OS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS INSERIDOS NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
HELENA DA SILVA MACIEL
ILMA LIMA SOUZA BARROS
SANDRA DAROS FERREIRA
JAQUELINE DOS SANTOS SOARES
JACKELINE MENEZES DE SÁ
RESUMO
Este artigo tem por objetivo analisar os jogos e brincadeiras na aprendizagem da criança inserida na educação infantil. Sendo que a prática lúdica é inseparável á criança. Desta forma é importante compreender como o uso dos jogos e das brincadeiras podem ajudar nas relações e interações das crianças da Educação Infantil. A metodologia pela qual escolhemos trabalhar tratou-se de uma pesquisa qualitativa descritiva, bibliográfica, com pesquisas em livros e sites. A pesquisa possibilitou a comprovação da importância dos jogos e brincadeiras no currículo escolar da educação infantil. Abrangendo desde a primeira infância, porque desperta o lado lúdico da criança, seu imaginário vindo a aprimorar seus conhecimentos. Vygotsky caracteriza a brincadeira como uma atividade da criança que, para ele pode ser denominada de atividade social infantil sendo fundamental para a construção de sua personalidade, para a compreensão da realidade da qual ela faz parte. Em meio às progressivas mudanças, as crianças tornaram se desde pequenos cidadãos de direitos, dentre eles a uma educação de qualidade. Desta forma é importante entender como a formação docente influencia na aprendizagem da criança, além de compreender como a ludicidade interfere na aprendizagem da criança positivamente.
PALAVRAS-CHAVE: lúdico, criança, Educação, Infantil, aprendizagem.
SORRISO - MT
2019
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INTRODUÇAO
Este artigo objetiva trazer à tona a ludicidade e a sua importância para o desenvolvimento da criança inserida na Educação Infantil. Nesse sentido, é importante ressaltar que o papel da educação infantil ofertada em pré-escolas na vida das crianças se torna primordial, pois é onde passará maior parte da sua infância para desenvolver processos de aprendizagens. Por ser a primeira etapa da educação básica, a Educação Infantil deve ofertar propostas pedagógicas de acordo com a faixa etária de cada estudante para ampliar as possibilidades de aprendizagens inventivas. Assim como analisar a importância dos jogos e brincadeiras na educação infantil, e como a mesma auxilia no desenvolvimento e na aprendizagem das crianças, e como a formação do docente é importante na hora de organizar ambientes que propiciam uma aprendizagem significativa através do lúdico. Na educação de modo geral, e principalmente na Educação Infantil os jogos e brincadeiras são um potente veículo de aprendizagem experiencial, visto que permite, através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social.
Para isto foi feito uma pesquisa bibliográfica do tema através de livros, revistas e internet. Realizando um levantamento de informações sobre o tema, objetivando a compreensão do conceito lúdico dos jogos e brincadeiras procurando diagnosticar como os mesmos podem auxiliar na aprendizagem das crianças da educação infantil.
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Desenvolvimento
A utilização da brincadeira é uma atividade natural da criança que traz benefício, pois é através do brincar que a criança desperta suas emoções, aprende a lidar com fatos que interligam seu dia a dia, aprende a lidar com o mundo, recriam, repensam, imitam, experimentam os acontecimentos que lhes deram origem. Favorecendo a autoestima, auxiliando no processo de interação com si mesmo e com o outro, desenvolvem a imaginação, a criatividade, a capacidade motora e o raciocínio. É brincando que a criança se desenvolve, porque, brincando, a criança tem toda riqueza do aprender fazendo, naturalmente, sem pressão ou medo de errar, e com prazer pelo poder do conhecimento.
Como afirma Queiros, Martins, (2002), Nos jogos e brincadeiras a criança age como se fosse maior que a realidade, é isto inegavelmente contribui de forma intensa e especial para o seu desenvolvimento. Mas isto vem trazendo muita polêmica nos últimos anos, pois a brincadeira que era apenas uma forma de lazer na escola vem ganhando seu espaço na educação das crianças, e muitos ainda não compreendem o quanto o brincar traz benefícios para uma criança.
Na visão da educação infantil vêm ocorreu transformações com os movimentos sociais, que visam mudanças no trabalho de desenvolvimento da criança, a creche era vista como um ambiente assistencialista que só dava assistência na alimentação, vestuário e higiene e hoje passou a ser vista como um ambiente de educação, onde a criança desenvolve seu potencial motor, cognitivo, simbólico, afetivo e expressivo.
