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A IMPORTÂNCIA DO CUIDAR, BRINCAR E EDUCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Sandra Aparecida Perseguini Martins Leite
Elivania da Silva Francisco
Selma Araújo de Souza
Camila Bublitz Cordeiro Moraes

 

RESUMO

 

O presente artigo contribuirá para o debate da dicotomia existente entre o cuidar, brincar e o educar que ainda vigora nas concepções de profissionais que atuam na creche e pré-escola. Enfatiza o cuidar, o brincar e o educar como dimensões essenciais ao desenvolvimento de crianças de zero a cinco anos de idade, exigindo um trabalho de forma planejada, com organização de espaços adequados, no sentido de estimular os processos de desenvolvimento infantil (motor, cognitivo, emocional, social). Salienta que a escola de educação infantil deve- se configurar como lugar de interação e socialização de crianças, complementar à ação familiar, bem como ressalta a importância da formação do profissional que nela atua.

Palavras-chave: Educação infantil. Desenvolvimento infantil. Cuidar. Brincar. Educar. Formação de profissionais.

 

INTRODUÇÃO

As concepções sobre infância e o olhar sobre como a criança se desenvolvem e aprendem mudaram bastante nos últimos anos. Devido a preocupação de pesquisadores, teóricos e estudiosos da educação para a primeira infância, quando direcionam o seu olhar e seu foco de pesquisa para o desenvolvimento infantil, e consequentemente para o bem estar das crianças desde a mais tenra idade.

Estas mudanças ocorreram em grande parte por exigências sociais que transformaram os papéis sociais dos homens e mulheres e, consequentemente, fizeram emergir instituições que compartilham com as famílias a educação das crianças pequenas em ambientes coletivos.

Nesse modelo contemporâneo da educação infantil, as creches e pré-escolas então concebida e valorizada por sua função formadora das crianças como sujeitos históricos e culturais. Esse modelo ganha força quando os professores passam a ser considerados como importante apoio relacional e afetivo e como mediadores de relações significativas para as crianças.

Pode-se dizer que, em termos históricos, é recente a incorporação da Educação Infantil no âmbito educacional. Essa novidade gera uma série de debates sobre qual é a identidade e qual é a função deste segmento educacional. Estas discussões também envolvem uma reflexão sobre qual o perfil e quais as competências que os professores precisam desenvolver para melhor atender às necessidades e aos desafios colocados pelo atendimento de crianças tão pequenas em espaços coletivos.

Deste modo, não se admite mais que a criança do berçário e da pré-escola receba apenas cuidados do seu educador, mas é direito da criança e responsabilidade do educador infantil, organizar o seu trabalho pedagógico contemplando objetivos que envolvam o cuidar, o brincar e o educar.

A criança na perspectiva do hoje, traz a expectativa da criança que deve viver o tempo presente como criança e não como um adulto, deve ser autônoma nas suas aprendizagens, estar sempre pronta a aprender a aprender, a crescer, a construir novos conhecimentos, tendo assim, na figura do adulto apenas seu mediador, e não seu instrutor.

Portanto este artigo pretende refletir a importância da prática pedagógica mediadora, que auxilia a aprendizagem das capacidades das crianças de zero a cinco anos. Quais os instrumentos que são utilizados na aprendizagem das crianças, como relaciona o cuidar, o brincar e o educar, e como as atividades orientadas fazem parte dos momentos de rotina, e contribuem para que as crianças aprendam a se auto organizarem, à medida que associam o tempo as atividades, a rotina precisa ser flexível e planejada a partir de um objetivo.

Estas novas práticas também foram acompanhadas de novas maneiras de se estudar a criança por parte de estudiosos de diferentes áreas como:

Maria Clotilde Rossete Ferreira, Tizuko Kishimoto Morchida, Fernando Barroso Zanluchi, Zilma de Moraes Ramos Oliveira, Jean Piaget, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

 

DESENVOLVIMENTO

 

Sabe-se que a criança está sempre descobrindo e aprendendo coisas novas, por causa do contato com o meio em que vive, o trabalho pedagógico organizado em creche ou pré-escola, em que cuidar, educar e brincar são aspectos importantes ao desenvolvimento de crianças pequenas, com dimensões essenciais e voltadas ao desenvolvimento humano, sobretudo o infantil.

A criança necessita desenvolver-se integralmente, no que se refere aos cuidados relacionais, como nos aspectos biológicos do corpo, isso envolve alimentação, saúde e conhecimentos variados.

