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ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DO TDAH NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Ana Regina de Almeida Sampaio

Francielle dos Santos

Joana Sousa Vilela

Marli Francisco Sampaio

 

RESUMO

Este trabalho tem como principal objetivo analisar o comportamento do TDAH no processo de ensino e aprendizagem, isto porque o TDAH atualmente é um dos distúrbios mais diagnosticado em crianças na idade escolar. Uma análise solidada por várias pesquisas de estudo que tenta descobrir quais são as causas para tais comportamentos, comportamentos esses que são entendidos como Hiperatividade, desatenção e impulsividade. Uma visão que é compartilhada por vários autores teóricos, como por exemplo: Salamanca, para o autor “toda criança tem características, interesses e necessidades de aprendizagem que lhes são próprios. (...) As pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter acesso ás escolas comuns que deverão integrá-las numa pedagogia centralizada na criança capaz de atender a essas necessidades”.

 

Palavras-chave: TDAH. Criança. Família. Escola.

 

INTRODUÇÃO

 

Este trabalho investigativo procura esclarecer a todos que de certa maneira se encontra envolvido com a problemática do transtorno de déficit de atenção (TDAH) como: pais, escola, educadores entre outros ligados ao processo de ensino e aprendizagem, procura destacar a necessidade e importância do diagnóstico diante do problema, o interesse dos pais com o desenvolvimento dos seus filhos, a interação com a escola e professores, e também a atuação dos educadores diante da problemática, verificando o preparo dos profissionais para o diagnóstico do problema que é essencial para o tratamento.

Busca esclarecer dúvidas a respeito do tratamento do TDAH, além de relatar as repercussões da hiperatividade no relacionamento familiar, na vida escolar e social e os conflitos que surgem da convivência com um portador de TDAH.

Este trabalho apresenta dicas para auxiliar a ação do professor que lida com o portador de TDAH, estimulando a sua autoestima e ajudando-o a encontrar o equilíbrio ao longo do seu tratamento multidisciplinar, ou seja, um tratamento realizado por uma equipe em comunhão: pais, escola, médicos e terapeutas, tendo em vista que o problema tratado foi que a criança hiperativa, em sala de aula, exige uma maior atenção por parte do professor.

Portanto esta pesquisa evidencia como o Transtorno de Déficit de Atenção Hiperatividade (TDAH) é uma das grandes dificuldades enfrentadas pelas escolas inclusivas, principalmente pelo fato de ser ainda um tema pouco difundido, não tendo essas escolas muitas informações a respeito.

Com isso vem investigar a falta de informação dos responsáveis pela educação da criança sobre o que realmente seja o (TDAH) que leva a escola muitas vezes a cometer sérios erros quanto aos métodos que se utiliza tanto no diagnóstico quanto no modo de lidar com essas crianças, facilitando o convívio do aluno na escola e sociedade e oportunizando um melhor relacionamento entre aluno e professor, contornando os problemas de comportamento e aprendizagem do TDAH.

 

HISTÓRIA TDAH

 

O TDAH foi explicado e apresentado pela primeira vez em 1902 por um pediatra inglês (George Still). Ele observou algumas alterações no comportamento de várias crianças atendidas em seu consultório e, segundo esse médico, tais comportamentos não podiam ser atribuídos a falhas educacionais, mas pareciam ter um determinante biológico incapaz de ser demonstrado.

O grupo de crianças que Still selecionou para realizar o estudo, não correspondia exatamente ao que se considera hoje como TDAH, pois estavam inclusas as crianças com deficiência mental, crianças com lesões cerebrais e crianças epiléticas, porém todas elas apresentavam alguns traços em comum: um acentuado grau de inquietação, uma dificuldade de atenção, e também uma dificuldade de aprender com a experiência, e por mais que recebessem ensinamentos, essas crianças voltavam a praticar os mesmos erros.

O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade é uma forma usada para relacionar um transtorno de desenvolvimento específico, que é observado tanto em crianças como em adultos, destacando uma inibição comportamental, atenção sustentada, resistência à distração e também a regulação do nível de atividade da pessoa.

