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EDUCAÇÃO INCLUSIVA: MICROCEFALIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Juliana Aparecida Berguimo[1]

Suelen Cristina de Oliveira Rodrigues[2]

Suely Freiberger de Araujo

 

 

RESUMO

O presente trabalho aborda o que é a Microcefalia e quais são as suas causas, expondo a grande descoberta da relação do Zika Vírus com essa deformidade. Este estudo foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica em livros e meios eletrônicos. Nesse sentido, é possível ressaltar que com o grande número de casos no Brasil, futuramente as escolas brasileiras terão que se adequar para receber essas crianças. Diante desses fatores, o objetivo desse trabalho é conscientizar os leitores da grande importância de alunos com essa deficiência em frequentar as escolas regulares juntamente com outras crianças estimulando-a em seu desenvolvimento. Primeiramente, a família deve estar ciente de que é um direito da criança a ter acesso à educação, no entanto os pais como responsáveis ao matricular seu filho deverá apresentar todos os laudos necessários para garantir a permanência desse aluno na escola. Apesar de suas limitações é essencial que essa criança seja inteirada no ambiente escolar junto com as demais, mesmo que ela tenha um desenvolvimento lento devido os problemas neurológicos que afeta seu sistema cognitivo a criança com essa patologia pode levar uma vida estável na sociedade. Por tanto, é possível concluir que essa inclusão é positiva em vários aspectos de sua formação social, sendo o dever da escola incentivar o aluno para que o mesmo venha ter autonomia e segurança para melhor desenvolver suas habilidades sensoriais e cognitivas.

 

PALAVRAS-CHAVE: Microcefalia; Educação Inclusiva; autonomia.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Atualmente no Brasil a muitos casos de Microcefalia devido ao grande índice de mulheres contaminadas pelo Zika Vírus na gestação. Infelizmente ainda está nascendo crianças com essa patologia cerebral, algumas destas crianças já estão inseridas nas escolas regulares e futuramente outras com a mesma deficiência vão ser matriculadas em redes de educação, sendo assim é fundamental que as escolas estejam preparadas para receber esses alunos, utilizando de todos os recursos necessários como: materiais adaptados, professores capacitados, auxiliares como Técnico De Desenvolvimento Infantil (TDIS), também os profissionais da saúde, e espaços de livre acesso para todos! Independentes de serem deficientes ou não.

Assim tornando a escola um ambiente totalmente inclusivo, onde sejam valorizadas as diversidades, sendo o professor o grande responsável para que não haja segregação e sim interação entre os alunos, usando uma didática que atenda todos os tipos de crianças cada qual com suas especialidades, cultura e etnias.

Para este trabalho, a área de concentração escolhida foi sobre a Educação Inclusiva, pois a criança com microcefalia precisa de uma atendimento especial de ao mesmo tempo sentir-se inserida na sociedade para seu desenvolvimento social e sua interação em grupo. A questão que se levanta nesse trabalho é sobre os desafio do professor frente à alfabetização, pois é o processo de letramento em que o aluno começa a ter noção de leitura e escrita, cabe ao educador buscar por capacitações para melhorar seu trabalho pedagógico, fazendo uso de uma didática inovadora e eficiente trabalhando de forma diferenciada e ao mesmo tempo usar métodos que venham incluir o aluno com Microcefalia nas atividades em sala de aula.

Nessa perspectiva, compreende-se que é dever do professor promover uma educação igualitária para que não haja sentimento de inferioridade entre os discentes, sempre pregando respeito e a valorização humana e demonstrando que apesar de suas limitações a criança com Microcefalia tem a capacidade de se desenvolver naturalmente possuindo o mesmos direitos de ser acolhida com amor e respeito na escola igual as outras.

Esse estudo objetiva demonstrar a importância da educação inclusiva e dos desafios da criança com microcefalia ao ingressar na escola, bem como a gestão escolar e suas dificuldades ao acolher este aluno.

É de fundamental relevância debater sobre a microcefalia, suas causas e suas mudanças na vida da família e de uma criança portadora desta deficiência. Ainda existem muitos tabus em relação à inclusão de uma pessoa que contenha alguma necessidade especial e é crucial que a sociedade conheça sobre o assunto e saiba o básico para possibilitar a aceitação de pessoas consideradas “diferentes”, tornando a sociedade mais acolhedora e com um futuro promissor para as futuras gerações.

