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TRABALHO INTERDISCIPLINAR POR MEIO DA LEITURA DE “O SEMINARISTA”

Rosania da Silva

 

RESUMO

O presente trabalho visa uma análise da possibilidade do trabalho interdisciplinar em sala de aula a partir da leitura da obra “O Seminarista” de Bernardo Guimarães. Mostrando que as obras literárias clássicas podem ser usadas de forma atraente, dinâmica e multidisciplinar na prática pedagógica de diversas disciplinas abordadas tando no Ensino Fundamental II, quanto no Ensino Médio.

 

INTRODUÇÃO

 

O Seminarista” mostra-se como um dos romances mais famosos do escritor mineiro Bernardo Guimarães, sendo apontado por alguns estudiosos como a obra que tornou o escritor conhecido no meio literário.

O romance foi lançado em 1872, logo na sequência do episódio histórico conhecido como a “Questão Religiosa”, que foi uma campanha contra o episcopado do Rio de Janeiro. Naquele momento, tudo que fosse de alguma forma relacionado à igreja, chamava a atenção de todos.

 

INTERDISCIPLINARIDADE

 

A leitura do romance “O Seminarista” mostra-se como um vasto material para o trabalho interdisciplinas. A partir da narrativa, pode-se explorar o momento histórico vivenciado pelas personagens, as questões geográficas e naturais do ambiente onde ocorre a trama, a análise do relacionamento humano e predominância de poder patriarcal percebida na época, além de questões morais e éticas.

Deste modo, é possível dividir a turma em grupos e colocar cada um para pesquisar uma das múltiplas esferas que podem ser abordadas a partir do livro. Assim, ao final do trabalho, cada grupo pode apresentar seus resultados para a turma.

Nesse sentido de trabalho, promover as discussões sobre as questões multidisciplinares passíveis de serem levantadas após a leitura da obra, também mostra-se como uma atividade de grande valia para ser praticada em sala de aula.

 

A OBRA

 

Ambientado no interior de Minas Gerais, O Seminarista narra o drama de Eugênio e Margarida, que na infância passada no sertão mineiro, estabelecem uma amizade que logo vira paixão.

O pai de Eugênio o obriga a ir para um seminário, com todo o sofrimento da perda amorosa, o jovem dedica-se à vida espiritual e acaba se ordenando sacerdote.

Volta então à aldeia natal para rezar a sua primeira missa. Lá, encontra sua antiga paixão, Margarida, que está a beira da morte.

Os dois não resistem ao impulso afetivo e mantém relações sexuais.

Não tarda para que a heroína morra. Eugênio, ao saber da notícia, pouco antes de iniciar a missa, enlouquece de dor afetiva e moral, tanto pela morte de sua amada, quanto pela quebra do voto de castidade.

 

CONCLUSÃO

 

Por fim, percebe-se na riqueza cultural contida no romance “O Seminarista”, como campo fértil para o trabalho multidisciplinar.

Entende-se ainda que o trabalho envolvendo multidisciplinaridade tende a chamar mais a atenção dos estudantes, além de instigar os mesmos a uma visão mais ampla e completa da realidade que os cerca.

 

REFERÊNCIAS

 

GUIMARÃES, Bernardo. O Seminarista. Editora FTD. 3ª ed. 1999.

 

LOPES, Hélio. Um retrato de gente simples. In: GUIMARÃES, Bernardo. O Seminarista. 23 ed. São Paulo, Ática, 1997, p. 03-06.