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DESAFIOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM TEMPOS DE PANDEMIA

Claudete Terezinha de Barros

Joice Maria Moresco

Lurdes Mariano Mendes

Marli Da Luz Padilha

Roseli Velozo Gomes

 

RESUMO:

O objetivo do presente artigo é discutir os principais malefícios e benefícios causados pelo Novo Coronavírus para as escolas. Praticamente todas as áreas e setores dos países no mundo todo, estão sofrendo para se adaptar e encontrar formas de superar os problemas causados pela pandemia. A área da Educação não fica de fora, até o momento pouquíssimas escolas conseguiram se adaptar à pandemia, isso demonstra o despreparo de toda a comunidade escolar para um cenário em que a tecnologia pode ser um instrumento facilitador do processo de aprendizagem. É um fato que as crianças e os jovens também não estavam acostumados a rotinas mais pesadas de estudos no ambiente de casa, onde normalmente eram priorizadas atividades de descanso e entretenimento. As dificuldades existem e são numerosas, porém, são normais. Isso significa que não precisamos ter medo, estamos vivendo um cenário novo e já aprendemos muito com os desafios enfrentados. O que devemos ter em mente é que devemos, com humildade, identificar essas falhas e dedicar esforços para corrigi-las. O Ensino Superior conseguiu se adaptar melhor ao ensino remoto, contudo, na educação básica a situação é bem diferente, existe um grande entrave na Educação esse entrave é a desigualdade social e de acesso a tecnologias, ou seja, existem estudantes que tem condição de ter um aparelho eletrônico com conexão à internet e outros que não tem essa condição. Esse é o fator que torna muito difícil o desafio da Educação das séries inicias, ou mesmo do ensino fundamental. Apesar de muitos efeitos negativos causados pela pandemia, o balanço dessa quarentena pode e deve ser positivo, pois, na verdade todos querem e buscam o melhor ensino para as crianças, portanto precisamos estabelecer relacionamentos respeitosos, transparentes e objetivos.

 

Palavras chave: Covid 19. Desigualdade. Tecnologia. Inovação. Ressignificação.

 

Introdução

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou a contaminação do coronavírus à estado de pandemia no dia 11 de março de 2020, desde então toda população mundial viveu rodeada de incertezas. De acordo com a UNESCO, (Organização das Nações

Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) a pandemia causada pelo novo coronavírus afetou cerca de 91% dos estudantes do planeta, isso significa, mais de 1,5 bilhão de estudantes em 188 países. Situação parecida ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, os cenários são totalmente diferentes, porém, quando comparamos a pandemia com a Segunda grande Guerra Mundial, podemos ter uma boa noção dos impactos negativos que a Covid 19 está causando ao mundo.

Com base nesse contexto, sombrio e devastador, deve-se destacar que o mundo foi afetado não somente na saúde, mas em todas as áreas, e a educação foi uma das mais afetadas pela pandemia, sendo que vários foram os impactos no ensino de crianças, jovens e adultos. Na educação de maneira geral, vários problemas causaram efeitos negativos, porém, surgiram grandes oportunidades de crescimento e evolução, o mundo observou isso, e a educação foi sendo reinventada, as metodologias e práticas pedagógicas foram adaptadas para se trabalhar na nova realidade da educação mundial, isso só foi possível com um trabalho coordenado, colaborativo e inovador.

É um fato que as crianças e os jovens também não estavam acostumados a rotinas mais pesadas de estudos no ambiente de casa, onde normalmente eram priorizadas atividades de descanso e entretenimento. Ou seja, os estudantes tiveram maturidade suficiente para lidar com a autonomia implícita no ensino a distância, em especial os alunos da Educação básica.

Nesse contexto, o objetivo do presente artigo é discutir os principais malefícios e benefícios causados pelo Novo Coronavírus para a educação básica.

 

Desenvolvimento

 

Na história mundial existem relatos de várias pandemias que assolaram o mundo desde o início das civilizações até os dias de hoje, contudo, a grande maioria da população mundial, se não todos, nem imaginava que enfrentaríamos uma nova pandemia, claro que, a probabilidade existe, porém, ninguém esperava, nem mesmo estávamos preparados. A consequência disso, nenhuma organização no mundo estava preparada para lidar com as consequências causadas pelo distanciamento e isolamento social.