A hiperatividade teve muitos nomes no decorrer dos anos, tais como: síndrome da criança hiperativa, reação hipercinética da infância, disfunção cerebral mínima e transtorno de déficit de atenção (com ou sem hiperatividade). Após grupos de psiquiatras realizarem pesquisas, chegou-se à conclusão de que o TDAH é um transtorno da inibição da autorregulação.

Em 1980, a associação Americana de Psiquiatria adotou oficialmente o termo Transtorno do Déficit de Atenção e no ano de 1994 foi atualizado para Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TODA/H), onde o acréscimo da barra inclinada significa que o problema pode ocorrer com ou sem o componente de hiperatividade, inicialmente considerado o sintoma mais importante e definidor do quadro.

Com isso a ansiedade, inquietação, euforia e distração frequentes podem significar mais do que uma fase na vida de uma criança: os exageros de conduta, diferenciam quem vive um momento atípico daqueles que sofrem de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), doença precoce e crônica que provoca falhas nas funções do cérebro responsáveis pela atenção e memória.

De origem genética, o TDAH tem como fatores predominantes, e não necessariamente simultâneos, a desatenção, a impulsividade e a hiperatividade, além de influências externas relevantes, como traumas inclusive cerebrais, infecções, desnutrição ou dependência química dos pais.

No caso das crianças, o TDAH pode aparecer desde a gravidez, quando o bebê se mexe além do normal, ou durante o crescimento, no máximo até os sete anos de idade. Se a pessoa não for tratada desde cedo à base de estimulantes, antidepressivos e terapias, na fase adulta poderá ter sintomas de distração, falta de concentração e deficiência na coordenação de ideias ainda mais acentuadas.

Esses estudos estruturais e metabólicos somados a estudos genéticos e sobre a família, bem como as pesquisas sobre reação a drogas, demonstram claramente que o TDAH é um transtorno neurobiológico. Apesar da intensidade dos problemas enfrentados pelos portadores do TDAH variar de acordo com suas experiências de vida, está claro que a genética é o fator básico na determinação do aparecimento dos sintomas do TDAH (transtorno de déficit de atenção). 

CONTEXTUALIZANDO A PESQUISA

 

Nas escolas o número de alunos que sofrem de TDAH teve um grande aumento, estes necessitam de profissionais preparados para trabalhar e dar a atenção necessárias suas particularidades, ou seja, as suas dificuldades. Diante disso questionamos como ocorre a aprendizagem da criança com TDAH?

A aprendizagem para as crianças hiperativas, ou seja, para o TDAH se torna bastante complicada, devido à dificuldade de concentração do hiperativo, pois durante a idade escolar, ela é considerada diferente, indisciplinada, já que costuma ser agitado o tempo inteiro e distrair-se com facilidade, pela existência de vários estímulos.

Uma das definições mais importantes para a aprendizagem é o procedimento pelo qual o comportamento se transforma em decorrência da experiência, pois a aprendizagem é um processo através do qual a criança se apropria ativamente do conteúdo do conhecimento humano, daquilo que seu grupo social conhece. Para que a criança aprenda, ela necessita interagir com outros seres humanos. Assim, as pessoas, em especial as crianças, aprendem através de ações divididas e mediadas pela linguagem e pelo saber.

Segundo a declaração de Salamanca (1994) nos deixa claro a preocupação com a inclusão das crianças com necessidades educativas especiais e a adaptação das escolas para estar recebendo estas crianças no recinto escolar, ele nos diz que:

 

... toda criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhes são próprios. (...) As pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter acesso às escolas comuns que deverão integrá-las numa pedagogia centralizada na criança capaz de atender a essas necessidades.” (Declaração de Salamanca, 1994)

 

A criança com (TDAH) tem plena capacidade de desenvolver sua criatividade, porém se perde a atenção ela deixa a atividade sem conclusão, por isso é fundamental o papel do professor com estímulos e atenção constante para que a criança vivencie suas experiências com sucesso no âmbito escolar garantindo aprendizagem.

Ana Beatriz (2003) reforça: “a aprendizagem é mais do que a aquisição de capacidades para pensar, é a aquisição de muitas capacidades especializadas para pensar sobre várias coisas” (pg.93).

