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A INSERÇÃO FUNCIONAL DO PSICOPEDAGOGO NO AMBIENTE ESCOLAR

Thays Regina Lemes Alves
Wanderleia Puger Evangelista
Lucineide Mendes Dionisio

RESUMO:

É notório que a educação passou e passa por transformações diariamente e também é visível a grande luta para conseguir fazer com que a mesma progredisse, devido aos conceitos econômicos e sociais estabelecidas pelo governo. Mas gradativamente os direitos humanistas vêm ganhando espaço e o artigo 205 da constituição federal 1988 passaram a ganhar vez fazendo com que a educação seja acessível a todos. Porem nem sempre isso acontece e muitos ficam a mercê desse sistema, o qual podemos citar exclusivamente a educação especial. E o profissional que saberá muito bem explicar é o psicopedagogo que intercede em meio a ela, é ele que busca auxiliar as crianças com necessidades educacionais especiais a progredir nos seus estudos e na sua socialização.

 

PALAVRAS-CHAVE: Educação Inclusiva. Psicopedagogia. Criança com necessidades educacionais especiais.

 

  1. INTRODUÇÃO

Falar da inserção funcional do psicopedagogo no ambiente escolar é falar da diferença, transformando-a em igualdade. É buscar trazer o novo em um mundo de transformação continua e fazer com que as crianças com necessidades especiais evolua junto nessa história. Mais afinal o que faz um psicopedagogo dentro da escola?

Seu papel é crucial ele é a ponte que levará conhecimento e buscara resoluções capacitando tanto o professor quanto o aluno a enfrentar juntos, as dificuldades. Ele terá como foco fazer cumprir a lei e possibilitar educação a todos. O objetivo desse trabalho é definir como o psicopedagogo interage para auxiliar os indivíduos a alcançar suas metas, descrever o quão importante é o seu trabalho e demonstrar as dificuldades encontradas por ele no seu campo de trabalho. Dizer sobre sua funcionalidade expandir para todos que sem ele seria impossível dar continuidade na educação especial ou inclusiva. Sua metodologia concentra-se numa revisão bibliográfica expondo as necessidades e os desafios voltados para a psicopedagogia no ambiente escolar, com um olhar crítico e objetivo.

 

  1. DESENVOLVIMENTO

Quando se fala em Psicopedagogia, atualmente, é possível perceber duas

posições: a credibilidade cega no profissional, capaz de desvendar todos os problemas; ou a descrença, pairando a dúvida sobre o quê realmente esse profissional é capaz. Isto se deve às muitas significações que o termo psicopedagogia.

Ao ter o primeiro contato com a palavra, logo se remete à ideia de Psicologia e Pedagogia, unidas para entender os problemas de aprendizagem. Isso realmente aconteceu no início da história da psicopedagogia, quando os primeiros Centros Psicopedagógicos foram fundados na Europa, em 1946, por J. Boutonier e George Mauco, com direção médica e pedagógica. Estes centros tentavam readaptar crianças com comportamento socialmente inadequados na escola e em casa, bem como atendiam crianças com dificuldade de aprendizagem apesar de serem inteligentes (MERY apud BOSSA, 2000, p. 39), mas comprovou-se, por meio da prática, que não seriam suficientes para compreender os problemas existentes.

Era preciso ter alguma noção também de Neurologia, Sociologia, Psicologia Genética e Social, enfim, os conhecimentos da Psicopedagogia não se baseiam somente nas áreas que o nome nos faz lembrar, pois no momento em que a Psicologia entrou na educação (anos 60 e 70) muitos erros foram cometidos, por meio do Behaviorismo, que via a criança como um ser passivo no processo de aprendizagem que lhe era imposto; e também do Movimento Humanista, que via o aluno separado da realidade. Ainda na década de 60 houve também a medicalização dos problemas de aprendizagem, quando os professores fechavam diagnósticos de disfunções psiconeurológicas, mentais e/ou psicológicas. Dentre os diagnósticos mais comuns estavam a Disfunção Cerebral Mínima e os Distúrbios de Aprendizagem: afasias, disgrafias, discalculias e dislexias, que eram reforçados por médicos e recorriam à linha medicamentos.

