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O PAPEL DO PEDAGOGO INSTITUCIONAL NA ESCOLA E O MÉTODO FÔNICO DA ALFABETIZAÇÃO

 

PATRICIA PEDROSO BARROS

ADRIANA REGINA LUCCHETTI

 

RESUMO

 

Uma das principais causas do fracasso escolar sofrido pela sociedade brasileira, derivada das dificuldades de aprendizagem na leitura e escrita, é o método utilizado (baseado nos PCN’s brasileiros) para a alfabetização. O trabalho se refere à função preventiva dos psicopedagogos na escola, frente à problemática citada, destacando dentre suas ações, a orientação aos professores quanto à melhor metodologia para se alfabetizar, evitando desta forma que a escola seja uma fábrica de insucesso. As dificuldades de aprendizagem, os fatores que contribuem para que ela ocorra e a ação preventiva de psicopedagogia para que ela não aconteça, serão discutidos sobre o olhar da psicopedagogia. Apresentamos uma sequência de atividades baseadas no método fônico a ser aplicada em alunos que possuem média acentuada dificuldade na aquisição da aprendizagem da leitura e da escrita, como uma das alternativas para se combater o fracasso. É importante que psicopedagogos conheçam essa alternativa para que orientem os professores da escola na qual estão inseridos, a se utilizarem dela. Colocamos que um diagnóstico psicopedagógico, principalmente o realizado por psicopedagogos clínicos, é fundamental para detectar se o indivíduo não assimila o aprendizado na leitura ou escrita devido a dislexia, por exemplo, ou devido a um método ineficaz. Nós referimos aos psicopedagogos clínicos, principalmente, pois são eles que recebem diariamente em seus consultórios crianças com queixas de dificuldade de aprendizagem. O tema escolhido é polêmico e gera discussão entre diversos pensadores da educação. É importante que psicopedagogos reflitam sobre o assunto e a partir daí possam auxiliar a escola a reverter o quadro de coas em que ela se encontra.

 

Palavras–chave: psicopedagogos, aprendizagem e professores.







INTRODUÇÃO 

 

    A alfabetização tem sido tema de várias discussões. Ao falarmos deste assunto, principalmente no Brasil, são sabemos ainda definir com clareza o que é alfabetização, quando o educando está pronto para iniciar esta fase, quanto tempo leva para que o processo se conclua, o que é ser alfabetizado, como alfabetizar, dentre outras questões. O que sabemos é que desde o início da profissionalização dos professores, no curso normal, nos é informado que para alfabetizar não se tem uma receita. Será então que ensonar o sujeito algo de extrema importância para sua vida social, como a leitura e escrita, é algo puramente intuitivo? 

    A faze da alfabetização é cercado de expectativas por parte da família, dos alunos, dos professores, da escola e da comunidade e é também uma fase de muitas frustações, pois é nela que as dificuldades cognitivas de cada criança se apresentam com maior clareza. É de grande valia destacar também que é a principal fase na vida escolar, pois é nela que se constrói a base para os conteúdos seguintes. 

    Através de estudos feitos e apoiando-se em práticas pedagógicas observadas e praticadas é possível notar falhas na aplicabilidade e na escolha de métodos de alfabetização. A escolha errônea de um método pode resultar em dificuldades de aprendizagem que futuramente, nas séries seguintes, causam o fracasso escolar gerando uma série de problemas como a evasão, retenção por várias vezes na mesma série, indivíduos desmotivado pelos estudos, dentre muitos outros problemas.

    O método fônico será apresentado como uma das soluções encontradas para que os números das estatísticas do insucesso da educação brasileira caíssem.

Como uma das principais temáticas do nosso estudo é o papel do psicopedagogo, é fundamental destacarmos, com maior clareza, a relação do tema Método Fônico e a função deste profissional na escola.

    Um dos mais importantes papéis de um psicopedagogo institucional na escola é auxiliar os docentes quanto à aprendizagem dos alunos, com ou sem dificuldades de aprendizagem. O auxilio citado é direcionado de forma individual (para o aluno) ou coletiva (para a turma ou escola). O profissional em destaque irá ajudar o professor a fazer as adaptações necessárias para que as dificuldades na aquisição dos conteúdos, provenientes de diversas formas, seja possível.