Praticamente todas as áreas e setores dos países no mundo todo, estão sofrendo para se adaptar e encontrar formas de superar os problemas causados pela pandemia. A área da Educação não fica de fora, até o momento pouquíssimas escolas conseguiram se adaptar à pandemia, isso demonstra o despreparo de toda a comunidade escolar para um cenário em que a tecnologia pode ser um instrumento facilitador do processo de aprendizagem.

Mas por que isso acontece? Hora a resposta é simples, a grande maioria das escolas não possui o suporte necessário para o oferecimento do ensino remoto ou a distância. É um fato que as instituições de Ensino Superior conseguiram se adaptar melhor no emprego de plataformas digitais, e o ensino conseguiu prosseguir. Contudo, na educação básica, o cenário foi bem diferente. E abruptamente as escolas de ensino básico precisaram encontrar maneiras de se adaptar a essas “novas tecnologias”, que na verdade não são tão novas assim.

Isso, provavelmente ocorreu pelo fato de que a maioria dos professores não teve a formação adequada para lecionar de maneira remota. Uma aula de acesso remoto é muito diferente de uma aula presencial em todos os sentidos, desde o preparo da aula, a aula propriamente dita, os trabalhos e avaliações, exigindo muito mais do professor. Além disso a dinâmica da aula é outra, a interação com os alunos é em muitas vezes deficitárias, as formas de comunicação com familiares muda e o conhecimento das tecnologias educacionais é muitas imprescindível, e, acaba muitas vezes sendo um empecilho tanto para o professor que não teve uma formação sobre aulas remotas, bem como para alguns alunos que por muitas vezes tem dificuldades de acompanhar as aulas por falta de equipamentos adequados, internet etc.

É um fato que as crianças e os jovens também não estavam acostumados a rotinas mais pesadas de estudos no ambiente de casa, onde normalmente eram priorizadas atividades de descanso e entretenimento. Ou seja, os estudantes tiveram maturidade suficiente para lidar com a autonomia implícita no ensino a distância, em especial os alunos da Educação básica.

As dificuldades existem e são numerosas, porém, são normais. Isso significa que não precisamos ter medo, estamos vivendo um cenário novo e já aprendemos muito com os desafios enfrentados. O que devemos ter em mente é que devemos, com humildade, identificar essas falhas e dedicar esforços para corrigi-las.

Um ponto importante a ser destacado é em relação ao acompanhamento dos pais dos alunos, a interrupção das aulas presenciais levou crianças e jovens a estudarem em casa, foi possível ter uma boa ideia do quanto as famílias estavam até então afastadas da escola e do aprendizado de seus filhos. Ao passo que foi necessário ter um acompanhamento da rotina de estudos dos alunos mais de perto por parte da família, pais e mães perceberam a necessidade de estarem mais próximos e inteirados do material didático, das metodologias adotadas e dos professores.

Obviamente que esse processo apresenta desgastes para ambos os lados. Ou seja, há uma sobrecarga para os pais que precisam além de todos os afazeres diários, ter tempo para acompanhar o filho nas aulas remotas, contudo, os pais dos alunos muitas vezes acabam valorizando mais os professores e a escola. Do outro lado, as instituições de ensino passam a ser mais cobradas por pais e mães agora com melhor entendimento da aprendizagem dos estudantes.

Como já foi mencionado aqui que o Ensino Superior conseguiu se adaptar melhor ao ensino remoto, contudo, na educação básica a situação é bem diferente, existe um grande entrave na Educação que na verdade todos sabemos, mas que a pandemia escancarou, esse entrave é a desigualdade social e de acesso a tecnologias, esse entrave causa um grande abismo entre os estudantes que tem condição de ter um aparelho eletrônico com conexão à internet e aqueles que não tem essa condição. E esse provavelmente é o fator que torna muito difícil o desafio da Educação das séries inicias, ou mesmo do ensino fundamental.

