus variados, desde o mais grave (a pessoa não fala, não olha, não tem interesse na outra pessoa) até o mais brando, chamado de alto funcionamento (fala e consegue acompanhar o aprendizado normal, se na ocupação se desenvolvem e se conectam com os outros).

O transtorno do espectro autista é diagnosticado com mais frequência, muito provavelmente por ter se tornado uma condição mais amplamente conhecida, e no Brasil, o tema da Lei nº 12.764, é, para todos os efeitos legais, o respeito às pessoas com transtorno do espectro autista.

 

 

A EDUCAÇÃO INFANTIL E O AUTISMO

 

Quando a criança chega à idade escolar, a preocupação é procurar uma escola dê condições na qualidade de ensino as crianças, independentemente de suas limitações, e crianças com autismo, há muitas escolas que não estão estruturalmente e pedagogicamente prontas para aceitá-los, o autismo tem sido amplamente discutido nos últimos anos, e com mais frequência na educação infantil (CUNHA, 2015).

Após a Declaração de Salamanca, as instituições de ensino têm a responsabilidade de treinar seu corpo docente para oferecer educação de qualidade a esses alunos, visando um desenvolvimento intelectual e cognitivo igualitário, com uma perspectiva inclusiva e não isolante, os professores diferenciados da primeira infância devem não apenas se conectar, mas também mediar o desenvolvimento cognitivo, intelectual e social da criança e facilitar as interações dentro da sala de aula e fazer  com que ele se sinta incluído no ambiente e ajuste o cômodo de forma organizada para melhor acomodá-lo.

Na perspectiva do processo de inclusão, Carvalho (2008) diz que ensinar significa "redefinir o papel dos professores, das escolas, da educação e das práticas pedagógicas em todos os níveis que são comuns no contexto excludente do nosso ensino". E que A inclusão não se enquadra no paradigma educacional tradicional, pelo que a preparação do professor neste sentido exige um desenho diferente do existente na assessoria de especialização e na formação em serviço, que também muda.

A educação da primeira infância para qualquer desenvolvimento infantil é importante, especialmente para crianças com necessidades educacionais especiais, incluindo autismo e é evidente o fato de a educação infantil ser o alicerce sobre o qual toda criança desenvolve seus aspectos físicos, mentais, intelectuais e sociais, pois e nessa fase que empoderar a criança a se conhecer, desenvolver sua autonomia e possibilitar a construção de novos conhecimentos no ambiente escolar (CUNHA, 2015).

Para Carvalho, (2008), trabalhar com crianças com autismo é um desafio diário, o professor deve reconhecer as dificuldades, limitações e potencialidades, gostos e estímulos que melhor o ajudem a atingir seus objetivos com esses alunos, de maneira que as atividades lúdicas são importantes para o desenvolvimento social e cognitivo, as habilidades psicomotoras e emocionais das crianças com autismo, proporcionam a alegria de aprender e desenvolver, e respeitam suas limitações, embora se buscam as melhores opções de inclusão, não se pode deixar de perceber que os professores não foram preparados para recebê-los e trabalhar com eles, o que causa um transtorno para ambas as partes.

 

 

O PROFESSOR E SEU PAPEL NO AUTISMO

 

O professor deve ter uma clara consciência do importante papel que desempenham ao iniciar o processo de inclusão de uma criança com necessidades educacionais especiais associadas ao autismo infantil. Um professor qualificado pode abrir as portas para muitas oportunidades: como cada criança autista processa as informações e quais são as melhores estratégias de ensino com base em seus pontos fortes, interesses e habilidades potenciais únicos (GOLDBERG, 2002).

É necessário repensar a formação de professores com necessidades especiais, para que possam atuar em diferentes situações e possam desempenhar um papel fundamental nos programas de educação especial. A formação inicial não categorizada abrangendo todos os tipos de deficiência deve ser adaptada antes de se realizar uma formação especializada em uma ou mais áreas relacionadas com carências específicas (Declaração de Salamanca, 1994, p. 27).

Os professores devem desenvolver métodos de aprendizagem para que os alunos com autismo possam se comunicar e se desenvolver, de modo que os conteúdos curriculares para crianças com autismo devem corresponder ao seu desenvolvimento e potencial, de acordo com a sua idade e interesses; o ensino é o principal objetivo a ser alcançado e a sua continuidade é muito importante para torná-las independentes. Trabalhar com alunos com autismo requer o desenvolvimento de práticas e estratégias de ensino que acolham a todos e respeitem as diferenças (GOLDBERG, 2002).

Os desafios de trabalhar com alunos autistas são enormes e exigem muito conhecimento e preparação para o trabalho, além da sensibilidade e a percepção do professor são extremamente importantes para aprender, compreender e trabalhar com alunos autistas.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A inclusão de crianças com TEA deve ir muito além de sua presença em sala de aula; deve focar na aprendizagem e no desenvolvimento de habilidades e potencialidades para superar as dificuldades, pois a educação é uma das ferramentas mais importantes para o desenvolvimento de crianças com autismo.

De maneira que o aprender para crianças com autismo não é fácil, essas crianças podem alcançar uma vida mais independente e com qualidade, e com dedicação e amor, tudo fica mais fácil, pois para que os alunos autistas desenvolvam suas habilidades, é necessária uma estrutura escolar eficaz, onde todos os envolvidos no processo educacional estejam preparados profissionalmente.

Conclui-se que os alunos autistas têm dificuldade em se ajustar ao mundo exterior, as escolas devem considerar a adequação da situação, não apenas salas de aula inclusivas, mas escolas inclusivas, ou seja, é necessário que as escolas criem uma situação regular no tempo e no espaço como estratégia de adaptação e desenvolvimento desses alunos.

 

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Brasília:  Presidência da República, [2012].  Disponível em:  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12764.htm. Acesso em: 22 ago. 2022.

CARVALHO, R. E. Escola Inclusiva: a Reorganização do Trabalho Pedagógico. 1. ed. Porto Alegre: Mediação, 2008.

CUNHA, E. Autismo e Inclusão: psicopedagogia e práticas educativas na escola e na família. 6 ed. Rio de Ja-neiro: Wak Ed., 2015.

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em: 18 ago. 2022.

GOLDBERG, K. A percepção do professor acerca do seu trabalho com crianças portadoras de autismo e síndrome de Down: um estudo comparativo. 57 p. Dissertação (Mestrado), Curso de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.

MELLO, A. M. S. R. Autismo: guia prático. 6. ed. São Paulo: AMA, 2007.

MENEZES, A. R. S. Inclusão escolar de alunos com autismo: quem ensina e quem aprende? Dissertação (Mestrado), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2012.

 

[1] Especialista em Educação Infantil e Especial pelo Instituto de Educação “Bom Jesus” de Cuiabá. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

[2] Especialista em Educação Infantil e Especial pelo Instituto de Educação “Bom Jesus” de Cuiabá. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.