    O psicopedagogo deve estar ciente das vantagens e desvantagens de todos os métodos e formas de alfabetizar, para que possa orientar da melhor forma possível os docentes.

    O assunto escolhido é de grande valia, pois vivemos num país que necessita de grandes mudanças na área da educação. Somos uma nação muito desenvolvida em alguns aspectos e pouco num dos principais, a educação.

 

MÉTODOS 

 

    Antes de se iniciar o ano letivo a equipe pedagógica e os professores se unem para escolher um método me alfabetização que acreditem ser o mais eficiente.

    Os métodos de alfabetização podem ser os sintéticos ou os analíticos. O que diferencia ambos os métodos é o seu ponto de partida.

    Os sintéticos partem das partes para o todo e podem ser divido em três tipos: o alfabético, o fônico, e o silábico. No alfabético, o aluno irá aprender as letras isoladamente, depois formarão as silabas, as palavras, as frases e por fim o texto. Esse é o método mais antigo de alfabetização. O fônico, (ou fonético), método que daremos maior destaque, parte dos sons das letras que unidos formarão as silabas. Por fim, o silábico, onde o processo parte das silabas para o texto.

    Os analíticos fazem o trabalho inverso, partem o todo para a parte e também podem ser divididos em três tipos: palavração, sentenciação, ou global.

O professor na palavração, como o nome já diz, parte da palavra. Nesse método o vocabulário é muito valorizado. Após o aluno dominar algumas palavras inicia –se o processo de formação de frases. Na sentenciação, a aprendizagem se inicia através de frases para depois dividi-la em palavras e por fim em silabas. O global, se dá pelo processo de decompor pequenas histórias em orações, palavras e silabas.

    O construtivismo não foi citado acima, pelo fato de alguns autores não o consideram com um método e sim uma teoria, postura, ou uma linha pedagógica. Essa linha é baseada em Jean Piaget(1896-1980) que defende que a aprendizagem da criança depende do nível de desenvolvimento já alcançado. Segundo ele, é o desenvolvimento que cria as condições para a aprendizagem, ou seja, ela vem antes do aprender. O ensino deve respeitar o desenvolvimento, pois só é possível aprender quando há um amadurecimento das funções cognitivas compatíveis com o nível de aprendizagem.

    A teoria trabalha basicamente em cima da questão do aluno ser estimulado a ter curiosidade e buscar respostas a partir de seu conhecimento prévio e de sua interação com o meio. O professor terá o papel de mediador e em sua pratica deve valorizar o conhecimento que a criança possui antes de ingressar na instituição escolar. O principal objetivo é que o aluno faça parte ativamente de seu próprio aprendizado. Os Parâmetros Curriculares Nacionais defendem a linha construtivista para a alfabetização.

    Como podemos ver, são muitas as problemáticas referentes a fase alfabetização. Na equipe pedagógica. O psicopedagogo institucional é o profissional capacitado para lidar com a questão de aprendizagem. Ele é quem deve ter a ciência de qual é o melhor método para ser aplicado. 

 

 

  • Método Fônico

 

 

A criança tem direito às condições necessárias para que possa aprender de verdade. O método fônico restaura a criança o direito a essa aprendizagem competente e o prazer da maestria e das descobertas que ela produz. E restaura ao professor a profunda importância, dignidade e encanto de sua profissão e o seu direito de ensinar com prazer e eficiência, de construir competências e de saber que o fez, de descortinar novos mundos com dedicação e alegria e de compartilhar com seus educandos o entusiasmo pela aventura da descoberta e do conhecimento. (CAPOVILLA,2004).   

 

    Bloomfield (ALFABETIZAÇÃO), maior referência da linguística estrutural americana, foi o precursor do método fônico. Para ele a aprendizagem da linguagem é um processo totalmente mecânico que se dá pela repetição de sons que o indivíduo absorve em seu meio. Desta maneira, a linguagem seria a formação do hábito de imitar um modelo de som.