O momento da brincadeira é uma oportunidade de desenvolvimento para a criança. Através do brincar ela aprende, experimenta o mundo, possibilidades, relações sociais, elabora sua autonomia de ação e organiza suas emoções. O principal objetivo da brincadeira é explorar. Para uma criança pequena, tudo é experimento, até jogar e brincar com o prato de comida. A brincadeira é um espaço para explorar sentimentos e valores, assim como para desenvolver suas habilidades.
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Para Winnicott (1982) é no Brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou adulto fluem sua liberdade de criação. Mesmo as mais simples brincadeiras, aquelas que todo mundo faz com bebês, são estímulos importantes para o desenvolvimento infantil. Nas palavras de Bettelheim (1988, p. 105):
Através de uma brincadeira de criança, pode-se compreender como ela vê e constrói o mundo – o que ela gostaria que fossem quais as suas preocupações e que problemas a estão assediando. Pela brincadeira a criança expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras.
A criança vai agir em função da significação que vai dar aos objetos dessa interação, adaptando-se à reação dos outros elementos da interação, para reagir também e produzir assim novas significações que vão ser interpretadas pelos outros, como numa espiral.
A experiência lúdica se alimenta continuamente de elementos que vêm da cultura geral. Essa influência se dá de várias formas e começa com o ambiente e as condições materiais. O que dizem e o que fazem os adultos a respeito dessa atividade, bem como o espaço, o tempo e os materiais colocados à disposição das crianças (na cidade, nas moradias e nas escolas), são aspectos que vão ter papel fundamental para o desenvolvimento da experiência lúdica. Kishimoto (2000) defende que a brincadeira e o jogo interferem diretamente no desenvolvimento da imaginação, da representação simbólica, da cognição, dos sentimentos, do prazer, das relações, da convivência, da criatividade, do movimento e da autoimagem dos indivíduos. Kishimoto (1999, p. 110) complementa afirmando que: Nesta linha de pensamento é brincando que a criança aprende a socializar-se com as outras, desenvolve a motricidade, a mente, a criatividade.
- pelo contato direto com brinquedos e materiais concretos ou pedagógicos que se estimulam às primeiras conversas, as trocas de ideias, os contatos com parceiros, o imaginário infantil, a exploração e a descoberta de relações. É brincando que a criança ordena o mundo a sua volta.
Toda criança deve brincar, pois é através da brincadeira que a criança atribui sentido ao seu mundo, se apropria de conhecimentos que a ajudarão a agir sobre o
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meio em que ela se encontra. Em alguns momentos ela vai reproduzir, em suas brincadeiras, situações que presenciou em seu meio.
Contudo, Brougère (2001, p. 99) lembra que:
Brincadeira é uma mutação do sentido, da realidade: as coisas tornam-se outras. “É um espaço à margem da vida comum, que obedece a regras criadas pela circunstância”.
A forma de comunicação própria da brincadeira pressupõe um aprendizado com consequências sobre outros aprendizados, pois permite abrir possibilidades de distinção entre diferentes tipos de comunicação: reais, realistas, fantasiosas.
A criança, quando brinca, entra num mundo de comunicações complexas que vão ser utilizadas no contexto escolar, nas simulações educativas, nos exercícios. Nesse sentido, é extremamente importante distinguir os diferentes tipos de atividade que podem e devem ter seu lugar garantido no contexto escolar.
Entende-se que a atividade lúdica, sobretudo, na educação infantil não é um mero passatempo, ela ajuda no desenvolvimento integral das crianças, promovendo processos de socialização e descoberta do mundo. A criança tem dentro de si potencial e este emerge nas situações de sua vida, principalmente, nas brincadeiras interativas, são nestes momentos, que o indivíduo apresenta ao mundo seu ritmo e sua harmonia. A brincadeira nada mais é do que a linguagem da criança.
O papel do brinquedo no desenvolvimento da criança
Especialistas em educação infantil como pediatras, professores e pedagogos revelam a importância do brincar para o desenvolvimento saudável das crianças. E é através das brincadeiras e brinquedos que a criança descobre o mundo, relaciona-se com outras crianças, prepara-se para a vida e mantém-se saudável. Mas para se ter uma ideia da importância do ato de brincar na construção do conhecimento é preciso que se observe uma criança brincando.
