A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS PARA O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Sirlei Nervi Bolzan1
Artigo científico apresentado à Universidade Cândido Mendes, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Alfabetização e Letramento.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo constatar a importância dos jogos e brincadeiras no processo de alfabetização e letramento. Este artigo mostra a importância na estimulação da alfabetização e letramento. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica com alguns pensadores da educação como Kischimoto, Piaget, Vygotsky, Emília Ferrero, Ana Teberosky. Procuro expressar a importância dos jogos e brincadeiras como um meio de socialização entre alunos com alunos e alunos com professores, mostrando que devemos usar os conhecimentos adquiridos antes da sala de aula aquele conhecimento que traz da sua vivencia familiar e social.
Palavras-chave: Aluno. Jogos. Brincadeiras. Alfabetização. Letramento.
ABSTRACT
This work aims to verify the importance of games and games in the process of literacy and literacy. This article shows the importance in stimulating literacy and literacy. A bibliographical research was carried out with some educators such as Kischimoto, Piaget, Vygotsky, Emília Ferrero, Ana Teberosky. I try to express the importance of games and games as a means of socializing between students with students and students with teachers, showing that we must use the knowledge acquired before the classroom that knowledge that brings from their family and social experience.
Keywords: Student. Games. Jokes. Literacy. Literature.
Introdução
Este trabalho tem como objetivo constatar a importância dos jogos e brincadeiras nas atividades lúdicas no processo de aprendizagem mostrando como é Importante na estimulação da alfabetização e letramento, mostrando que atividade isolada sem a presença do lúdico, acaba interferindo nas atividades apresentadas pelas crianças e consequentemente em seu desenvolvimento no processo de alfabetização.
Nesta perspectiva, construiu- se questões que nortearam este trabalho:
Importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento da leitura e escrita
Estimular a sensibilidade e a percepção e analise critica e o raciocínio logico.
Percebe-se que brincar e o jogar como fontes importantes no desenvolvimento e aprendizagem, proporcionando o conhecimento e habilidades no âmbito da linguagem e dos valores sociais. Através do brincar e do jogar vão constituindo-se como agentes de sua experiências social, com sua autonomia e interações.
Vários são os teóricos que afirmam e comprovaram a importância dos jogos e brincadeiras, na educação escolar.
Conforme Kishimoto;
O jogo como promotor de aprendizagem e do desenvolvimento passa a ser considerado nas praticas escolares como importante aliado para o ensino,já que coloca o aluno diante de situações lúdicas como o jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-los dos conteúdos culturais a serem vinculados na escola. (KISHIMOTO, 1994,p.13)
Com o objetivo de enfatizar a importância do jogo no processo de alfabetização como instrumento facilitador da aprendizagem pois esse permite que o processo vá além dos limites do ensino-aprendizagem permite entrar na esfera da afetividade da criança.
Através de pesquisa bibliográfica, realizei analise detalhada dos materiais já publicados na literatura como em meios eletrônicos.
Contribuíram para a confecção deste artigo o pensamento e a análise de autores como:
Kischimoto (1998), Piaget, Vygotsky, Emília Ferrero, Ana Teberosky.
Desenvolvimento
Podemos observar que o desenvolvimento da leitura e escrita desperta atenção pela importância que desempenha em todo o processo educativo. A literatura nos mostra que a aprendizagem tem início muito antes da criança entrar no ensino fundamental: autores como Kischimoto, Piaget, Vygotsky, Emília Ferrero, Ana Teberosky, entre outros, têm contribuído de forma marcante para o estudo destes processos.
Na aquisição do sistema da escrita abrange vários outros meios, como um contexto social, e muito mais que conhecer as letras, regras ortográficas ou gramaticas, requer assimilação das praticas de uso da língua escrita, a aplicação dos jogos no processo de letramento possibilita a aprendizagem significativa da leitura e da escrita numa forma prazerosa, num contexto desvinculado da situação de aprendizado formal.
. Os jogos, e brincadeiras de faz-de-conta, sem dúvida são meios facilitadores na descoberta da leitura e escrita, os profissionais da área educacional, comprometidos com a qualidade da sua prática pedagógica devem reconhecer a importância dos jogos como veículo para o desenvolvimento social, emocional e intelectual dos alunos.
Através do jogo o indivíduo pode brincar naturalmente, testar hipóteses, explorar toda a sua criatividade. Os jogos não são apenas uma forma de divertimento, são meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual,
para manter seu equilíbrio com o mundo a criança precisa brincar, criar e inventar.
A criança dedica-se ao jogo a maior parte do seu tempo. Com jogos e brincadeiras, a criança desenvolve o seu raciocínio e conduz o seu conhecimento de forma descontraída e espontânea: através do brincar, constrói-se, um espaço de experimentação, de transição entre o mundo interno e externo.
