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INFLUÊNCIA DA DANÇA NA ESCOLA

Thelma Elita Nascimento

Elenir Maria Medeiros

Maria Clara Ramalho Carneiro,

Walber Cristóforo Carneiro

Marisa Chiquetti Revessi Formigoni

 

RESUMO

A Dança na escola, associada à Educação Física, deverá ter um papel fundamental enquanto atividade pedagógica e despertar no alunado uma relação concreta sujeito-mundo. Deverá propiciar atividades geradoras de ação e compreensão, favorecendo a estimulação para ação e decisão no desenrolar das mesmas, e também reflexão sobre os resultados de suas ações, para assim, poder modificá-las defronte a algumas dificuldades que possam aparecer e através dessas mesmas atividades, reforçar a autoestima, a autoimagem, a autoconfiança e o autoconceito. Através das atividades de Dança, pretendemos que a criança evolua quanto ao domínio de seu corpo, desenvolvendo e aprimorando suas possibilidades de movimentação, descobrindo novos espaços, novas formas, superação de suas limitações e condições para enfrentar novos desafios quanto aos aspectos motores, sociais, afetivos e cognitivos.

 

Palavras chave: Dança. Escola. Desenvolvimento.

 

INTRODUÇÃO

 

Dançar é um dos maiores prazeres que o ser humano pode desfrutar. Uma ação que traz uma sensação de alegria, de poder, de euforia interna e, principalmente, de superação dos limites dos seus movimentos.

O Brasil é um “país que dança”, o brasileiro já tem a dança no pé, mas ainda existem muitos desacordos e até esmo falta de conhecimento a respeito da dança como conteúdo escolar.

A concepção de cultura corporal amplia a contribuição da educação física escolar para o pleno exercício da cidadania, na medida em que, tomando seus conteúdos e as capacidades que se propõe a desenvolver como produtos socioculturais.

A atividade da dança na escola pode desenvolver na criança a compreensão de usa capacidade de movimento, mediante um maior entendimento de como seu corpo funciona. Assim poderá usá-lo expressivamente como maior inteligência autonomia, responsabilidade e sensibilidade.

A escola pode desempenhar um papel importante na educação dos corpos e do processo interpretativo e criativo da dança, pois dará aos alunos subsídios para melhor compreender, desvelar, desconstruir, revelar e transformar as relações que se estabelecem entre corpos, dança e sociedade.

 

DESENVOLVIMENTO

 

Os seres humanos dançam há muito tempo. Sabemos que desde os homens das cavernas os indivíduos dançavam. Só que as pessoas dançavam por razões diferentes: com práticas religiosas, para comunicar ideias ou para lutar por seus ideais. Há pessoas que dançam para se divertir, esquecer dos problemas, ou até mesmo para emagrecer. A dança, no entanto, é muito mais do que “falar com o corpo”.Ela é uma modalidade de arte que não depende das palavras, embora também possa utilizá-las e constrói significados na vida das pessoas.

 

Considera-se a dança uma expressão representativa de diversos aspectos da vida do homem. Pode ser considerada como linguagem social que permitem a transmissão de sentimentos, emoções da afetividade vivida nas esferas da religiosidade, do trabalho, dos costumes, hábitos, da saúde. (SOARES, 1992, p. 82)

 

A capacidade que a criança tem de expressar-se corporalmente através de movimentos livres, sem estereótipos, não se discute. Porém, diante de um mundo de incertezas, exigente nos processos de educação, essa espontaneidade vai se perdendo em detrimento de questões morais e sociais, preconceitos religiosos e sexuais e por fim, recebendo punições que entram em cena reprimindo o movimento.

Os estudos sobre a dança se multiplicam e quase sempre concentram suas propostas de trabalho em ideias mais avançadas. Entretanto, existem lacunas deixadas pelas ausências do trabalho corporal em crianças com faixa etária escolar.

A linguagem corporal é tão completa e complexa quanto à linguagem verbal. Ambas sofrem repressão e limitações. Contudo a fala, por exigência do cotidiano e das dependências que temos como ser social, continua sendo praticada e exercitada, tornando-se nosso meio de comunicação.

 

Se o corpo é reprimido o movimento não pode ser livre. Cria-se assim uma dicotomia entre essas duas formas de comunicação que devem caminhar juntas e em harmonia. O homem é um ser total e necessita de uma infância sadia para atingir seus objetivos. (STOKOE, 1987, p. 12)

 

O ensino da dança na escola assume um importante papel para que os educandos possam conhecer o seu corpo, compreender as relações que são estabelecidas entre o fazer, o conhecer, o interpretar e o apreciar a dança.

Nesta perspectiva, Pereira apud Gariba (2005, p.12) coloca que:

 

(...) a dança é um conteúdo fundamental a ser trabalhado na escola: com ela, pode-se levar os alunos a conhecerem a si próprios e/com os outros; a explorarem o mundo da emoção e da imaginação; a criarem; a explorarem novos sentidos, movimentos livres (...). Verifica-se assim, as infinitas possibilidades de trabalho do/para o aluno com sua corporeidade por meio dessa atividade.