Para o desenvolvimento do trabalho, foi utilizada a pesquisa bibliográfica, onde inicialmente recorri à internet como primeira ferramenta de pesquisa para buscar embasamento teórico acerca do tema, utilizando materiais como: livro didático, cadernos de anotações, canetas, computador, celular, e pendrive.

Visualizei também alguns vídeos sobre Microcefalia da internet, em seguida realizei observação in loco o que me auxiliou muito, pois em meus estágios tive a oportunidade de realizar na Escola onde estuda um aluno com Microcefalia, e claramente preferi a sala em que o mesmo se encontrava matriculado, então continuando minha pesquisa conversei com a professora regente e sua auxiliar para saber quais as maiores dificuldades que ambas enfrentavam no dia a dia para trabalhar uma Educação Inclusiva e seus métodos para incluí-lo nas atividades em sala de aula.

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

A palavra microcefalia originou-se do grego Mikros que quer dizer pequeno e Kephale que quer dizer cabeça, Microcefalia é uma deficiência que pode atingir as crianças na gestação, no nascimento ou após seus primeiros anos de vida, são complicações que atingem o sistema nervoso, ou interferências nos processos Intra uterinos. A Microcefalia é uma deficiência neurológica de má formação congênita em que o cérebro e a cabeça da criança são menores que a dos demais de sua idade. Crianças com essa deficiência podem ter sérias sequelas como: cegueira, ou problemas auditivos que pode causar surdez e ausência da fala, retardamento no desenvolvimento intelectual e sérias dificuldades na coordenação motora. Muitas vezes a Microcefalia pode vim acompanhada de outras deficiências ou síndromes como Autismo, Paralisia, ou atrofiamentos de nervos.

Os médicos ainda não obtiveram respostas exatas a respeito da deficiência, uma vez que tudo varia em relação aos sistemas afetados na formação dos bebês durante a gestação, no entanto, cada caso é especifico, e pode acontecer da criança contrair a Microcefalia, porém ter apenas problemas neurológicos, podendo escutar, andar normalmente e se alimentar perfeitamente iguais outras crianças.

 

Figura 1: Bebê com microcefalia.

Fonte: Disponível em:<www.blogdoelvis.ne.val.com.br >Acesso em: 15 Nov. 2017.

 

As causas da Microcefalia podem ser: a diminuição do oxigênio para o cérebro fetal que atinge diretamente o sistema neurológico do bebê, doenças como rubéola, toxoplasmose, e outros fatores como: o uso de drogas e álcool na gestação. E também algumas doenças genéticas podem causar essa deficiência. Atualmente, os cientistas descobriram uma nova ameaça conhecida como Zika Vírus!

Zika Vírus é uma infecção causada pelo vírus ZIKV transmitida pelo mosquito Aedes Aegypit, o mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunya, estudos realizados concluíram a relação do vírus com a Microcefalia, pois mulheres infectadas nos primeiros meses de gestação tiveram seus bebês com má formação cerebral e muitas destas crianças nasceram com a deficiência, o vírus foi identificado no sangue de bebês com Microcefalia e também no liquido Aminiótico das mães infectadas.

Desta forma, salienta-se que, segundo médicos o perigo de contaminação é nos três primeiros meses, no Brasil os maiores casos de Microcefalia foi nos estados da Bahia, Pernambuco e Paraíba. A doença pode ser diagnosticada ainda na gravidez, sendo irreversível e não existe um tratamento totalmente significativo; todavia, com os devidos medicamentos e tratamentos contínuos a criança pode a ter uma qualidade de vida mais estável.

Hoje muitas dessas crianças já estão inseridas nas redes de Educação Especial a APAE, no entanto sabemos que a escola como centro de formação humana tem a obrigação de valorizar as diversidades, sendo um ambiente inclusivo tanto para crianças sem deficiência quanto as que possuem necessidades especiais, onde as mesmas possam aprender a conviver em sociedade.

A inclusão de alunos com deficiência nas redes de escolas públicas é um direito amparado pela lei (LDB) nº 9.394/96, segundo o artigo 7.611 de 2011, o atendimento educacional especializado é uma das diretrizes que garante um sistema educacional inclusivo para todos sem descriminação baseando-se na igualdade, assim cabe à família da criança lutar por esses direitos.

