A PSICOMOTRICIDADE COMO FERRAMENTA DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Rosa Ferreira Nobre
Sandra Elizete Lenhardt
Marinalva de Oliveira Muniz
Ana Cláudia de Araújo Oliveira
Maria Natalina Alfino Pereira Lisboa
RESUMO
A psicomotricidade é uma técnica cientifica importância grandiosa que além de abordar sobre o desenvolvimento global em todas as suas fases, ela age principalmente em articulação com outras áreas científicas como a fonoaudiologia, a medicina, a psiquiatria, a pedagogia e educação física, conforme Lussac (2008). A relação do homem com seu corpo não considera somente os aspectos motores, mas cognitivos e sócio afetivos também constituem o sujeito. Em meados do século 20, a psicomotricidade passou a ter forte influência sobre a ciência, a técnica clínica e escolar, pois passou a ser considerado como o desenvolvimento infantil a partir da relação entre à cognição e a emoção. Diante desta nova perspectiva de estudo e desenvolvimento, foram surgindo novos questionamentos tendo como base a complexidade das ações humanas trazido até as escolas por nossos alunos.
INTRODUÇÃO
A psicomotricidade é uma técnica cientifica importância grandiosa que além de abordar sobre o desenvolvimento global em todas as suas fases, ela age principalmente em articulação com outras áreas científicas como a fonoaudiologia, a medicina, a psiquiatria, a pedagogia e educação física, conforme Lussac (2008). A relação do homem com seu corpo não considera somente os aspectos motores, mas cognitivos e sócio afetivos também constituem o sujeito. Em meados do século 20, a psicomotricidade passou a ter forte influência sobre a ciência, a técnica clínica e escolar, pois passou a ser considerado como o desenvolvimento infantil a partir da relação entre à cognição e a emoção. Diante desta nova perspectiva de estudo e desenvolvimento, foram surgindo novos questionamentos tendo como base a complexidade das ações humanas trazido até as escolas por nossos alunos.
Estas complexidades trazem o desenvolvimento da criança pela escrita, a partir daí, considerado os diferentes aspectos envolvidos que são: cognitivo, afetivo-emocional e motor. O teórico Le Boulch (1988) descreve que o domínio da, língua escrita está interligado a um conjunto de condições diversificadas, como o domínio da linguagem (com a pronúncia de diferentes fonemas), da alfabetização, da linguagem cognitiva, da leitura e da interpretação e compreensão dos alunos. A leitura e a escrita, para esse teórico, são um prolongamento da educação psicomotora.
Segundo Cagliari (1998), a criação da escrita ocorreu devido à necessidade de registrar e se comunicar. A história relata que a escrita surgiu por meio de códigos e imagens e que foram utilizados nos primeiros anos para o registro de datas, acontecimentos e fatos. Estes códigos também serviam para quantificar e registrar as colheitas e os bens materiais de cada comerciante ou produtor, para que com este controle eles pudessem fazer suas trocas e vendas de animais e produtos. Porém, para que um sujeito fosse considerado alfabetizado, na escrita primitiva, ele deveria ser capaz de identificar e decodificar esses códigos.
Diante da alfabetização, é importante saber que, os primeiros anos de vida de uma criança e dado por etapas de evolução do seu desenvolvimento de uma forma gradativa e complexa, constituindo-se por um processo de mudanças. Nessas etapas da vida, a criança tende a se desenvolver de forma plena, as áreas afetivas, cognitivas, sociais e motoras, fazendo com que a criança domine e entenda os mais diversos movimentos, raciocínios e interações sócio afetivas com o meio em que vive (MYERS, 1995).
Newcombe (1999) descreve que o desenvolvimento traz mudanças que fluem de forma ordenada e que envolve uma influência neurológica e física de todos os comportamentos pertinentes ao ser humano.
