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A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Elisangela Valquiria Garcia Martins

Meyriliani Chistie da Silva Santana

Cláudia Maria Rodrigues Teixeira

Patrícia Nattes dos Santos

Elessandro Dutra da Cruz

 

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo apresentar através de pesquisa uma investigação da importância das brincadeiras na educação infantil e apontar algumas limitações enfrentadas pelos professores nas escolas no momento de interação das crianças. A presença de brincadeiras de cunho educativo é uma realidade para a qual a escola não pode fechar os olhos, pois promover uma aprendizagem significativa para as crianças envolve brincadeiras que possuem enormes significados e são desafios que acabam ganhando proporções ainda maiores e complexas no âmbito escolar e social. Esta abordagem considera as escolas como grupos sociais, onde a educação se apresenta como uma busca por todos e tem por objetivo final é formar cidadãos saudáveis e produtivos que possam contribuir plenamente para a vida econômica, social e cultural do país, da comunidade e da família.

Palavras-chave: Educação infantil. Brincar. Desafios.


  1. INTRODUÇÃO


As brincadeiras infantis são fenômenos interessantes e ao mesmo tempo complexos, pois são diferentes de acordo com a cultura de determinada comunidade. Por se fazer tão presente na educação infantil e ser de múltiplas especificidades o lúdico torna-se essencial para o processo de aprendizagem. O presente artigo tem como objetivo fazer uma breve apresentação do conceito do brincar e correlacionar o mesmo com a educação infantil, visando destacar sua importância durante o processo de desenvolvimento da criança. Para elaboração do artigo foi realizada uma pesquisa bibliográfica em artigos da área da educação. Por meio de uma análise de artigos, pode-se compreender que o momento do brincar na educação infantil é um espaço privilegiado para o desenvolvimento das crianças e deveria ser fundamental no cotidiano da Educação Infantil.

De acordo com Dohme (2004), e fazendo uma alusão ao aspecto do brincar é compreensível que toda brincadeira é livre, mas para que se tenha ordem faz-se necessária a aplicação de algumas regras em determinadas situações. Na educação infantil o ato de brincar é uma fuga da vida real, para um mundo imaginário o que estimula a capacidade da criança de socializar-se com os colegas e usar a imaginação para suas atividades.

Limitar o espaço e tempo para as brincadeiras é determinante para que a criança tenha noção de espaço e tempo no desenvolvimento de atividades. De acordo Vieira (2010) apud o processo de criar um ambiente favorável à socialização, envolvendo as crianças no processo de troca de experiências e conhecimento. Citando Ostrower (1990), quando diz que o ato de criar está relacionado à uma apresentação corporal ou não, acompanhado de uma sensação de responsabilidade; fica compreensível ato de brincar as crianças representam através das emoções e expressão corporal o que estão sentindo no momento e a responsabilidade que envolve cada ato.

No presente artigo, levou-se em consideração que o conceito de brincar na educação infantil deve ser compreendido na sua totalidade como um fenômeno que precisa ser analisado em seu contexto histórico e cultural de uma sociedade.

É bom ressaltar que o docente tem papel importante na educação infantil fazendo com que esse professor se permita a aprender com seus discentes. Ao buscar compreender a situação ao qual a criança se insere, entendendo seu contexto familiar, tentando nortear sua história de vida o docente se fundamenta em diversas áreas de conhecimento; assim pode se basear em metodologias que irão nortear como será seu direcionamento no que tange a atividade “brincar”.

Diante do que foi dito acima, é válido que o docente se faça algumas indagações como por exemplo: qual o desafio de aplicar o conceito de socialização na prática da educação infantil? E, diante desse desafio, como ele pode orientar as crianças nas atividades que envolvem o ato do brincar para que elas se desenvolvam?

Alguns autores fazem apontamentos sobre como se compreende a infância no seu aspecto social e histórico, a exemplo Peters (2009, p.17) que afirma que esses conceitos variam em conformidade com a época e forma de organização social.

Imaginar o que perpassa a infância é um fator determinante para que se apliquem brincadeiras que permitam que as crianças se manifestem com sua linguagem própria, com manifestações e direcionamento que oriente as brincadeiras e o desenvolver delas, conforme apontamento de Cordazzo e Vieira (2007).