Segundo Jean Piaget: “[...]Se toda pessoa tem direito á educação, é evidente que os pais também possuem o site de serem, senão educados ao menos no tocante a melhor educação a ser proporcionada a seus filhos”.

No caso da criança com Microcefalia esta apresentará muitas dificuldades devido ao seu problema neuropsicomotor, por isso é essencial que o pedagogo tenha um auxílio em sala para dar suporte a esse aluno, com um espaço adequado para ministrar suas aulas e se possível com menor número de alunos, para que possa destinar maior atenção as necessidades da criança em questão.

No Brasil, muitas escolas deixam a desejar, pois é dever dos governantes garantir que a escola tenha uma infraestrutura que comporte as necessidades em geral, como espaços onde todos possam trafegar livremente como: as rampas de acesso, as barras de apoio, assentos e banheiros adequados, assim investindo em uma educação de qualidade.

De acordo com Paulo Freire: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua própria produção ou construção”.

Para melhorar sua construção e produção, o professor deve buscar novos conhecimentos em sua área, com metodologias inovadoras, pois sua função não é somente integrar a criança em sala de aula, mas incluí-lo no âmbito escolar, fazendo atividades diferenciadas com a criança sempre seguindo a mesma didática, é importante incentivar que o mesmo tenha autonomia, pois a criança se desenvolve de acordo com as características do ambiente em que vive. No caso do portador de Microcefalia e sua maneira mais lenta de aprender, é preciso utilizar estratégias apropriadas, sempre respeitando suas limitações para que o aluno com Microcefalia não se sinta diferente e sim inteirado com as outras crianças, é importante realizar atividades para trabalhar sua coordenação motora, para que ele venha desenvolver melhor suas habilidades, pois de acordo com a citação abaixo:

Segundo (Vygotsky, 1997, p.12): A criança com deficiência possui um funcionamento diferente, desse modo, “não é simplesmente uma criança menos desenvolvida que seus coetâneos normais, mas desenvolvida de outro modo”.

Portanto, com o grande número de crianças que nasceram com essa deficiência entre 2015 e 2016 sabemos que futuramente as mesmas vão ser inseridas nas escolas, então é fundamental para nós professores nos conscientizarmos de que a criança com Microcefalia não vai estar preparada para ingressar na sala de aula, más sim a escola deve estar preparada para recebê-las, tanto com materiais pedagógicos especiais, ajuda de profissionais e um ambiente favorável, é importante que a escola passe um sentimento de aconchego a essa criança, pois é óbvio que vai ser um grande desafio para esse aluno permanecer na escola.

 

OS DESAFIOS DO ALUNO COM MICROCEFALIA AO INGRESSAR NA ESCOLA

 

Quando falamos em inclusão do aluno com Microcefalia em escolas regulares, o assunto é mais complexo do que parece, pois a criança ao chegar ao âmbito escolar certamente irá ter dificuldades de adaptação, na maioria dos casos são crianças totalmente dependentes que precisam de cuidados especiais.

Os desafios que ela pode enfrentar primeiramente é o de locomoção, pois pode ser que a Microcefalia venha acompanhada de outras deficiências limitando-a em questões como: andar, comer, beber, ir ao banheiro e realizar outras atividades escolares, o aluno também pode ter deficiência auditiva ou ausência da fala o que vai dificultar muito em sua comunicação com o meio, o deixando com um sentimento de insegurança na instituição.

Cabe à escola tomar as providências necessárias para atender o aluno em todos esses aspectos, com profissionais capacitados e adequados a cada tipo de situação, tornando a escola um espaço agradável e prazeroso, onde a criança se sinta segura, amada e respeitada em todos os sentidos, tornando assim mais eficaz o processo de ensino-aprendizagem.

É importante que a criança desenvolva uma vida social com os demais ao seu redor, normalmente a criança com deficiência tende a ser mais egocêntrica que as outras, devido os cuidados da família por suas limitações. A socialização é mais um desafio que esse indivíduo encontra ao ingressar na escola, normalmente em casa ela é muito protegida tendo as atenções e todos os cuidados direcionados somente a ela. Ao chegar à escola ela pode sentir-se totalmente desamparada fora de seu mundo, deparando-se com rostos estranhos, na maioria das vezes a criança vai demonstrar um comportamento agressivo ou um sentimento de pânico devido estar fora do lar e longe da família protetora, assim pode agredir outras crianças por ter consigo um sentimento de egoísmo mais elevado que os demais alunos.