Já Oliveira (2010) adverte que a criança precisa estar preparada para o processo de aprendizagem da escrita e da leitura, que são simultâneos. A escrita segundo ele, é adquirida a partir de um certo grau de desenvolvimento intelectual, motor e afetivo e requer uma repetição para sua memorização. Assim ele destaca que: “Uma ação pedagógica faz-se necessária e esta deve enfocar uma educação global, em que devem ser respeitados os potenciais intelectuais, sociais, motores e psicomotores” (OLIVEIRA, 2010, p.16). Sendo assim, Oliveira (2010) deixa claro que, a psicomotricidade e alfabetização devem e podem caminhar juntos, já que diante de movimentos, expressões, cognições e afeições, a alfabetização se torna mais clara, fácil e assimilada pelos alunos.
DESENVOLVIMENTO
Segundo Opas (1999), o desenvolvimento infantil da criança deve ser contínuo pois, é através dele é que a criança armazenará técnicas cada vez mais maiores para se locomover, interagir, pensar, entre outras, sendo este processo desenvolvido desde o ventre materno.
Myers (1992), descreve que a psicomotricidade no desenvolvimento de uma criança se dá de forma sequencial, seguindo um ritmo e um tempo que variam de criança para criança, respeitando sua cultura e sua individualidade, e este processo é composto pelas dimensões: psicomotora (coordenação de movimentos), cognitiva (raciocínio e pensamento); emocional (sentimentos e emoções) e social (relacionamento interpessoal). Portanto, mais integrada entre essas dimensões a criança estiver, mais global e facilitada será sua aprendizagem.
Vygotsky (1998) analisa este desenvolvimento como um produto de interação da criança com o meio e realidade a sua volta. Para ele, só existe o desenvolvimento se houver a aprendizagem e a maturação.
O desenvolvimento de uma criança percorre uma sequência cronológica de fatos formando uma coerência de aprendizagem, e esta sequência se torna perceptível entre os alunos, durante sua alfabetização, portanto existem aqueles que não são capazes de dominar a linguagem padrão, pois se enquadram em diversos fatores de dificuldades como: deficit de atenção, dificuldades de abstração durante o processo de letramento, falta de coordenação motora fina, fatores emocionais e etc.
Segundo Jean Piaget, citado por LipSitt e Reese (1980), o pensamento lógico de um adulto está associado a uma sequência de estágios sucessivos à organização e à adaptação, portanto é essencial para a aprendizagem. Para Piaget, estes estágios estão correlacionados aos movimentos e a maturidade do indivíduo e no espaço onde está inserido. Eles citam ainda que, segundo Jean Piaget, existem quatro tipos de estágios de desenvolvimento conhecidos, são eles: o estágio sensório motor, o estágio pré-operacional, o estágio de operações concretas e o de operações formais, mas são entre as etapas pré-operacional e operações concretas que ocorre a aquisição da leitura e da escrita. Já Oliveira (1997) completa que, as descobertas resultantes desses estágios só ocorrerão quando a criança estiver habilitada a dominar o próprio corpo, produzindo movimentos conscientemente.
Loureiro (1983) considera a psicomotricidade uma ciência que estuda o homem, através do movimento em seu corpo e suas relações internas e externas com o mundo, e considera indispensável à criança, pois esta ciência dará mais condições para que a criança possa assimilar a aprendizagem escolar e assim possibilita um maior acúmulo de conhecimentos e descobertas do mundo.
Contudo isso, qual é a real importância da motricidade e da psicologia para o desenvolvimento dos aspectos cognitivos da criança, e em que isso pode reparar ou evitar as possíveis dificuldades que elas possam ter na conquista da leitura e escrita?
Wallon (1995), em resposta a esta questão coloca que, o movimento não está inadequado no espaço, mas se apresenta como uma relação afetiva do ser com o mundo, sendo que tais movimentos demostram o que está guardado no intelecto. Esta conquista de conhecimentos que se é mantida na área intelectual não está ligada apenas ao cérebro, mas também a fatores influentes que irão manter uma ligação com o tempo completando a generalização do desenvolvimento, tanto na interação social como na variação dos movimentos, como também na inteligência (WALLON, 1988). Porém, o nível individual de maturação que existe em cada
criança precisa e deve ser respeitado e estimulado, promovendo um desenvolvimento sem traumas à aquisição da linguagem escrita e falada.
