A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ENSINO FUNDAMENTAL I
Andressa Ferreira Borges
Danieli dos Santos da Silva
RESUMO
A presente pesquisa teve como objetivo de refletir sobre a importância da Educação Inclusiva no ensino fundamental I, no qual para a formação social de ambas das partes tanto como professores e alunos. Vale considerar a trajetória da Educação Especial e Inclusiva, avanços significativos dentre as quais que ainda são necessários percorrermos essa jornada para que se concretize verdadeiramente uma inclusão de equidade. Analisamos a teoria sócio interacionista e a sua contribuição para o ensino escolar, que é de suma importância o aluno especial se envolver com o meio social que difere do âmbito familiar para que possam expressar sua primeira leitura de mundo, e assim que os demais colegas de classe aprendam a conviver e a respeitar a limitação de cada envolvido no contexto escolar. E como percorre o fornecimento de formações para os profissionais da educação para a lidarem com esses alunos e fazendo a inclusão como ela deve ocorrer com eficiência e que se todos estão inclusos, principalmente os docentes se estão devidamente preparados. O tema buscou apontamentos como está sendo realizando o processo da inclusão. Através da pesquisa bibliográfica analisando os fatos ocorridos, tem como enfoque a preocupação da formação dos professores diante dessa realidade que nos acompanha. A metodologia será aplicada de uma forma qualitativa, para tal trabalho utilizaremos a pesquisa bibliográfica fazendo uso de livros, artigos científicos e periódicos, fazendo um recorte no tempo para de maneira recente análise dos últimos posicionamentos sobre o assunto. Através de base teórica nos respectivos autores: Teresa Cristina Rego (2013); Aranha (2000); Vygotsky (2003); Savani (2009). Agregando as suas contribuições e valores teóricos no tema apresentando, a além de contribuir com estudos de livros e artigo acadêmicos sobre a importância da Educação Inclusiva e a prática pedagógica no Ensino Fundamental I.
Palavras chave: Interação Social. Inclusão e formação de docentes para Educação Inclusiva.
ABSTRACT
This article aims to reflect on the importance of Inclusive Education in elementary school I, in which for the social formation of both parties as teachers and students. It is worth considering the trajectory of Special and Inclusive Education, significant advances among which we still need to go through this journey in order to truly achieve an equity inclusion. We analyze the social interactionist theory and its contribution to school education, which is of paramount importance for the special student to engage with the social environment that differs from the family environment so that they can express their first reading of the world, and so the other classmates. Learn to live with and respect the limitations of each person involved in the school context. And how does it go in providing training for education professionals to deal with these students and making inclusion as it should occur efficiently and that if everyone is included, especially teachers are properly prepared. The theme sought notes on how the inclusion process is being. Through the bibliographical research analyzing the facts occurred, it focuses on the concern of the teachers formation in face of this reality that accompanies us. The methodology will be applied in a qualitative way, for such work we will use the bibliographic research making use of books, scientific articles and periodicals, making a cut in time for a recent analysis of the latest positions on the subject. Through theoretical basis in the respective authors: (TERESA CRISTINA REGO, 2013); (SPIDER, 2000); (VYGOSTKY, 2003); (Savani, 2009). Adding their contributions and theoretical values in the subject presenting, besides contributing with academic book and article studies about the importance of Inclusive Education and the pedagogical practice in Elementary School I.
Key-Words: Social Interaction. Inclusion and teacher education for Inclusive Education.
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa abordou sobre o tema A Educação Inclusiva e a Prática Pedagógica no Ensino Fundamental I, cujo o tema tem como a importância de incluir essas crianças no âmbito escolar e rever como está sendo realizado essa prática.
A Educação Inclusiva tem como objetivo incluir crianças com necessidades especiais no âmbito escolar, para que os mesmos possam não ter apenas o ensino igualitário e sim, uma educação de equidade. E a importância da convivência com os colegas, para que os alunos aprendam a conviver com as diferenças e os a respeitando de forma justa, a inclusão precisa ultrapassar barreiras. Precisa trabalhar não só apenas na escola, mas sim na sociedade e que busca nos refletir para que um dia todos possam se sentir aceitos pela sociedade em que vivem.