O diagnóstico do TDAH não é simples, mas é muito importante, pois muitos podem dizer que a criança é agitada, não param, não tem atenção às coisas, para termos esse diagnóstico é preciso estarmos atentos em muitos detalhes, pois a agitação comum de uma criança que está na fase de explorar o seu mundo, não pode lhe causar prejuízos aos seus relacionamentos e desenvolvimento em geral.

Mas será que todos que estão envolvidos com o hiperativo sabem da importância e da necessidade de se fazer diagnóstico com o TDAH?

Não existe exame para diagnosticar TDAH, o diagnóstico é um processo de múltiplas facetas e de avaliação ampla. É preciso estar atento à presença de sintomas que são concomitantes a outros transtornos (comorbidades). Ansiedade, depressão e certos tipos de problemas de aprendizagem causam sintomas semelhantes aos provocados pelo TDAH. O mais importante é se fazer um cuidadoso histórico clínico e desenvolvi mental, onde se inclui dados recolhidos de professores, pais e de adultos que interagem de alguma maneira com a criança avaliada, um levantamento do funcionamento intelectual, social, emocional e acadêmico e exame médico, geralmente neuropediatra, bem como testes psicológicos e/ou neurológicos

Segundo Goldstein (1994), um diagnóstico minucioso da hiperatividade na infância deve incluir um histórico da família e do desenvolvimento do seu filho. As informações do histórico relativas a outros problemas que a família teve os métodos para impor a disciplina, ou sinais precoces de temperamento difícil, as lembranças dos pais sobre os acontecimentos da vida da criança, são fundamentais para o diagnóstico. Essa coleta de dados deve incluir: Histórico, Inteligência, Personalidade Desempenho escolar, Amigos, Disciplina e comportamento em casa, Comportamento em sala de aula. É importante para os pais entenderem que não há nenhum resultado ou observação isolada que confirme ou exclua o diagnóstico de hiperatividade em uma criança.

Pode-se compreender, com base em Severino (1996, p. 59), que no caso da indisciplina em crianças pequenas deve-se rever a educação dada, visto que a indisciplina e a má educação andam juntas. Se a indisciplina é na escola, deve-se analisar a quantidade de alunos indisciplinados. Se a classe toda tem bom comportamento e somente alguns alunos desobedecem, deve-se verificar o que ocorre com eles, poderá ser desde má educação até algum distúrbio.

Então como a criança com TDAH aprende em sala de aula?

É importante frisar que para as crianças que sofrem de (TDAH) ou outras necessidades especiais é preciso que o professor dê atenção especial a elas, faça adaptações curriculares e utilize de recursos psicopedagógicos que possa facilitar e progredir o desenvolvimento e aprendizado do hiperativo, o fator caracterizante da hiperatividade é a pouca capacidade da criança se concentrar e prestar a atenção no que está fazendo sem se distrair com outras coisas. Essas crianças estão sempre se movimentando e não conseguem ficar paradas, pois, essas crianças que sofrem de (TDAH) sente uma grande necessidade de prestar a atenção em novos estímulos, dificilmente elas conseguem finalizar uma atividade iniciada, ou seja, começam uma tarefa se distraem e começam a fazer outras coisas, deixando assim de tarefas incompletas.

No entanto qual deverá ser o papel da escola no processo de aprendizagem do TDAH? E como está sendo a atuação do professor?

Sabendo que os alunos hiperativos estão sendo comum nas escolas, há uma grande necessidade de uma nova metodologia a ser trabalhada e uma aceitação real da escola, pois precisam adaptar às suas peculiaridades, por exemplo: modificar a estrutura da sala de aula e as atividades para tranquilizar o ambiente.

Em relação às diferenças o professor deve frisar o respeito em sala, pois “é importante ensinar as outras crianças que todos somos diferentes e que todos devem se ajudar.” (Lisa O’Brien, 1998)

O professor precisa saber que ele tem em suas mãos uma criança especial, pois é possível que esse aluno com TDAH seja criativo, inteligente, amoroso e que deseje muito agradar aos adultos que o rodeiam, pois, ele está acostumado ao fracasso escolar e a ser mal compreendido pelos outros, o que realmente ele precisa é de compreensão, aceitação e amor se e for encorajada a receber oportunidade, essa criança terá um grande potencial para o sucesso escolar e social.

