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EDUCAÇÃO FÍSICA: APROXIMAÇÃO A UMA PROPOSTA CRÍTICA DE EDUCAÇÃO

Sonia Maria Ramalho Carneiro

Maria Clara Ramalho Carneiro

Walber Cristóforo Carneiro

Elenir M. Da Silva

Thelma Elita Nascimento

 

RESUMO

Baseados na Teoria Crítica do Currículo Educacional, entendemos que a Educação Física, em qualquer uma de suas manifestações sociais, pode ser considerada uma Ciência da Educação. Ela utiliza como fontes de conhecimento outras dimensões advindas das ciências duras e humanas, e precisa de uma adequada organização institucional e epistemológica para confrontar, democraticamente, os vários campos de reflexão, capacitação docente e atuação profissional, em condições de disputa equilibrada. E isto se faz necessário para que se possa alcançar uma compreensão dos diferentes sentidos, significados socialmente atribuídos a esta modalidade.

 

INTRODUÇÃO

 

A Educação Física é uma atividade humana. Manifesta-se no condensado social por meio de práticas sociais com interesses e enfoques filosóficos, científicos e pedagógicos diferenciados, que podem ser analisados epistemologicamente em decorrência das visões, explicita ou implicitamente, colocadas sobre o homem, o mundo e a sociedade.

Como matéria de ensino da escola, está organizada numa estrutura curricular educacional, pois trata-se de um conjunto de conhecimentos advindos dos campos das Ciências Humanas, Naturais e Exatas que são utilizados para subsidiar e atualizar em caráter interdisciplinar:

O estudo das diferentes temáticas advindas da pesquisa da corporeidade no contexto histórico-cultural do jogo, da ginástica, da expressão corporal, que inclui a dança, o esporte e as lutas corporais, na qualidade de objetos de conhecimento da área.

A ação profissional do professor de Educação Física, em qualquer ambiente onde se estabeleça uma interação social do tipo professor- orientador - treinador-aluno, concretiza-se por meio de um processo de comunicação social. Este é mediatizado por uma relação ensino-aprendizagem, através do planejamento e da aplicação de procedimentos de ensino que podem ser vinculados a ações problematizadoras de caráter amplo (formação para a cidadania) e/ou restrito (tecnicismo), como é o caso do treinamento de habilidades específicas.

Situada institucionalmente, a Educação Física é uma prática política ausente de qualquer tipo de neutralidade científica e ideológica. A todo momento reflete, conscientemente ou não, concepções que simbolicamente foram criadas e estruturadas para sustentar um determinado modelo de sociedade. Essas concepções, por sua vez, favorecem a presença das várias práticas existentes na realidade. Como exemplo, poderíamos citar o caso daqueles professores que, por "n" fatores, se limitam diariamente, a entregar a bola aos alunos e esperar o final da aula, ou daqueles que concorrem com sua performance técnica para garantir um emprego em academias porque ministram aulas de ginástica aeróbica.

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

O professor tornou-se uma figura central nas políticas educacionais não só no Brasil, mas na América Latina e também em outros países, os desafios enfrentados diariamente pelos professores não é mais aquisição de conhecimento, mais sim fazer se concretizar o aprendizado dos conteúdos através de interpretação, analise critica, isso se deve a diversos fatores como a imensa quantidade de meios de comunicação que os cercam.

O professor é um profissional que domina a arte de encantar, de despertar nas pessoas a capacidade de crescer e mudar. A partir de uma nova e integral concepção do mundo o avanço tecnológico, caracteriza-se pelos meios de comunicação trazendo novas formas de relações sociais, o desenvolvimento das tecnologias de informações e comunicações tem um ritmo muito crescente, mas também parece não haver dúvidas que são fundamentais para a sobrevivência da nossa sociedade.