O tema contemplado vem nos mostrando como são os desafios enfrentados no dia a dia de uma escola, como os docentes precisam estar preparados para lidar não só com os alunos especiais, mas também com os alunos ditos normais. A Teoria Sócio Interacionista explica sobre a importância da vivência no mesmo ambiente, que todos os envolvidos têm a aprendizagem significativa, pois aprendem a lidar com as diferenças e tendo essa vivência acabam respeitando e aceitado as diferenças que cada um de nós possuem.
Diante do exposto, a justificativa do tema relata as dificuldades dos professores, no dia a dia como incluir esse aluno no processo de ensino aprendizagem, a falta de apoio na estrutura física da escola, materiais não adaptados, falta de recursos para a própria formação dos docentes, falta de clareza nos diagnósticos. Para que realize o processo de inclusão é necessário que todos da comunidade escolar esteja envolvido, sendo assim, terá uma aprendizagem significativa.
Objetivo geral dessa pesquisa, é de compreendermos e analisar quais os desafios que os docentes enfrentam, e como solucionar para a melhoria da prática pedagógica. E examinar os objetivos específicos sobre contextualizar os aspectos teóricos sobre a Escola Inclusiva e a Educação Inclusiva no Brasil; Conceituar a teoria sócio interacionista e estabelecer sua relação com o ensino para a Educação Inclusiva; A formação docente para a Educação especial no Brasil e os desafios dos professores para o ensino e aprendizagem destes alunos no contexto da Educação Inclusiva.
A metodologia foi aplicada de uma forma qualitativa, para tal trabalho utilizaremos a pesquisa bibliográfica fazendo uso de livros, artigos científicos e periódicos, fazendo um recorte no tempo para de maneira recente análise dos últimos posicionamentos sobre o assunto.
Cervo e Bervian (1983, p. 55) escrevem que a pesquisa bibliográfica: "explica um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos". Por esta afirmação é possível inferir então que, quando o pesquisador se propõe a fazer uma pesquisa bibliográfica, está convicto que deverá, com base nessa pesquisa, explicar ou apresentar um resultado para uma determinada situação, que será sua contribuição para a ciência ou área de atuação.
Através de base teórica nos respectivos autores: Rego (2013); Aranha (2000); Vygotsky (2003); Savani (2009). Agregando as suas contribuições e valores teóricos no tema apresentando, a além de contribuir com estudos de livros e artigo acadêmicos sobre a importância da Educação Inclusiva e a prática pedagógica no Ensino Fundamental I.
A pesquisa foi apresentada em três capítulos, onde que o primeiro contextualizar os aspectos teóricos sobre a Escola Inclusiva e a Educação Inclusiva no Brasil um pouco sobre a história, já no segundo capitulo é de conceituar a teoria sócio interacionista e estabelecer sua relação com o ensino para a Educação Inclusiva. E por fim o terceiro e último capítulo, a formação docente para a Educação especial no Brasil e os desafios dos professores para o ensino e aprendizagem destes alunos no contexto da Educação Inclusiva.
OS ASPECTOS TEÓRICOS SOBRE A ESCOLA INCLUSIVA E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL
No processo histórico da educação tradicional, não era comum ver crianças com necessidades especiais frequentarem o ensino regular. Onde que algumas famílias não tinham informações por serem leigos, e devido a religião muitos pensavam que ter filhos com necessidades especiais era uma “praga de Deus” devido os pecados cometidos no passado.
Com os surgimentos das APAES pela iniciativa de pais de alunos e alguns políticos, começaram a ter um olhar diferenciado para educação especial juntamente com os alunos excepcionais termo dado pela época. Criada em 1954, A Associação de Pais e amigos dos Excepcionais, após nove anos em 1962 foi criada a Federação Nacional de APAES (FENAPAES) (MENDES,1995). Avanço histórico para o ensino da educação, mas foi necessário expandir a área, para que todos pudessem ter o mesmo direito a educação. Com isso, as instituições filantrópicas começaram a terem um progresso no nosso país.
Os pais dessas crianças especiais foram de extrema importância para esse avanço, pois os mesmos perceberam que seus filhos poderiam conquistar coisas além do que imaginavam. Os mesmos lutaram, foram atrás e reivindicaram seus direitos, buscaram o apoio do governo público e o conquistaram.