 

Do ponto de vista legal, a educação infantil é a primeira etapa da educação básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos de idade em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e social, complementando a ação da família e da comunidade (Lei nº9,394/96, art.29).

 

Creches e pré-escolas são modalidades de educação infantil, o trabalho realizado no seu interior tem caráter educativo e visa garantir assistência, alimentação, saúde, lazer e segurança com condições materiais e humanas que tragam benefícios sociais e culturais.

De acordo com Piaget, o desenvolvimento infantil é dividido por etapas que podem ser estimuladas com diferentes atividades e brinquedos, respeitar

as etapas do desenvolvimento é propiciar cuidados próprios permeados de estímulos com brincadeiras e jogos, a fim de promover a interação para um completo desenvolvimento cognitivo, respeitando os direitos da criança. Cuidar e educar apesar de desafiador poderá ser estimulador na medida em que os educadores e os pais se envolvam no processo, não só através de teorias, mas percebendo o prazer mútuo da prática.

A educação da criança de zero a cinco anos tem o papel de valorizar os conhecimentos que as crianças possuem, e garantir a aquisição de novos conhecimentos, mas, para tanto, requer um profissional que reconheça as características da infância. Hoje, a educação infantil no Brasil já faz parte do cotidiano e não deve ser vista como uma opção de cuidados, mas sim como um direito de toda a criança; o direito de conviver e ampliar seus espaços de socialização. A infância é entendida como um mundo de possibilidades que, se devidamente amparado, é capaz de proporcionar vivencias e a formação integral e harmônica da criança nesta sociedade em constante e rápida transformação.

Nessa etapa também é necessário ter um amplo espaço, que seja limpo, organizado, de fácil acesso e seguro. Ter salas adequadas às idades dos alunos, terem recursos pedagógicos variados, funcionários, como professores qualificados que apresentem planos pedagógicos coerentes.

O educador deve estar em permanente estado de observação e vigilância para que não transforme as ações em rotinas mecanizadas, guiadas por regras. Consciência é a ferramenta de sua prática, que embasa teoricamente, inova tanto a ação quanto à própria teoria.

Cuidar e educar implica reconhecer que o desenvolvimento, a construção dos saberes, a constituição do ser não ocorre em momentos compartimentados, a criança é um ser completo, tendo sua interação social e construção como ser humano permanentemente estabelecido em tempo integral. Significa compreender que o espaço e tempo em que à criança vive exigem seu esforço particular, e a mediação dos adultos como forma de proporcionar ambientes, materiais, que estimulem a curiosidade com consciência e responsabilidade. Cuidar e educar caminha simultaneamente e de maneira indissociável, possibilitando que ambas as ações construam na totalidade, a identidade e a autonomia da criança.

 

Para cuidar é preciso antes de tudo estar comprometido com o outro, com sua singularidade, ser solidário com suas necessidades, confiando em suas capacidades. Disso depende a construção de um vínculo entre quem cuida e quem é cuidado. (RCNEI, vol. I, 1998, p.25)

 

O processo pedagógico nas instituições coletivas de cuidado e educação deve considerar, dentre outros aspectos, a brincadeira como forma privilegiada da criança conhecer o mundo (BRASIL, 2003). Neste enfoque, o prazer, a alegria, o bem estar devem ser elementos garantidos no espaço das creches e pré-escola uma vez que o que está em jogo é a construção da pessoa e não a preparação para as etapas posteriores.

De acordo com o RCNEI(BRASIL,1998), educar significa:

 

Propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste processo a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis (BRASIL,1998, p.23).

 

A educação infantil exige de seus professores total comprometimento e competência para trabalhar com as crianças de zero a cinco anos, pois este será norteado por um caráter educacional promovendo o desenvolvimento integral da mesma em suas diferentes especificidades.

O documento Política Nacional de Educação Infantil descreve a formação prévia como um evento chave para melhor atender a criança pequena. A formação docente deve ser vista com uma contínua construção de identidade pessoal e profissional do professor, de modo que esse processo se ligue aos contextos sociais, sendo assim, interligados ao conjunto de valores, saberes e atitudes nas próprias vivências e experiências do professor enquanto ao seu fazer educativo.

Cabe ao profissional de educação infantil de forma lúdica, envolvente e criativa propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizados de forma integrada, ao cuidar se educa, ao educar se cuida, portanto são indispensáveis e indissociáveis.

