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O GÊNERO LITERÁRIO FÁBULA PARA A FORMAÇÃO DE CRIANÇAS LEITORAS

Crislaine Barbosa de Miranda

Bruna Corrêa Lino

Daniella Jesus Fialho de Arruda

Marielle da Silva Martinez

Regiani Pinafi Carvalho

 

RESUMO

Este estudo tem como objetivo de relatar a importância e a contribuição do gênero fábulas para a formação de crianças leitoras, temática que surgiu por meio de uma investigação, mediante a uma pesquisa bibliográfica e documental por meio de narrativas e pesquisa colaborativa, discutindo o papel da escola como formadora de crianças leitoras., além de poder observar a magnitude da narrativa fábula e sua importância para a formação escolar. O gênero fábula da literatura infantil apresenta um valor inestimável para a vida escolar de uma criança. Há inúmeros pontos significativos quando se trata na contribuição da fábula para a formação de pequenos leitores. Além de que a narrativa fábula desperta na criança a imaginação, levando-as vivenciar novas e enriquecedoras experiências.

 

Palavras-chave: Literatura Infantil. Crianças. Fábulas.

 

INTRODUÇÃO

 

Partindo das vivências e da desvalorização desse gênero literário fábulas no meio escolar/educacional, optamos por melhor compreender a importância desse gênero para a formação de crianças como pequenas leitoras. Formulamos, então, como análise a seguinte questão: Qual a contribuição do gênero literário fábulas para a formação de crianças leitores?

Pensando nisso estabelecemos determinados objetivos, como o de compreender gradualmente a pesquisa científica no processo acadêmico, a aprendizagem dos métodos científicos estimulando a formação de professores-pesquisadores que pensam criticamente frente aos problemas encontrados na realidade da sala de aula. Consequentemente compreender os fundamentos teórico-metodológicos do processo discursivo no ensino inicial da leitura e escrita para crianças do ciclo de alfabetização.

Além de estudar a bibliografia especializada sobre a importância da fábula, a fim de compreender as diversas concepções teórico-metodológicas do processo de alfabetização e letramento.

 

  1. ASPECTOS HISTÓRICOS DA LITERATURA DE TRADIÇÃO ORAL

 

O início da literatura infantil surgiu no século XVIII com Fenélon (1651 – 1715) com o intuito de doutrinar moralmente as crianças, sobre o valor do bem e o desvalor do mal.

 

Como a criança era vista como um adulto em miniatura, os primeiros textos infantis resultaram de adaptações ou da minimização de textos escritos para os adultos. Expurgadas as dificuldades de linguagem, as digressões ou reflexões que estariam acima do que eles consideravam possível para a compreensão infantil; retiradas as situações de conflitos não exemplares e realçando principalmente as ações ou peripécias de caráter aventuroso ou exemplar, as obras literárias eram reduzidas em seu valor intrínseco, mas atingiam o novo objetivo, atrair o pequeno leitor/ouvinte e levá-lo a participar das diferentes experiências que a vida pode proporcionar ao nível do real ou do maravilhoso. (PAÇO, 2009, p. 13). 

 

A literatura infantil tem o poder de apresentar para as crianças uma terra nova, com diversas aventuras, á qual leva a desvendar mistérios, viver momentos de ações e suspenses, além de poder ser a mocinha, mas também ser o vilão, viver como a princesa ou talvez como o palhaço, transforma – se no dragão ou em um pequenino rato, de se aventurar na selva ou poder apreciar a calmaria do cerrado. Entre tantas possibilidades, a literatura infantil se faz e refaz a cada nova leitura. “A literatura infantil leva a criança á descoberta do mundo, onde sonhos e realidade se incorporam, onde a realidade e a fantasia estão intimamente ligadas, fazendo a criança viajar, descobrir e atuar num mundo mágico, podendo modificar a realidade seja ela boa ou ruim”. (PAÇO, 2009, p. 12).

O gênero de literatura infantil é recheado de diversas propriedades e características, uma delas é a tradição oral, que resulta no saber ou conhecimento que é repassado oralmente de geração em geração. Tomando formas assim de cânticos, canções, contos, provérbios ou baladas. A transmissão de determinadas histórias, contos, podem perpetuar uma linhagem familiar por inúmeras gerações, o ato de contar tem o poder de desenvolver inúmeras competências.