A Inclusão teve início na Legislação Brasileira, na 1° lei de Diretrizes e Bases (LDB, lei n°4.024/61) (BRASIL, 1961), sabe-se que o atendimento ao deficiente no contexto educacional brasileiro era realizado segundo os modelos de internatos ou escolas especiais da Europa, apartando o deficiente de sua sociedade e do direito ao desenvolvimento junto ás crianças de sua idade (MAZOTTA, 1996). No papel há muito tempo que a Educação Inclusiva era para ser colocado em prática, mas sabemos que teve muita resistência por parte dos professores da época e da sociedade.
Houve mudança na nomenclatura “ Alunos excepcionais”, para “Alunos com necessidades especiais”, em que aparece em 1986 na portaria CENESP/MEC n°69. O termo inclusão refere-se que todas as pessoas têm direito de terem acesso à educação escolar regulamentada, onde os alunos com necessidades especiais não tenham apenas um sistema igualitário, mas além de igualdade sobressair a equidade de cada aluno. Considerando que cada aluno independentemente de suas necessidades especiais, ou até mesmo dos ditos normais têm dificuldades no processo de ensino aprendizagem em seu cotidiano. Assim como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) mais recente – LEI n. 9394 de 20/12/1996 – conceitua e orienta a abordagem inclusiva para os sistemas regulares de ensino 4, dando ênfase, no capítulo V, especialmente à Educação Especial. Refere, no artigo 59, que “[...] os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender às suas necessidades” (BRASIL, 1996).
Mas o processo de inclusão não é só ser feito no âmbito escolar. O mesmo precisa ultrapassar barreiras, a inclusão é uma interligação de: escola, família e o mundo, para que haja uma inclusão eficaz é necessário que todos coloquem em prática para almejar uma aprendizagem significativa aos educandos.
A Educação Especial, funcionavam como ensino paralelo, onde que se dava o enfoque as atividades individualizadas, porém, a parte da escolarização e a ingressão desse aluno no meio social era falha. A proposta da Educação Inclusiva no Brasil teve como iniciativa pelos médicos, que perceberam a necessidade desses pacientes de terem o convívio com o meio social e com a prática pedagógica para ajudar no seu desenvolvimento. Como lembra Fernandes (1999), que os médicos foram os primeiros que despertaram para a necessidade de escolarização dessa clientela que se encontrava “misturada” nos hospitais psiquiátricos, sem distinção de idade, principalmente no caso da deficiência mental.
Sobretudo teve ênfase nos meados da década de 90 com a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994) onde traz a prática inclusiva do “Educação é para todos” para todas as pessoas de fato. Assim, a Declaração de Salamanca (1994) assume que “[..] as políticas educacionais do mundo fracassaram no sentindo de estender a todas as suas crianças a educação obrigatória e de que é preciso modificar tanto as políticas quanto as práticas escolares sedimentadas na perspectiva da homogeneidade do alunado” (BUENO. 2006, p 16).
E há diferença nos termos de Educação Especial e Educação Inclusiva, que muitos ainda confundem ou não sabem as significâncias. A educação Inclusiva trata de acolher todos, dentre elas: os imigrantes, os deficientes, e das diversas crenças populares. Já tratando da Educação Especial é muito amplo e envolve um todo, pois refere-se além dos deficientes, pessoas que tiveram que se ausentar do âmbito escolar, camponeses e surdos.
A Escola Inclusiva é incluir todos os alunos no âmbito escolar, não apenas os alunos que possuem necessidades especiais. Precisa para os alunos que têm dificuldades no processo de aprendizagem, aqueles que por motivos familiares tiveram que se ausentar e perdeu conteúdos no currículo escolar. Os imigrantes que veem de outros países, dos alunos que moram na zona rural e que não tem a devida acessibilidade.
