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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO ENSINO MÉDIO PARA A FORMAÇÃO DE ALUNOS CRÍTICOS

Marcos Ferreira da Silva

 

RESUMO:

Este artigo apresenta resultados de pesquisa relacionada á hábitos de leitura de livros de literatura entre alunos do 2° ano do ensino médio. Esta pesquisa enfoca especificamente o ensino de literatura no ensino médio e tem como objetivo descrever e compreender a pratica de ensino de literatura no ensino médio e mapear as razões de seu fracasso. A leitura da literatura é fundamental para o desenvolvimento, tanto social, quanto pessoal do ser humano e, por isso deveria ser efetivamente discutida e repensada com a intenção de cativar o seu público. Nessas circunstâncias, cabe aos professores atualizarem o seu conhecimento, que venham a diminuir a distância entre a literatura e o leitor, o aluno. Assim, a fim de colher dados a respeito das práticas de leituras nos dias atuais, parte inicialmente de uma pesquisa feita diretamente com alunos do ensino médio de duas escolas da rede pública estadual urbana e do campo no município de Comodoro-MT.

Palavras-Chave: Língua Portuguesa. Leitura. Ensino-Aprendizagem.

 

1-INTRODUÇÃO

 

Este trabalho de pesquisa tem dois objetivos principais: primeiramente, compreender como são as práticas pedagógicas do ensino de literatura, quais as relações entre o fracasso escolar e essas práticas e, além disso, as razões históricas da cristalização dessas práticas. Propõem-se neste artigo algumas reflexões em torno de atividades que envolvem leitura, opressão e prazer a partir da escola. Quais são consideradas opressoras e que afastam os alunos dos livros de literatura? Ao contrário, quais são as metodologias de leitura escolar que proporcionam o prazer de ler? Quais metodologias contribuem efetivamente para a formação de leitores? Para o desenvolvimento do estudo, realizamos pesquisas com alunos das escolas envolvidas, os quais responderam a questionários cujas perguntas foram direcionadas ao fim proposto, ou seja, descobrir quais as metodologias contribui ou não à formação de leitores.
A leitura literária deixa em cada um de nós uma bagagem de experiências que nos define como leitores e que se refletem em nossa formação humana e profissional. Nesse sentido, realizamos um estudo exploratório e de cunho qualitativo cujo objetivo geral foi compreender quais as contribuições do ensino da Literatura para a formação do leitor no universo do Ensino Médio de dois colégios da rede estadual de ensino, um urbano Doa Rosa Frigger Piovesan e outro do campo, Escola Djalma Careiro da Rocha.

 

2-A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA A FORMAÇÃO SOCIAL

 

A leitura é de fundamental importância para o desenvolvimento das pessoas, para nossa formação social, contemplando os mais variados aspectos que vão desde a linguagem, passando pela sensibilidade, emoção até o exercício da reflexão que são fundamentais para as diferentes aprendizagens. Através das leituras que realizamos, nos apropriamos de um vasto conhecimento sobre diferentes lugares, descobrimos um novo mundo de culturas e saberes, muitas vezes sem fisicamente sairmos do lugar.
Ler é um processo contínuo, pois envolve uma compreensão que não se esgota na decodificação da palavra escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. Para Orlandi (2003) a produção do sentido está no modo como a leitura se relaciona entre o dito e o compreendido. O ato de ler implica segundo Freire (1989), na percepção crítica, na interpretação, na reescrita, na reelaboração do que lemos.
Aprendemos a ler a partir do nosso contexto pessoal Martins (1994) e para ir além das linhas e entrelinhas Silva (2003), precisamos valorizar o ato de ler, que apenas começa na decodificação da palavra escrita. Ela se antecipa e perdura na inteligência do mundo. Segundo Paulo Freire no livro A importância do ato ler (1989), a leitura da palavra articula-se com a leitura de mundo, pois “A leitura da palavra é sempre precedida da leitura do mundo” (FREIRE, 1985, p.9). Isso significa dizer que a leitura do impresso veiculada em livros ou telas de eletrônicos, está intimamente relacionada com as experiências e as vivências dos leitores:

 

Refiro-me a que a leitura de mundo se trata de leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele. De alguma maneira, porém, podemos ir mais longe e dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura de mundo, mas que por certa forma de ‘descrevê-lo’ ou de ‘reescrevê-lo’, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente (FREIRE, 1984 a, p.22).