A tradição oral está enraizada em nossa cultura, e a criança por estar inserida no âmbito da sua comunidade ela acaba sendo introduzida nos costumes e absorvendo as práticas do seu meio.

 

Portanto o aluno não entra na escola como uma “folha em branco” a ser preenchida com os saberes do professor e da cultura letrada. Ele é, sim, um indivíduo em processo constante de constituição de subjetividade e conhecedor da língua materna tanto na modalidade falada como na modalidade escrita. Os saberes da cultura letrada a serem transmitidos oficialmente pela escola devem ser acrescentados em uma negociação que respeite os saberes de sua comunidade e de sua família. (GOMES, MORAES, 2014, p. 16). 

 

Sendo assim a tradição oral tem como finalidade fundamentar a identidade cultural, salientando assim a importância da oralidade para a formação e conhecimento da história da vida da espécie humana. E através da perpetuação desta oralidade é que hoje usufruímos de um rico patrimônio linguístico e literário a qual tem englobado inúmeros gêneros e características como as fábulas.

 

2.1 CONCEITUANDO O GÊNERO FÁBULA

 

Mas o que são Fábulas? Fábulas são elaborações literárias curtas, geralmente escritas em versos ou prosas. São histórias que mencionam sempre determinadas lições de morais, transmitindo assim uma mensagem ao fim das narrativas. “As fábulas propõem um enigma. Uma mensagem que deve ser decifrada para se entender um ensinamento de vida. Isso acontece por meio de analogias, em que se conta uma ação para demonstrar uma ideia”. (CANTON, 2006, p.10).

A moral é uma característica muito forte no gênero fábula, tornando - se presente assim nas fábulas tradicionais, que na qual revela sempre uma opinião do autor.

 

A fábula tradicional apresenta-se como uma representação que não plasma, mas mostra os valores, a moral39, a visão de mundo do indivíduo que a produz e, além disso, evidencia seu propósito pedagógico. Um dos principais traços da fábula contemporânea é a ausência da moral manifesta, da intencionalidade de discursos morais, estes compreendidos como um posicionamento explícito da ética do autor e um cunho pedagógico da narrativa. (SOUZA, 2018, p. 42).

 

Os contos através das fábulas apresentam sempre personagens por meio de animais, na qual possuem características humanas, além de diversas formas da natureza.

 

Muitas vezes essas pequenas narrativas são repletas de humor – sabendo o quanto o riso pode ligar-se á sabedoria. As fábulas utilizam como personagens animais, formas da natureza, pessoas e, mais raramente deuses gregos clássicos. Tudo ganha vida e se expressa para passar a tal mensagem. (CANTON, 2006, p.10). 

 

Uma das curiosidades a respeito das fábulas é do uso dos animais em suas narrativas, qual o intuito de utilizar esse tipo de personagem nos textos. È algo que chama atenção das crianças, pois são animais que ganham vida, mas no fim possui um significado pertinente.

 

A utilização dos animais neste gênero literário está ligada ao fato das civilizações orientais se preocuparem com a vida depois da morte, acreditavam em um mundo para além da morte. Mundo que respeitavam, pois acreditavam que após a morte a alma humana era transmitida para os animais. Desta maneira, a fábula nos leva a dois mundos: o imaginário que nos fascina até hoje pela tua magia e principalmente pela sua representação e simbologia e ao real, fazendo nos refletir sobre o comportamento humano em sociedade. (BARROS, OLIVEIRA, SILVA, BALBINO, ARAÚJO, 2013, p.5).

 

As Fábulas surgiram por volta do século XVII A.C., e sua origem provém da Suméria, porém muito pouco se sabe ainda do princípio das fábulas, porém “atualmente, muitos autores têm recorrido ao gênero com o intuito de renová-lo, deixando as marcas do momento histórico e social no qual estamos vivendo” (SOUZA, 2018, p.41).