Tratar da Inclusão não é uma tarefa fácil, há desafios a serem percorridos e muita persistência diante dos docentes a serem realizados, E requer cuidados no processo ensino aprendizado, visto que ao incluir o aluno não se podem excluir os demais alunos dentro da sala de aula, atenção e dedicação deve ser para todos, pois há professores que dê muito atenção para os alunos especiais e acaba esquecendo os demais da turma e já em outras ocasiões, os professores dá atenção para turma e esquecem o aluno especial. Inclusão é incluir todos no processo de aprendizagem, caso não realizado, é contraditório realizar a inclusão nos espaços escolares. A “Inclusão não significa, simplesmente, matricular os educandos com necessidades especiais na classe comum, ignorando suas necessidades especificas, mas significa dar ao professor e à escola o suporte necessário à sua ação pedagógica” (MEC-SEESP, 1998).
E a sociedade começou a ver essas crianças com outros olhos, o tempo evolui e as pessoas começaram a compreender que essas crianças não eram “pragas de Deus”, e foi a luta para conseguirem o acesso não apenas a igualdade de direitos, mas a equidade dos mesmos. Diante desse exposto, começaram a surgir as salas especializadas para ajudar os alunos com necessidades especiais e os alunos que tem alguma dificuldade na aprendizagem. As salas do AEE (Atendimento Educacional Especializado), frequentando as turmas comuns, lugar este que o aluno está regularmente matriculado, para garantir a complementação no que se refere a formação do ensino para que o aluno está regularmente matriculado, para garantir a complementação ou suplementação no que se refere a formação do ensino regular (BRASIL, 2008).
O decreto n° 7611/11, indica que a complementação é realizada para os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento para o apoio permanente, mas limitado no tempo e frequência no atendimento pela Sala de Recursos Multifuncionais (SRMs).
É de suma importância esses alunos frequentar o AEE, pois ajuda no desenvolvimento da aprendizagem da criança. Nesse processo para se tornar significativo é uma interligação de escola e família, ambas precisam andar juntas para que haja resultados, o processo é lento e demorado. Todos nós temos o nosso tempo, e assim são as crianças tanto as especiais como as normais, e o docente precisa respeitar esse processo dos alunos.
Para Aranha (2000), a escola tornar-se inclusiva são necessários suportes de diferentes tipos: físico, pessoal, material, técnico e social, destacando que essas são condições necessárias, mas não suficientes para garantir a equiparação de oportunidades e uma educação efetivamente inclusiva.
O conceito de inclusão é muito trabalhado com a teoria sócio interacionista, onde que o aluno esteja inserido no meio social faz uma aprendizagem significativa. A socialização com as outras crianças, ambas estão no processo de aprendizagem, a criança que está no meio social e as crianças ditas normais pois as mesmas possam compreender com a diversidade encontrada na nossa sociedade. Realizando o processo da inclusão, é uma ponte de construção para o futuro onde todos podem e devem respeitar as diferenças de cada indivíduo.
[...] escola inclusiva é uma escola onde se celebra a diversidade, encarando-a como algo a evitar, em que as complementaridades das características de cada um permitem avançar, em vez de serem vistas como ameaçadoras, como um perigo que põe em risco a nossa própria integridade, apenas porque ela é culturalmente diversa da do outro, que temos como parceiro (CÉSAR, 2003, p.119)
Podemos observar que obtemos várias evoluções, desde o primeiro amparo. Estamos trabalhando para que se concretize mais ainda esse processo, é um sonho possível realizar a inclusão e estamos caminhando para alcançar.
Muitas pessoas fazem críticas para a Educação Inclusiva, com a não aceitação, críticas não construtivas, e resistência de algumas pessoas. É um processo lento, porém é evidente que estamos cada dia caminhando para que todas as escolas serão escolas inclusivas no futuro, mas temos muito que percorrer para que isso ocorra.
No ponto de vista Vygotsky é que o desenvolvimento humano é compreendido não como uma decorrência de fatores isolados que amadurecem, nem tampouco de fatores ambientais que agem sobre o organismo controlando seu comportamento, mas sim através de trocas recíprocas, que se estabelecem durante toda vida, entre indivíduo e meio, cada aspecto influindo sobre o outro. (REGO, 2013, P.95)
Precisamos olhar o passado desses alunos que sofriam nos manicômios, e que muitas vezes nem sabiam o que tinham, a tecnologia e a ciência estão evoluídas, e precisamos ingressar esses alunos na sociedade para que haja interação com os demais colegas, para que assim haja uma aprendizagem significativa.