    O método fônico nasceu como uma crítica ao método da soletração ou alfabético. O método tem como base o ensino do código alfabético de forma dinâmica, ou seja, as relações entre sons e letras devem ser feitas através de atividades lúdicas para levaras crianças e aprenderem a codificar a fala em escrita e a decodificar a escrita no fluxo da fala e do pensamento.

    Primeiramente são aprendidos as formas e os sons das vogais. Depois as consoantes, sendo, aos poucos, estabelecidas relações mais complexas entre elas. Cada letra é apresentada como um fonema que, juntamente com outro, formam silabas e palavras. O processo se dá de forma que são ensinadas as sílabas mais simples e depois as mais complexas. Os textos são produzidos especificamente para este fim e são introduzidos de forma gradual.

    Com o objetivo de aproximar os alunos de algum significado surgiram variações de método fônico. O que faz com que essas modalidades se diferem é a maneira de apresentar os sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra vinculada a imagem e som, de um personagem associado a um fonema, de uma onomatopeia ou de uma história para dar sentido a apresentação dos fonemas.

    É importante ressaltarmos que a escrita alfabética mapeia a fala. Portanto, se você auxilia a criança a compreender a relação entre o som da fala, os fonemas e os grafemas, e a linguagem escrita, ela poderá aprender palavras novas. O método fônico preconiza a importância da criança colocar a escrita sob o controle da fala. Assim ela poderá até inventar palavras. Esse é um dos critérios para definir uma criança como alfabetizadora, pois ela já cria e não só copia.

    Os especialistas em alfabetização afirmam que o método alfabetiza crianças, em média no período de quatro a seis meses. Este é o método mais recomendado nas diretrizes curriculares dos países desenvolvidos que utilizam a linguagem alfabética.

    O fônico é inteligente, lúdico e não tem nada mecânico. Ele é muito eficaz em produzir compreensão e produção de textos porque, de modo sistemático e lúdico, fortalece o raciocínio e a inteligência verbal. Ele também possibilita o sujeito a ter uma melhor compreensão do texto, assim consegue interpreta-lo com mais facilidade.

    Portanto para que isso aconteça, o professor alfabetizador deve reconhecer a sua capacidade de ensino, nortear sua prática pedagógica de maneira sistemática rumo aos objetivos propostos de maneira bem definida, caminhando ao longo do processo de aprendizagem da leitura e da escrita de acordo com as características, recursos e necessidades específicos de seus alunos.

 

 

  • A situação atual brasileira quanto à alfabetização

 

 

A obra – Alfabetização: Método Fônico de Fernando César Capovilla e Allesandra G. Seabra Capovilla (2004) mostra em números o caos encontrado na educação brasileira e prevê um futuro crítico para os educadores brasileiros, se não forem tomadas atitudes para a mudança imediata sobre a postura quanto à política educacional na qual o Brasil está inseridos .

O mundo inteiro que possui a escrita alfabética, como o nosso país, usa o Método Fônico. Uma revisão da literatura, de 115 mil estados científicos publicados, provou que o método fônico é superior ao Ide visual.

Os dados em números e estatísticas de vários países, como: os Estados Unidos, Inglaterra e França, que estavam caminhando para o fracasso do sistema educacional adotando o construtivismo, constataram que o método fônico foi a solução para a situação caótica que estavam vivenciando. Enquanto o mundo condenava o construtivismo o Brasil entronizava-o nos PCN´s, uma espécie de manual para as escolas que contém orientações quanto ao ensino de acordo com o Ministério da Educação.

O MEC ainda não fez mudanças nos parâmetros curriculares devido ás heranças deixadas pelo Regime Militar. No Brasil, houve uma reação muito forte aos governos militares. Com isso as pessoas passaram a confundir ensino sistemático com ensino militarizado. Assim, acharam que deixando a criança sozinha ela iria se desenvolver muito bem. Porém se o objetivo é tomar a criança competente, pesquisas mostram que este modelo não funciona.

Vimos que a todo momento que o desempenho educacional do Brasil ao ser avaliados nos causa vergonha nacional e internacional, pois ele ocupa sempre posições de últimos lugares no ranking mundial.