Wallon (1925) e Fonseca (1988), descrevem que as emoções da criança têm participações ativas no desenvolvimento e na aprendizagem, pois estão profundamente ligadas aos seus desejos e seus sentimentos, portanto para que tais emoções sejam expressadas, depende-se de uma organização espaço-temporal, pois só assim a educação psicomotora assume um importante papel pedagógico. Para isso o ato de se movimentar é essencial para a criança, seja em qualquer espaço, como por exemplo, no espaço escolar as atividades de Educação Física atuam em benefícios de todas as áreas. Portando, se a criança não tem o desenvolvimento eficaz dos padrões fundamentais psicomotores, está terá dificuldades no momento em que estiver engajada a aprender a escrita, tanto em seu papel social como em seu relacionamento próprio ou com os demais (LAURA TISI, 2004).
O pedagogo e o professor de educação física deveriam trabalhar em uma mesma direção e em consenso na educação infantil, respeitando cada um em sua área para o que assim, haja um melhor desenvolvimento da criança. Dessa forma, a dimensão psicomotora e cognitiva simultaneamente que os alunos desenvolverão desenvolver terá uma maior variedade de atividades e um trabalho com mais diversificação. Portanto, fica claro que, a educação pelo movimento, que é um dos principais objetivos da Educação Física, vem contribuir para que o aluno tenha um desenvolvimento psicomotor com habilidades que permitam ocorrer um maior crescimento, tanto da personalidade como do sucesso escolar (LAURA TISI, 2004).
Nos PCNs de Educação Infantil (1998), está descrito que o movimento faz parte do sistema de desenvolvimento e da cultura da criança. Desde o seu nascimento as crianças realizam movimentos característico do ser humano como expressar sentimentos, emoções e pensamentos por através do corpo. Para tanto, "o movimento humano constitui -se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre seu meio físico e atuarem sobre o ambiente humano" (p.15).
Para Fonseca (1996), alfabetizar através da linguagem do corpo depende de fatores que se acumulam como: aprendizagens perceptivas-motoras interligadas por noções de coordenação de espaço-temporais e correlacionadas ao ritmo de integrações e respostas. Já Morizot (1979) afirma que o movimento integra a criança aos dados sensoriais que lhes permitem a aquisição de um controle corporal composto de determinados padrões fundamentais para o desenvolvimento psicomotor como: o esquema corporal, o equilíbrio, a coordenação, a estruturação do espaço - temporal e da lateralidade. Essas capacidades sensoriais, perceptivas e motoras permitem a organização de ações adaptativas, evitando os mais variáveis distúrbios de aprendizagem. Com isto, entende-se que o ato de ler e escrever envolve habilidades relacionadas à dimensão cognitiva deduzindo uma manifestação e participação ativa de padrões psicomotores do indivíduo. Não basta somente agir com os movimentos, os conteúdos precisam ser acessíveis, de fácil assimilação para a criança, e que acima de tudo chame a sua atenção, fazendo-o querer cada vez mais participar do que está sendo proposto pelo educados. Garcia (1998) coloca que:
Se os conteúdos selecionados para a alfabetização forem conteúdos extraídos da necessidade de a criança conhecer-se se e conhecer o mundo à sua volta, a forma, ou seja, o processo de trabalhar esses conteúdos, de possibilitar a apropriação da leitura e da escrita, consequentemente, não será o mesmo. A forma, nesse caso, deverá garantir as mais variadas vivências possíveis com a escrita, no seu uso e função social (p. 91).
Durante o processo de aprendizagens pré-primárias, o que mais se abrangem são: o ritmo, a criatividade, os desenhos, a pintura, a classificação e o reconhecimento do espaço e tempo, são desenvolvidos e projetados no hemisfério direito e as aprendizagens primárias, são centralizadas e ampliadas no hemisfério esquerdo, e assim, permitem que ali se abarquem a leitura, a escrita, a lógica, os números e a matemática. (FONSECA, 1995). Nesse quesito fica claro que, trabalhar com a psicomotricidade não somente auxilia no desenvolvimento da cognição através do alinhamento das características descritas anteriormente durante a fase de aquisição da leitura e escrita na criança.