CONCEITUAR A TEORIA SÓCIO INTERACIONISTA E ESTABELECER SUA RELAÇÃO COM O ENSINO PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA.
O meio em que vivemos contribui muito em nossa rotina e até mesmo em nossos hábitos, costumes e atitudes. A partir desse pressuposto nós aprendemos com as vivências, culturas, comidas e vestimentas que vemos nos indivíduos na sociedade e que aos poucos vamos selecionando a cultura do outro para a nossa com algumas adaptações.
E a escola é o lugar onde que deparamos com o multiculturalismo, visto que todas culturas são encontradas no mesmo local, além de serem misturadas são vivenciadas direta ou indiretamente. Quando fazemos o processo da inclusão, estamos fazendo mais do que incluir esse aluno em sala de aula, mas também estamos ofertando que eles nos ensinam qual é a primeira “leitura de mundo” que eles já obtiveram para repassar para os demais.
A convivência é uma aprendizagem significativa, pois é observado a rotina escolar, a conversação entre o meio, os diferentes professores com as demais disciplinas que são ensinadas no currículo escolar. Conforme destaca Freire (2001, p. 146-147).
[...]no horizonte da alfabetização de adultos, por exemplo, eu me ache, desde faz muito tempo, insistindo no que venho chamando “leitura do mundo e a leitura da palavra”. Nem a leitura apenas da palavra, nem a leitura somente do mundo, mas as duas dialéticas solidárias. É a “leitura do mundo”, exatamente a que vai possibilitando a decifração cada vez mais crítica da ou das “situações-limites”, mais além das quais se acha o inédito viável”.
Além de ser trabalhados com os adultos no EJA, é posto em prática com as crianças com necessidades especiais eles têm a convivência em casa, porém precisa sair do meio familiar e ter outro olhar sobre o mundo no qual estão inseridos. Muitos não conseguirão acompanhar os colegas de turma no termo de conhecimentos/disciplinas, porém, qualquer que seja a aprendizagem adquirida será um grande avanço e além terão a socialização com a turma, isso com certeza contribuirá para que haja uma aprendizagem significativa.
E não é apenas o aluno especial que aprende no meio em que está inserindo, mas sim, os alunos ditos normais que precisam lidar com o novo e diferente, que todos somos iguais, temos os mesmos direitos e deveres, mas somos diferentes no requisito de personalidade e opiniões, os alunos necessitam respeitar a diversidade e aprender a conviver se dando o respeito um com outro, a dedicação dos professores para incluir. Todos da comunidade escolar aprendem juntos com esse aluno que estão no processo da inclusão.
Steinbeck (1999) deixa claro que a inclusão escolar visa criar um mundo em que todas as pessoas se reconheçam e se apoiem mutuamente, e esse objetivo não quer formar uma falsa homogeneidade. Ao contrário, as escolas devem organizar-se em função das diferenças individuais. Neste contexto, é necessário que o sistema educacional assuma esses objetivos e desperte no aluno o desejo de se desenvolver.
A afetividade é o primeiro passo para efetuar o processo de inclusão, o sentimento muda a personalidade das pessoas, e colocando no contexto escolar as crianças se sensibilizam uns com os outros. O vínculo de outras crianças afeta no ensino aprendizagem, tanto em alunos e como nos professores precisam estar motivados para ter uma aprendizagem significativa. E a escola que se tem o multiculturalismo por toda parte, contribui para que esse aluno possa ter contato com outros círculos de amizades e vivências.