No Brasil existem, oito milhões de crianças fora de série. Devido a evasão ou repetência, ou seja, fracasso escolar. A escola brasileira não está cumprindo o seu papel principal que é ensinar. Como consequência as crianças vão fracassar, evadir e repetir o ano.

Os pais ricos contratam professores particulares e compram livros. Já os pobres, não pode, ajudar os filhos. Sob o construtivismo, os filhos dos ricos se privilegiam, porque eles tem profissionais para lhes dar o que a escola esta sonegando.

Se cada 100 crianças do ensino fundamental, 91 sã de escolas pública, onde estudam crianças carentes. Essa população cuja única opção é a publica só estará protegida de um futuro de insucesso se a escola for competente na sua tarefa de ensinar. Todos os anos no Brasil, o construtivismo reprova ou expulsa mais de sete milhões dos 35 milhões de crianças no ensino fundamental.

 

 

  • A Visão da Psicopedagogia sobre as dificuldades de aprendizagem

 

 

A questão da aprendizagem é discutida por diversos autores da psicopedagogia. 

Porto definiu aprendizagem dizendo que:

 

(...) se trata de uma mudança de comportamento e aqui precisamos entender comportamento no sentido mais amplo que esta palavra possa dar. O tempo, portanto, não se aplica só as ditas aprendizagens escolares. Aprendizagem é fenômeno do dia-a-dia que ocorre desde o inicio da vida. A aprendizagem é um processo fundamental, pois todo individuo aprende e, por meio deste aprendizado, desenvolve comportamentos que possibilitam viver. Todas as atividades e as realizações humanas exibem os resultados de aprendizagem. (PORTO, 2009, o. 41)

 

Alicia Fernandez completa dizendo que “todo sujeito tem a sua modalidade de aprendizagem e os seus meios para construir o próprio conhecimento”, de acordo com Serra (2004, p. 19). Assim pode-se entender que ela acontece de forma individualizada.

Serra (2004, p.19) diz que para Sara Paín, ela “é resultado da articulação de fatores internos e externos do próprio sujeito, do organismo (substrato biológico), do desejo de aprender, das estruturas cognitivas e do comportamento em geral”.

A aprendizagem se dá quando o sujeito adquire saberes pertinentes a algo que não lhe é conhecido previamente. Para que ela ocorra é necessário a interação entre o indivíduo, o meio e o objeto a ser aprendido.

Visando que a aprendizagem é um processo fundamentalmente importante para o homem, as escolas tem investido cada vez mais em técnicas para torna-la possível.

A psicopedagogia defende o fato de que o aluno deve se apropriar dos conteúdos para que se construa estruturas mentais cada vez mais sofisticadas e aprenda a lidar e a buscar novos conhecimentos.

A aprendizagem escolar envolve um entrosamento continuo entre alunos e professores, professores e técnicos, alunos e conteúdos , alunos e alunos, alunos e administração. Ela deve acontecer de forma prazerosa. Se este prazer não acontecer, há algo de errado nesse processo.

Para que a aprendizagem ocorra de forma natural, esses aspectos devem desenvolver-se estruturalmente e devem estar em equilíbrio total. A dificuldade de aprendizagem pode ocorrer quando há algum problema em um desses aspectos.

De acordo com José e Coelho (2002) há diversos fatores que geram problemas e distúrbios na aprendizagem como: 

 

Fatores orgânicos - saúde física deficiente, falta de integridade neurológica (sistema nervoso doentio), alimentação inadequada, etc.

Fatores psicológicos – inibição, fantasia, ansiedade, angustia, inadequação à realidade, sentimento generalizado de rejeição, etc.

Fatores ambientais – o tipo de educação familiar, o grau de estimulação que a criança recebeu desde os primeiros dias de vida, a influência dos meios de comunicação, etc. (apud SAMPAIO, 2009,     p.28)

 

Os sintomas, indicio de que algo não vai bem, surgem tendo em vista esses obstáculos que causam as dificuldades de aprendizagem. Os sintoma é um alerta para professores de que alguma providência deve ser tomada quanto aos problemas de aprendizagem na sala de aula. É importante então que o professor recorra a um psicopedagogo, que fará um diagnóstico e verá quais medidas devem ser tomadas para que seja combatido o mal que gerou o sintoma.