Dias (2002), analisando a importância dos jogos na alfabetização, constata que,
“é por meio dos jogos e da consequente apropriação e interpretação dos materiais linguísticos disponíveis que a criança vai tecendo a compreensão do seu mundo para, gradualmente ampliar essa compreensão para um amplo leque social.”
Cabe aos educadores reconhecer e refletir sobre o papel do jogo como estratégia pedagógica, explorando seu potencial educativo e buscando assim o sucesso escolar.
De acordo com Tezani (2004)
” ao desenvolver um trabalho com jogos está não só desenvolvendo os aspectos cognitivos da criança, mas passando também a enfatizar os aspectos afetivos que são resgatados durante estes momentos lúdicos.”
Existem vários tipos de jogos, entre eles, jogos motores, cognitivos, jogos intelectuais, jogos competitivos e jogos de cooperação, individuais ou coletivos, de faz de conta, simbólicos, verbais... A variedade de jogos conhecidos mostra a multiplicidade desta categoria e a dificuldade para se compreender o que é “jogo” (uma vez que significados diferentes são atribuídos a esse termo).
Entre os autores que discutem as características do jogo, Kishimoto (1994,p.07) identifica pontos comuns como elementos que interligam a grande família dos jogos:
...liberdade de ação do jogador ou o caráter voluntário e episódico da ação lúdica; o prazer (ou desprazer), o “não sério ”ou o efeito positivo; as regras (implícitas ou explícitas); a relevância do processo de brincar (o caráter improdutivo), a incerteza de seus resultados; a não literalidade ou a representação da realidade, a imaginação e a contextualização no tempo e espaço.
O jogo pode ser visto como resultado de um sistema linguístico que funciona dentro de um contexto social, o sentido do jogo depende da linguagem de cada contexto social; um sistema de regras, onde as regras permitem identificar em qualquer jogo uma estrutura sequencial, como um objeto quando refere-se ao jogo enquanto objeto. Kishimoto (ibid., p.07) inclusive diferencia brinquedo, brincadeira e jogo ao considerar brinquedo como objeto, suporte de brincadeira, brincadeira como a descrição de uma conduta estruturada, com regras e jogo para designar tanto o objeto e as regras (brinquedo e brincadeira). É necessário, então, considerar o jogo dentro do contexto em que é utilizado, a atitude daquele que joga e o significado dado ao jogo pelo observador (professor).
Ao incorporar o jogo à Educação, cria-se a figura do jogo educativo, assim um mesmo objeto ( jogo) adquiri dois sentidos conforme o contexto em que é utilizado: brinquedo ou material pedagógico.
O jogo educativo surgiu no século XVI como suporte das atividades didáticas, e sua utilização expandiu-se no início do século XX, estimulada pelo crescimento da rede de ensino infantil e pelas discussões sobre as relações entre jogos e Educação. Os jogos auxiliam o desenvolvimento motor, o desenvolvimento da linguagem,
da percepção, da representação, da memória, do equilíbrio afetivo, da apropriação de signos sociais e das transformações significativas da consciência infantil, e de fundamental importância para o desenvolvimento da criança e para seu aprendizado.
Os jogos e brincadeiras tornam as aulas mais vivas, dinâmicas e atrativas, facilitando o processo de ensino e aprendizado, tornando um processo gradativo e eficaz, possibilitando resultados significativos ao desenvolvido no cotidiano do ambiente escolar. Em qualquer tipo de jogo a criança se educa, já que o jogo é educativo em sua essência.
O ser humano, no seu dia a dia, vive e aprende, e esse aprendizado ocorre através do meio que ele convive, e basicamente se define como o modo em que o ser humano compreende o mundo. Desde modo, algo extremamente ligado à aprendizagem é a relação do sujeito, com o objeto da aprendizagem.
Para que isso ocorra, faz-se necessário lançar mão de desafios, já que, por meio destes, a criança buscará o conhecimento e a aprendizagem. Pensando desse modo, o professor jamais deve trabalhar com a criança, partindo do que ela não sabe. Ou seja, é preciso partir da zona de desenvolvimento proximal da criança (o que ela já sabe), para a zona de desenvolvimento potencial (alargar o que ela sabe, por meio de desafios). Nesse aspecto, os jogos são desafios para que se concretize a aprendizagem.
[...] o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança. No
brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual
da sua idade, alem do seu comportamento diário; no brinquedo é como se
ela fosse maior do que é na realidade. Como no foco de lente de aumento,
o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma
condensada, sendo, ele mesmo, uma grande fonte de desenvolvimento.(Vygotsky, 2007, p.122)
O uso de jogos é um recurso tanto para avaliação, como para intervenção em processos de aprendizagem . A utilização de jogos para alcançar o letramento deve-se explorar os significados dos jogos, tanto os lógicos como os afetivos, e integrá-los com outras formas de atividade simbólica, principalmente a linguagem oral .