Conforme Freitas (1995), Vygotsky descreve a escola como sendo o próprio lugar da psicologia, porque nela é que se realizam sistematicamente e intencionalmente as construções e a gênese das funções psicológicas superiores. Essas funções um de nós possuímos. As implicações dos pensamentos de aprendizagem, Vygotsky afirma:
A interação social favorece a aprendizagem; as experiências de aprendizagem necessitam estruturar-se de modo a privilegiarem a colaboração, a cooperação e intercâmbio de pontos de vista na busca conjunta do conhecimento; importante estar atento à zona de desenvolvimento proximal do indivíduo para propor atividades coerentes. (VYGOSTKY, 2003, p.112)
A convivência com outras pessoas tem grandes influências para aprendizagem, só pelo fato de ver outras pessoas que não sejam as famílias, já dá uma injeção de ânimo para os alunos. Estar em lugar diferente, fazer o trajeto até chegar na escola seja de ônibus escolar, carro, bicicleta ou até a pé eles tem a necessidade de sair do seu lar. Muitos não têm uma vida social e não frequentam lugares diferentes, e a escola acaba sendo a zona de escape desse aluno para aprender coisas novas e ter uma aprendizagem significativa baseada até mesmo no entretenimento na busca de coisas novas para sua vida pessoal, ou seja, a inclusão é feita pelo meio social a interação com outras pessoas, a partir desse pressuposto a inclusão é só feito pelo meio social.
Mas para que esse aluno possa ter aprendizagens significativas, aprender pelo o lúdico e a interação social, precisa ser estimulada desde muito cedo para que haja um avanço generoso, é preciso que a família se atente nos primeiros anos de vida e que corra atrás de recursos para a melhoria da vida do seu filho. A família é a base fundamental para se realizar o processo, a aceitação de que seu filho tem alguma necessidade especial é o primeiro passo a se percorrer. Sonho de todos os pais é que sua criança seja normal e saudável, e quando descobrem que tem alguma coisa diferente, vem o choque de realidade e muitos preferem não aceitar e acaba prejudicando a vida da criança, principalmente quando há necessidade de intervenção de medicamentos.
A superproteção é um dos fatos relevantes a serem dialogados com os pais, por que eles acham que seu filho possui um fator que necessita mais de ajuda do que as outras crianças, e fazem de tudo pelo o mesmo e não instiga para que a criança desenvolve a sua própria autonomia, fazendo que assim a criança não consegue se “virar sozinho” e necessitará de auxilio até o final de sua vida.
E em outros casos, vale ressaltar que existem famílias que tem vergonha de seus filhos e os priva de conviver no meio social, e a criança não possui contato com o mundo a fora apenas com os familiares. Não é fácil, porém, o filho nunca vai deixar de ser o filho, mesmo que tem necessidades especiais ou os ditos normais, é o momento de defender a “cria” e ir atrás de recursos para a qualidade de vida não só para a criança, mas também para com a família.
Escrito por Vygotsky, no início do século XX, nos traz a noção de que a educação das pessoas com deficiência deve ser, como em qualquer outro caso, primeiramente social, e então, especial. O autor considera importante a educação especial para a pessoa com deficiência, mas não necessariamente em uma escola especial. Segundo ele, estes locais fazem uma ruptura com a realidade natural, devido às crianças viverem em função do defeito e das adaptações nas suas atividades.
A educação especial foi e é muito importante para o fato histórico e para a iniciação da educação inclusiva. Ambas têm valores sentimentais para a Educação, mas o real sentindo da inclusão é ser vivencia no meio social que difere da sua situação, conviver com outras personalidades e realidades, ter novos círculos de amizades conhecer coisas novas e diferentes que estão acostumados em ter, sair da zona de conforto com ajuda dos familiares, professores, equipe diretiva e os amigos de classe.
A ludicidade entra no processo e é crucial para o ensino aprendizagem do aluno, visto que pode aprender fazendo o uso de brincadeiras e além de estar aprendendo estará se divertindo. Principalmente com os alunos especiais que precisam objetos concretos para desenvolver as coordenações motora fina, percepções táteis e visuais que contribuirá para o ensino aprendizagem.
A FORMAÇÃO DOCENTE PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DOS PROFESSORES PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DESTES ALUNOS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Quando tratamos em inclusão a primeira coisa que veem em mente é o aluno sendo incluso no ensino regular, não está errado em pensar dessa forma. Porém, quando citamos a inclusão é que todas pessoas precisam estar inclusas em um todo, mas existem profissionais que não tem a devida capacitação para receber esse aluno dentro da sala de aula. Não podemos deixar de citar que houve grandes avanços ao se comparar aos anos anteriores, sim, a Educação percorreu grandes avanços significativos com leis que amparam, contudo não é o suficiente, precisamos estar sempre na busca da melhoria e de que podemos constantemente ter a evolução.