No entanto, isso pode ser um sistema de defesa da criança com deficiência ao se sentir ameaçada, por estar fora de seu ambiente familiar, por isso é responsabilidade da escola e de seus profissionais passar a essa criança sentimentos de amor, carinho, compreensão, e segurança, o deixando-o mais a vontade no ambiente escolar.

Para que o portador de Microcefalia se desenvolva socialmente se interagindo com outros ao seu redor é importante que não haja sentimento de inferioridade por parte dele e sim interação com o meio escolar, pois os contatos humanos são fundamentais para uma vida em sociedade.

 

Figura 2: menino com microcefalia brincando na escolinha.

Fonte: Disponível em:<www.oglobo.globo.com>. Acesso em: 07 Set. 2017.

 

Cabe ao docente quando receber o aluno com Microcefalia em sala de aula trabalhar uma Educação Inclusiva de forma com que os outros colegas de turma respeitem e amem essa criança, entendendo que ela tem qualidades e sentimentos iguais a todos somente com algumas limitações específicas, porem que não os diferem da humanidade.

 

A GESTÃO E SEUS DESAFIOS AO RECEBER O ALUNO COM MICROCEFALIA

 

Quando se fala em Gestão Escolar nos referimos à equipe gestora que comanda a escola, formada por supervisor, coordenador, e diretor, juntos realizam a administração política e burocrática da instituição.

O Diretor por sua vez necessita ser um profissional exemplar e qualificado tendo plena consciência de seu papel na escola.

Para Isambert-Jamati (1997, p.104) competente:

 

[...] é aquele que domina suficientemente a área na qual intervém para identificar todos os aspectos de uma situação nessa área e para revelar eventualmente as distinções dessa situação. Mas para ser competente deve também munido destes conhecimentos, pode decidir a maneira de intervir a fim de obter tal resultado com eficácia e economia de meios.

 

Conforme demonstrado na citação acima, é cabível que o gestor saiba lidar com diferentes situações do cotidiano. Portanto, ele deve estar a par dos pontos positivos e os negativos resolvendo os problemas e analisando as necessidades e prioridades da escola e seja tomado de valores éticos e dotado de princípios.

 

PARCERIA ENTRE GESTÃO ESCOLAR E SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

 

Percebe-se claramente que é a gestão quem comanda a escola não somente em questões burocráticas más também em outros termos, seu dever é visar uma educação humanizada e igualitária. De acordo com Paulo Marcos Ferreira Andrade- Barra do Bugres- MT, 2016:

 

O Gestor Escolar e responsável por construir uma gestão eficaz e melhora os procedimentos e institucionais da organização escolar com base num processo interno de avaliação. Esta avaliação obriga a análise das responsabilidades e atividades daqueles que trabalham na escola, bem como o uso das suas instalações, para assegurar que os recursos humanos e materiais da escola estejam organizados de modo a criar um ambiente de aprendizagem eficiente, seguro e eficaz.

 

Para criar um ambiente seguro no âmbito escolar é fundamental que todos cumpram corretamente suas funções, e que haja um espaço que comporte todos os tipos de alunos, no entanto com o grande índice de crianças com Microcefalia no Brasil que já estão sendo inseridas nas escolas é dever do gestor criar possibilidades para que elas permaneçam, sem dúvidas é um enorme desafio para o gestor conquistar recursos especializados e inovados para atender o aluno com essas peculiaridades.

Adquirir um espaço adequado com moveis adaptados e profissionais qualificados é bem difícil, infelizmente essa é uma realidade comum na maioria das escolas brasileiras, sabemos da situação precária e da falta de recursos que elas se encontram, pelo descaso da parte de nossos governantes quando o assunto é educação pública, más mesmo assim o gestor deve ser persistente e lutar por melhorias na instituição, solicitando primeiramente uma infraestrutura física adaptada que comporte as necessidades do aluno com Microcefalia.

Cabe também ao gestor educacional solicitar salas de recursos multifuncionais se a escola ainda não possuir, é importante que a escola tenha parcerias com órgãos governamentais articulados à área de saúde e assistência social para melhor atender o aluno de microcefalia. O gestor deve ter muita garra, coragem e otimismo para que seja possível alcançar um sistema de ensino igualitário e inclusivo para todos.