A escolha dos jogos será definida pelas dificuldades específicas da cada aluno ou podendo ser dividido em grupos conforme as suas dificuldades. Existem inúmeros jogos que trabalham a linguagem, como por exemplo o jogo da forca, palavras cruzadas, bingo...
O trabalho com jogos, assim como qualquer atividade pedagógica requer uma organização prévia: definir o objetivo ou a finalidade da utilização do jogo é fundamental para direcionar, dar significados às atividades e favorecer a aprendizagem, no caso, o letramento.
Outros trazem informações sobre diversos temas e há ainda uma variedade de jogos que exigem estratégia, domínio espacial, verificação de hipóteses, tomadas de decisões.
Para que na leitura, as crianças parem de ler mecanicamente , simplesmente enfileirando as palavras e frases, sem relacionar os fatos entre si, e a falta de conclusões do significado das palavras, reflete-se em todas as disciplinas. Para que eles fiquem menos tímidos, e se revelassem com mais facilidade nos momentos lúdicos, principalmente com o uso de jogos. É através da utilização de jogos, passa- se a exercer as práticas sociais da leitura e escrita, descobrindo seus significados.
Para favorecer a construção de contextos de letramento, um jogo da memória “diferenciado” serve de recurso para aproximar os alunos de uma situação na qual a leitura e a escrita demonstram –lhe sentido: neste jogo da memória além de acertar a posição das peças (localizando o seu par), se faz necessária a correta leitura da palavra que se refere a figura formada por dois animais (Ex.: leopato = leão + pato; papagurso = papagaio + urso). Aos poucos, os alunos vão familiarizando-se com as regras deste jogo, causando entusiasmo e ansiedade quando acertava/ganhava. O jogo, desta maneira, tornou-se ponto de partida para outras atividades em que pode- se envolver com os usos da leitura e escrita.
Para promover situações de uso da linguagem, podem ser realizadas atividades que possibilitem vivências comunicativas (cartas e bilhetes), experiências pessoais (diário), produção de escrita criativa (poesia), alternadas com o uso de jogos (como bingo de palavras, stop, jogo da memória, entre outros) e dramatizações de histórias infantis.
Outros exemplos podem ser retratados, porém com esses dois métodos é possível constatar: a influência que os jogos podem proporcionar no processo de letramento se mostra essencial, visto o envolvimento no cotidiano da criança, aluno e professor. Se a aplicação de jogos possibilita a aproximação dos usos e funções da leitura e escrita, penetrando no significado do que se escreve ou lê, então efetivamente há situações onde o letramento é facilitado.
Conclusão
Podemos afirmar que através das atividades lúdicas, é possível transformar os processos pedagógicos em momentos agradáveis, descontraídos e produtivos. Por meio de jogos e brincadeiras constrói também valores éticos e morais dos educandos.
Podemos observar a importância de se trabalhar com atividades que se vale de jogos e brincadeiras no processo de produzir e aprender conhecimentos na educação, proporcionando aos alunos um ensino que instigue a sua curiosidade para o processo de conhecimento, valorizando sua criatividade, e com este, analisar este método de ensino contribui para o desenvolvimento das crianças. Tendo como objetivos verificar como são trabalhados os jogos e brincadeiras em sala de aula com crianças , e qual a participação das crianças com esse método de ensino.
Lembrando sempre que o brincar não é simplesmente uma recreação. Cabe ao educador refletir sobre esse instrumento facilitador que tem em mãos, participando de um desenvolvimento natural da criança, valorizando os conhecimentos prévios quando a criança ingressa na escola, reconhecendo a realidade de seus alunos, proporcionar espaços para essas atividades e observar sempre o que esta favorecendo e auxiliando a aprendizagem de seus alunos. Para isso é preciso ser mais do que um educador, é necessário fazer com amor e respeito, buscando a satisfação de construir cidadãos conscientes e preparados para o mundo em que vivemos.
REFERÊNCIAS
DIAS (2002) C. M., A importância dos jogos na alfabetização. USP/PEC -
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa,
.
KISHIMOTO (ibid., p.07) (1994,p.07) , T. M., O jogo e a educação infantil. São Paulo, Cortez Editora: 1996.
PIAGET, J., A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Zahar, Rio de Janeiro: 1971
TEZANI (2004) T. C. R., O jogo e os processos de aprendizagem e desenvolvimento: aspectos cognitivos e afetivos. (artigo publicado). 2004. Disponível em: http://www.psicopedagogiaonline.com.br Acesso em: 20 ago. 2005.
VYGOTSKY, 2007, p.122
http://quebracabecaedu.blogspot.com.br/2011/06/o-jogo-na-teoria-de-piaget.html
http://www.profala.com/artpsico78.htm
1 Licenciado em Pedagogia. Pós-graduada em Alfabetização e Letramento.