 

TDAH OU INDISCIPLINA

 

O TDAH é um processo de múltiplas facetas. Diversos problemas biológicos e psicológicos, podem contribuir para a manifestação de sintomas similares com isso um comportamento indisciplinado e qualquer ou omissão que contraria o mesmo, alguns princípios do regulamento interno ou regras básicas estabelecidas pela escola, pais, professor e pela comunidade.

Dentro da escola a indisciplina é uma resposta negativa à autoridade do professor. Se a repreensão funcionasse, a indisciplina não seria apontada como o aspecto da Educação com o qual é mais difícil lidar em sala de aula. Os próprios alunos acreditam que o problema vem crescendo. A indisciplina é a transgressão de dois tipos de regras. O primeiro: são as morais, construídas socialmente com base em princípios que visam o bem comum, ou seja, em princípios éticos. Por exemplo, não xingar e não bater.

Sobre essas, não há discussão: elas valem para todas as escolas e em qualquer situação. O segundo são as chamadas convencionais, definidas por um grupo com objetivos específicos, são os que não respeitam as figuras que representam autoridade, que geralmente entram na sala de aula de maneira grotesca, sem pedir licença, abusa de colegas sem receio de serem punidos, não obedecem a regras e nem os próprios pais. Quando o aluno age dessa maneira para com a escola e com os profissionais que trabalham nela, a relação entre aluno-professor, aluno-diretor, aluno-coordenador e aluno-inspetor, torna-se desequilibrada.

Porém o aluno não aceita o professor ou a sua disciplina, com isso o professor acaba se desesperando, pois se vê frente a uma situação de impotência porque não consegue mais fazer da sala de aula e do conteúdo planejado, um momento de interatividade e comunhão e, por não conseguir motivar o seu aluno, despertá-lo e cativá-lo para o conteúdo aplicado, o professor começa a entrar em um estado de frustação e desanimo.

São muitas as razões para que uma criança venha mostrar uma atitude de indisciplina, o que pode leva-la a um baixo rendimento escolar, razões que às vezes são ignoradas e até deixadas passar despercebidas, como: problemas emocionais, baixo nível intelectual, dificuldades de leitura, dificuldades auditivas ou visuais, entre outras.

São alguns sintomas de que algo está errado e deve-se encaminhar a criança observada para uma avaliação com vários especialistas para então descartar a hipótese de que seja um sintoma de TDA/H, pois é um transtorno considerado importante responsável do fracasso escolar de uma criança.

Nesse sentido, alguns motivos da indisciplina de uma criança podem soar como grito de socorro, é como se estivessem emitindo alertas de que alguma coisa de ruim está acontecendo, é como se estivesse querendo falar algo ou pedir ajuda e a forma de conseguirem obter a atenção das pessoas é agindo de forma indisciplinada. E existe diversos tipos de indisciplina: a indisciplina por falta de correção, e também pelo excesso de correção, pode ser de inserção social ou escolar, excessiva proteção dos pais, carências sociais e forte influência de ídolos violentos que estão visíveis na mídia e etc.

De maneira geral esses fatores não podem de maneira alguma passar despercebidos. Não é aceitável que rotulem um aluno que não consegue se concentrar, ou até mesmo ficar quieto, como uma criança que seja hiperativa, muitas das vezes é uma criança indisciplinada, e como aprendemos, essa indisciplina pode ser um grito de socorro. Para a indisciplina existe a educação e para o TDAH o tratamento. Pois em alguns casos o professor pouco pode fazer o que acaba levando o professor a passar por vários momentos de sentimentos negativos e se não estiver preparado, pode leva-lo a um quadro de depressão e professores desmotivados provocam nos alunos notável desinteresse por aquilo que se pretende ensinar.

Para isso o professor deve ser claro e justo ao planejar e executar o que foi acordado com os alunos. A alteração das regras pode provocar indisciplina. Um aluno indisciplinado aprende pouco e se aprende pouco, fica desinteressado e desanimado. O aluno ainda pode trazer para a sala de aula os valores e atitudes com as quais convive e apreende, como emprego de palavras de baixo escalão, gestos e atitude, a indisciplina pode ser em alguns casos, um reflexo da ausência de condições e falta de estrutura para uma adequada educação familiar.