É possível que a gestão escolar juntamente com a família do aluno com Microcefalia forme uma parceria com a secretaria municipal de saúde, estabelecendo um atendimento com profissionais de saúde municipais que auxilie no desenvolvimento da criança melhorando em seu processo cognitivo.

 

A INCLUSÃO DO ALUNO COM MICROCEFALIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

 

As séries iniciais do ensino fundamental é o início do processo de formação do aluno na alfabetização quando os mesmos passam a decodificar as letras, aprimorando suas capacidades de leitura e escrita.

Nessa etapa cabe ao professor a responsabilidade de trabalhar em sala de aula com total competência para que o processo de ensino e aprendizagem seja eficaz, respeitando as personalidades de cada aluno, pois cada criança tem seu tempo próprio e maneiras diferentes de aprender.

Sendo assim é essencial o professor avaliar a dificuldade de cada um, quando se trata da inclusão de um aluno com lesões neurológicas como é o caso da microcefalia, em primeiro lugar a família deve estar ciente de que é um direito da criança a frequentar uma escola regular com outros alunos, essa inclusão é positiva não apenas para seu desenvolvimento intelectual, más também para sua formação social.

Segundo Mario Sergio (Cortella, 1954):

 

Não cabe ao Estado, via escola pública, substituir a responsabilidade que a família tem, a menos que ela esteja em situação de descuido total. Cabe à instituição promover a autonomia, a solidariedade e a formação crítica, mas a responsabilidade principal continua sendo da família e ela não pode se eximir disso.

 

No entanto os pais como responsáveis devem certificar do quadro de saúde e as condições em que se encontra a criança, tendo em mãos todos os exames e laudos necessários garantindo que o aluno possa frequentar a escola.

 

 

QUALIFICAÇÃO DO CORPO DOCENTE

 

A qualificação do corpo docente é de suma importância para receber um aluno com Microcefalia, além de seu auxílio no fortalecimento da equipe escolar. A gestão escolar tem como grande aliada à formação continuada que é um ponto forte para aperfeiçoar o trabalho professores e funcionários para juntos discutirem maneiras e trocar ideias, formulando um projeto pedagógico totalmente inclusivo que atenda o aluno de Microcefalia de maneira que ele não tenha que ajustar-se aos padrões de normalidade para apreender, e sim a escola se ajustar para não atender somente ele e sim a todas as diversidades de alunos.

De acordo com a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n 9.39496, no artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organizações específicas para atender de acordo suas necessidades.

Nos anos iniciais do ensino fundamental o portador de microcefalia apresentará muitos atrasos na aprendizagem, será necessário que continue os acompanhamentos de multiprofissionais: fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos para que seja possível que a criança venha a desenvolver cada vez mais suas habilidades, e assim aos poucos ir superando suas limitações.

Segundo (Berodt, 2013, p.2), “Microcefalia pode apresentar-se como uma anomalia única ou em associação com outros problemas de saúde e pode ser causado pela a herança de um gene autossômico recessivo, ou raramente, um gene autossômico dominante”.

Ele se refere a uma desordem cerebral que impede a criança de desenvolver os papéis de acordo com sua idade, tendo assim uma grande fragilidade no seu sistema cognitivo, o que significa uma aprendizagem lenta no indivíduo, em relação ao processo de alfabetização vai depender das condições psicológicas, física e sensorial da criança. Sem dúvidas, alfabetizar um aluno com microcefalia é um grande desafio para o professor, é necessário que haja uma parceria com os pais da criança, para que o educador tome conhecimento dos problemas e limitações do aluno assim melhorar o seu trabalho em sala de aula usando a ludicidade e atividades interativas obtendo bons rendimentos com a criança.

É essencial que o portador de microcefalia se relacione com os demais alunos da sala, essa inclusão é importantíssima para que ele aprenda conceitos como: interagir, conviver em grupo, dividir objetos e brincar, assim se adaptando de acordo com o meio em que vive.

Ao iniciar o processo de ensino e aprendizagem o professor deve adotar métodos diferentes com esse aluno, pois dependendo do grau de complicações apresentadas na criança sua função cognitiva certamente será afetada, o que impede de que ela venha a ter discernimento em relação a numerais, letras, leitura e escrita.

Sendo assim o educador deve partir para o lúdico, oferecendo materiais interessantes e coloridos que chamem a atenção do aluno, normalmente a Microcefalia atinge muito a coordenação motora do indivíduo, o professor deve trabalhar atividades como: massa de modelar, pintura, recortes, tudo para estimular as articulações da criança, para obter um melhor desenvolvimento da escrita.