Conforme Moyles (2002), é preciso que haja um estimulo a linguagem por parte dos professores, através de atividades que tragam um enriquecimento de vocabulário e permitam-se fazer uma revisão do que foi aprendido por meio dela. O professor deve utilizar de recursos que faça com que as crianças estimulem sua verbalização, utilizando da memória e raciocínio de uma forma prazerosa. Isso se deve ao uso da linguagem de forma lúdica constituindo um significado real do que está sendo aprendido, tornando fácil a alfabetização e o letramento, consequentemente e diminuindo as barreiras e dificuldades encontradas pela criança nessa fase em que está em desenvolvendo não somente o lado motor, mas todo o seu sucesso escolar.
Na concepção Freireana, a alfabetização é claramente perceptível em seu método e em suas práticas, e é no decorrer do processo de alfabetização que podemos analisar o método de letrar e sua perspectiva de um conjunto em que improvavelmente a alfabetização, o letramento e as características históricoculturais estão dissociados.
O processo de alfabetização é muitas vezes tomado como uma simples aprendizagem de leitura e escrita e quando as observarmos somente de uma forma ingênua e tradicional, percebemos que a alfabetização não se enquadra nos princípios básicos da educação, e a mesma deixa de ter um real significado no processo aprendizagem e letramento. Nesta visão, pode-se observar o aluno não simplesmente como um ser, mas sim como um deposito de conhecimentos, algo que constantemente ocorre com muitas pessoas que leem, mas que, contudo, não interpretam o que se tem lido, pois ao passar as informações para o cérebro, o mesmo recebe um código linguístico sem realmente ser letrado.
Para Vygotsky é fundamental se a utilizar e dominar a linguagem escrita, para que haja uma memorização interna da representação simbólica que está a frente à realidade objetiva. Ele explica que:
O desenhar e brincar deveriam ser estágios preparatórios ao desenvolvimento da linguagem escrita das crianças. Os educadores devem organizar todas essas ações e todo o complexo processo de transição de um tipo de linguagem escrita para outro. Devem acompanhar esse processo através de seus momentos críticos até o ponto da descoberta de que se pode desenhar não somente objetos, mas também a fala. Se quiséssemos resumir todas essas demandas práticas e expressá-las de uma forma unificada, poderíamos dizer o que se deve fazer é, ensinar às crianças a linguagem escrita e não apenas a escrita de letra” (VYGOTSKY, 1996, p.134)
Portanto, a compreensão da importância em relação a psicomotricidade no processo de alfabetização exige variadas concepções, desde sua prática voltada a ação pedagógica, como em sua interação com a psicomotricidade, para que possa se compreender o desenvolvimento dos processos psicológicos básicos e superiores das crianças no que tange à sua formação. Sobre a importância da psicomotricidade para o desenvolvimento da criança Barroco (2007) afirma que:
A proposta do tema é estimular e reeducar os movimentos da criança no processo de alfabetização, que se deu através do seguinte questionamento, de como estabelecer intervenções efetivas na educação que envolve a psicomotricidade. A psicomotricidade é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização (BARROCO, 2007, p.12)
Por isso, entende-se que, a psicomotricidade e o processo de alfabetização e letramento configuram-se como uma relação mútua e dialógica, ou seja, o dialogo se torna uma referência para o desenvolvimento dos processos cognitivos, físicos e sociais da criança. Por Ajuriaguerra (1983) entende-se que:
O ato motor não pode ser concebido como funcionamento de sistema neurológicos justapostos.[...] Só podem compreender a ação quando consideramos o ponto inicial, o desenvolvimento e finalidade que esta ação pretende alcançar.(AJURIAGUERRA,1983, p.207)
Freire (1996, p.85) afirma: “ o bom clima pedagógico democrático em que o educando vai aprendendo à custa de sua prática mesma que sua curiosidade como sua liberdade deve estar sujeita a limites, mas em permanente exercício”, com isso podemos declarar que, a alfabetização e o letramento devem estar em tudo interligados como processo psicomotor durante o crescimento e o desenvolvimento da criança, pois além de auxiliar o professor, também se torna um conduíte facilitador no contexto que forma todo o processo envolvente para tal formação.