A construção da fábula decorre também das circunstâncias do nosso cotidiano. Sendo assim ela é apresentada de maneira fabulosa, melhor dizendo fantasiosa e nesse contexto a atenção das crianças se volta para esse gênero literário. “As fábulas apresentam um caráter lúdico devido à sua ligação com o fantasioso e com o imaginário, o que a torna um gênero atrativo para a leitura, e consequentemente para a escrita, principalmente ao público infanto-juvenil”. (SANTOS, 2016, p.32).

Porém este gênero literário não foi especificamente criado para o público infantil, nem mesmo direcionado para as crianças de início. De acordo com SANTOS:

 

A princípio, era para o público adulto que esse gênero se voltava como meio de entretenimento e encaminhamento moral. Ele servia também para alertar sobre situações que poderiam ocorrer na vida real, transmitir um pensamento, fazer uma crítica ou satirizar a sociedade. Por conta desse caráter educativo e intenção moralizante, percebeu-se uma conveniência de direcioná-lo também para o público mais jovem. (SANTOS, 2016, p.32).

 

Este gênero literário pode proporcionar aos pequenos leitores inúmeras possibilidades, como a formação de valores, atitudes, ações e concepções. Além de trazer uma grande reflexão. “As fábulas inspiram a todos que leem por retratar diferentes tipos de emoções e sentimentos, como: amor, carinho, esperança, humildade, sabedoria, entre outros”. (BARROS, OLIVEIRA, SILVA, BALBINO, ARAÚJO, 2013, p.5).

A fábula tem o poder de se reinventar através de suas narrativas e da sua moral, a maneira como é abordado cada história e temática, podemos observar na riqueza das palavras e seus significados.

 

Ao se fazer essa breve abordagem sobre o gênero fábula, é possível reconhecer sua riqueza discursiva e como tal gênero pode ser bem aproveitado em sala de aula. O trabalho com as fábulas suscita discussões pertinentes no que tange a questões morais e éticas, normas comportamentais, etc. Relacionando com o cotidiano dos alunos, tais abordagens podem ser ampliadas ao se fazer referências com problemáticas e polêmicas da atualidade. (SANTOS, 2016, p.33).

 

A fábula dispõe de diversas particularidades, como o de desenvolver aspectos progressivos nas crianças.

 

A fábula, na qualidade de gênero discursivo, permite ao leitor desenvolver suas competências linguísticas, críticas e interpretativas. Esse gênero permite relacionar fatos fictícios à realidade do sujeito e, ao mesmo tempo, rever conceitos humanos de forma simples e clara, fazendo com que o aluno possa começar a construir e/ou aprimorar sua criticidade e expressividade discursiva, facilitando, dessa forma, o processo de produção escrita. (SANTOS, 2016, p.40)

 

O gênero literário fábula ficou muito conhecido através de um escravo contador de história, da Grécia antiga no século VI A.C., chamado Esopo, mas qual seria a história deste homem tão conhecido e admirado por muitos até os dias de hoje?

 

2.2 ASPECTOS DA VIDA E DA OBRA DE ESOPO

 

Esopo é conhecido atualmente como o criador da fábula, melhor como o Pai da fábula. Esopo seria originário da região centro oeste da antiga Ásia Menor, possivelmente da Frígida. Porém muito pouco se sabe sobre o considerado Pai da fábula, pela falta de documentação a respeito dos seus feitos e de suas origens. Além de que seus contos eram transmitidos verbalmente e isso facilita a modificação de suas fábulas.

 

Muitos dizem que ele pode ser uma lenda, devido á dificuldade em reunir documentação suficiente que comprove sua existência real. Eu, particularmente, acredito em sua existência e em seus feitos magníficos, que nos deixaram a deliciosa herança das fábulas, que, com criatividade, humor e inteligência nos transmitem as mais diversas mensagens de vida. (CANTON, 2006, p.13).

        

Atualmente são atribuídas 700 fábulas á Esopo, sem contar as adaptações e recontos feitos de suas obras originais. Porém como já dito, a dificuldade pelos registros direcionados há Esopo e suas fábulas são escassos e isso dificulta á atribuição de muitas outras obras a seu nome. 

