JOGO E A BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Franciele Berti Chefre
Glaucineia Lauriano
Lilian Regina Souza de Andrade Oliveira
RESUMO
O presente artigo consiste em uma pesquisa sobre o papel dos jogos e brincadeira na educação infantil. Sabe-se que a educação infantil tem grande importância no desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e intelectual da criança, percebendo a necessidade de abrir mais espaço através das brincadeiras para permitir que a criança possa se expressar de forma integral, espontânea, funcional e satisfatória, possibilitando ensinar a criança de uma maneira mais dinâmica e buscar cada vez mais o seu interesse em querer aprender. Os jogos e brincadeiras na escola é fundamental para promover atividades, buscando um meio de aprendizagem prazeroso para a criança. É brincando que ela aprende e adquiri habilidades essenciais para a vida social. O professor deve diversificar métodos que venham desenvolver no aluno o aprendizado fazendo o que eles mais gostam brincando.
Palavras-chave: Interação. Aprendizagem. Infância.
RESUME
This article consists of research on the role of games and play in early childhood education. It is known that early childhood education is of great importance in the child's cognitive, affective, social and intellectual development, realizing the need to open up more space through play to allow the child to express themselves in a comprehensive, spontaneous, functional and satisfactory way, making it possible to teach the child in a more dynamic way and to seek more and more his interest in wanting to learn. Games and play at school is essential to promote activities, seeking a pleasant learning medium for the child. It is by playing that she learns and acquires essential skills for social life. The teacher must diversify methods that will develop the student's learning by doing what they like most playing.
Keywords: Interaction. Learning. Childhood.
- INTRODUÇÃO
Como o avanço da globalização e a expansão de conhecimento, o trabalho pedagógico volta-se para o ensino moderno com os alunos. Este estudo tem como objetivo de apresentar à importância do brincar na educação infantil. São necessários novos métodos, caminhos para desenvolver as habilidades dos mesmos, e os jogos, brincadeiras facilitam este trabalho em relação aluno professor, visto que jogos e brincadeiras são experiências afetivas que se correlacionam ao ambiente e devem ser aplicadas nas crianças em fase escolar.
No entanto, este estudo de pesquisa bibliográfica, com complementação de conteúdos através de experiências vividas no cotidiano do trabalho escolar, na busca de possibilidades no desenvolvimento da criança por meio de jogos e brincadeiras, pois a ludicidade deve ser incluída para o aperfeiçoamento da aprendizagem.
O jogo deve ser encarado como princípios básicos, para a formação de indivíduos criativos, com desenvolvimento de uma visão mais expansiva fora do senso comum. A relação entre aluno e professor permite o crescimento intelectual, e incentiva uma reflexão que transforma o mundo imaginário para o real. Justifica-se ainda que para viver e atuar no meio social é necessário espírito lúdico, a pessoa que não se interage com o social tende a isolar-se da realidade criando um mundo fechado o que não condiz ao desenvolvimento. Ao ter como tema o jogo é preciso entender que o mesmo está dentro do contexto da ludicidade. A palavra lúdica vem do latim “ludus” e significa brincar, e neste estão incluídos os jogos, brinquedos, divertimentos e isto oportuniza a aprendizagem do indivíduo.
Segundo Vygotsky:
A aprendizagem e o desenvolvimento estão estritamente relacionados, sendo que as crianças se inter-relacionam como o meio objeto e social, internalizando o conhecimento advindo de um processo de construção. Vygotsky (1987, p.212)
O jogo é considerado como brincadeira, que permite aprender a lidar com as emoções, a criança que brinca tem um equilíbrio emocional bem mais controlado. Através do brincar, a criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo cultural, construindo sua individualidade, algo que jamais poderia ser observado fora da brincadeira.
Porém, é Piaget, que nos esclarece que o brincar; iimplica em uma dimensão evolutiva com as crianças de diferentes idades, apresentando características de formas diversificadas no brincar. Desta forma, a escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de atividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador, que esse ambiente não seja apenas com materiais tradicionais. Torna-se necessário encontrar meios, que atrai a criança e o jogo é uma alternativa excelente para favorecer o processo de aquisição de autonomia e de aprendizagem. Para tanto, o saber escolar deve ser valorizado socialmente em um processo dinâmico, criativo através de jogos, brinquedos, brincadeiras e musicalidade. Com a utilização desses recursos pedagógicos, o professor poderá utilizar-se, por exemplo, de jogos e brincadeiras em atividades de leitura, escrita , matemática, e outros conteúdo. Nos momentos de jogos sempre há espaço para o professor conhecer seus alunos, uma vez que nesses períodos as crianças desenvolvem seu raciocínio e constrói seu conhecimento de forma descontraída.