Um dos teóricos de suma importância ao falar de brincadeiras e ludicidade é Vygotsky (1984), que direcionam a importância desse aspecto lúdico na educação infantil.

Sendo assim esta pesquisa, de cunho bibliográfico tem o objetivo central de propiciar para a formação de docentes a compreensão do conceito de ser criança” e correlacionar com “o brincar” como a fase mais importante da infância e do desenvolvimento humano que é a educação infantil.

O lúdico permite um desenvolvimento completo e uma visão de mundo mais real. Através de brincadeiras que estimulem a criatividade a criança se expressa das mais diferentes formas, analisando e transformando a sua realidade. Se a brincadeira tiver um direcionamento à socialização, ao aprendizado ou outro aspecto educacional ela contribuirá para formação da criança, e auxiliará na melhora do relacionamento interpessoal e domínio do processo de empatia.

Fica claro, no entanto que esse processo participativo é fator determinante ao docente para conscientizar o aluno, onde serão dados a ele dois caminhos a serem seguidos, onde um diz respeito a seguir e repetir os conceitos e outro de fazer algo oposto ao que está sendo passado. Ao observar essas situações o docente tem o domínio de também perceber o grau de desenvolvimento de seu aluno. Ficar atento no período do brincar oferece ao professor um leque de situações, as vezes a criança retraída tem algum tipo de deficit de atenção ou comportamento e não compreende a brincadeira, se isolando da mesma.

Justifica-se a elaboração do presente artigo diante da formação acadêmica e buscando uma constante intervenção em alguns casos onde dialogar com os pais e responsáveis sobre o que foi observado no período que a criança estava socializando com os colegas, auxiliará no desenvolvimento da mesma; através do processo do brincar.

De acordo com Vygotsky (1930, p.33), o processo de criação tem sua gênese na inadaptação, ou seja, onde o indivíduo apresenta seus anseios e desejos e expressa de diferentes formas. O mesmo autor afirma em sua ideia que os processos de criação são movidos pela associação, afirmando. A criatividade deve ser entendida e associada a forma que os indivíduos desenvolvem o pensamento divergente, onde a resposta a um problema não tem uma solução específica.

Importante compreender que numa sociedade marcada por enormes desigualdades socioeconômicas e culturais como a nossa, a escola desempenha um papel fundamental na promoção dessas condições, sua importância consiste tanto no que se refere a formação dessas pessoas, através da apropriação do saber, quanto na criação de um espaço real de ação e interação que favoreça o fortalecimento e o enriquecimento da identidade sociocultural de todos os indivíduos. Muitas atividades de cunho educativo não serão realizadas no seio familiar, ou até mesmo na comunidade, diante das mazelas vivenciadas por alguns alunos.

Com o objetivo de esclarecer os conceitos que envolvem a atividade brincar na educação infantil o presente artigo será iniciado com alguns apontamentos sobre o conceito e sobre teóricos que abordam temática. Ressaltando ainda que políticas públicas na área educacional que estão relacionadas a atividade brincar, deveria ser mais valorizadas no cotidiano escolar, para melhor conhecer a realidades em que vivem os alunos portadores de deficiências, e assim consequentemente conquistar uma educação de igualdade e qualidade, que garanta a permanência de todos na escola com produção de conhecimento, que possibilite sua participação na sociedade.


  1. O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Conto de fadas, pique-pega, amarelinha; essas são algumas das brincadeiras que entretêm as crianças por pouco ou muito tempo, dependerá de que tipo de dinâmica o educador irá aplicar. Essas atividades permitem que os alunos entrem em contanto com um mundo imaginário que pertence a elas, onde a fantasia fará com que elas usem da criatividade e saibam lidar com as emoções que lhe afloram.

Ao usar da imaginação os alunos são transportados a um mundo de fantasia, isso acontece com adultos também. Contar histórias requer interpretação para que o discente se sinta de fato naquele mundo mágico. Ao docente esse momento permite que ele amplie seu conhecimento e sua forma de perceber o mundo ao seu redor.