 

A leitura, portanto, é concebida como um processo de compreensão abrangente cuja dinâmica envolve componentes sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, bem como culturais econômicos e políticos. Dessa forma, a leitura insere-se na perspectiva cognitivo-sociológica e é considerada como uma abordagem mais ampla e interdisciplinar.
No Ensino Médio, espera-se que essa prática esteja bem desenvolvida, porque as leituras vão se desenvolvendo à medida que os alunos-leitores avançam em seu percurso acadêmico. Além disso, é nessa etapa que a escola mais evidencia a prática da leitura literária, por causa da exigência do vestibular.

 

2-1 OS PCNEM: CONCEPÇÕES DE LITERATURA E ENSINO

 

Nosso estudo buscou fazer um recorte para discutir a Literatura no âmbito do Ensino Médio, pois é nessa etapa que a responsabilidade de ensinar Literatura torna-se premente pela proximidade do vestibular. Esse é outro equívoco da escola, porque no Ensino Médio, esse aluno já deveria ser um aluno-leitor proficiente, gostando ou não das narrativas literárias que lhe são apresentadas.
As competências e habilidades propostas pelos PCN+, Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) e pelas Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio permitem inferir que o ensino de Língua Portuguesa e de Literatura busque desenvolver no aluno-leitor seu potencial crítico, sua percepção das múltiplas possibilidades de expressão linguística, sua capacitação como leitor efetivo dos mais diversos textos representativos de nossa cultura com vistas a ampliar ou construir o letramento (Soares, 2011) desses alunos-leitores:

 

Para além da memorização mecânica de regras gramaticais ou das características de determinado movimento literário, o aluno deve ter meios para ampliar e articular conhecimentos e competências que possam ser mobilizadas nas inúmeras situações de uso da língua com que se depara na família, entre amigos, na escola, no mundo do trabalho (BRASIL, 2000, p.55.

 

A formação do aluno leitor de Literatura é discutida nesses documentos de forma bastante ampla apontando as necessidades de letramento literário que leve aos jovens a não lerem apenas as obras literárias, mas que possam ir além, conhecendo textos que falem da Literatura. Tais documentos orientam os professores, apontando caminhos que devem trilhar para que alcancem seus objetivos, para cumprir com esses objetivos em relação à formação de leitores na Escola.
O ensino de Literatura está integrado na área de leitura e dos estudos dos gêneros discursivos, por isso dialoga com resenha, sinopses, sínteses, reportagens, ensaios entre outros que falam sobre a Literatura e que são imprescindíveis para esse jovem leitor do Ensino Médio compreender alguns aspectos que são teóricos em relação à forma de o autor dizer as coisas do jeito que diz, pois somente ele sabe o efeito de sentido que deseja provocar nos seus leitores.
A concepção de leitura como atividade de produção de sentidos é explicitada nos PCN conforme a seguir:

 

A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem etc. Não se trata de extrair informação, descodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades de compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas. (PCN, 1998, pp. 69:70).