Na hora do banho: dos pequenos por exemplo, tem que ter uma intenção, a intenção do ensinar, as partes do corpo, cantar a música da mãozinha, do narizinho, poderá pedir para a criança tocar a bochecha, o pezinho, e dizer o que é, planejar uma situação de um banho que seja acolhedor e que essa criança possa participar do cuidado e higiene com o próprio corpo, que possa entender o banho e o momento do cuidado com algo gostoso e prazeroso.

A hora da refeição: é também outro momento de cuidar e ensinar, os pequenos adoram mexer com uma colher, garfo, prato. Planejar a refeição como momentos de aprendizagens e respeito, como é que a criança come segurando o talher, os diferentes talheres, está quente, ou frio, experimentar novos alimentos que as vezes não querem comer, saladas, verduras por exemplo, mas com as crianças manipulando, se servindo terão vontade de comer. Os bebês não conseguem comer sozinhos precisa da ajuda de um adulto, mas poderá deixar a vontade, pegar no prato, levar a comida na boca, passar a comida no rosto, deixar sentir o que é, tudo isso são momentos de interações e aprendizagens.

Crianças maiores, poderá deixar eles mesmos se servirem, isso é dar autonomia, a criança vai aprender a comer sozinho, a medir, a dosar o que ela come, as vezes colocam muito, outras vezes pouca comida no prato e ficam repetindo várias vezes até encontrarem a medida que comem.

 

O cuidado é um ato em relação ao outro e a si próprio que possui uma dimensão expressiva e implica em procedimentos específicos. O desenvolvimento integral depende tanto de cuidados relacionais, que envolvem a dimensão afetiva e dos cuidados com os aspectos biológicos do corpo, como a qualidade da alimentação e dos cuidados com a saúde, quanto da forma como esses cuidados são oferecidos e das oportunidades de acesso a conhecimentos variados (BRASIL,1998, p.24).

 

A higiene pessoal: escovando os dentes, lavando as mãos e o rosto, é uma habilidade pessoal que a criança tem muito prazer em participar, assim ao ir para as refeições o educador pode solicitar a participação da criança na higiene de suas mãos, pois considera-se uma atividade autônoma, aos cinco anos a criança é capaz de abrir uma torneira sozinha, pegar o sabonete, esfregar as mãos, enxaguar, fechar a torneira. Lavar o rosto de forma independente, pressupõe abrir a torneira, lavar o rosto usando um pouco de sabonete nas mãos, enxaguar o rosto, fechar a torneira e enxugar o rosto.

A escovação já é uma habilidade mais complexa, uma vez que envolve várias habilidades, como abrir o creme dental e passar na escova, momento em que o educador poderá ensinar a importância da escovação, escovar os dentes fazendo os movimentos corretos, fazer bochecho para não engolir o creme dental, cuspir, fechar a torneira, lavar a boca, enxugar a escova e a boca, além de guardar a escova de dente.

Importante lembrar que a autonomia nos autocuidados infantis como foi destacado anteriormente, é um processo gradativo, os desafios a serem vencidos vão se graduando, assim para as crianças de três a cinco anos é o momento de aprimorar essas habilidades.

A hora do soninho: deverá ser agradável, a organização do ambiente favorece o sono da criança, por isso a sala deverá ser aconchegante, envolvida por uma música suave de ninar, com carinho dos educadores fazendo com que tanto os bebês como as crianças maiores tenham um sono agradável.

 

Todo processo que envolve o dormir e o acordar da criança, é caracterizado por uma série de rituais importantes. E para que ele seja bom, precisa ser pensado e planejado desde o momento em que a criança se prepara para ir a sala de sono até o momento de acordar (ROSSETE, FERREIRA, Maria Clotilde, 2006, p.143).

 

Unir cuidados e conteúdo é uma preocupação que hoje está mais presente no dia a dia das escolas, o planejamento na Educação Infantil pede intencionalidade e que se parta do que as crianças já sabem, ampliando seus conhecimentos. As crianças pequenas solicitam aos educadores uma pedagogia sustentada nas relações, nas interações e em práticas educativas intencionalmente voltadas para suas experiências lúdicas e seus processos de aprendizagem no espaço coletivo, diferente de uma intencionalidade pedagógica voltada para resultados escolares individualizados. A função docente é coprodutora de currículo e se efetiva na construção de um espaço educacional que favoreça, através da interlocução com as crianças e as famílias, experiências provocativas nas diferentes linguagens enraizadas nas práticas sociais e culturais de cada comunidade.

A forma como a unidade de Educação Infantil organiza seus espaços, tempos, materiais, constrói sua proposta pedagógica, seu currículo, revela quais as concepções de infância e de criança estão presentes no seu trabalho pedagógico. Por exemplo uma escola de educação infantil tem que ter dentro da sala de aula além das carteiras, cantos como cozinha, quarto, área da fantasia, da história, da leitura, canto da música, do médico para as brincadeiras do faz de conta.