O ouvir também provoca a criança, instigando a mesma a exercitar sua imaginação e absorvendo novos conhecimentos. Para Kishimoto (1999), não é uma tarefa simples definir o conceito do brincar como se imagina, pois existem fenômenos que constroem esse conceito.

Segundo Martins (2006) ao docente cabe constantemente desafiar o aluno, oferendo a ele materiais para específicos para desenvolvimento de atividades artísticas, instigando-o a executar tarefas e desafiando a desafios de criação. Os desafios farão parte do processo de construção, onde a criança estará atenta e desenvolverá habilidades para alcançar o objetivo almejado. O grau da dificuldade de determinada atividade ocasionará na satisfação ou não da criança, o importante é ela ter consciência que pode concluir a atividade.

É nesse sentido que a brincadeira se transforma em processo confiança, onde a criança descobrirá seus limites, irá extravasar seus anseios e medos e romper com esses. Sendo assim, tem-se que compreender que a socialização é um processo intrínseco a construção da cidadania e na formação da criança e está diretamente ligado ao ato de brincar.

Apresentar a criança eu a criatividade faz parte de seu desenvolvimento social e científico, bem como está relacionado ao seu bem estar social.

Significa que ao apresentar a brincadeira o docente apresentará uma um novo conceito à criança. Uma dimensão importante desse fenômeno, brincar, é que esse não pode ser o centro do trabalho. A felicidade e encanto provocado pela brincadeira são para as crianças o ponto principal, mas para o docente são apenas caminhos para construção de regras e criação de métodos lúdicos para aplicar as mais variadas metodologias com vista a ensinar a criança algo que irá fazer com que ela desenvolva habilidades.

Construir e delimitar as regras são pontos determinantes para definição das brincadeiras. Vygotsky (1991) e outros autores (KISHIMOTO, 1999; VOLPATO, 2002), apontam que ao brincar a criança se apropria de regras próprias e das regras que lhe foram transmitidas se inserindo num ambiente estruturado e facilitador. Serão essas regras que vão permitir a melhor socialização e interação com as demais crianças.

Vygotsky (1991) ressalta ainda que a criança quando inicia o processo de brincar não apenas quer reproduzir as atividades orientadas por adultos, mas desenvolve todo um sentido para suas atividades, onde irá fazer com que ela tente se espelhar no comportamento dos adultos, agindo como tal. É nesse sentido, que a brincadeira tem duas dimensões importantes: uma que envolve situações imaginárias e outra as regras (Vygotsky, 1991).

Na educação infantil a criança ainda está pequena o que ainda inibe à imaginar situações concretas, já no desenvolvimento dessa criança no período pré escolar é possível observar que as crianças criam situações imaginárias, além da realidade, o que em alguns momentos altera os significados das ações.

Nessa capacidade de colocar significado e sentido nas brincadeiras que Vygotsky (1991, p. 118) coloca uma ênfase na atividade, categorizando a mesma como essência para estabelecimento do real e do campo da imaginação. Entre outras palavras, fazer com a criança perceba e dissocie o real do fantasioso.

A leitura dos textos selecionados para elaboração do presente artigo, propiciaram a afirmação de que as competências atribuídas aos docentes e exigidas pelas Escolas também têm influência na hora de direcionar uma atividade na educação infantil. Exigir que o docente capacite a criança para interação interpessoal e crie um processo de empatia com os demais alunos é tarefa primordial das Escolas, e como afirma Vygotsky (1991, p 113) a percepção imaginária no período da educação infantil será base para que na fase adulta esse mesmo pensamento seja abstrato.

Para Vygotsky (1991. Pg 110) há uma distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial, ou seja, a distância entre aquilo que a criança faz sem auxílio e aquilo que ela precisa de adultos ou companheiros com mais prática para fazer. Essa distância ele chama de ZDP ou Zona de Desenvolvimento Proximal.

Nas atividades lúdicas a criança pode desempenhar e representar qualquer papel, demonstrando muitas vezes que do que realmente é capaz de fazer no momento de relação interpessoal. É através da brincadeira que a criança pode demonstrar que possui comportamentos diversos e até além dos esperados para a sua idade e que, em outras situações, talvez não fossem possíveis, isso porque durante a brincadeira há uma ZDP.