É fundamental o que o professor tenha o auxílio de uma TDI não somente para ajudar na sala, mas também para acompanhar a criança nas necessidades fisiológicas, pois o professor regente além de atender o aluno com a deficiência tem que se dedicar ao restante da sala, observando o processo de construção e as dificuldades de cada aluno. Desta forma, suas aulas devem ser planejadas referente ao currículo escolar, más o educador deve adaptar e modificar as atividades para a melhor compreensão da criança com Microcefalia, más seguindo sempre o tema de acordo com sua aula.

O objetivo é fazer com que a criança portadora de Microcefalia desenvolva suas habilidades sendo independente, por isso é inaceitável que a professora ou sua auxiliar se comporte como babás, seus deveres juntamente com o a família do indivíduo é incentivar a autonomia da criança, fazendo com que ela realize possíveis tarefas como: alimentar-se, vestir-se, pintar, recortar, guardar os materiais, entre outras coisas que estimulem o seu desenvolvimento físico e motor.

O fato é que ensinar não é dar tudo pronto, más sim fazer com que pela a curiosidade o aluno venha a descobrir, realizar e aprender.

De Acordo com Jean Piaget (1896 a 1980): “O professor não ensina más arranja modos de a própria criança descobrir criar situações-problema”. Com isso o pensador se refere que é importante trabalhar com a curiosidade da criança, em deixar que ela faça suas próprias descobertas, assim independentemente do quadro que o aluno se encontra certamente ele se desenvolverá nas áreas humanas, mesmo que ele não venha a ser alfabetizado por causa de sua condição cognitiva o mesmo terá progredido em suas habilidades e formação social.

Quanto à socialização da criança com os outros alunos na escola cabe ao educador promover os valores de igualdade na sala, realizando brincadeiras em que todos participem isso é uma forma de interação, e ao mesmo tempo as crianças criam laços afetivos melhorando seu convívio em sociedade.

Segundo Jean Piaget: (1896 a 1980): “O ideal da educação não é aprender ao máximo, maximizar os resultados, mas é antes de tudo aprender a aprender, é aprender se desenvolver, e aprender a continuar se desenvolver depois da escola”. Logo o dever da escola não é somente alfabetizar, más sim formar cidadãos para o futuro, independentemente de suas culturas e diferenças, é fundamental que a criança com deficiência se desenvolva no mundo social para que ela não seja mais uma vítima excluída da sociedade.

 

MICROCEFALIA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE

 

Antigamente no passado sabemos que as pessoas que possuíssem algum tipo de deficiência principalmente deficiências neurológicas era consideradas inválidas para sociedade, era tomada de uma visão egoísta de que aquele Ser Humano era incapaz e nunca iria aprender, nunca se desenvolveria de forma alguma, jamais levaria uma vida normal, muitos até davam apelidos maldosos como (mongoloides) .

Hoje lamentavelmente ainda tem pessoas ultrapassadas tomadas desse tipo de preconceito, claro que nem se compara com os casos do passado. Mas devido a nossa realidade e aos novos estudos do momento a sociedade já esta repensando de uma forma diferente, dando espaço a essas pessoas que eram esquecidas no passado, podemos observar que hoje já temos espaços com acessibilidades nas ruas, em locais públicos, nos meio de transportes, restaurantes, universidades, praças, clubes, etc, e até certas vagas voltadas somente para deficientes, como: vagas de emprego, concursos públicos, faculdades, entre outras, para que haja a inclusão dessas pessoas no meio social.

Devagar as coisas estão mudando e no caso da Microcefalia que foi um foco de vários casos que atingiu o Brasil essas crianças agora estão aí e serão nossos adultos do futuro, por isso é importante que tenhamos uma boa infraestrutura para dar suporte e integrar esses indivíduos na sociedade e que eles estejam preparados para conviver com suas limitações em um mundo que esteja adaptado ou não a eles, tendo sempre o apoio e o carinho da família porque é de suma importância que o portador de Microcefalia faça parte de todas as rotinas familiares o melhor incentivo sem dúvidas vem de casa.