De acordo com alguns relatos, Esopo teria sido morto injustamente na cidade de Delfos, pelo desaparecimento de um vaso de ouro no templo de Apolo, situação tramada pelos próprios delfianos para acusá-lo de roubo, em punição ao suposto roubo Esopo foi lançado de um enorme rochedo pelo crime que supostamente haveria cometido. Porém após a sua morte em Atenas realizaram uma estátua em sua homenagem. Considerado de aparência desagradável “Esopo foi imortalizado como a figura de feiura externa que esconde uma grandeza de espírito. Na dúvida, não podemos deixar de admirar esse contador de histórias que nasceu escravo e, que, juntando riso e sabedoria, tornou-se um dos maiores comunicadores da história humana”. (CANTON, 2006, p.17). 

Podemos disser que Esopo nos deixou um belíssimo presente que são as Fábulas, experiências de tempos atrás, a qual o intuito é de reflexão sobre os valores perpetuados pela história. As fábulas são de grande significância para a formação escolar e para a vida de uma criança, pois ela transmite seriedade e nos aproxima da realidade contada através do lúdico.

 

2.3 ASPECTOS DA VIDA E DA OBRA DE LA FONTAINE

 

O escritor Jean de Lan Fontaine nasceu no dia 13 de julho de 1621, na cidade de Château – Thierry na região de Champagne. E faleceu no dia 13 de abril de 1695 em Paris.

Formado em direito Lan Fontaine desistiu da carreira mesmo após o término do curso e adentrou ao seminário católico, porém depois de um tempo desistiu da prática e se casou aos 26 anos de idade, 11 anos mais tarde se separou. Após a sua mudança para Paris foi que La Fontaine dedicou – se a carreira literária. “Nosso escritor iniciante chegou a Paris em 1658. Em 1654, quatro anos antes, La Fontaine havia estreado no mundo literário com uma comédia.” (CANTON, 2008, p.8).

Jean de La Fontaine realizou sua primeira coletânea de fábulas em 1668, surgindo assim suas primeiras obras literárias do gênero fábulas.

 

Talvez a maior contribuição do poeta La Fontaine para a humanidade tenha sido sua capacidade de transformar as narrativas das fábulas em poemas muito bem escritos e ricos em imagens. Com seu talento como escritor; Jean de La Fontaine revitalizou fábulas – narrativas curtas, cheias de sabedoria, que se utilizam particularmente de animais que assumem condutas e falas humanas. (CANTON, 2008, p.11).

 

Ao todo, 124 fábulas integram as obras de La Fontaine. “Como todos os autores de contos populares, fábulas e contos de fadas. La Fontaine trabalhou com uma noção de reconto, utilizando como fontes primárias, fábulas gregas e indianas.” (CANTON, 2008, p.12). Porém a maior parte de suas fábulas provém das narrativas de Esopo. Sendo assim as obras de Jean de La Fontaine apresentam maior quantidade de detalhes, além de não possuir a moral escrita no fim da narrativa.

O escritor Jean de La Fontaine foi um autor consagrado e renomado, deixou um legado de agraciamento por meio de suas obras cheias de particularidades e riquezas, as quais revelam hoje o gênio da literatura, suas narrativas são luz para os nossos dias.

 

  • A ESCOLA COMO FORMADORA DE CRIANÇAS LEITORAS

 

As crianças estão adentrando na escola prematuramente, porém o contato com a linguagem se inicia antes mesmo da vida escolar, porém muitas crianças não possuem em suas vivências uma aproximação real com a leitura. Afinal livros não são dados a mãos de crianças, pois elas possuem há tendência de morder, rasgar, rabiscar, arremessar; e essas práticas não são vistas com bons olhos pela família.

Então cabe a escola de ter essa atitude de apresentar o mundo dos livros e de incentivar o contato dos alunos com a leitura. Mas a realidade tem sido outra dentro das instituições escolares, as crianças estão se afastando cada dia mais dessa experiência, a aproximação dessa prática tem sido insignificante. Livros e mais livros abarrotam as bibliotecas nas escolas, mas o intuito tem sido apenas de acumular poeira. Portanto, segundo Oliveira (2005).