 

A multiplicação de cursos de formação de professores de níveis, extensão e modalidades diversas é uma das ênfases das políticas correntes, as quais têm favorecido, por meio de consórcios e parcerias diversas, a abertura crescente para a entrada de empresas privadas no terreno antes reservado à atuação do Estado. O agravamento das condições de trabalho dos professores e a qualidade insatisfatória de muitos desses programas têm acirrado o debate entre educadores e pesquisadores sobre essa questão, entre outras razões, pelo fato de que tais medidas levam ao questionamento das políticas voltadas à profissionalização e à carreira dos professores, bem a suas condições de trabalho. (BUENO, et al. 2012, p. 3)

 

Para a educação, tanto social quanto tecnológica à cada vez mais necessidades de uma educação permanente, oferecendo as possibilidades frente as mudanças do mundo vivido no dia a dia, proporcionando aos educandos o acesso da vivencia nas comunidades com intuito de prepará-los para a vida de descobertas e domínios, as ferramentas de pesquisas têm como parte a educação utilizando recursos de maneiras criativas e na busca das construções coletivas do conhecimento.

Aliás este fato está explicito em sua constante busca do saber e aprender, desta forma analisamos o papel das novas tecnologias aplicadas na educação, tendo muito mais acesso, rapidez e facilidade nas informações tornando as aulas expositivas e cada vez mais rica de conhecimentos e bem diferentes dos anos de antigamente.

O processo de educação envolve o contexto cultural, familiar entre outros fatores na vida da criança. É preciso que o professor esteja próximo aos alunos ajudando a despertar o interesse usando ferramentas que complementam aprimorando seu uso para refletir e formar cidadãos mais reflexivos.

Moss, (2018, p.103) afirma que: O papel do professor em todas as épocas é ser o arauto permanente das inovações existentes. Ensinar é fazer conhecido o desconhecido. Agente das inovações por excelência o professor aproxima o aprendiz das novidades, descobertas, informações e noticias orientada para a efetivação da aprendizagem.

O papel dos professores hoje em dia não está mais relacionado só em passar conteúdos em sala, mas sim trabalhar com metodologias participativas e funções de medir os conhecimentos, pois a cada passar dos anos a profissão dos professores vem cada vez mais ganhando transformações que vem ocorrendo nos anos atuais, e por isso é preciso estar se atualizando e buscando melhorias. Esses avanços estão cada vez mais frequentes causando impactos nos ambientes educacional; onde se vê o nascimento de um novo papel do professor comprometido com a aprendizagem e com as mudanças ocorridas.

Frente as mudanças de hoje em dia ser professor é uma tarefa bem difícil, mas que acaba sendo bem prazerosa pois é preciso se dedicar muito aos estudos e aos seus desenvolvimentos profissionais incentivando a busca de novos saberes, sendo detentor de senso critico conhecendo profundamente o campo do saber que pretende ensinar, além de ser capaz de produzir novos conhecimentos por meio da realidade que os cercam, mesmo enfrentando muitas mudanças e desafios.

Saviani, (2015) apresenta um dos entraves que o professor enfrenta na contemporaneidade é a descaracterização e de profissionalização do professor. E ele enfatiza a redução dos mestres a ensinastes. Para este autor, é fundamental um redimensionamento do ofício do professor e de sua identidade e esta nova identidade “tende a ser afirmada frente à nova descaracterização da escola e da ação educativa” (p. 22). Esse aspecto fatalmente repercute na identidade profissional, podendo ser fator de crise.

O perfil dos professores vem ocasionando mudanças em função de uma transformação do próprio processo de aprendizagem, alguns anos atrás o professor era chamando de conteudista na qual conhecia muito o conteúdo decorava e transmitia, no decorrer dos anos foram desenvolvidas as primeiras tecnologias da educação que trouxe muitas mudanças para os professores e alunos e mais recursos para as escolas.

 

Duas concepções sobre a profissão do professor, uma em que são valorizados os conhecimentos formais, codificados e transmissíveis, atestados por títulos universitários, e outra em que a profissão é construída no processo de trabalho, experiência, qualidades pessoais, trabalho em grupo e solidariedade nas relações de trabalho. As duas dimensões resultam em formas indenitária distintas com relação ao ser professor. A forma como o docente reconhece a profissão difere entre a própria categoria. Dito desta forma, o autor salienta que parece haver um consenso entre os docentes de que a profissionalização do professor é construída na articulação entre a experiência, a didática e a flexibilidade de transitar em diferentes assuntos de uma determinada área de conhecimento. (SAVIANI, ,2015, p.78)

 

Desta forma a importância consiste em conhecer e refletir sobre práticas educativas, para que se possa alcançar uma realidade esperada, pois a educação tomou conta da sociedade há alguns anos atrás desde que se notou a influencia na formação e a necessidade de explorar essas mudanças diante do desenvolvimento nos meios de avanços, informações e comunicação.