Na década de 80, por meio de um movimento apoiado pelo Materialismo Dialético, o social passa a ter um peso maior sobre a aprendizagem. Porém, na tentativa de combater o radicalismo das duas teorias psicológicas (Behaviorismo e Humanismo), foi tão radical quanto, deixando de lado a complexidade do ser humano.

Ainda hoje vemos o reflexo desse histórico, quando os pais, diante da dificuldade escolar do filho, leva-o ao médico da família e, se este não indicar um profissional especializado, os pais, por si só, não o fazem. Isto porque se o médico não resolver, sinal de que não é físico, é psicológico e, apesar da mídia ter um enfoque na desmistificação da área psicológica/psicopedagógico, ainda há um preconceito grande em relação a esses profissionais, que fazem surgir nos pais uma sensação de fracasso no processo de geração.

As preocupações com os problemas de aprendizagem começaram a ter enfoque nos meados do século XIX na Europa, mas foi na França que a psicopedagogia começou a se desenvolver. Janine Mery, ressalta que ainda no século XIX estudos e interesses sobre a compreensão e o atendimento a portadores de deficiências sensoriais, debilidade mental e outros problemas que comprometem a aprendizagem ganharam destaques nas discussões cientificas.

Até então não havia métodos ou metodologias capaz de identificar, prevenir ou diagnosticar os motivos exatos e claros que potencializavam o baixo rendimento escolar dessas crianças. Foi quando os educadores europeus Johan Hunrich, Jean Marc Gaspard e Edoward Seguin, baseando-se no conhecimento do psicanalista JacquesMarie Emile Lacan, dedicaram seus estudos as crianças que apresentavam qualquer dificuldade em aprender devido a vários distúrbios.

Em 1988 foram introduzidas como um experimento em escolas publica as classes especiais, onde as crianças tidas como deficientes teriam que ser colocadas, separadas das demais crianças declaradas como normais. Nessa época a psiquiatra italiana Maria Montessori cria um método de ensino voltado a esses indivíduos.

Mas somente na década de 80 o Brasil passa a olhar de uma forma diferente para a psicopedagogia, com profissionais dedicados a obterem respostas sobre as causas e as intervenções dos problemas de aprendizagem. Ainda acreditavam se que esses problemas eram causados por fatores orgânicos. E somente então em 1987, Doris J. Johnson e Helemer compreenderam os fatores através dos conceitos de disfusão cerebral mínima (DCM).

No passar dos tempos a psicopedagogia veio passando por transformações significativas desde o inicio do primeiro conceito DCM, aos dias de hoje. Atualmente o estudo psicopedagogia é de caráter interdisciplinar, e seu trabalho sai da área restrita em apenas unidade escolar e ganha espaço abrangendo outros campos. Hoje o psicopedagogo é visto como uma ponte que ajuda indivíduos a alcançar seus objetivos no conhecimento; não apenas trabalhando com os alunos, mais também com os professores pois a falha no aprendizado nem sempre está no educando mais no educador, isso interfere na metodologia que o professor vem trabalhando com o aluno, a forma que este profissional tem buscado lidar com a dificuldade de aprendizado do seu aluno.

De acordo com Weiss a psicopedagogia busca a melhoria das relações com a aprendizagem, assim como a melhor qualidade na construção da própria aprendizagem de alunos e de educadores, ou seja é preciso aprender para ensinar, uma criança com necessidades educacionais especiais tem por direito, aprender como qualquer outra na sua idade e é nesse momento que a função da sala de recursos começa a aparecer. O encaminhamento que o professor passa para o psicopedagogo o relatório dos acontecimentos, comportamento em sala de aula e as dificuldades apresentadas, começa a ser os primeiros passos a serem tomados par ao psicopedagogo chegar a um pré diagnostico e encaminhá-lo para um especialista medico adequado.

 

O diagnostico psicopedagógico é um processo, um continuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia[...] em uma atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que essa atitude investigadora, de fato prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo da observação ou acompanhamento da evolução do sujeito (Bossa,2007,p.94).

 

Trabalhar em conjunto é o essencial na educação especial, é trazer para o cotidiano escolar, a família e envolver toda a comunidade escolar, é buscar formas e métodos de se trabalhar a inclusão junto a socialização é entender o psicológico, o social e o cultural da criança é entender em qual ponto ela precisa mais de atenção. A educação especial no ambiente escolar trabalha em horário oposto o da sala de aula as dificuldades maiores estabelecidos ao professor.