Com todo o levantamento bibliográfico, foi possível observar que os enfoques teóricos estão em consonância com a teoria Vygotskyana, ressaltando que há uma variedade na área de pesquisas possibilitando uma vasta percepção da importância do brincar na educação infantil. Diante das leitura realizadas é válido fazer o seguinte questionamento: onde as crianças estão brincando? E com o que elas brincam? Tendo em vista que a Escola tem seu papel, mas no convívio familiar e comunitário é que devem ser construídos e formados valores para toda vida.

Como dito anteriormente o ato de brincar possui aspectos culturais que determinará os comportamentos que a criança deve ter e os que não deve ter. Por exemplo: uma tribo indígena pode considerar que bonecas não são para brincar, mas para rituais religiosos, enquanto uma sociedade industrializada produz milhares de bonecas para as crianças brincarem. Essa máxima não é determinante e nem sempre é clara e precisa; mas tem seu valor na medida em que irá influenciar a maneira como as crianças brincam, com o que brincam, com quem brincam e onde brincam.

Cabe também ressaltar que ao brincar as crianças se inserem em um espaço onde as cercam de conflitos e problemas, esses problemas elas devem saber como solucioná-los para enfrentá-los nas demais fases de desenvolvimento. Alguns autores apontam que brincar vai além de satisfazer os desejos das crianças, é um espaço riquíssimo de troca de experiências culturais, que não são universais, e possibilita o crescimento e desenvolvimento conduzindo a um relacionamento em grupo de forma sadia.

No mundo que vivemos sabemos também que o consumismo e avanço do capitalismo modifica os hábitos do brincar das crianças, como dito no decorrer do artigo o aspecto cultural é um fator determinante para que se conheça as brincadeiras. As crianças de hoje por fatores diversos acabam amadurecendo precocemente e o espaço físico dentro das residências é restrito, além disso algumas famílias impõe hábitos onde as crianças tornam-se adultos miniaturas e precisam cumprir uma agenda de compromissos.

O excesso de atividades e o acesso precoce ao mundo tecnológico também limita o brincar de “antigamente”. As famílias também hoje se restringem em onde deixar as crianças com medo da violência exacerbada e mesmo em escolas renomadas a garantia de segurança não é 100% garantida,

O tempo das crianças foi tomado por um mundo de atividades, e os adultos cada vez tem menos tempo para brincar com os pequenos. Horas a fio em frente à televisão, tablets e celular não substitui a interação social e liberdade de se expressar através do corpo. Os jogos eletrônicos têm vida própria, tem seu mundo já criado e não propicia criança exercer a criatividade. Sem contar que não há movimento corporal o que faz com que as crianças se tornem sedentários precocemente.

Outra importante questão é que há modelos que sustentam as atividades dos docentes nas séries iniciais, e serão esses modelos que vão propiciar ao docente a criação de novos conceitos pois a práxis pedagógica não pode ser dissociada de sua atuação. As crenças e valores que giram em torno do mundo aluno x professor necessita de reformulação constante para que novas metodologias possam ser aplicadas e o processo ensino-aprendizagem se fortaleça.

Portanto, em termos de composição o fenômeno brincar envolve aspectos cognitivos, afetivos e sociais. Entretanto, além de entender o que é a brincadeira e como ela se organiza, é preciso também entender a dinâmica desse fenômeno para as crianças nas séries iniciais, principalmente pelo fato do desenvolvimento, ocorrer com maior intensidade.

O que tem se observado é que os pais também se esqueceram da importância do brincar, como parte do processo de interação e fortalecimento de vínculo, alguns preferem encher as crianças com presentes caros mas que não são importantes para brincar ou nem brinquedos são. Os brinquedos se tornaram obsoletos. E outro aspecto é em festas de aniversário que os pais preferem roupas e acessórios ao invés de brinquedos, com objetivo de economizar não pensando no desenvolvimento do raciocínio lógico e desenvolvimento lúdico da criança.