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O brinquedo é entendido como objeto de suporte da brincadeira, uma vez que, através da inter-relação da criança como o mesmo é criado um vínculo de afinidade simbólica, “o faz de conta”, sem que haja uma cobrança de regras definidas no seu desenvolvimento quanto ao uso.
Quando a criança brinca muitas coisas sérias acontecem. Quando ela mergulha em sua atividade lúdica, organiza-se todo o seu ser em função da sua ação. É indispensável que a criança sinta-se atraída pelo brinquedo e cabe-nos mostrar a ela as possibilidades de exploração que ele oferece, permitindo tempo para observar e motivar-se. A criança deve explorar livremente o brinquedo, mesmo que a exploração não seja a que esperávamos. Não nos cabe interromper o pensamento da criança ou atrapalhar a simbolização que está fazendo. Devemos nos limitar a sugerir, a estimular, a explicar, sem impor nossa forma de agir, para que a criança aprenda descobrindo e compreendendo, e não por simples imitação. A participação do adulto é para ouvir, motivá-la a falar, pensar e inventar.
- nessa perspectiva que Maluf (2003, p. 45) esclarece: Piaget (1978) mostra claramente em suas obras que os jogos não são apenas uma forma de alívio ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Segundo este autor os jogos e as atividades lúdicas tornaram-se significativas à medida que a criança se desenvolve com a livre manipulação de materiais variados ela passa a reconstituir, reinventar as coisas, o que já exige uma adaptação mais completa.
Essa adaptação só é possível, a partir do momento em que ela cresce interiormente, transformando essa atividade lúdica, que é o concreto da vida dela, em linguagem escrita que é o abstrato.
Ao brincar a criança elabora seus próprios conceitos, alimentando o mundo imaginário, explorando e inventando o faz-de-conta, que tem um significado profundo em nossas vidas, principalmente, na vida da criança, pois seus reflexos elabora o desenvolvimento pessoal e social, que fará parte da nossa história.
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Na mesma linha de pensamento Vygotsky (1994, p. 115) acrescenta que: Para o autor que a criança vê e escuta (impressões percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criação, ela acumula material com o qual depois estrutura a sua fantasia que progride num complexo processo de transformação em que jogam a dissociação e a associação como principais componentes do processo.
Na opinião de Brougère (2001) a originalidade e especificidade do brinquedo, dar-se devido fornecer representações e manipulações de imagens com volume, deve ser adaptada à criança no que se refere ao respeito ao seu conteúdo em relação a sua forma para ser reconhecida como brinquedo.
No brinquedo a criança cria uma situação imaginária. Mas, devemos lembrar que no princípio o brinquedo é muito mais a lembrança de algo que aconteceu, do que imaginação e nessa situação há regras. A ação numa situação imaginária dirige a criança a um comportamento direcionado para o significado da ação.
Por meio do brinquedo a criança projeta-se nas atividades dos adultos, procurando ser coerente com os papéis assumidos. Assim no primeiro momento, suas ações se direcionam ao significado da situação. Brincando a criança cria mecanismos para o seu desenvolvimento, pois são ações que se traduzem em experimentação, descoberta, invenção, exercita o raciocínio vivendo assim, uma verdadeira possibilidade de se enriquecer em vários aspectos e se tornar um indivíduo criativo e crítico.
O sentido da palavra “brinquedo” não pode ser reduzido à pluralidade de sentidos do jogo, pois tem uma dimensão material, cultural e técnica. Vale salientar que como objeto é sempre suporte de brincadeira.
Compreender a construção de um brinquedo é transformá-lo em objeto uma representação, um mundo imaginário ou real. Winnicott (1982) revela que é no brincar que o indivíduo, criança ou adulto pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral, ou seja, qualquer que seja atividade lúdica conduz ao encontro com a criatividade.
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Como bem ressalta Kishimoto; Santos (1997, p. 24),
“Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração e atenção.”
A criança procura colocar algo em substituição a outro, uma vez que, o brinquedo representa certas realidades e por ocasião da ausência do objeto real o brinquedo contempla essa falta, oportunizando a criança manipulá-los.
Com relação a essa assertiva Barros (1987, p. 186), faz a seguinte declaração “a maioria dos adultos percebe que, à medida que a criança avança em idade e consequentemente, em seu desenvolvimento motor, mental e social, vai apresentando mudanças em sua atividade lúdica, no uso de brinquedo e nos afetos com que brinca”.