A resolução CNE/CEB Nº 2 que foi estabelecida no dia 11 de setembro de 2001, estabelece diretrizes necessárias para que haja uma educação inclusiva, voltada principalmente para o atendimento especializado de pessoas com necessidades especiais na educação básica.

Aceitar e receber um aluno com deficiência em sala de aula não significa ― inclusão‖. Para que seja considerado um processo de inclusão, necessário se faz conhecer o tipo de deficiência, saber como o aluno aprende se inteirar de sua vida familiar e saber conduzir o restante da turma para que o processo de Educação Inclusiva seja de fato garantido. De forma alguma podemos exigir que o professor esteja preparado, visto que a inclusão envolve concepções internas, mas, o docente precisa ter informações para fazer as adaptações necessárias a cada tipo de deficiência ou alta habilidade encontrada em sua sala de aula, e para isso, devemos oferecer formação e suporte para que o profissional entenda a legislação vigente sobre a Inclusão. Trabalho que não se restringe apenas aos professores, mas a todos, sem exceção e que, portanto, há a necessidade do envolvimento do trio gestor e de todos os funcionários da escola que, direta ou indiretamente, estão envolvidos no processo de inclusão.

A educação inclusiva faz com que a criança que tem uma necessidade especial interagir com os demais colegas, trabalhando a igualdade e o respeito. Fazendo com que essa criança não se sinta incapaz ou diferente. A educação inclusiva pode ser entendida como uma concepção de ensino contemporânea que tem como objetivo garantir o direito de todos a educação, lei está estabelecida no artigo 205 da constituição federal de 1988. Ela ressalta a igualdade de oportunidades e a valorização das diferenças humanas contemplando, assim as diversidades étnicas, sociais, culturais, físicas, intelectuais sensoriais e a de gênero dos seres humanos. Baseando-se em cinco princípios: toda pessoa tem direito de acesso á educação; toda pessoa aprende; o processo de aprendizagem de cada pessoa é singular; o convívio no ambiente escolar comum beneficia todos; a educação inclusiva diz respeito a todos.

As salas de AEE atendimento educacional especializado transforma a dificuldade em superação somente por formas estratégicas metodológicas trabalhando se o lúdico.

A função do psicopedagogo não inclui medicar os alunos isso passa a ser função dos médicos especialistas, mas o psicopedagogo pode acompanhar de perto e relatar a forma como esse aluno vem se comportando e qual o seu rendimento dentro da sala de aula, sempre colocando em pauta que o aluno aprende gradativamente no seu tempo e limite, tanto na sala de aula quanto na sala de AEE. Mas nem tudo ocorre como deve na sala de recursos não é diferente em muitas escolas a falta de material especializado faz com que regride o avanço dos alunos atendidos.

 

  1. CONCLUSÃO

Diante do exposto acima fica notório observamos de uma forma diferente o trabalho do psicopedagogo inserido no ambiente escolar inclusivo e especial. Que através do auxilio dele toda comunidade escolar e familiar trabalha em prol o aprendizado e avanço da criança, que ele ajuda diagnosticar e trabalhar os principais.

Causadores da sua deficiência trabalhando de uma forma cativante e ao mesmo tempo profissional, buscando levar a oportunidade de um aprendizado e conquista por mais pequeno que ele pareça em busca de um avanço para se ter uma escola, sociedade, educação e um individuo melhor.

 

  1. REFERÊNCIAS

 

ARANHA, M.L.A. Historia da educação. 2.ed. ver. E atual.São Paulo: Moderna, 1996.

 

BOSSA, Nadia A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre, Artes Médicas, 2000.

 

BOSSA, Nadia. A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da pratica. RS, Artmed, 2007.

 

BRASIL. CNE. CEB. Resolução n°2 de 11 de setembro de 2001. Brasilia,2001. CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASIL .[Constituição(1998)]. Constituição Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1998.

 

HEEMANN, A. Texto cientifico: Um roteiro para estrutura, citações e referencia de projetos e trabalhos monográficos. 4. Ed. Curutiba: Guerreiro, 2003.

 

MITTLER, P. Educação inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: Artmed, 2003.

 

WEISS.M.L.L. Psicopedagogia Clinica: uma visão diagnostica dos problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro DPJA. 2003.