 

Nesse sentido, a dança não é só vista como expressões do movimento e do indivíduo, mas, também, como criação ou aprendizado de um determinado vocabulário de movimentos. Como uma área de conhecimento específico, a dança engloba conceitos, procedimentos e atitudes e precisa ser abordada em toda a sua dimensão: seus elementos básicos, as habilidades e técnicas corporais em dança, a consciência corporal, os processos de criar, interpretar e apreciar dança, sua estética e o conhecimento de sua história atual e de diferentes épocas e culturas.

Dessa forma, é precípuo refletir que as referências presentes no processo de ensino-aprendizagem em dança não devem ser, unicamente, as do professor, mas devem validar as diferentes experiências corporais, socioculturais e políticas dos alunos.

Essa perspectiva permite que os alunos tenham oportunidade de com a dança falar de seus desejos, experiências, preocupações e satisfações sobre o mundo que vivenciam, o que poderá resultar em instigantes temas geradores para um processo de pesquisa, criação e composição em dança. Ao mesmo tempo, os alunos podem perceber as relações que estabelecem com o seu corpo e com o do colega, refletir sobre a idealização de corpos presente na dança e na cultura, perceber as diferenças entre trabalhar o movimento sozinho e com o outro, criar em grupo compartilhando ideias e opiniões, ampliar seus conhecimentos e estabelecer outras relações espaço-temporal.

Muitos dos conteúdos de dança podem ser trabalhados numa perspectiva interdisciplinar, sem tirar com isso a especificidade da área. Mesmo que a dança seja a linguagem privilegiada em uma determinada série, ela poderá articular-se com as demais linguagens artísticas e disciplinas curriculares para atender às particularidades de um projeto pedagógico.

Para o ensino da dança, a grande contribuição da inter - disciplinaridade e da introdução de temas transversais, que têm em seu âmago as questões sociais, é possibilitar que essa área do conhecimento saia de paradigmas que a concebem, unicamente, como reprodução de movimentos ou então como a criação de um mundo de faz de conta, e esteja em sintonia com a contextura sociocultural, isto é, estabeleça relações com o meio ambiente.

Refletir sobre a sua própria realidade, a partir de uma perspectiva ética poderá contribuir para que crianças e adolescentes, na dança, compreendam os diferentes valores estéticos que pertencem a diferentes grupos sociais, bem como dialoguem e respeitem as preferências artísticas, individuais e coletivas que surgem na própria sala de aula.

O tema da dança na escola apresenta reflexões sobre as diferenças étnicas e as trajetórias dos diferentes grupos culturais e sociais que fazem parte da nossa cidade, do nosso país e de outros povos, e que devem ser valorizados nos seus modos específicos de produção e expressão.

Para que não sejam apenas reprodutores de uma cultura corporal (com seus aspectos positivos e negativos), torna-se importante que os alunos compreendam que existem diferentes visões de mundo e diferentes formas de perceber, vivenciar e significar o corpo na dança, na sua cultura e na de outros povos. Isso contribuirá para que a diferença de corpo, de idéias e de valores seja respeitada e valorizada, contribuindo assim para que a escola seja um local de transformação e emancipação social.

 

CONCLUSÃO

 

Uma das grandes preocupações que nos leva a montar esse projeto são as dificuldades encontradas em nossa clientela, devido à distância no qual a escola e o município se encontram dos grandes centros culturais, dificuldades financeiras são fatores que impossibilitam nossos alunos de participarem de eventos educacionais.

Diante a estas dificuldades achamos necessário que um professor atuasse apenas nessa disciplina para suprir essa necessidade, pois é um anseio dos educando e da comunidade escolar, visto que em 1996, da nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) do Brasil institui o ensino obrigatório de Arte em território nacional e, finalmente, em 1997, foram publicados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que incluem, pela primeira vez na história do país, a dança em seu rol de disciplinas e como qualquer prática pedagógica, a Dança dentro das aulas de Educação Física é uma disciplina que não pode ser vista como separada do restante dos outros conteúdos que compõe o eixo curricular da escola e deve ser abordada de forma crítica e competente, pois a expressão corporal é uma linguagem, um conhecimento universal, um patrimônio da humanidade que precisa ser transmitido e assimilado pelos alunos.

Espera-se que no final da pesquisa, seja evidenciada a contribuição da dança para a melhoria no comportamento, na concentração das crianças, bem como, nas relações interpessoais e sociais, na formação da personalidade e na tomada de decisões e na socialização em sala de aula.

Espera-se também que os aspectos positivos da dança sensibilizem a comunidade escolar para a valorização desta nas aulas de educação física.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ABRAMOVICH, Fanny. Quem Educa Quem? São Paulo-SP: Summus, 1985.

 

ARTAXO, I.. Ritmo e movimento. São Paulo: Phorte, 2000.

 

BRAGHIROLLI. E. M.; et al . Psicologia social. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

 

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Secretaria de Educação Fundamental. V. 7 2ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

 

SOLER, Reinaldo. Educação Física Escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 2003.

 

STOKOE, Patrícia. Expressão corporal na pré-escola. São Paulo: Summus, 1987.

 

TOLKMITT, V. M.: Educação Física, uma produção cultural: do processo de humanização à robotização. Curitiba: Modulo, 1993.

 

VERDERI, Érica. A dança aplicada na escola. Revista Virtual EF Artigos, Natal, v. 1, n. 19, mar. 2004.