A linguagem, portanto, não somente funciona como forma definitiva na construção dos conceitos da criança, é necessário evidenciar o estágio que envolve o desenvolvimento do ato de pensar, mesmo assim, é importante destacar o vínculo com a linguagem, no sentido que a mesma tem para o desenvolvimento motor e psíquico das diferentes funções que visam influenciar constantemente na motricidade. Segundo Vygotsky (1987), “A aprendizagem e o desenvolvimento estão estritamente relacionados, sendo que as crianças se inter-relacionam com o meio objeto e social, internalizando o conhecimento advindo de um processo de construção”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
São muitas as características envolvidas nos processos de aprendizagens escolares, principalmente na questão de aquisição da escrita. Tais características difundem as habilidades de escrita e desenvolvimento motor que, partindo de sua importância no processo do desenvolvimento da criança e por ser de extrema necessidade fundamental para suas atividades diárias, a relação da psicomotricidade tem sido cada vez mais inserida no processo educacional.
Estudos comprovam que cada vez mais, a psicomotricidade na educação infantil, tem agido como agente de formação primordial, voltada para a construção não somente das faculdades mentais perceptíveis da criança, mas à ajuda no desenvolvimento de seu processo emocional, relacional e educativo, permitindo
assim, com que a criança ou o adolescente se funde em um mundo mais aberto, independentemente de suas características, porém se destacando como alguém diferente dos demais.
Existem variados conceitos que falam sobre a psicomotricidade, entre eles se destaca Coste (1978), que descreve, “a história da psicomotricidade nasce com a história do corpo, revelando que se inicia no indivíduo ainda na vida uterina, onde já realizamos movimentos e nos acompanha por toda a existência”. Portanto devemos lembrar que é nos primeiros anos de vida, durante o período de alfabetização, que a psicomotricidade precisa ser trabalhada, com muita prudência e cautela, para que não seja vista obstáculo e sim como fonte de liberdade e criação para as aprendizagens futuras.
Assim, através das pesquisas referenciadas, a psicomotricidade vem sendo atribuída e difundida como um desenvolvimento global que age no indivíduo de forma que visa considerar seu corpo, mente e meio social. Fonseca, apud Oliveira (2001) vem salientar que não existe um método ou uma técnica que vem com exclusividade a uma escola ou uma corrente de pensamento, pois precisamos entender a psicomotricidade como uma forma objetiva do movimento humano, interligando assim este pensamento com Ajuriaguerra (1986), que afirma que o desenvolvimento psicomotor passa por fases, e que estas se refletem nos fatores sociais, intelectuais, culturais e principalmente através da expressão, já Wallon (1975) completa este pensamento, definido o esquema corporal como elemento básico na conclusão da personalidade da criança, pois é através do conhecimento de seu próprio corpo e de suas partes que, a partir daí, a criança pode relacionar-se com o meio.
Fica claro que é fundamental que o professor conheça e desenvolva as habilidades motoras, rigorosamente no processo que tange à alfabetização, sabendo identificar na criança, distúrbios que venham dificultar sua aprendizagem, como o da escrita, da leitura e outras. Uma melhor assimilação ocorre quando, professores são conhecedores das diversas partes da psicomotricidade, dentre elas, as principais evolvem o esquema corporal, a lateralidade, a estruturação espacial, a estruturação temporal, o equilíbrio e a coordenação óculo-monocular e, com isso possa-se haver um maior auxiliar que venha de fato fortalecer o seu aprendizado de nossos alunos.
Portanto, fica claro a necessidade de nossas escolas se instrumentalizarem para que seus professores, tenham através dos conhecimentos adquiridos sobre a temática, a sensibilidade para com seus alunos, não uma sensibilização que cause dó ou pena, mas uma sensibilização que provoque uma reestruturação em nossas salas de aula, com possibilidades de agirem diante das dificuldades psicomotoras que possam existir, com força e foco no maior interessado pelo aprendizado que está sendo proposto, o aluno. Portanto assim, concluo que, se dificuldades mais complexas, passarem a serem resolvidas de maneira mais simplificada, fazendo com que os sujeitos autônomos e a escola cumpram sua função social, vamos garantir uma aprendizagem e um conhecimento com mais habilidade e valores necessários para à formação do indivíduo quanto ser pensante e capaz de se auto promover, independentemente de sua situação social, moral ou física.
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