Portanto, no seu primeiro ano de vida não necessita de muitos brinquedos, agarra e sacode objetos, balbucia onde demonstra grande prazer por esses brinquedos motores. Que são considerados por Piaget (1978) de “jogos de exercícios”. Assim sendo, os brinquedos de ficção, ilusão ou simbólico são atuados pelas crianças na segunda metade do ano de vida e repercute até os anos pré-escolares. Nas peculiaridades diversas dos brinquedos de ficção é comum, as crianças atuarem no faz-de-conta imitando carros, motos ou atribuir vida a objetos inanimados.
O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança opera com um significado alienado numa situação real. O segundo é que no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço. Ela procura desenvolver algo que gosta de fazer, pois o brinquedo lhe proporciona sensação de prazer.
O interessante do brinquedo é que sua estrutura não tem uma forma pronta, assim, seria impossível acontecer situações imaginárias, restariam apenas regras. Sempre que há imaginação no brinquedo são estabelecidas regras.
Piaget (1978) destaca que nos jogos de regras existe algo mais que a simples diversão e interação, pois, eles revelam uma lógica diferente da racional. Este tipo de jogo revela uma lógica própria da subjetividade tão necessária para a estruturação da personalidade humana quanto à lógica formal, advinda das estruturas cognitivas.
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Já no “faz-de-conta” as crianças procuram se espelharem na imagem de uma pessoa, de uma personagem de um objeto e de situações que no momento não esteja presente e clara para elas. Dessa forma, no surgimento do jogo de regras elementos fundamentais do brinquedo captados e novas transformações surgem, promovendo o desenvolvimento dos processos psicológicos da criança.
No entanto, Vygotsky (1979) conclui que no brinquedo a criança cria uma situação imaginária. Na evolução do brinquedo tem-se a mudança da predominância de situações imaginárias para a predominância de regras. Este ainda cita as contribuições de Vygotsky (1994, p. 135) este diz que:
Nesta época de globalização e de avanços tecnológicos o valor dos velhos brinquedos e brincadeiras está passando por um processo de transição, pois as crianças estão deixando de se envolverem com tais situações devido à influência do computador, vídeo game, televisão e outros brinquedos eletrônicos que deixam o espaço e o tempo da criança restrito apenas a imaginação e não a manipulação que corresponde à situação real.
- o caso da evolução das bonecas que andam sozinhas, corresponde menos a uma função a um uso do objeto, do que ao aprofundamento de sua imagem, no caso por animação; a criança não faz a sua boneca andar, ela anda sozinha. A esse respeito Brougère, (2001, p. 16) ressalta: “É por isso que o brinquedo me parece ser um objeto extremo, devido à superposição do valor simbólico a função.”.
Diante desse contexto, o brincar é hoje um ato de extremo desafio que as crianças têm de enfrentar diante da avassaladora rede de aparelhos virtuais que invadem sua vida, anestesiando seus movimentos corporais e seu pensamento.
Com isso, cria-se um bloqueio, pois é no brinquedo a forma pelo qual a criança procura resolver seus problemas estabelecidos pelas limitações do mundo a qual vive inserida e que é eminentemente, um mundo dos adultos. Diante disso, Maluf (2003, p.
- afirma que: “Devido à emancipação do processo de industrialização, os brinquedos tornaram-se sofisticados e foram perdendo o vínculo com a simplicidade e com o primitivo”.
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De acordo com Oliveira (1996, p. 36) “no brinquedo a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real e também aprende através dos objetos e significado”. O brinquedo é, portanto, um refúgio à pressão contínua das exigências reais, pois a criança, no mundo de suas brincadeiras, pode fazer ou ser o que na vida real não lhe é permitido. No brinquedo, a criança vive a interação com seus pares no recíproco, no conflito, na elaboração de novas ideias na construção de novos significados, interagindo e conquistando relações sociais, constituindo como tais, num cenário concreto, social, histórico e cultural.
Santos (1997) afirma que foi Froebel que introduziu o brincar para educar e desenvolver a criança. Sua teoria transcendente pressupõe que o brincar estabelece relações entre os objetos do mundo cultural e a natureza, tornando-se um só pelo mundo espiritual. Seu paradigma metafísico foi responsável pela introdução dos brinquedos e brincadeiras no jardim de infância. Ele concebeu o brincar como atividade livre e espontânea, responsável pelo desenvolvimento físico, moral, cognitivo e os dons ou brinquedos como objetos que auxiliam as atividades infantis.