Vale lembrar que os pais são papel importante nesse processo de desenvolvimento e deve se entender que o brinquedo não é um mimo, mas faz parte do desenvolvimento infantil, assim como as brincadeiras. As crianças se desenvolvem gradativamente, não podemos pular etapas e criar adultos em miniatura, eles precisam brincar para se desenvolver e descobrir como ultrapassar cada fase. Cada fase que a criança conquista é uma etapa vencida.


  1. CONCLUSÃO


Após analise dos textos pesquisados ficou claro que os benefícios das brincadeiras na educação infantil, seja em ambiente escolar, como no seio familiar são incontestáveis. O que a maioria dos autores relatou é que as escolas planejem sistematicamente atividades que incluam as crianças no conceito de brincar.

Faz necessário que os professores busquem se capacitar para que através das brincadeiras ofertadas direcionem as crianças a um objetivo maior, quer seja no quesito aprendizagem ou no aspecto de socialização. Aos pais e responsáveis também compete à função de não apenas delegar essa tarefa para a escola, mas buscar estar brincando com atividades que de fato vão envolver a criança na ludicidade e envolvê-la com vista a estimular a criatividade.

Ao Estado compete ainda a criação de políticas públicas na área educacional com objetivo de eliminar as desigualdades sociais, e todos os indivíduos possam ter o acesso à educação de qualidade, ressaltando que vivemos uma realidade onde a educação infantil também possui um público diferenciado, onde há crianças com deficiência e todos os cidadãos tem direito à educação por se tratar de um direito constitucional.

Questionar o acesso à educação infantil seria retroceder, tendo em vista que estamos no tempo que antecede as conquistas sociais, mesmo que o acesso à escola não seja ainda na prática garantido a todas as crianças de 0 a 06 anos de idade, o que se faz urgente incorporar aos movimentos sociais é a luta por uma educação de qualidade, educação está que devemos objetivar para todos.

Diante, muitas vezes, de uma concepção reducionista, não dialogável e pontual, reflete-se neste momento, a teoria defendida por Pascal (apud MORIN, 2000) qual explicita a impossibilidade de se conhecer o todo sem conhecer as partes bem como não se conhecem as partes sem levar em consideração o todo. Colaborando então, com o pensamento que vislumbra o conhecimento integral em detrimento do conhecimento parcial. Ou seja, implica em aplicar o conceito do brincar na sua totalidade, permitindo que a criança se conheça e crie através do lúdico.

No que tange as disciplinas formativa, tem-se a caracterização que brincar está vinculado a um conhecimento fragmentado, constituindo-se algo sem significado ou sem sentido aparente. Porém num contexto geral o brincar faz parte do processo de aprendizagem (sem restrições ao ato de conhecer), muitas vezes, esse processo está pouco fundamentado, desatualizado ou desarticulado, sobretudo, pouco significativo para os seus aprendizes (tanto os formadores quanto os formandos – alunos).

Alguns autores pesquisados fizeram observações importantes e levaram a reflexão que há distinção entre informação e conhecimento; sendo a primeira o primeiro olhar sobre o objeto ou fenômeno e o conhecimento requer além do olhar, a análise, a síntese, a contextualização, o aprofundamento, a problematização sobre o mesmo.

O principal objetivo deste projeto foi apresentar de forma clara e sucinta que deve ser assegurado à criança o direito básico de brincar, permitindo a esta ser criança e desenvolver-se por completo dentro de um ambiente propício. Compreender o conceito e gênese da infância ao longo da história da humanidade é reconhecer que esses conceitos sofreram alterações e hoje é reconhecida como uma fase essencial para a constituição do sujeito. Para que este conceito fosse tido como integral, mudanças de concepção precisaram ser vistas e fica notório que é necessário um ambiente que possibilite experiências e novas relações, sendo esse o papel por excelência da educação infantil, onde ofereça espaços para as crianças sejam sujeitos ativos.

Por fim, infelizmente no mundo capitalista em que estamos a ludicidade está sendo reduzida do universo das crianças; fazendo que que elas brinquem menos e amadureçam precocemente; o que no futuro pode se tornar um problema para o adulto.


REFERÊNCIAS


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