Por isso, o artigo Nº62 revogou o disposto nas Disposições Transitórias.
Assim, continua-se admitindo professores formados em cursos de nível médio, na modalidade normal, para a educação infantil e as quatro primeiras séries do ensino fundamental. Literalmente: 2. Artigo 87 § 4.º - Até o fim da “Década da Educação” somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço. Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica fase- á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (EDUCAR CURITIBA,n°33,p.143-156,2009)
A falta de capacitação e até o perfil do profissional pode ter grandes influencias para esse aluno que irá ingressar no ensino regular. Influencias dessas que podem ser positivas e negativas que de forma estará afetando qualitativamente a vida desse educando. Um dos fatos a serem dialogados, a partir desse momento é necessário ter um olhar para o docente, visto que tanto o aluno e o professor precisam ser inclusos para que haja a eficiência e a qualidade de ensino um para o outro.
O processo da inclusão é bem delicado a ser realizar, precisamos além de incluir as crianças com as necessidades especiais e até os profissionais que irão conviver com o aluno, desde os professores até os demais funcionários da comunidade escolar todos precisam compreender o processo, não é um processo simples é necessário ter paciência e persistência para que seja concretizado com êxito.
E sem contar, com a falta de recursos que as escolas tem para realizar a efetivação do processo, muitos municípios não recebem a verba do governo estadual e que com isso, vai se tornando um boneco de neve de tantos problemas a serem resolvidos, e a educação vai ficando de lado. Mas não podemos esquecer que muitos municípios realizam com sinceridade e eficiência quando o assunto se trata inclusão nas escolas regulares.
A falta de clareza nos diagnósticos (laudos) dos alunos, dificultam o ensino aprendizagem para os docentes, os mesmos ficam de mãos atadas de como será a realização da prática dentro de sala e afeta no planejamento do docente. Devemos estar atentos e preparados como será a realização da prática pedagógica nos espaços escolares, como está sendo ministrado na sala de aula e se os professores estão tendo capacitação (palestras e treinamentos) suficiente para repassar aos alunos, ao trabalharmos a inclusão todos no ambiente estão aprendendo de forma qualitativamente.
Visto que não seria justo incluir crianças no espaço escolares e não realizar com os professores estudos continuados, não tendo informações necessárias é um modo de exclusão para com o professor e o aluno em si, de fato seria contraditório fazer a inclusão no espaço escolar, visto que não pode incluir apenas por ser um direito da criança, mas fazer uma inclusão de qualidade para ambas das partes. São práticas que ao serem efetuadas na rotina escolar, o professor além dos demais da turma é necessário adaptar o planejamento dos demais para o aluno especial ter pelo menos a base de estudo como os demais. Se o professor não tem informações adequadas, como será aprendizagem desse educando?
Os professores visto que precisam se aperfeiçoar enfrentar os desafios para repassar para os educandos, onde todos de forma significativamente vão aprender a lidar com as diferenças deparadas no dia a dia, os colegas de classe que fazendo a convivência diária com aluno especial aprendendo a lidar e respeitar as debilitações do mesmo. Os professores que carecem de fazer estudos, além da aprendizagem profissional e pessoal, e o próprio aluno especial que com convivência com a sociedade além da aprendizagem pedagógica terá a aprendizagem de conviver com o mundo como um todo.
O docente até tem vontade de realizar um trabalho satisfatório, contudo não tem o devido amparo de organização para acolher esse aluno, de ter uma preparação antes como por exemplo, se o aluno usa uma sonda para fazer a alimentação e defecar o professor sem ter um treinamento antes, não conseguirá realizar esse procedimento. E o sentimento de incapacidade aflora e acaba fazendo que o profissional se retrai e que o mesmo tenha resistência de receber esses alunos especiais para incluir na educação inclusiva.
Se faz necessário a elaboração de capacitação para esses profissionais da rede da educação tanto professores e auxiliares de sala. É preciso ser feito, para que haja uma educação inclusiva, não apenas para o aluno, mas, contudo, para o professor que estará com essas crianças em sala de aula. Para tanto, faz-se necessário elaborar políticas públicas educacionais voltadas para práticas mais inclusivas, adequar a formação de professores às novas exigências educacionais e definir um perfil profissional do professor, ou seja, habilidades e competências necessárias aos professores de acordo com a realidade brasileira (NUNES SOBRINHO; NAUJORKS, 2001).