 

A sala de aula e a biblioteca são, na maior parte das escolas, ambientes que não têm praticamente nenhuma vinculação entre si. É preciso esperar a autorização da autoridade escolar, seja bibliotecário ou professor, porque existe um momento certo para adentrar esses ambientes. A leitura está, dessa forma, fora do sujeito, que se subjuga ao autoritarismo da interpretação oficial. (OLIVEIRA, 2005, p. 108).

 

A leitura no ambiente escolar deve ser constante e servir de estímulo para o estudante, pois é a instituição escolar que por obrigação elaborar e criar meios para a inserção dessa prática na escola. Cabe a gestão organizar projetos de incentivação, oferecer aos alunos um espaço adequado para que a leitura seja posta de maneira agradável e com isso redimensionar suas condutas em relação ao desempenho da escola para com os alunos.

Portanto as escolas em gerais precisam repensar os seus meios de realizar a interação da leitura com as crianças, esse contexto necessita de ser apresentado para os alunos de maneira inovadora, com o objetivo de verdadeiramente forma os receptores como aprendizes dessa realidade. A escola precisa caminhar juntamente com os alunos, para que conheça as necessidades das crianças, para que assim utilize os meios necessários para uma formação de qualidade.

 

  • A PROFESSORA COMO MEDIADORA DA LEITURA LITERÁRIA

 

Ser professor está além de ensinar, é mais que estar em uma sala de aula. Ser educador consiste naquilo que te impulsiona a ser melhor a cada dia, em ser e realizar a diferença, em transmitir vivências que possibilitem o aprendizado, para assim obter a transformação e a formação do aluno. Portanto para que esse feito seja realizado é necessário que o professor seja o incentivador dessa prática, que caminhe juntamente com os alunos, instigando a cada um a possuir esse contato com a leitura. E não comporta- se de maneira tradicional e autoritária, levando a uma educação precária.

 

Nas práticas tradicionais de leitura, o que ainda vemos na relação professor-aluno é uma concepção em que o Eu (professor) não leva em consideração o tu (aluno). A palavra converge para os saberes que o professor tem a transmitir, independentemente dos saberes que a criança traz do seu meio histórico e social. Na sala de aula, ao escolher as leituras para o aluno, a primeira pessoa (Eu – professor) é aquela que exerce a autoridade, a disciplina de leitura, o que pode ser lido ou o que não pode ser lido. (OLIVEIRA, 2005, p.108-109).

 

Pensando dessa maneira o professor necessita compreender que é o seu dever realizar a mediação do aluno com a leitura. Quando pensamos em leitores, temos que nos atentar que as crianças não iniciam uma leitura da noite para o dia, ou já nascem com o desejo de ler. Toda essa prática tem que ser construída, e isso leva tempo, persistência e muitas vezes estratégias para com a situação. Hoje quando falamos de aprendizado, precisamos focar em que nossas crianças precisam e não dar a elas o que achamos que é necessário.

 

A leitura é para o leitor oportunidade de aquisição de uma cultura geral. Nesse sentido, talvez seja preciso refletir que nem tudo que o adulto julga útil como aquisição de conhecimentos, valores e regras, está no campo dos interesses da criança, mas que dentre os bens culturais de uma sociedade existem saberes relevantes e irrelevantes, que cada leitor vai discernindo, a medida do desenvolvimento do seu processo. Portanto e resolve o leitor é quem melhor sabe qual leitura lhe agrada e resolve suas necessidades imediatas. (OLIVEIRA, 2005, p. 119).

 

Muitas vezes o professor não tem ideia de como introduzir a leitura na vivência da criança, e acabam utilizando-se de meios inapropriados para o incentivo da leitura. As elaborações de atividades sem objetivos claros acabam de certo modo sendo frustrante para o aluno, pois é ele que participa do processo de ensino e aprendizagem.