Através das brincadeiras a criança diverte, age, sente, pensa, aprende e desenvolve. Adquire conhecimentos, amplia suas habilidades de forma natural e agradável, permitindo que a mesma reviva suas alegrias. Entende-se que a importância do brincar na Educação Infantil segundo alguns autores é um período fundamental para o desenvolvimento e aprendizagem sendo de forma significativa na vida do aluno, o objetivo analisar a importância do brincar no desenvolvimento e aprendizagem na educação infantil apresentando resultados de uma pesquisa bibliográfica, compreender a brincadeira no universo da criança, como ela comunica-se consigo mesma e com o mundo, construindo conhecimentos desenvolvendo-se integralmente.
Neste sentido, o trabalho resultou-se de uma pesquisa bibliográfica embasado em autores que defendem o brincar na educação infantil. No primeiro momento será discutido sobre o jogo na sala de aula abordando o brincar e aprender, em seguida à classificação dos jogos, após será abordado sobre reação à leitura e a ludicidade.
- METODOLOGIA
Os procedimentos metodológicos, quanto aos fins deste artigo classifica-se como uma pesquisa bibliográfica, que partiu do método de enfoque dedutivo, procurando por meio da revisão da literatura sobre o assunto, a abrangência dos efeitos como um todo, pautados na importância do lúdico na educação infantil. Portanto, foram realizadas pesquisas em livros, revistas, artigos e sites, o qual verificou que existem vários estudos que abordem especificamente a percepção do professor em relação a essa temática, caracterizando essa investigação como de caráter qualitativo e exploratório.
Dessa forma a pesquisa tem como principal objetivo contribuir na compreensão da importância do lúdico na formação da criança, pois é na educação infantil que com atividades adequadas pode-se contribuir para o desenvolvimento da psicomotricidade que é indispensável à formação da criança. O mesmo está estruturado para que o leitor possa identificar de forma clara e sucinta os objetivos definidos e pensados.
- O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Brincar é uma maneira divertida de aprender. Através do jogo a criança tem a possibilidade de se tornar mais humana, aprende alguns valores essenciais presentes na sociedade, a seguirem regras, relacionarem-se com os outros, ser solidário e descobrir potenciais ocultos, como o caminho da autonomia e da tomada de decisão.
Segundo Vygotsky,
“O jogo e a brincadeira são, por si só uma situação de aprendizagem. As regras e a imaginação favorecem a criança comportamentos além dos habituais. Nos jogos ou brincadeiras a criança age como se fosse maior do que a realidade e, isto, contribui de forma intensa para o seu desenvolvimento”.
Os jogos, enquanto contribuições ao processo de alfabetização, auxiliam e muito na educação integral do indivíduo, pois podem dar conta de uma reflexão sócio histórica do movimento humano, oportunizando a criança investigar e problematizar as práticas, advindas das mais diversas manifestações culturais e presentes no seu cotidiano, tematizando-se para melhor compreensão.
Portanto, é fundamental tomarmos consciência de que o jogo nos fornece informações a respeito da criança, suas emoções, a forma de interagir com seus colegas, seu desempenho físico-motor, seu estágio de desenvolvimento, seu nível linguístico, sua formação moral. Sendo essas informações essenciais para que nós professores possamos desenvolver um bom trabalho no seu processo de desenvolvimento.
O brincar é fundamental para o ser humano. Deve ser estimulado e reconhecido como um direito e um constante desafio para a melhoria da qualidade de vida de todos, mas principalmente da vida das crianças, despertando desde cedo, um espírito participativo, de cooperação e solidariedade e divertindo-se a criança aprende a se relacionar com os colegas e a descobrir o mundo em sua volta.
- BRINQUEDOS, BRINCADEIRAS E JOGOS
De acordo com Velasco, (1996). “Em todos os tempos, para todos os povos, os brinquedos evocam as mais sublimes lembranças. São objetos mágicos, que vão passando de geração a geração, com incrível poder de encantar crianças e adultos.”
“Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação intima com a criança e uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização.” (KISHIMOTO, 1994 p.121). “
Para Vygotsky (1994, p.33):
O prazer não pode ser considerado a característica definidora do brinquedo, como muitos pensam. O brinquedo na verdade, preenche necessidades, entendendo-se que estas necessidades como motivo que impedem a criança a ações. É exatamente essas necessidades que fazem a criança avançar em seu desenvolvimento.
Segundo (KISHIMOTO, 1994 p.21):
... é a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras de jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Pode se dizer que é o lúdico em ação. Dessa forma brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se confundem com o jogo.
De acordo com Velasco (1960 p.43) “a criança, a brincadeira gira em torno da espontaneidade e da imaginação. Não depende de regras de forma rigidamente estruturadas. Para surgir basta uma bola, um espaço para correr ou um risco no chão.”
Para VYGOTSKY (1991, p.99), apud BERTOLDO e RUSCHEL,2000, p.11):
A brincadeira possui três características: a imaginação, a imitação e a regra. Elas estão presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis, tanto nas tradicionais, naquelas de faz de conta, como ainda na que exigem regras. O jogo pode ser visto como resultado de um sistema que funciona dentro de um contexto social; um sistema de regras e um objetivo.
Segundo Vygotsky:
O lúdico influencia enormemente o desenvolvimento da criança. É através do jogo que a criança aprende a agir, sua curiosidade é estimulada, adquire iniciativa e autoconfiança, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração (VYGOTSKY 1989, p.168).
Por meio do jogo e das brincadeiras a criança libera e também canaliza suas energias. Assim o lúdico tem o poder transformador que exerce sobre a realidade difícil.
- A ARTE DE BRINCAR NA PERSPECTIVA DE VYGOTSKY
Vygotsky (1991 p.109/110), afirma que, ao brincar, a criança tenta agir sobre os objetos, como os adultos. É por isso que as brincadeiras das crianças pequenas se caracterizam pela reprodução de ações humanas realizadas em torno de objetos.
Nesse sentido, Vygotsky (1991 p.44) afirma que é por meio da brincadeira que a criança se comporta de forma diferente de seu comportamento diário. Ou seja, a criança utiliza as brincadeiras como uma ponte capaz de ligar suas necessidades para aproximá-la do mundo adulto.
Na verdade, o autor quer explicar que, ao passo que as crianças vão crescendo esse desenvolvendo emocionalmente o cognitivo, começam a procurar outras pessoas para fazer partes de suas brincadeiras. Essa percepção que a criança vai adquirindo faz com que ela perceba a presença do outro e comece a respeitar regras e limites. Ele acrescenta que a brincadeira é um recurso que possibilita a transição da estreita vinculação entre significado e objeto. Na brincadeira a criança ainda utiliza um objeto concreto para promover a separação entre significado e objeto.
Ela só é capaz de operar, por exemplo, com significado de cavalo utilizando um objeto como pedaço de madeira, que lhe permite realizar a mesma ação possível com um cavalo real. No caso de uma criança mais velha, qualquer objeto pode ser um cavalo ou fazer de conta que existe um objeto para representá-lo. Isso acontece porque as crianças mais velhas já podem operar com o significado, independentemente do objeto concreto. Pois qualquer coisa pode simbolizar outra.
- JOGOS INFANTIS: ASPECTO EDUCATIVO E SOCIAL
Os jogos e brincadeiras além de ajudarem as crianças desenvolvem o aprendizado serve também para socializá-los uma com as outras e através dos brinquedos elas se aproximam dos colegas. E a responsabilidade da escola e fazer com que exista socialização entre ambos.
O jogo como função de aprendizagem desempenha duas funções: a lúdica e a educativa. Como função lúdica entende se aquela que propicia a diversão prazer ate desprazer já à função educativa faz com que o lúdico auxilia o aluno a completar seus saberes: sua apreensão de mundo (KISHIMOTO, 2006).
A educação é essencial para saúde física e mental. O jogo simbólico permite a criança vivendo do mundo adulto possibilitando a mediação entre o real e a imaginação. As possibilidades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integradas criança já que através dessa atividade a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera normalmente.