O brinquedo possibilita a criação de um mundo onde os desejos possam se concretizar através da imaginação. Que na verdade é uma atividade psicológica específica da consciência humana, que apenas ocorre com crianças mais velhas. O brinquedo tem um papel de fundamental importância para o desenvolvimento da criança enquanto um ser em formação física e psicológica. Nessa perspectiva o brinquedo possibilita a criança conhecer e analisar o mundo e construir sua personalidade.
O EDUCADOR COMO MEDIADOR DO ENSINO- APRENDIZAGEM
Durante muito tempo confundiu-se “ensinar” com transmitir apenas informações. O aluno era apenas um receptor da mensagem e o professor um transmissor. A ideia de um ensino que partisse do interesse do aluno acabou transformando o sentido do que se entende por material pedagógico. Seu interesse passou a ser a força que comanda o processo da aprendizagem, suas experiências e descobertas, o motor do seu progresso e o professor um gerador de situações estimuladoras e eficazes. Portanto,
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hoje na educação infantil, é fundamental que o professor possua o perfil para a prática de uma pedagogia relacional, servindo como mediador ao conhecimento, fazendo a interação do aluno com o meio, servindo de base para a aprendizagem.
Friedmann (1996) ressalta que “o educador deve definir o espaço que o jogo irá ocupar em suas atividades, os espaços físicos onde irá ocorrer as atividades, os objetos, brinquedos e demais materiais a serem utilizados”. Compreende-se que o professor deve estruturar o campo das atividades lúdicas que serão desenvolvidas pelos aprendentes. O educador deve organizar e oferecer diferentes formas de aprendizagem através de fantasias, brinquedos, jogos, música, teatro, etc. Ou seja, deve-se proporcionar ao aluno um ambiente de sala de aula propício à aprendizagem.
Outro aspecto importante é que cabe ao educador orientar a respeito dos jogos, pois muitas vezes ele ganha um sentido de competição. RIZZI e HAYDT (2002) salientam que “é necessário o educador estimular a criança para uma competição sadia, que envolva o respeito e consideração ao outro”.
E ainda a respeito dos jogos, Antunes (2007), ressalta:
Do ponto de vista educacional, a palavra jogo se afasta do significado de competição e se aproxima de sua origem etimológica latina, com o sentido de gracejo ou mais especificamente divertimento, brincadeiras, passatempo. Desta maneira, os jogos infantis podem até, excepcionalmente, incluir uma ou outra competição, mas, essencialmente, visam estimular o crescimento e aprendizagens que seriam melhor definidos se afirmássemos que representam relação interpessoal entre dois ou mais sujeitos realizada dentro de determinadas regras. (ANTUNES 2007, p. 09)
Ao inserir a atividade lúdica na sala de aula, o professor deve investigar onde está os interesses de seus alunos, qual a realidade deles, qual objetivo que se pretende alcançar no aluno, enfim devem ser levadas em consideração as necessidades do grupo. E isso é possível quando além de observar atentamente seus alunos, existe espaço para ouvi-los, pois é importante que exista essa troca de experiências.
A aprendizagem torna-se significativa quando leva o aluno a uma compreensão do mundo que o cerca, como destaca Teles (1997) ao afirmar que “[...] brincando, a criança explora o mundo, constrói o seu saber, aprende a respeitar o outro,
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desenvolve o sentimento de grupo, ativa a imaginação a se auto realiza”. É nesse contexto que a ludicidade ganha um espaço como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do aluno. Os jogos e brincadeiras ajudam a construir novas descobertas, desenvolve e enriquece a personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva o professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem. Entende-se que é possível criar na sala de aula um ambiente favorável ao processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças. Portanto, será necessário explorar a expressão livre e criadora das próprias atividades das crianças, para alcançar os objetivos propostos. Nesse sentido, é importante proporcionar à criança uma aprendizagem que parta do seu cotidiano, sem deixar de lado sua experiência fora da escola, respeitando seu processo global de desenvolvimento. Quando a criança chega à escola traz consigo toda uma pré-história, que foi construída a partir de suas vivências e grande parte delas adquiridas por meio das atividades lúdicas. Já podemos entender a necessidade que o professor deve ter do conhecimento do que a criança construiu na interação com o ambiente familiar e sociocultural, para que possa formular sua proposta pedagógica.