O professor é um profissional que domina a arte de ensinar, de despertar a vontade de estudar nas pessoas e a capacidade de engajar-se e mudar. Para a realização deste estagio, fizemos várias pesquisas em sites, livros, etc. que aprimoraram nossos conhecimentos, procurando sempre relacionar os objetivos específicos juntamente com as atividades do cotidiano, usando vários instrumentos citados, e por ventura outros se fizer necessário no decorrer dos dias trabalhados, com intuito de sempre obter bons resultados, de forma reflexiva. Que nós profissionais possamos ensinar e orientar na teoria e na pratica.

Um bom professor atualmente deve sempre recorrer a metodologias diferenciadas que busquem promover informações e conteúdo que estimulem o aluno a desenvolver o seu aprendizado levando em consideração a capacidade de cada educando em desenvolver seus conhecimentos.

O educador deve constantemente se relacionar com as diferentes áreas do conhecimento, em relação aos novos métodos de ensino e aprendizagem, sendo assim a busca por informação e conhecimento torna-se fundamentais para na transformação da relação entre professor e aluno na produção do conhecimento do educando.

 

Diante desta realidade, a função da escola não pode se resumir apenas nas necessidades competitivas do mercado. Há a necessidade de a prática pedagógica ser organizada para garantir às novas gerações o saber sistematizado, com a condição dos indivíduos adquirirem instrumentos cognitivos necessários à formação da consciência crítica para a vivência na sociedade de forma não alienada. (SAVIANI, ,2015, p.78)

 

O professor enquanto profissional deve buscar constantemente para que pela necessidade de formalizar o processo de ensino. Em consonância com Moura (2010), essa organização do ensino tem em vista criar práticas pedagógicas que transformem realidades através da educação, realidades do próprio professor, do aluno e demais sujeitos envolvidos direta ou indiretamente nessa relação. O professor assume, portanto, um importante papel social.

 

CONCLUSÃO

 

A tentativa de descrever como se manifesta esta prática social no cotidiano escolar. Considerando que devido a sua natureza complexa, contraditória, conflitiva e inacabada, tal prática precisa ser constantemente revista e reinterpretada à luz do conhecimento científico e filosófico em busca de sua constante transformação crítica.

Assim, a Educação Física atualmente tem como objeto de estudo "o homem em movimento" e pode ser entendida como uma área que interage com o ser humano em sua totalidade, englobando aspectos biológicos, psicológicos, sociológicos e culturais e a relação entre eles.

As metas traçadas pelo professor poderiam ser desenvolver o preparo físico dos alunos (aspecto biológico), aumentar sua auto-estima através da realização do movimento (aspecto psicológico), melhorar sua sociabilização (aspecto sociológico), realizar atividades conhecidas e aceitas naquela região (aspecto cultural) e, por último, relacionar esses aspectos, lembrando que todos serão trabalhados praticamente ao mesmo tempo.

 

REFERENCIAS

 

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretária da Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil – Brasília; MEC/SEF, 1998. (V.01, 02 e 03).

 

MOSS, Peter. Reconceitualizando a infância: crianças, instituições e profissionais. In: MACHADO, M. L. de A. Encontros e desencontros em educação infantil. São Paulo: Cortez, 202. P. 235-248.2018.

 

SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica: Primeiras Aproximações. São Paulo: Autores Associados, 2015.

 

SOUZA, A. N. Trajetórias de professores da Educação Profissional. Pró-posições, v. 16, n. 3 (48) – set /dez. 2005.

 

ARROYO, M. G. Ofício de mestre: imagens e autoimagens. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2000.

 

KENSKI, V.M. O papel do Professor na Sociedade Digital. In: CASTRO, A. D. de. BUENO, Belmira et al. Formação continuada de professores na América Latina: as políticas do Chile, México e Argentina. In: SEMINARIO INTERNACIONAL DE LA RED ESTRADO. POLÍTICAS EDUCATIVAS PARA AMÉRICA LATINA: PRAXIS DOCENTE Y TRANSFORMACIÓN SOCIAL, 9, 2012, Santiago de Chile. Anais… Santiago de Chile: s. n.,2012. CD-ROM.