Essa estratégia revela-se bastante coerente com os projetos educacionais cujo objetivo é a formação democrática, igualitária, normalmente nas escolas crianças se entregam nas atividades escolares no momento da execução das brincadeiras, o professor coloca-se em condição de igualdade e abre o caminho para a partilha, a troca, a cooperação, o diálogo, o aprendizado recíproco e a busca de convergências, ou seja, desenvolve princípios dos jogos cooperativos.
- A importância das brincadeiras antigas
Os jogos e brincadeiras mudaram muito desde o começo do século até os dias atuais, em todos os países em qualquer cultura, em todos os contextos sociais, analisando a infância de antigamente percebe-se que as crianças não tinham brinquedos como atualmente, porém as brincadeiras eram mais dinâmicas e interessantes que hoje, pois a crianças usavam a inteligência e habilidade para construir seus próprios brinquedos, construíam com pedaços de madeira, pedrinhas, latas de leite, palitos, sabugos de milho, chinelos velhos e outros, também brincavam ao ar livre com brincadeiras como: amarelinhas, esconde-esconde, pega ladrão, bola de gude, cantigas de roda, empinar pipas, passa anel, rodar pião, jogar peteca etc...
Esses jogos foram transmitidos de geração em geração através de conhecimentos empíricos e permanecem na memória infantil. Muitos jogos preservam sua estrutura inicial, outros se modificam, recebendo novos conteúdos. A Força de tais jogos explica-se pelo poder da expressão oral. Enquanto manifestação espontânea da cultua popular, os jogos tradicionais têm a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência social. (KISHIMOTO, 1993, p. 15).
As brincadeiras proporcionavam a criança muito mais condições de aprendizagem porque ela mesma construía seus brinquedos e brincava sempre em parceria, desenvolvendo assim a cooperação, o companheirismo, a amizade e o respeito entre parceiros, além de proporcionar melhor condicionamento físico, pois, as brincadeiras exigiam movimentos corporais que hoje não exige, porque com o avanço da tecnologia os brinquedos vêm prontos e não exige da criança a criatividade, a dinâmica corporal, portanto neste quesito a criança já perde a oportunidade de uma aprendizagem mais significativa.
Porém, ainda há um lugar que pode resgatar essas brincadeiras, fazendo com que a criança conheça e participe de brincadeiras criativas e divertidas. Esse espaço é a escola, por isso a importância da escola montar uma brinquedoteca, mesmo que seja com brinquedos construídos pelas crianças, pois brincar na escola desde a educação infantil certamente ajudará na formação de cidadãos mais capazes, críticos e criativos. Todas as brincadeiras, principalmente as antigas afastam da criança o sedentarismo e a indisposição proporcionando o trabalho em equipe, a socialização, o diálogo, além de relembrar brincadeiras de um tempo memorável.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional Para A Educação Infantil, (1998):
Os momentos de jogo e brincadeira devem se constituir em atividades permanentes nas quais as crianças poderão estar em contato também com temas relacionados ao mundo social e natural. O professor poderá ensinar às crianças jogos e brincadeiras de outras épocas, propondo pesquisas junto aos familiares e outras pessoas da comunidade e/ou em livros e revistas. Para a criança é interessante conhecer as regras das brincadeiras de outros tempos, observar o que mudou em relação às regras atuais, saber do que eram feitos os brinquedos, etc. (BRASIL, 1998, p. 200, v.3).
Diante esta afirmação é importante que o professor valorize não somente as brincadeiras atuais, mas faça um resgate histórico das brincadeiras antigas para proporcionar as crianças condições de vivenciar brincadeiras praticadas por seus avós, pais e outros. Também para que ela possa observar as mudanças ocorridas nas brincadeiras e verificar que a tecnologia muda o rumo da história da humanidade.
Vale ressaltar que quando a criança brinca vai desenvolvendo sua capacidade de aprender a respeitar regras e a conviver com outras crianças. Para tanto os jogos e brincadeiras são recursos indispensáveis para o professor trabalhar e proporcionar aos alunos uma aprendizagem prazerosa.
O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem a todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais e que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil. (PIAGET, 1976, p. 160).
O professor que alfabetiza através do lúdico além de garantir um direito da criança que é o brincar ainda o faz de forma que ele mesmo possa colher os frutos futuros. É necessário que o educador seja o facilitador desse processo com o intuito de provocar na criança sua capacidade criadora e desenvolver suas habilidades de convívio social.