Então para formar as crianças com Microcefalia em futuros cidadãos, primeiramente é no âmbito familiar que começa o processo de desenvolvimento, em seguida nos núcleos de ensino onde seja preconizada desde o começo uma educação voltada ao ser humano, dando-lhe espaço para ser relacionar com outras pessoas e manifestar seus sentimentos, e o melhor lugar de interação que possa existir para essa evolução é na escola.

De Acordo com Freire (1997):

 

A Escola é: o lugar onde se faz amigos, não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos... Escola é, sobretudo, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima: Coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente. E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um se comporte como colega, amigo, irmão. Nada de "ilha cercada de gente por todos os lados". Nada de conviver com pessoas e depois descobrir que não tem amizade a ninguém, nada de ser como tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só. Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também criar laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se amarrar nela. Ora, é lógico... Numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser feliz.

 

É possível que o portador de Microcefalia possa ter uma ótima qualidade de vida, relacionando-se normalmente com outras crianças, com tudo a escola junto aos professores tem que buscar inovações para receber esse aluno, “trabalhando de forma dinâmica e se desprendendo dos métodos tradicionais antigos”.

 

 

CONCLUSÃO

 

Com o desenvolvimento desde trabalho, compreende-se que com a intensa modernização, os professores devem se desprender dos métodos do passado não tendo necessidade de absorver o tradicionalismo. Com a grande variedade de recursos tecnológicos disponíveis para o professor certamente ele terá um bom resultado em suas aulas, devendo fazer uso das inovações não somente na escola, mas também em seu cotidiano, no caso do professor que trabalha com o aluno com Microcefalia para melhorar sua capacitação deve buscar sempre novas informações a respeito da deficiência, analisando os pontos que precisa melhorar para obter sucesso no desenvolvimento da criança, realizando especializações em sua área, participando formação continuada e palestras escolares, pois um verdadeiro profissional da educação está sempre aprendendo e buscando novos horizontes para aperfeiçoar o seu trabalho e garantir ótimos resultados, demonstrando competência diante de seus discentes, da gestão e sua comunidade escolar.

O professor deve observar os pontos positivos como o desenvolvimento do aluno no dia a dia e seus rendimentos em sala de aula apesar de suas limitações, e também observar os pontos negativos que são as dificuldades que ele enfrenta por ter um processo cognitivo muito lento, a coordenação motora que é comprometida, a ausência da fala, e muita hiperatividade, lembrando que essas são as características do aluno do meu estágio, pois quando se trata de Microcefalia pode ter outros casos diferentes, porém sempre acompanhadas com outras deficiências.

A inclusão do aluno com Microcefalia ou de alunos com outras deficiências não é somente colocá-lo na sala de aula e o deixar em um cantinho, é inteirar a criança com todo o meio escolar. O professor deve realizar atividades lúdicas que ajudem a criar vínculos afetivos entre os alunos, quebrando as barreiras do preconceito.

 

 

REFERÊNCIAS

 

            . NBR 6024: numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro, 2003.

 

ASSOCIAÇÃO         BRASILEIRA DE      NORMAS      TÉCNICAS.  NBR   6022:  artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: <www.crechesegura.com.br >. Acesso em: 09 Out.2017.

Disponível em:<diariodepernambuco.com.br> Acesso em 17. Mai. 2017. Disponível em:<https://pedagogiaaopedaletra.com>. Acesso em: 19 Mai. 2017. Disponível em:<portal.mec.gov.br/docman/marco-2015>. Acesso em: 08 Nov. 2017. Disponível em:<radardaprimeirainfancia.org.br>. Acesso em: 19 Mai. 2017.

Disponível em:<revistacrescerglobo.com/você-precisasaber/noticia>. Acesso em: 17 Mai. 2017.

Disponível em:<www.leiaja.com/carreiras/2016/02/05>. Acesso em: 05 Out. 2017. Disponível em:<wwwagenciabrasil.ebc.com.br/>. Acesso em: 09 Out. 2017.

Disponível em:<www.bbc.com/portuguse/noticias2016/01>. Acesso em: 22 Nov. 2017. TAFNER,            Elisabeth       Penzlien;       SILVA,           Everaldo        da.      Metodologia  do        Trabalho Acadêmico. Indaial: Ed. Grupo UNIASSELVI, 2013.

TAFNER, Tatiana dos Santos da Silveira, Luciana Monteiro do Nascimento. Educação Inclusiva Indaial: Ed. Grupo UNIASSELVI, 2013.

 

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