Mesmo com as dificuldades em não preparação do espaço físico, problemáticas de conteúdos existem profissionais que exercem muito bem a função de ser professor e professor inclusivo (mesmo na realidade atual), que corre atrás com poucos recursos e tenta dar para esse educando o conteúdo e até a vivência com os demais alunos que frequentam a comunidade escolar, temos que considerar a variedade regional subsistentes que há na nossa nação e que dá influencias na prática, considerando que cada regionalidade tem a sua prática.
É oportuno lembrar que a própria LDB (1996), em seu artigo 59, reconhece a importância de se formar professores especializados para atender pessoas com necessidades especiais, sob quaisquer modalidades de ensino. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração [leia-se, inclusão] desses educandos nas classes com uns.
Precisamos ter mudanças para a efetivação da educação inclusiva, para que não haja fracasso no ensino. Se for para fazer o processo da inclusão que fazemos com coerência e de qualidade, pois é isso que as crianças e os profissionais merecem, mas fazer a inclusão de forma estruturada e não ser contraditório que invés de incluirmos estaremos excluindo os envolvidos. É o que destaca Bueno:
A inserção de uma disciplina ou a preocupação com conteúdo sobre crianças com necessidades educativas especiais pode redundar em práticas exatamente contrárias aos princípios e fundamentos da educação inclusiva: a distinção abstrata entre crianças que possuam condições para se inserir no ensino regular e as que não as possuam, e a manutenção de uma escola que, através de suas práticas, tem ratificado os processos de exclusão e de marginalização de amplas parcelas da população escolar brasileira (BUENO,1999b, p. 18).
É preciso de ter um olhar mais atento a classe dos docentes, que lidarão com o futuro do nosso país, nos quais professores que tem armas perigosas nas mãos que podem influenciar muito aos educandos, é necessário investir formações para os docentes, além do tabu, é necessário ofertar aos profissionais cursos necessários já que muitos desses não se sentem preparados a lidarem com essas vivências.
CONCLUSÃO
Conclui-se a importância de os alunos com necessidades especiais ter a convivência com os demais alunos no âmbito escolar. Visto que a inclusão precisa ser efetivada com todos da comunidade escolar, desde os alunos e até funcionários da escola.
A importância de ofertar cursos de formações para os docentes e a preparação desse profissional com o aluno, a didática, ludicidade e até elaboração de atividades diferenciadas com esses. Não deixando de lado o restante da turma, e ministrando as aulas para os “alunos ditos normais” e o aluno especial que exige uma atenção redobrada. Teve grandes avanços significativos desde do início da educação inclusiva, mas é necessário evoluir-se mais.
O objetivo proposto desta pesquisa, foi de verificar as análises e a compreensão das dificuldades enfrentadas tanto para os alunos especiais como para os professores no cotidiano de uma rotina escolar. Ambos passam por situações que necessitam de ajuda, onde que muitos não o veem interesse para a educação inclusiva e o tabu ao se deparar com essa realidade e não saberem em lidarem com essa “barreira”
É necessário estudos e um olhar diferenciados para esses alunos que tanto precisam dos professores, e o mesmo para os professores que necessitam repassar os ensinos da aprendizagem para o educando. Dessa forma, este estudo proporcionou uma grande valia e como está sendo a educação inclusiva e a pratica pedagógica do ensino fundamental I.
Assim pode-se concluir que a educação inclusiva é uma realidade que está sendo vivenciada nas escolas, e a seriedade desse de obter bons resultados, da valorização e capacitação dos profissionais para que cada dia, crianças possam estar inclusas não apenas na comunidade escolar, mas na sociedade como todo.
REFERÊNCIAS
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BUENO, J. G. Crianças com necessidades educativas especiais, política educacional e a formação de professores: generalistas ou especialistas. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 3, n. 5, p. 7-25, 1999a.
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BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional: n°4024/61. Brasília: 1961.
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