A organização do ambiente da sala de aula em pequenos cantos contribui com as brincadeiras infantis e as interações entre as crianças. Aprendem a coordenar suas ações e criar um enredo comum nas brincadeiras, possibilitando a troca de saberes, favorecendo a linguagem, assim pela observação o professor poderá ir reestruturando esses cantos, modificando-os em função dos interesses das crianças.

 

O espaço na Instituição de Educação Infantil deve propiciar condições para que as crianças possam usufruí-lo em benefício do seu desenvolvimento e aprendizagem. Para tanto é preciso que o espaço seja versátil e permeável à sua ação, sujeito a modificações propostas pelas crianças e pelos professores em função das ações desenvolvidas (BRASIL, 1998, p.69).

 

Os professores de educação infantil necessitam articular condições de organização dos espaços, tempos, materiais e das interações nas atividades para que as crianças possam expressar sua imaginação nos gestos, no corpo, na oralidade, no faz de conta, no desenho e em suas primeiras tentativas de escrita.

Além dos cuidados educativos, as brincadeiras são atividades importantes na educação infantil, utilizar diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas as diferentes intenções e situações, dará a criança oportunidade para imitar o conhecido e para construir o novo, conforme ela reconstrói o cenário para que sua fantasia se aproxime ou se distancie da realidade vivida, assumindo personagens e transformando objetos pelo uso que deles faz.

As crianças precisam brincar em pátios, quintais, praças, bosques, jardins, ter acesso a espaços culturais diversificados, inserção de práticas culturais na escola e da comunidade. Em todas as culturas as formas de brincar são diferentes, é a partir das interações, das crianças, da forma como o professor interage, apresenta o mundo em pequenas doses, mais estimulada esta criança vai estar, mais aberta, maiores experiências vai viver, mais preparada e enriquecida estará.

 

O brincar favorece o relacionamento social e é favorecido por ele, isto é, ao contrário do que se pode supor, o brincar da criança não é determinado por uma criação sua isolada. A criança brinca com o que dispõe na sua cultura, no meio social em que vive, tanto no que diz respeito aos materiais disponíveis como aos temas das brincadeiras, que são extraídos de sua imaginação lúdica do seu dia a dia (ZANLUCHI, 2005, p.91).

 

As atividades lúdicas promovem a interação das crianças com objetos e pessoas, socializando-as, promovendo o desenvolvimento cognitivo e social. As crianças experimentam o mundo e suas possibilidades, aprendem a conviver com seus pares e se conhecerem mais. Toda atividade lúdica tem um objetivo e ocupa um lugar de destaque no processo de ensino aprendizagem, cabe ao professor criar oportunidades ricas, proveitosas e com metodologias ativas. As atividades lúdicas estabelecem um ambiente agradável.

 

Trata-se, sim, de uma atividade espontânea, livre, um desejo do sujeito. Todavia, esse desejo tem um caráter social muito forte, o de integrar-se, tornar-se um igual, pois disso depende a sobrevivência dos homens e de cada um deles. A atividade lúdica prepara a criança para o que é sério na vida, prepara, inclusive, para compreender e suportar fatalidades, como as guerras e criminalidades (ZANLUCHI, 2005, p. 86).

 

Para Oliveira (2011, p.183), a construção de uma proposta pedagógica para a Educação Infantil deve estar vinculada à realidade cotidiana da criança, bem como à realidade social mais ampla. Isso implica, segundo a autora, conhecer as concepções, os valores e os desejos, assim como suas necessidades e os conflitos vividos em seu meio próximo. faz‐se necessário ouvir dos profissionais suas concepções educacionais para a construção dessa proposta, além de reconhecer e inserir as famílias como interlocutoras e parceiras desse processo de construção. Dessa forma, é preciso compreender, também, que o currículo não pode ser entendido:

 

[...] como um plano individual predeterminado. É um projeto coletivo, uma obra aberta, criativa e apropriada para “aqui e agora” de cada situação educativa. Ocorre com base na análise dessa situação, no estabelecimento de metas e de prioridades, no levantamento de recursos, na definição de etapas e atividades básicas, na reconstrução do projetado na interação (interação) com as crianças, na verificação de aspectos do seu comportamento que se vão modificando no decorrer do processo. Envolve sensibilidade e uma visão de criança como alguém Competente e com direitos próprios. (OLIVEIRA, 2011, p. 183).