 

Não só os PCN, como também as Leis de Diretrizes e Bases (LDB) vigentes apontam para uma concepção de leitura e ensino de Literatura pautada na formação do cidadão leitor.
Espera-se que na sala de aula, mais especificamente nas aulas de literatura, que o professor crie propostas de leituras dos clássicos universais que cativem seus alunos, capazes de envolvê-los e que eles se deliciem com uma boa história sem compromisso com provas e testes, apenas pelo prazer de enveredar por mundos nunca sonhados ou, até, descobrir que aquela narrativa, aquele tema tem muita coisa em comum com o seu mundo. Não importa, viajando por outros mundos ou identificando-se com a história contada o que vale são as descobertas, os conhecimentos adquiridos e a viagem que a leitura proporcionou. ENTRELETRAS, Araguaína/TO, v.6, n. 1, p.6- 21, jan/jun. 2015 (ISSN 217- LDB-9394).
As Orientações Curriculares para o Ensino Médio-OCEM (2006) é outro documento elaborado pelo Ministério da Educação com o objetivo de contribuir para o diálogo entre professor e escola sobre a prática docente, “é um instrumento de apoio à reflexão do professor a ser utilizado em favor do aprendizado”, segundo Carta ao professor (p, 05).
As OCEM tratam de uma questão de suma importância para a formação do cidadão: o ensino de Literatura no ensino médio. “Trata-se, prioritariamente, de formar o leitor literário, melhor ainda, de ‘letrar’ literariamente o aluno, fazendo-o apropriar – se daquilo a que tem direito.” (p. 54).
A esse respeito, Ana Maria Machado em seu livro Como e por que ler os clássicos universais desde cedo (2002) discorre sobre o imenso patrimônio da leitura de obras valiosíssimas que temos de herança, no entanto, muitas pessoas nem desconfiam disso ou não se interessam em abrir a arca que os antepassados deixaram para ver o que há lá dentro. Para ela é uma pena e um desperdício, pois sempre quis explorar tudo o que pudesse nessa arca e, mais tarde, aproximou os seus filhos dos clássicos, “sabe que é um legado riquíssimo, que se trata de um tesouro inestimável que nós herdamos e ao qual temos direito. Seria uma estupidez e um absurdo não exigir nossa parte ou simplesmente abrir mão da parte que nos pertence.” (p.18).

 

2-2 A FORMAÇÃO DO LEITOR NO ENSINO E LITERATURA

 

Considerando que a Literatura contribui para o desenvolvimento das pessoas em diferentes aspectos que começam no artístico e cultural e se estendem pelo social, político, cognitivo, é preciso, pois, refletirmos sobre o que de fato significa e a que se propõe o trabalho com a leitura literária na escola. Os estudos na universidade apontam que a teoria sobre Literatura não deve silenciar e nem sucumbir à leitura dos textos ficcionais. Além disso, por meio de leituras cuidadosas é possível oportunizar ao leitor-jovem acessar, a partir desses textos, questões de ordem política, religiosa, ética, estética, social, comportamental. O estatuto do leitor e da leitura no âmbito dos estudos literários leva-nos a dimensionar o papel do professor não só como leitor, mas como mediador, no contexto das práticas escolares de leitura literárias.
Cosson (2011) afirma que se quisermos formar leitores capazes de experiências toda a força humanizadora da Literatura não basta apenas ensinar ler. Até porque segundo o autor, ao contrário do que acreditam os defensores da leitura simples, não existe tal coisa. Lemos da maneira como nos foi ensinado e a nossa capacidade de leitura depende daquilo que nossa sociedade acredita ser objeto de leitura.

 

3-COLÉGIO ESTADUAL DEPUTADO DJALMA CARNEIRO DA ROCHA

 

É tradicional na cidade de Comodoro, situado no distrito de Nova Alvorada tem uma representatividade muito boa devido ao curso Técnico em Agroecologia. É Escola sede mantendo extensões ofertando a modalidade do Ensino médio nas Escolas municipais: Darcy Ribeiro, Carlos Popermayer, Thiago Elias, Victor Quintiliano todas Escolas do Campo. A Escola também se destaca pelos resultados que seus alunos apresentam em concursos, sempre com um índice excelente de aprovações, especialmente no Enem e vestibulares das universidades estaduais e Federais a exemplo da Unemat e UFMT.
Além, disso, tem uma boa estrutura moderna e com um paisagismo que valoriza o verde natural que compõem o ambiente desse lugar, tornando-o bem acolhedor. Os professores têm graduação e atuam em sua área de formação. O colégio atualmente é composto por 43 professores para o Ensino fundamental EJA- Educação de jovens e Adultos e Ensino Médio – Formação Geral e modalidade normal e dois professores de disciplinas técnicos sendo um Agrônomo e outro Izotecnico. Possui 21 funcionários de apoio entre porteiros, zeladoras, merendeiras e agentes administrativos tendo a sua direção composta por coordenadores, secretário e Diretor geral.
A escolha pela instituição deveu-se ao fato de já fazermos parte daquela equipe o contato com os sujeitos da pesquisa deu-se de forma mais natural e tranquila.

