ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Alcione Pinto da Silva¹
RESUMO
A arte de ensinar, compreender as necessidades do aluno, enquanto um professor praticante que envolve o ensino, o mesmo se dedica seriamente ao próprio objetivo de mediar e transmitir conhecimento. A Alfabetização e Letramento é uma objeção que parece simples, mas engloba muitas questões como a dificuldade de levar para dentro do espaço escolar, a falta de informação e capacitação. Como ir atrás de algo que não conhece? Letramento uma palavra com um importante significado e para entender melhor precisamos conhecer a sua avaliação e mediação, a importância de ser uma pessoa alfabetizada e letrada, porque não basta apenas saber ler e escrever é preciso interpretar aquilo que lê e escreve.
Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Ensinar.
¹Aluna: Alcione Pinto da Silva.
²Professora Orientadora: Luciana Mendonça Rossi.
Artigo apresentado como requisito parcial para aprovação do Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Letramento.
INTRODUÇÃO
Os alunos precisam aprender elementos que seja interessantes e fundamentais para o seu aprendizado, como o ensino da leitura que é uma reflexão sobre o processo de alfabetização, tornando consciente para o educador a importância de entender as regras de decifração que é um grande desafio. Esse desafio é fruto de extenso estudo sobre o processo de alfabetização, ponderando as implicações dos meios da linguagem no modo como as crianças usam a fala, a escrita e a leitura.
O fato abrange um assunto amplo que não deve ser motivo de receio para os professores, que sentirão seu trabalho facilitado e com a adoção de uma nova postura em sala de aula. Os estudantes iram se sentir valorizados em suas descobertas, ganhando maior segurança ao observarem seu próprio progresso.
A necessidade da alfabetização e letramento nos anos iniciais dentro do espaço escolar envolve conhecer os seus conceitos e significados para compreender a importância de atividades que possam beneficiar a aprendizagem dos alunos.
O letramento é uma nova forma de representar informações e descrições nas habilidades sociais de leitura e escrita, também analisa as práticas de produção em texto, busca compreender as relações de suas consequências na produção de diferentes práticas discursivas e diferentes gêneros. Temos também a avaliação e medição.
1 UM POUCO DE HISTÓRIA
Na antiguidade os alunos alfabetizavam-se aprendendo a ler algo já escrito e depois copiava, começavam com palavras e depois olhavam textos famosos, que eram estudados exaustivamente, e finalmente passavam a escrever seus próprios textos, a cópia era o segredo da alfabetização.
Com o Renascimento nos séculos XV e XVI e com o uso da imprensa na Europa a preocupação com os leitores aumentou, começaram a fazer livros para o público, a leitura de obras famosas deixou de ser coletiva para se tornar individual, uma das consequências foi o aparecimento das primeiras cartilhas, elas eram gramaticais das línguas neolatinas, fazendo com que se preocupassem mais com alfabetização. Era preciso estabelecer uma ortografia para assim o povo escrever uma língua.
João de Barros escreveu a gramática portuguesa mais antiga publicada em 1540, a cartilha de João de Barros não era um livro para utilizar nas escolas, uma vez que a escola da época não alfabetizada, ela trazia o alfabeto em letras góticas, que eram as da imprensa, depois tinham as tabelas com todas as combinações de letras, que eram usadas para escrever todas as silabas das palavras da língua portuguesa.
2 ALFABETIZAÇÃO
Apesar de tantos meios de processo de alfabetizar, a prática escolar mais comum em nossas entidades ainda se apoia na cartilha tradicional, mais cresce o número de professores que estão buscando métodos diferenciados para equilibrar o recurso de ensino e aprendizagem, apostando na capacidade de todos os alunos para aprender a ler e escrever no primeiro ano escolar e desejando que essa habilidade se desenvolva sequencialmente.
Nesta questão o professor precisa tomar alguns cuidados, em primeiro lugar, deve incentivar seus alunos a ler e escrever textos, e não apenas palavras isoladas, sempre que possível, é melhor usar textos do que palavras soltas. Em segundo lugar o professor precisa dar explicações, dizendo o que está fazendo e o que pretende fazer, mostrando o funcionamento da linguagem através de discursos orais. Mas é necessário pensar na linguagem através de regras que consideram uma questão por vez de maneira isolada, desse modo, o aluno fica sabendo que o estudo gramatical faz um uso especial da linguagem.
Quando aprendem a falar e a ouvir a linguagem diante de textos, as crianças passam a dominar não só os sons da fala e os significados literais das palavras, mas também as formas de argumentar, de construção da coerência e da coesão dos textos e o uso literal e metafórico da linguagem. Num texto, esses elementos são tão importantes quanto as palavras e os sons da fala. Isso tudo é adquirido com a aquisição da linguagem oral.
Na produção dos primeiros textos pelas crianças, não vale apena ficar tratando de planejamento de texto, basta o professor dizer para os alunos escreverem o que quiserem, do jeito que quiserem, sobre o que quiserem ou sobre um determinado assunto. O planejamento do texto deve ser ensinado depois quando os alunos já estiverem produzindo um texto com certa facilidade.
O educador precisa ensinar os alunos a terem duvidas, a desconfiar se algo está certo ou errado. Aprender a ter dúvidas ortográficas é tão importante quanto aprender a escrever, o aluno deve saber a partir de uma análise pessoal de
seus conhecimentos se ao escrever uma palavra todas as letras estão corretas ou não.