O profissional da educação deve traçar meios e mecanismos para exercer sua função de educador de maneira sólida e eficaz, pois o professor tem a oportunidade de criar hábitos desde cedo nas crianças, demonstrando que o ato de ler pode levar a incontáveis aspectos como o conhecimento, a diversão, a diversas emoções. A criança tem a tendência de imitar o que ela vê, pensando nisso é que o professor tem como possibilidade de incentivar o aluno através dessa percepção. A criança deve compreender o porquê de ler, e ter o professor como o espelho dessa vivência.

 

CONCLUSÃO

 

A fábula tem por potencial levar a criança a um nível elevado de saberes e sabores, permitindo que ela se deleite no momento da leitura. Desta maneira o processo de inserção da leitura na vida infantil se torna prazerosa e significante.

Infelizmente essa prática literária tem se tornado esquecida e desvalorizada, pois os estudantes não possuem acesso a esta variedade de literatura e isso afeta diretamente o avanço das crianças em conhecer os aspectos das obras literárias e suas diversidades de gêneros linguísticos. 

Sendo assim a proposta deste artigo foi justamente apresentar a riqueza do gênero literário fábulas para o processo de formação da criança como leitora, além de valorizar esta herança valiosa que foi transmitida por longos períodos através da tradição oral. E isso é sem dúvida um marco para a história da literatura infantil.

Portanto, a fábula é indispensável para a vida dos pequenos leitores, e isso torna a sua atuação de extrema importância para a vivência escolar desde os anos iniciais. Pois o incentivo à leitura deve ser valorizado desde cedo, ainda na infância.

Contudo, vale ressaltar que a nossa sociedade atual necessita valorizar mais o mundo da leitura e principalmente da literatura infantil, os livros nas mãos das crianças estão cada vez mais raros, o hábito de ganhar e dar livros estão sendo esquecidas, as bibliotecas estão cada vez mais vazias, pois a desvalorização tem tomado conta da nossa sociedade. Mas como já dito, sabemos que a escola deve ser a principal formadora de crianças leitoras e requer que o professor seja o incentivador dessa prática, para que em unidade possamos estabelecer a formação de crianças leitoras.

 

REFERÊNCIAS

 

ALVES, Rubens. A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir. 6ª Edição. Papirus Editora, 2003.

 

ARRUDA, Daniella. Escolas Femininas Cuiabanas (1889 – 1910). Cuiabá, 2017.

 

BARROS, Genaldir; OLIVEIRA, Lisiane; SILVA, Raulene; BALBINO, Elizete; ARAÙJO, Dayane. O uso do gênero fábula nos anos iniciais do ensino fundamental: relato de uma sequência didática. Curitiba, 2013.

 

CANTON, Katia. Era uma vez Esopo: Reconto por Katia Canton. São Paulo 2006.

 

CANTON, Katia. Era uma vez La Fontaine: Reconto por Katia Canton. São Paulo 2008.

 

COELHO, Kesia. A importância da leitura na educação infantil: Um estudo teórico. 2015.

 

CORDEIRO,V.M; Histórias de vida e formação de professores. Editora Executiva, Rio de Janeiro, 2007.

 

GOMES, Lenice; MORAES, Fabiano. Alfabetizar letrando com a tradição oral. Cortez Editora, São Paulo, 2014.

 

GONÇALVES, Debora Souza Neves.A importância da leitura nos anos inicias escolares. Dissertação (Dissertação em Pedagogia) – UERJ. Rio de Janeiro, p.10,2013.

 

OLIVEIRA, Ana. Leitura, leitura infantil e doutrinação da criança. Editora EduUFMT, Cuiabá, 2005.

 

KRUG, Flavia. A importância da leitura na formação do leitor. 2015.

 

PAÇO, Glaucia Machado de Aguiar. O encanto da literatura infantil no CEMEI Carmen Montes Paixão. Mesquita, 2009.

 

SANTOS, Gilianne Vicente. O uso do gênero fábula para o aprimoramento da

Producão escrita no sexto ano do ensino fundamental. Dissertação em Mestrado. Mamanguape-pb, 2016.                           

 

SOUZA, Luciéle Bernardi. Fábulas metarrealistas: realidades grotescas na literatura  Brasileira contemporânea em O livro das cousas que acontecem, de daniel pellizzari. Dissertação em Mestrado. Porto Alegre, 2018.