A solução para o ensino de crianças e jovens no cenário que vivemos é lançar mão das tecnologias educacionais, ou seja, internet, celulares, tablets, computadores etc., porém nem todos os alunos tem acesso a essas tecnologias, pois, a realidade brasileira está bem longe de ser igualitária.

Como já foi mencionado, a pandemia trouxe vários desafios para a educação básica, mas será que gerou algo de bom? Claro que o motivo não foi agradável, mas o distanciamento social e a suspensão das aulas presenciais impuseram um momento de reflexão para toda a comunidade escolar. Com a paralisação forçada, educadores, pesquisadores e gestores da área da Educação estão buscando meios de renovar o ensino.

Essa é a oportunidade ressignificar a Educação, de pensar em maneiras mais efetivas de desenvolver novas competências nos estudantes da educação básica e também nos jovens de series mais avançadas. Além disso, é uma grande oportunidade de adaptar as práticas pedagógicas para oferecer uma educação de qualidade para nossas crianças.

Momentos de crise sempre exigem da sociedade invar em diversas áreas, e a pandemia do Coronavírus deve ser encarada como uma nova oportunidade de acelerarmos não só a utilização de tecnologias educacionais, mas também de alavancar mudanças nas metodologias de ensino amplamente adotadas pelas escolas.

A paralização das aulas forçou as instituições e órgãos educacionais do mundo todo a inovar, e a inovação está sendo implementada na forma do ensino remoto, com aulas mais dinâmicas, efetivas e condizentes com o ensino a distância.

 

Considerações finais

 

Com base em tudo o que foi discutido até aqui, podemos ressaltar que a imposição do ensino remoto e a distância causa uma modificação na rotina de estudos, e a perspectiva dessa nova realidade é o estímulo ao desenvolvimento de novas habilidades, principalmente da autonomia dos alunos.

De forma que, nesse moderno processo educacional, o estudante tem muito mais liberdade e flexibilidade de adequar os estudos ao seu perfil de aprendizado, enquanto o professor atua muito mais como um mediador entre os conteúdos, as tecnologias e os alunos.

Mas e os professores nessa história? Ah! Os educadores estão tendo a iniciativa de testar novas maneiras de ensinar, e a combinação dessas movimentações representa uma enorme evolução para a Educação.

Apesar de muitos efeitos negativos causados pela pandemia, o balanço dessa quarentena pode e deve ser positivo, pois, na verdade todos querem e buscam o melhor ensino para as crianças, portanto precisamos estabelecer relacionamentos respeitosos, transparentes e objetivos.

 

Referencias

 

SAE. Educação e coronavírus. Disponível em: https://sae.digital/educacao-e-coronavirus/. Acesso em: 07 de Janeiro de 2021.

 

INTITUTO AYRTON SENNA. Estudos sobre educação e o impacto da pandemia do coronavírus. Disponível em: https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/socioemocionais-para-crises/estudos-educacao-e-impacto-coronavirus.html. Acesso em: 08 de Janeiro de 2021.

 

PROJETO A EDUCAÇÃO NÃO PODE ESPERAR. Ações para minimizar os impactos negativos à educação em razão das ações de enfrentamento ao novo coronavírus. Disponível em:https://www.portaliede.com.br/wp-content/uploads/2020/06/Estudo_A_Educa%C3%A7%C3%A3o_N%C3%A3o_Pode_Esperar.pdf. Acesso em: 07 de Janeiro de 2021.

 

UMA-SUS. Organização mundial da saúde declara pandemia do novo coronavírus. Disponível em: https://www.unasus.gov.br/noticia/organizacao-mundial-de-saude-declara-pandemia-de-coronavirus#:~:text=Organiza%C3%A7%C3%A3o%20Mundial%20de%20Sa%C3%BAde%20declara%20pandemia%20do%20novo%20Coronav%C3%ADrus,-Mudan%C3%A7a%20de%20classifica%C3%A7%C3%A3o&text=Tedros%20Adhanom%2C%20diretor%20geral%20da,Sars%2DCov%2D2). Acesso em: 07 de Janeiro de 2021.