3 LETRAMENTO
A palavra letramento se tornou visível atrás do livro de Mary Kato em 1986, com seus aparecimentos vários outros autores quiseram adquirir essa nova palavra em seus livros e vocabulário, aos poucos se espalhou por todas as regiões, ela surgiu para diferenciar analfabeto, alfabetizado e letrado.
O termo letramento surgiu porque apareceu um fato novo para o qual precisávamos de um nome, um fenômeno que não existia antes, ou, se existia, não nos dávamos conta dele e, como não nos dávamos conta dele, não tínhamos um nome para ele (M. SOARES, 2001, p. 35).
Temos duas classes de analfabetos, os que não tiveram acesso à leitura e a escrita e os analfabetos funcionais que demonstra não compreender textos simples, decodifica as letras, realiza frase, textos e operações matemáticas.
Alfabetizado é aquele aluno que saber ler e escrever e o letrado também sabe ler e escrever, mas tem outro modo de pensar, uma visão crítica, saber entender o que um texto quer lhe transmitir.
O letramento envolve dois processos diferentes, ler e escrever, pois uma pessoa pode ser capaz de ler, mas não ser capaz de escrever, ou alguém pode ler fluentemente, mas escrever muito mal.
Assim como a leitura, a escrita na perspectiva da dimensão individual do letramento é também um conjunto de habilidades linguísticas e psicológicas, mas nas capacidades fundamentais, diferentes daquelas exigidas pela leitura. Enquanto as habilidades de leitura estendem-se da aptidão de decodificar palavras escritas a forma de integrar informações de diferentes textos, escrita revela a habilidade de registrar unidades de som até a capacidade de transmitir significados de forma adequada a um leitor.
Definir letramento é enfrentar a falta de uma condição essencial para sua avaliação e medição, uma definição precisa que permita determinar os critérios a serem utilizados para distinguir pessoas letradas e iletradas, ou para estabelecer diferentes níveis de letramento.
Em alguns países os sistemas escolares, são definidos por testes padronizados que possuem dois pontos principais, o primeiro é o conceito de letramento escolar, para avaliar e medir as capacidades da leitura e da escrita, o segundo ponto envolve os diferentes efeitos educacionais e sociais desse letramento, em países desenvolvido e em desenvolvimento, nos desenvolvidos os sistemas educacionais são fortemente organizados, prescrevem padrões restritos e universais para a aquisição progressiva de níveis de letramento, enquanto que, nos países em desenvolvimento, um funcionamento inconsistente e discriminatório da escola gera padrões múltiplos e diferenciados de aquisição de letramento.
O letramento não pode ser avaliado e medido de forma absoluta, como não é possível descobrir uma definição indiscutível e evidente de letramento, ou a melhor forma de defini-lo, qualquer que seja a avaliação ou medição desse fenômeno será relativa, dependendo de quais habilidades de leitura e escrita ou pratica sociais de letramento estiver sendo avaliado e medido.
O critério de conclusão de um determinado ano a sua definição bem como a avaliação e medição são transferidos para o sistema escolar dependendo do uso ou mau uso, essas considerações enfatizam a possibilidade e a necessidade de formulação de definições operacionais de letramento, construídas para responder as exigências de um determinado processo de avaliação e medição confiáveis e indicam tanto os maiores problemas inerentes a essa tarefa quanto algumas precauções para a sua realização.
Outra consideração é que dados sobre letramento devem ser relacionados com as características do contexto, para que sejam adequadamente interpretados, ao avaliar, comparar ou confrontar dados em níveis nacionais ou internacionais, é fundamental analisa-lo associando-os a indicadores demográficos, socioeconômicos, culturais e políticos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A produção de textos espontâneos pelos alunos, desde o início da prática de escrita, apresenta resultados surpreendentes que devem ser analisados com cuidado, no fundo são muito mais acertos do que errados, essa constatação é um argumento para orientar professores de que vale a pena incentivar os alunos a realizarem essas produções.
A suposição de que se pode avaliar e medir letramento pelo critério de conclusão de determinado ano escolar é uma suposição equivocada, ela relata que a conclusão de um ano garante um letramento permanente e de que o que foi adquirido não será perdido, deixa de levar em consideração uma questão importante, a validade de arbitrariamente escolher um determinado ano escolar como o limiar de um aprendizado de tal natureza que, mesmo o caso de pouco ou nenhum uso das competências adquiridas, não ocorreria uma reversão ao analfabetismo ou a perda de habilidades de letramento.
Concluindo que a alfabetização é o conhecimento do alfabeto como um código de comunicação, ela se define como um processo para o aluno construir sua identidade, esse processo não se envolve apenas em habilidade mecânicas de codificar e decodificar a leitura. Englobando uma grande parceria com o letramento que é a habilidade de interpretar, ter uma visão crítica, essas duas modalidades deve estar sempre juntas para um melhor desempenho em sala de aula e na vida social e afetiva do aluno.
REFERÊNCIAS
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o Bá-Bé-Bi-Bó-Bu. 1ª Edição. São Paulo: Scipione, 1998.
SOARES, Magda. Letramento: Um Tema em Três Gêneros. 2ª Edição. Belo
Horizonte: Autêntica, 2001.