É brincando que a criança desenvolve suas capacidades físicas, verbais ou intelectuais. Quando a criança não brinca, ela não deixa de estimular, e até mesmo de desenvolver as capacidades inatas, podendo vir a ser um adulto inseguro, medroso e agressivo. Já quando brinca a vontade, tem maiores possibilidades de se tornar um adulto equilibrado, consciente e afetuoso. (VALESCO, 1996, p.78).
Compreende-se então que o papel social da escola também é este de permitir que a criança seja um adulto apto em todas as suas capacidades inovadoras e criadoras e o brincar na escola faz parte desta educação de qualidade. Sabe-se que aprendizado e desenvolvimento estão inter-relacionados desde quando a criança nasce. Quando ela chega à escola já traz uma gama de saberes prévios que devem ser lapidados pelo educador e a brincadeira é o melhor recurso que o professor tem para dinamizar suas aulas.
São muitos os benefícios que a brincadeira proporciona a criança, por isso a necessidade de serem estabelecidas brinquedotecas não somente nas escolas, mas onde houver grupos de crianças que precisam se desenvolver. De acordo com Cunha (2001, p. 16) apud SILVA as finalidades de uma brinquedoteca são várias, mas destaca algumas:
- Favorecer o equilíbrio emocional;
- Dar oportunidades a expansão de potencialidades;
- Desenvolver a criatividade, inteligência e sociabilidade;
- Proporcionar acesso ao brinquedo que lhe proporcionem experiências e descobertas;
- Estabelecer o relacionamento entre as crianças e seus familiares;
- Incentivar a valorização do brincar e das atividades lúdicas para o desenvolvimento psicoemocional, intelectual e social;
- Proporcionar um espaço onde a criança possa brincar sossegada, sem que alguém interrompa ou diga que está atrapalhando;
Portanto, percebe-se que o brincar além de desenvolver a aprendizagem, proporciona a aquisição de conhecimentos e capacidades criativas também ajuda a fazer as crianças felizes. Esta é a melhor maneira de ensinar, pois a crianças aprende com prazer os saberes necessários da vida.
- CONCLUSÃO
Tendo em vista a importância do ensino conjugado com a prática lúdica entende-se então que a criança tem oportunidade de aprender com prazer e o professor pode enriquecer sua prática com diversas ferramentas para estimular o desenvolvimento infantil e proporcionar a aprendizagem dinâmica no contexto escolar utilizando diversidades de jogos e brincadeiras. Porém essas brincadeiras devem ser de modo que tenha um objetivo a fim não simplesmente brincar por brincar, o professor deve elaborar seus planos de trabalho deixando-os mais atrativo de modo a promover o bem estar infantil e condições para que haja o desenvolvimento de todos os aspectos infantil.
A utilização da brincadeira como recurso didático tem contribuído como meio de motivação para tornar os conteúdos escolares mais atraentes. No entanto a utilização deste recurso ainda é pouco haja vista que sempre há as justificativas de espaços físicos inadequados, poucos recursos disponíveis, falta de habilidade dos professores em conseguir fazer a junção dos conteúdos com as brincadeiras e outras coisas que acabam por intervir em uma educação lúdica.
Percebe-se que o lúdico faz parte da vida do ser humano, tanto que é uma necessidade básica para o desenvolvimento, mas principalmente na infância na idade em que a criança está mais propicia a aprendizagem, por isso é importante que ela seja vivenciada. Então o educador pode aproveitar esse quesito para proporcionar ao educando a brincadeira não apenas como diversão, mas como subsídios para desenvolver as potencialidades da criança, tendo em vista que é pela relação com o outro que o conhecimento é construído e assimilado.
Como já dito a criança tem mais condições de aprender porque está em fase de desenvolvimento e a aprendizagem ocorrerá de forma mais significativa se for de modo que proporcione prazer a ela. A criança vive em um ambiente em constante mudança e um grande número de objetos, brinquedos eletrônicos e coisas que ela nem mesmo conhece e domina, por isso a brincadeira e o jogo se tornam um aliado ideal para a aprendizagem. Ao professor cabe propor a atividade certa ajudando o aluno a construir e enriquecer sua personalidade, enquanto as brincadeiras e jogos acabam dando ao professor condições de ser um estimulador da aprendizagem. No entanto não basta apenas ser uma educação lúdica é bom lembrar que a relação entre ambos deve ser de amor e afetividade para culminar em uma aprendizagem.
- REFERÊNCIAS
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