RESULTADOS e DISCUSSÃO

 

O código de Ética da Associação Brasileira de Psicopedagogia prevê questões relacionadas ao exercícios da psicopedagogia.

Quanto ao trabalho o psicopedagogo, ele afirma que é de natureza clínica e institucional, de caráter preventivo e/ou remediativo, e tem como objetivo promover a aprendizagem, garantindo o bem-estar das pessoas em atendimento profissional, devendo valer-se dos recursos disponíveis, incluindo a relação Inter profissional e realizar pesquisas cientificas no campo da psicopedagogia.

Com base nesta pequena parte do código podemos perceber a importância da psicopedagogia.

A psicopedagogia tem como objetivo estudar, compreender e investir na aprendizagem humana e não se restringe apenas a dificuldade de aprendizagem, mais sim envolve todas questões acerca de aprendizagem.

Na época do seu surgimento na Europa, no século XIX, a preocupação era diferenciar os que não pretendiam, apesar de serem inteligentes, daqueles que apresentavam alguma deficiência mental, física ou sensorial.

Como já vimos o trabalho do psicopedagogo institucional na escola tem caráter preventivo, no qual o principal objetivo é a prevenção das dificuldades de aprendizagem através do aperfeiçoamento das práticas educativas, facilitando o processo de aprendizagem. O outro objetivo importante que podemos citar é o de possibilitar a aprendizagem de todas as pessoas da escola.

Nada impede que o psicopedagogo institucional trabalhe de forma curativa. Conforme a realidade encontrada na escola poderá essa função. Diante dessa questão Serra, ressalta que:

 

A psicopedagogia Institucional atua, ela pretende, primeiramente, prevenir situações de dificuldades de aprendizagem e/ou de adaptação ao ambiente escola ou profissional; mas uma vez que o problema de aprendizagem já existia e suas raízes estejam situadas não no sujeito, mas no ambiente escolar ou profissional, na prática pedagógica dos professores, nas práticas administrativas ou, ainda, nos vínculos afetivos, a intervenção curativa grupal deve ocorrer no ambiente institucional. (SERRA, 2004, p.7)

 

Como membro da equipe pedagógica, especialista em aprendizagem, podemos citar que o psicopedagogo tem como papéis: 

 

  • Discutir os assuntos da escola;
  • Propor mudanças;
  • Elaborar propostas educativas;
  • Ser o mediador entre alunos, professores, familiares e funcionários da escola;
  • Aprimorar e criar metodologias e estratégias que garantam a melhor aprendizagem.
  • Contribuir na formação dos docentes;
  • Auxiliar o professor quanto as adaptações curriculares de alunos portadores de necessidades educacionais especiais;
  • Ajudar os docentes a perceberem quando a sua prática pedagógica não está apropriada à aprendizagem do aluno;
  • Realizar encaminhamentos com bases em avaliações psicopedagógicas;
  • Orientar os pais;
  • Socorrer o aluno que esteja sofrendo por qualquer coisa;
  • Refletir sobre as ações pedagógicas e as interferências delas no processo de aprendizagem do aluno;
  • Orientar professores quanto à importância da formação continuada.

 

As ações citadas acima contribuem para que os números do fracasso escolar diminuam.

As funções pertinentes a um psicopedagogo dentro da escola são diversas e poderíamos citar muitas outras. Para Bossa (2000, p.70) “O psicopedagogo institucional trabalha para que a escola não seja um problema, seja a solução”.

Podemos acrescentar que uma das formas de prevenção psicopedagógica na escola é investir e incentivar a formação continuada dos professores, para que eles possam construir uma relação mais saudável com seus alunos e ter condições de reflexão sobre a pratica educacional. O aprender do professor lhe capacita melhor para compreender e intervir no processo de aprendizagem dos educandos.

A afetividade é uma questão que a psicopedagogia julga com fundamental para que a aprendizagem ocorra. Pichon-Reviére, criador da Teoria do Vinculo, revela que aprendizagem acontece através da interação entre aluno, professor e conteúdo. Essa relação é cercada de afetividade e conflitos, onde ocorrem os processos de transferência e contratransferência. Os psicopedagogos devem guiar os professores também nessa questão. Nenhum método competente terá êxito se não houver a criação desse vínculo afetivo entre os personagens da aprendizagem: individuo, professor e conteúdo.