 

 

CONCLUSÃO

A partir das análises bibliográficas realizadas referentes ao tema deste artigo, hoje, a criança é reconhecida como um sujeito que é alguém agora, e não um vir a ser. Aprende, brinca pensa, analisa sobre sua realidade cultural e o meio em que está inserida, criando formas, conceitos, ideias, percepções e cada vez mais se socializando através de interações. Dessa forma, os professores devem estar abertos aos seus anseios, às suas emoções, ao seu jeito de ser e de estar no mundo. No entanto, os professores precisam sair da condição de elementos centrais do fazer pedagógico e passarem a considerar as crianças como atores principais desse processo educativo.

A escolha do tema, tem em melhor compreender o conceito da educação infantil como espaço privilegiado da aprendizagem infantil onde é possível assimilar o cuidar, o educar e o brincar com o aprender. Para que ocorra tudo isso ao mesmo tempo, é necessária a presença de um profissional, capacitado, pois favorece e promove a interação, planeja e organiza ambientes para que o cuidar o brincar e o educar possa acontecer.

A Educação Infantil desempenha um papel importante junto à criança, principalmente em seus primeiros anos de vida, a qual lhe permite uma maior participação e desenvolvimento na sociedade, interagindo e conhecendo sua identidade, autonomia, aprendizagem e especificidade.

O cuidar, o brincar e o educar vão além de dar carinho e desenvolver as habilidades emocionais, motoras e cognitivas. Portanto, entendemos o professor como determinante na formação da criança, pois é por meio da mediação, sistematização, orientação, que a criança adquirirá os conhecimentos construídos socialmente durante a história da humanidade.

Vários teóricos comprovaram através de pesquisas e estudo que estes são fatores fundamentais ao processo cognitivo das crianças pequenas e que ajudam a potencializar saberes e a desenvolver habilidades.

A pesquisa realizada possibilitou-se maior aprofundamento sobre a Educação Infantil, seu processo histórico, a integração das práticas de cuidar e educar e a sobre a formação do profissional que atua nesta área da educação básica. A partir de sua elaboração, reitera-se a Educação Infantil como etapa de fundamental importância no processo educativo da criança e em sua formação integral visto que a aprendizagem se iniciará com o início da vida.

Os campos de aprendizagens que as crianças poderão realizar na Educação Infantil vão além. As situações cotidianas criadas nas creches e pré-escolas poderão ampliar as possibilidades das crianças viverem a infância e aprenderem a conviver, brincar e desenvolver projetos em grupo expressar-se, comunicar-se, criar e reconhecer novas linguagens, ouvir e recontar histórias lidas, ter iniciativa para escolher uma atividade. Buscar soluções para problemas e conflitos, ouvir poemas, conversar sobre o crescimento de algumas plantas que são por elas cuidadas, colecionar objetos, participar de brincadeiras de roda, brincar de faz-de-conta de casinha ou de ir à venda, calcular quantas balas há em uma vasilha para distribuí-las pelas crianças presentes, aprender a arremessar uma bola em um cesto, cuidar de sua higiene e de sua organização pessoal, cuidar dos colegas que necessitam ajuda e do ambiente, compreender suas emoções e sua forma de reagir às situações, construir as primeiras hipóteses, por exemplo, sobre o uso da linguagem escrita, e formular um sentido de si mesmo.

 

REFERÊNCIAs

 

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. (Org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e a

Educação. São Paulo. Cortez, 1999.

 

BRASIL, Lei nº. 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional. Brasília. Ministério da Educação e do

Desporto, 1996

 

Política Nacional de educação Infantil: pelos direitos das crianças de 0 a anos à educação. Brasília: MEC/SEIF/COEDI, 2005.

 

ZANLUCHI, Fernando Barroso. O brincar e o criar: as relações entre atividade lúdica, desenvolvimento da criatividade e educação. Londrina: O autor, 2005.

 

ROSSETE, FERREIRA, Maria Clotilde.Org. Os fazeres na educação infantil. São Paulo: (Cortez, 2006, p.143).

 

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil: formação pessoal e social. Brasília: MEC/SEF, v.01 e 02.1998. 85p.

OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos. O Currículo na educação infantil: o que propõem as novas diretrizes nacionais? In: SEMINÁRIO NACIONAL: Currículo em movimentos: perspectivas atuais, 1. Anais... Belo Horizonte, nov. 2010.

PIAGET, Jean. A construção do real na criança. Trad. Álvaro Cabral. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar, INL, 1975.