O que não significa que toda criança indisciplinada seja de um baixo nível econômico social, em muitos casos, são crianças de famílias com alto poder aquisitivo, pois isso depende muito da educação fornecida pelos pais, independentemente do nível de escolaridade ou profissão. Quando uma criança apresenta imaturidade, vadiagem, desatenção, incapacidade de fixação, baixo rendimento escolar e agressividade, devem ser analisados com urgência, considerando-se os sintomas de alguns distúrbios mais profundos tanto fisiológicos, como emocionais.

Devido a esses fatores o TDAH pode ser confundido com indisciplina, a diferença é que um portador de TDAH apresenta baixo rendimento escolar, falta ou excesso de agitação e enquanto uma criança apenas indisciplinada tem capacidade de acompanhar o restante da classe, o portador de TDAH não consegue, não fixa a memória sempre está atrasado e não consegue terminar as atividades junto com os colegas da sala, uma criança indisciplinada acostuma-se com a mudança de rotina o portador de TDAH não.

Com isso existem diferenças claras entre TDAH e indisciplina: O TDAH é um transtorno mental que gera forte impacto ao longo da vida do indivíduo e podendo ser tratado através de medicamentos, procedimentos psicoterápicos e psicoeducacionais. Portanto, a indisciplina é uma questão meramente educacional e não gera tanto impacto acadêmico e social. Nesse caso, procurar terapia e orientação familiar com profissionais especializados ajuda a resolver o problema.

 

ESCOLA / FAMILIA E O TDAH

 

Para receber o TDAH a escola deve ser apoiada nos parâmetros da “educação inclusiva” para que o aluno não sinta excluído e não perca o interesse pela educação, é necessário à integração da escola professor e aluno para que a aprendizagem aconteça.

A criança já diagnosticada como portador de TDAH, o professor deve estar ciente, ou seja, saber da problemática da criança, ou se é apenas suspeita o professor deve ter conhecimento sobre hiperatividade e conhecer as características de TDAH para observar a criança em sala de aula, e então encaminhar essa criança para os profissionais específicos para o diagnóstico.

As crianças com TDAH exigem em sala de aula uma maior atenção do professor. Com uma ação pedagógica voltada para as necessidades especiais que elas apresentam é possível contornar muitos problemas de aprendizagem, para isso o professor precisa conhecer o TDAH, suas características, classificação e diagnóstico, identificar alunos portadores desse transtorno de aprendizagem e saber trabalhar com eles no contexto da escola.

Saber trabalhar com portadores de TDAH tem como finalidade evitar as possíveis consequências do fracasso escolar e outros problemas futuros, é preciso reforçar

O relacionamento entre aluno e professor através de cooperação, respeito mútuo, tornando assim um relacionamento mais amoroso e amigável.

Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção os educadores são responsáveis por:

-Fornece informações adequadas sobre o TDAH;

-Avaliar e monitorar periodicamente o nível de conhecimentos da família sobre o transtorno;

-Orientar a família em relação ao problema, atualizando constantemente as orientações, de acordo com o nível de desenvolvimento do paciente;

-Estar disponível para responder perguntas e esclarecer dúvidas;

-Auxiliar a família a estabelecer objetivos adequados, isto é, passíveis de serem alcançados, para o comportamento do paciente na vida diária;

-Proporcionar contato com outras famílias que também possuem membros portadores de realizar monitoração e acompanhamento constantes, incluindo dados obtidos dos pais, professores e da própria criança.

O professor tem que ter consciência que o transtorno não limita a capacidade de aprendizagem da criança, se a aula for interessante à criança se motivará a prestar atenção, mas é preciso respeitar o número de aluno por sala, assim como os estímulos visuais e auditivos para que a criança não se distraia com outras informações e o professor possa desenvolver seu trabalho e dar atenção necessária para cada criança portadora de TDAH.

A ludicidade pode contribuir muito para a aprendizagem do hiperativo, o professor deve desenvolver tarefas de forma lúdica afim de que chame a atenção da criança motivando a aprender brincando.