 

3-1 ESCOLA DO CAMPO E.E. DJALMA CARNEIRO DA ROCHA SALA ANEXA DARCY RIBEIRO

 


Como apresentado no gráfico acima, 7 em cada 10, ou seja 70% dos alunos pesquisados disseram que realizam práticas de leitura com objetivo principal de obter informações. Um aluno respondeu que lê como um passatempo e dois deles disseram ler por prazer.

 


Perguntou-se aos alunos entrevistados se eles possuem hábitos de leitura. Apenas 01 aluno não respondeu esta questão e os demais, ou seja, 90% afirmaram possuir hábitos de leitura. Se analisado do ponto de vista de que objetivos tem ao fazer a leitura, notamos, porém, que se trata de práticas de leitura para buscar informações, geralmente com indicações ou pesquisas relacionadas ao tema, assunto de interesse.

 

 

Quanto ao questionamento “Você é um bom leitor?”, todos os alunos pesquisados, se consideram um bom leitor. O questionamento também faz menção aos motivos, a justificativa de se considerar um bom leitor e algumas alterações nas respostas aparecem como: “porque respeito os pontos”, “porque eu leio bem e gosto de ler com frequência”, “porque gosto de ler”, “porque eu tenho interesse pela leitura” “porque leio com muita facilidade”, “com minha própria leitura consigo entender todo o contexto”. Nota-se aqui um claro entendimento de que na concepção de ser um bom leitor é ler respeitando a pontuação, é ler com frequência, entre outras observações. Apenas 01 aluno pesquisado mencionou o fato de que se considera um bom leitor porque entende o que lê, ou seja, consegue associar leitura à interpretação textual.

 

 

O gráfico abaixo, por sua vez, vai apontar que o tipo de suporte de texto preferido pelos alunos é o tipo digital, justificados geralmente, por ser mais prático do que a leitura de material impresso.

Análise sobre o gênero preferido, ventura e romance foram os gêneros que mais se destacaram nessa pesquisa e abaixo desses vem praticamente com os percentuais igualados contos, crônicas, poesias, teatros, ficção cientifica e entre outros. E ao analisar esse gráfico percebe-se que o romance e aventura esses gêneros são mais procurados pelos leitores.

 

 

Os dados mostram que a maioria dos entrevistados já realizaram leituras de obras clássicas e que isso aconteceu por sugestões/orientações do professor, mostrando dessa forma a importância do papel do professor como mediador, como incentivador do processo de leitura. Os dados mostram ainda que todos os entrevistados consideram importante que a Literatura deve continuar fazendo parte do currículo escolar por permitir o enriquecimento de vocabulário e novas descobertas.
Sugestões que os alunos abordaram: Motivação, adquirir hábitos, ler em diferentes ambientes, mais aplicação de tempo quanto à leitura, aulas mais dinâmicas e aplicação de diferentes gêneros textuais.

 

4- ESCOLA URBANA E. E DONA ROSA FRIGGER PIOVESAN

 

A pesquisa foi realizada na escola Estadual Dona Rosa Frigger Piovesan na zona urbana de Comodoro MT com uma turma de 2ª ano do ensino, e foram entrevistados 21 alunos que no qual com base nas questões abordadas foram construídos gráficos abaixo representando os resultados.
O Colégio é tradicional na cidade de Comodoro, tem uma estrutura ótima que oferece ao aluno também tem um ensino pelos resultados que seus alunos apresentam em concursos, sempre com um índice excelente de aprovações, especialmente no Enem e vestibulares das universidades estaduais e Federais a exemplo da Unemat e UFMT.
O colégio é de grande importância para o município no qual recebe os maiores números de alunos na cidade de Comodoro onde são trabalhados os três turnos sendo matutino, vespertino e noturno onde são trabalhados com alunos do ensino fundamental a partir do sexto ano ao nono ano, ensino Médio do primeiro ao terceiro ano e EJA sendo assim uma escola de boa estrutura funcional.