Entendemos que a ludicidade potencializa as aprendizagens recíprocas e, nesse sentido, deve ser indissociável da práxis docente. De acordo com Vygotsky (1987, p. 35), “a brincadeira auxilia na criatividade, na imaginação e na fantasia que interagem para a construção de novas possibilidades e interpretações, auxiliando nas construções sociais das crianças com os adultos. O trabalho com o lúdico na educação infantil, parte da necessidade de se pensar a educação escolar como processo de reconstrução do conhecimento, proporcionando ao aluno atuar de forma crítica mediante aprendizagens significativas”. O universo lúdico cria no indivíduo uma sensação de potência que permite refletir e agir intimamente, que refletirá individualmente e no âmbito social. Através do brincar e a partir do sentimento que aflora em cada brincadeira, a criança faz a leitura do mundo e aprende a lidar com ele, recria, repensa, imita, desenvolvendo, além de aspectos físicos e motores, aspectos cognitivos, bem como valores sociais, morais, tornando-se cooperativo, sociável e capaz de escolher seu papel na sociedade.
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A brincadeira é, portanto, uma parte fundamental da aprendizagem e desenvolvimento da criança, momento em que ela exercita todos os seus direitos e estabelece contato com os campos de experiência, como protagonista de seu desenvolvimento. Particularmente, as brincadeiras têm um papel destacado nas Escolas Democráticas, cuja preocupação principal é a adaptação entre as novas gerações e as formas de trabalhar na Educação Infantil.
A Escola Democrática é um tipo de escola onde os processos de ensino e aprendizagem têm por princípio a participação das crianças como protagonistas na busca pelo conhecimento e dos educadores como facilitadores e inspiradores dessa busca. A concepção democrática de escola respeita a criança como ser único que desenvolve seu aprendizado e é sempre capaz de encontrar a melhor maneira para construir seus conhecimentos, respeitando a heterogeneidade e a individualidade da comunidade escolar.
Além disso, propõe o compartilhamento das decisões entre crianças, gestores, educadores, funcionários e pais, inserindo toda a comunidade escolar no processo de decisão. Trata-se de uma escola que, sem dúvida, vem propondo a construção de uma educação para todos e sempre em busca de melhoria na qualidade do ensino.
O brincar vem sendo privilegiado no desenvolvimento da criança e ganhando cada vez mais espaço na educação infantil, o lúdico é uma linguagem natural da criança, por isso torna-se importante sua presença na escola desde a educação infantil, pois muitos ainda acreditam que o brincar é apenas um simples passatempo, um lazer. Segundo Pires (1997), o brincar para a criança não é uma questão apenas de pura diversão, mas também de educação, socialização, construção e pleno desenvolvimento de suas potencialidades e habilidades futuras.
O que se pretende enfatizar é que as crianças que compreendem esse período, da educação infantil precisam ter acesso ao ato de brincar de forma lúdica, mas com um objetivo. Logo, o docente que atua em sala de aula, deve exercer a sua função de maneira que valorize o lúdico como forma de aprender brincando valores que serão para vida toda, e o professor deve lutar por esse espaço de trabalho e desenvolver
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ações que justifiquem a importância de sua atuação na Educação Infantil. Assim poderão procurar e reconhecer todos os meios que têm em mãos para criar, à sua maneira, situações de aprendizagem que dê condições para as crianças de construir conhecimento através do brincar. Enfim, a brincadeira é um instrumento facilitador do processo de ensino aprendizagem, portanto deve ser possibilitado e incentivado o seu uso em sala de aula.
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Considerações finais
Com base no artigo apresentado podemos concluir que os jogos e brincadeiras, tem valor primordial na aprendizagem das crianças inseridas na educação infantil. Oportunizar a aprendizagem dos saberes através do lúdico, é ensinar com prazer. O ato de brincar auxilia no desenvolvimento da imaginação, do raciocínio, da criatividade da criança, pois ela aprende com as brincadeiras e jogos a desenvolver suas habilidades.
Por isso para se alcançar êxito no processo de ensino aprendizagem através das brincadeiras é de suma importância que o educador responsável ao receber a criança, antes de tentar aplicar algum método educativo que considere adequado, deve primeiro buscar compreender de qual forma a criança constrói seu conhecimento. Ver como o ensino através de jogos e brincadeiras auxiliará a criança de forma positivamente, levando em consideração o meio em que está inserida, suas vivencias e necessidades. Sendo a brincadeira uma ferramenta poderosa, quando bem utilizada, proporcionando grande contribuição para o amplo desenvolvimento da criança.
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