As punições ou advertências devem ser evitadas quando for necessário deve ser explicado o porquê imediatamente para uma relação de segurança e confiança.

É preciso que o professor saiba que a criança enquanto aprende desenvolve novas habilidades e aumenta suas possibilidades cognitivas e se desenvolvendo dão oportunidade para novas aprendizagens, pois a aprendizagem e o desenvolvimento interagem juntos, isto é, elas precisam constantemente de atividades estimuladoras.

A escola e o professor precisam ter uma grande parceria com a família orientando e esclarecendo suas ações e situações de difícil compreensão, essa interação é de valia para ambas as partes que buscam soluções em um só objetivo, pois:

É preciso orientar os pais ou responsáveis pela criança hiperativo, pois isso facilita o convívio familiar. Já orientados eles compreendem o comportamento do portador do TDAH, e também no manejo dos sintomas e prevenção de problemas. A comunicação estrutura família e respeita o tempo da criança no processo de aprendizagem.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Através da análise da aprendizagem da criança hiperativa diante das pesquisas e levantamentos bibliográficos realizados, podemos salientar a importância de nos atentarmos ao caso da problemática, pois muitas vezes esse comportamento pode ser confundido ou não diagnosticado, por isso é muito importante uma atenção maior quando se suspeita que uma criança possa ter TDAH.

Segundo Vitor da Fonseca (1995), não se deve ignorar certas questões da aprendizagem, pois pode ocorrer a subvalorizarão de certos sinais de riscos educacionais e consequentemente adiar a sua solução. O insucesso escolar desencadeia problemas emocionais, levando a criança a perder a sua identidade, criatividade e a enfrentar problemas de adaptação social, além de diminuir a autoconfiança. Se esse espiral de conflitos não for resolvido o quanto antes, o resultado pode ser a delinquência ou outra predisposição sociopática e, o que é pior, repetências e evasões. As crianças com TDA/H exigem, em sala de aula, maior atenção do professor. Com uma ação pedagógica voltada para as necessidades especiais que elas apresentam é possível contornar muitos problemas de aprendizagem. Mas, para isso, o professor precisa conhecer o TDA/H, suas características, classificação e diagnóstico, identificar alunos portadores desse transtorno de aprendizagem e saber trabalhar com eles no contexto da escola.

De acordo com Vygotsky (2004), a aprendizagem é um processo social. É possibilitada através das áreas de desenvolvimento proximal, isto é, da distância entre a zona de desenvolvimento real, que se costuma determinar através das soluções independentes de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, ou seja, aquilo que a criança ainda não sabe, mas que pode aprender. A zona de desenvolvimento proximal pode ser ilustrada através daquilo que a criança faz hoje com auxílio de adultos ou mesmo de crianças mais hábeis, mas que amanhã poderá fazer por si mesma.

Diante das discussões compreende-se que o papel do professor é muito importante para o diagnóstico do TDAH, pois é na sala de aula que a criança precisa se concentrar para aprender, o professor é a ponte entre a família e o especialista, a sua função não é dar o diagnóstico, mas sim atentar para algum encaminhamento, esclarecendo aos pais sobre a doença, que se não for tratada pode desencadear outras séries de complicações na vida do portador.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ABDA - Associação Brasileira de Déficit de Atenção. Disponível em <http://www.tdah.org.br>. Acesso em 02 de Outubro de 2012.

 

GOLDSTEIN, Sam, Goldstein, M. (1994); www.artigonal.com.br - O Transtorno de Déficit de Atenção Hiperatividade. Acesso em 30 de Outubro de 2012.

 

O’BRIEN Lisa. Como Lidar com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade na Pré-Escola. www.hiperatividade.com.br (1998). 

 

PEREIRA, M. E. C., Maurano, D., & Leite, S. (2018, mar.). Clinique Psychiatrique et Ethique du Sujet. Revista Latino Americana de Psicopatologia Fundamental, 21(1), 81-91. https://doi.org/10.1590/1415-4714.2018v21n1p81.6

 

VYGOTSKY, L. S. (2004) A aprendizagem e o brincar de crianças com transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade. HTTP://WWW.efdeportes.com/efd62/atencão.htm. Acesso em: 04 de Dezembro.