 


Como apresentado no gráfico acima, a maioria dos alunos pesquisados disseram que realizam práticas de leitura por prazer. E cinco alunos disseram que praticam a leitura como informação, quatro como passa tempo e dois para valorização pessoal.

 

 

Perguntou-se aos alunos entrevistados se eles possuem hábitos de leitura, 62% afirmam que possuem o hábito da leitura e 38% disseram que não, resultado que aparece em alto nível a respeito da leitura dos entrevistados. Quando se fala de hábito sobre a leitura nota-se que muitos não conseguem tê-lo.

 

 

Neste gráfico a pergunta se referia à leitura de algumas obras clássicas realizada a pedido de um professor. Os dados mostram que a maioria dos entrevistados já realizou leituras de obras clássicas e que isso aconteceu por sugestões/orientações do professor, mostrando dessa forma a importância do papel do professor como mediador, como incentivador do processo de leitura. Os dados mostram ainda que todos os entrevistados considerem importante que a Literatura deve continuar fazendo parte do currículo escolar por permitir o enriquecimento de vocabulário e novas descobertas.
Sugestões que os alunos abordaram: Motivação, adquirir hábitos, ler em diferentes ambientes, mais aplicação de tempo quanto à leitura, aulas mais dinâmicas e aplicação de diferentes gêneros textuais.

 


Sobre o suporte que se utiliza para a realização da leitura, 52% das pessoas faz a leitura através de meios virtuais, percebe-se que mais de 50% dos entrevistados tem o acesso à internet como suporte para a leitura e 48% utiliza material impresso como seu principal suporte.

 

 

Na análise sobre o gênero preferido, Aventura e Romance foram os gêneros que mais se destacaram nessa pesquisa e abaixo desses vem praticamente com os percentuais igualados contos, crônicas, poesias, teatros, ficção cientifica e entre outros. E ao analisar esse gráfico percebe-se que o romance e aventura esses gêneros são mais procurados pelos leitores.

 


A pergunta se referia à leitura de alguma obra clássica realizada a pedidos de um professor. Os dados mostram que as maiorias dos entrevistados já realizaram leituras de obras clássicas e que isso aconteceu por sugestões/orientações do professor, mostrando dessa forma a importância do papel do professor como mediador, como incentivador do processo de leitura. Os dados mostram ainda que todos os entrevistados considerem importante que a Literatura deve continuar fazendo parte do currículo escolar por permitir o enriquecimento de vocabulário e novas descobertas.
Sugestões que os alunos abordaram: Motivação, adquirir hábitos, ler em diferentes ambientes, mais aplicação de tempo quanto à leitura, aulas mais dinâmicas e aplicação de diferentes gêneros textuais.

 

RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

O resultado da pesquisa realizada com alunos do Ensino médio teve como objetivos específicos identificar se existem alunos com perfil de leitores naquela unidade de ensino. Para a coleta de dados valemo-nos das seguintes técnicas de pesquisa:
1-Aplicamos o questionário para alunos do 2° ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Djalma Carneiro da Rocha -sala anexa -Escola Municipal Darcy Ribeiro e na Escola Estadual Dona Rosa Frigger Piovesan. Com questões que visavam identificar os sujeitos leitores da escola. Nesta etapa, o questionário foi aplicado para 31 alunos.
2- Após a seleção desses alunos, fizemos entrevistas para analisar o perfil de leitor desses sujeitos;
3- A análise e escrita dos resultados, sistematizados de forma acadêmica nesse estudo constituíram a terceira etapa do nosso trabalho.
As respostas evidenciaram que a avaliação da leitura, a escolha dos livros para leitura, a destinação de tempo de leitura de tais livros em sala de aula, o compartilhamento de experiências leitoras entre os sujeitos educacionais e o uso adequado de espaços destinados à leitura estão todos diretamente relacionados ao sucesso ou não de qualquer projeto de leitura.
Ainda que esses objetivos possam e devam, a nosso ver, ser revistos, o confronto deles com os resultados concretos revela que, na prática, eles não são sujeitos ativos. Grande parte dos alunos, por exemplo, tem concluído o ensino médio sem hábitos regulares de leitura, seja de textos literários, seja de textos não literários.
Assim, o ensino de literatura no ensino médio não tem alcançado plenamente nem mesmo objetivos essenciais a que se propõe: a formação de leitores competentes de textos literários ou não literários e a consolidação de hábitos de leitura. O que aponta para a necessidade de rever essa prática escolar e que novas práticas sejam implantadas.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Com a realização dessa pesquisa foi possível compreender que a temática leitura e literatura deve ser trabalhada desde os primeiros anos iniciais e ao longo de toda vida acadêmica do educando para que todos passem a perceber a importância da leitura para a comunicação e compreensão de mundo.
A Literatura é uma área de conhecimento de suma importância para a formação e desenvolvimento humano, não somente pela gratuidade e entretenimento que a ficção proporciona, mas por possibilitar aos leitores refletirem sobre si e sobre o mundo, porque vivenciam situações que são da ficção, mas que tem inspiração na condição humana. Por isso os textos literários deixam em cada um de nós uma bagagem de experiências que nos define como leitores e que se refletem em nossa formação humana e profissional.
A leitura do texto literário no ensino médio é, sem dúvida, muito importante para o aluno nesta fase de sua formação escolar. O texto literário promove um encontro especial com a leitura, pois através do contato com a literatura o aluno descobre as múltiplas faces da linguagem, entra em contato com diferentes aspectos da Língua Portuguesa.
A leitura de textos literários contribui para o desenvolvimento das pessoas em diferentes aspectos que começam no artístico e cultural e se estendem pelo social, político, cognitivo e sensorial. Nesse sentido, é preciso, pois, compreendermos sobre o que de fato significa e a que se propõe o trabalho com a leitura literária na escola. Foi nesse sentido que realizamos um estudo exploratório e de cunho qualitativo que refletisse sobre as contribuições do ensino da Literatura para a formação do leitor no universo do Ensino Médio.
Os dados coletados pela observação constatam que as práticas de leitura das narrativas literárias na sala de aula ainda são limitadas pelo uso do livro didático que traz fragmentos, negando ao aluno-leitor o acesso ao texto integral.
O ato de ler, embora neste trabalho sendo defendido como necessário para aluno no Ensino Médio, é uma atividade significativa para o ser humano desde as fases iniciais pelo fato de promover crescimento intelectual, bem como, desenvolver a pessoa nos aspectos do uso da comunicação, abrindo-lhe inúmeras possibilidades dentro do convívio social.
Assim, a importância da leitura no Ensino Médio está na necessidade de ampliar a consciência crítica, promover um cidadão atuante na sociedade e despertá-lo para reflexões importantes sobre o mundo que os cerca. Ao professor, cabe o desenvolvimento de um trabalho baseado em novas concepções de leitura, concepções estas ligadas ao cotidiano e necessidades práticas na vida do aluno.

 

REFERÊNCIAS:

 

MACHADO, Ana Maria. Como e por que ler os clássicos universais desde cedo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.

ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso e Leitura 8ed. São Paulo, Cortez, 2008.

Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Linguagens, códigos e suas tecnologias/ Secretaria de Educação Básica. Brasília: Ministério da Educação, 2002.

PCN+Ensino Médio: Orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Vol. Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC/Sem­tec, 2002.06.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2009 a.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. 2ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003 b.