Por fim, é possível concluir o quanto as escolas precisam de um trabalho psicopedagógico, o quanto antes, para que diversos problemas que ocorrem no cotidiano escolar sejam solucionados e promovam uma aprendizagem mais sadia.



CONCLUSÕES 

 

Como vimos, a interação entre indivíduo e o meio escolar é fundamental para a aprendizagem humana. Os aspectos biológicos, psicológicos e sociais possuem relação direta na construção da aprendizagem de qualquer pessoa.

A psicopedagogia surgiu diante da necessidade de compreender melhor o processo de aprendizagem, tendo como foco a transformação da realidade escolar, possibilitando, mediante o dinamismo em sala de aula, atuar juntamente com a equipe pedagógica fazendo assim um trabalho interdisciplinar.

O psicopedagogo institucional na escola tem uma função de prevenção frente às dificuldade de aprendizagem, procurando criar competências e habilidades para a solução dos problemas.

Em virtude da grande quantidade de crianças com problemas de aprendizagem e de outras questões que englobam a relação família e escola, a intervenção realizada por um psicopedagogo se faz fundamental nas instituições de ensino.

Portanto, o eixo central de nosso estudo foi a questão das dificuldades de aprendizagem na alfabetização, onde foi possível concluir que é papel do psicopedagogo possibilitar que os alunos sejam alfabetizados na melhor forma possível, mesmo que estes tenham inúmeros motivos que não favorecem o ato de aprender, como: conflitos familiares, alimentação ineficiente, falta de cultural, a família que não valoriza a escola, dentre muitos outros motivos.

A mudança da metodologia na alfabetização seria uma ação primordial no combate contra o fracasso escolar na escola brasileira. O psicopedagogo precisa ter isso em mente fazendo método fônico um de seus principais aliados.

A escola é um lugar democrático em que todos devem ter acesso e o direito de receber uma educação de qualidade, porém a ela não está sendo capaz de promover o ensino, que lhe compete, com qualidade. Observando esta situação encontrada pelas instituições de ensino atualmente, vimos que professores se encontram perdidos, sem alguém capacitado que possa lhes orientar quanto às dificuldades encontradas em sala de aula.

Conclui-se que ter um psicopedagogo atuando na escola é fundamental para prevenir a ocorrência de percalços relacionados à aprendizagem e que um diagnóstico institucional feito por este profissional, é o primeiro passo para se construir na escola um local efetivo de aprendizagem e não de fracasso.




REFERÊNCIAS 

 

ALMEIDA, Geraldo Peçanha. Dificuldades de Aprendizagem em Leitura e Escrita: Método Fônico pra Tratamento. Rio de Janeiro: Wak Editora; 2009.

 

BARBOSA, Laura Monte Serrat. A Psicopedagogia no Âmbito de Instituição Escolar. Curitiba: Editora Expoente,2001.

 

BOSSA, Nadia A. Dificuldades de Aprendizagem: O que são? Como trata-las?. Porto Alegre: Artmed, 2000.

 

CAPOVILLA, Alessandra Gotuzo Seabra; CAPOVILLA, Fernando César. Alfabetização: Método Fônico.3ªedição. São Paulo: Mennon, 2004.

 

CAPOVILLA, Fernando César. A Alfabetização no Brasil: Uma metodologia ultrapassada. 25/10/2006. Entrevista dada a Folha Dirigida. Disponível em: http://www.redepsi.com.br/portal/modules/smartsection/makepdf.php?itemid=87. Acessado em: 15/10/2017.

 

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio: O Dicionário da Língua Portuguesa. 2ªedição. Curitiba: Ed. Positivo; 2008.Alfabetização; pág. 70.

 

GARCIA, Terezinha Nunes; FERREIRA, Simone Cerqueira; FELIPE, Alberto Luiz. As possibilidades de atuação em psicopedagogia. Disponível em: http://www.unincor.br/revista/Psicopedagogia.html. Acessado em: 15/10/2017.