O ENSINO DA GEOMETRIA NA PRÉ-ESCOLA
Elisangela Aparecida Burgo Guevara[1]
Ericléia Cristiane dos Santos[2]
Janaina Fernanda Lima de Oliveira[3]
RESUMO
O presente artigo propõe abordar “O ensino da geometria através do lúdico na pré-escola”, este tema foi delimitado a partir de observações realizadas, onde se pode notar as dificuldades dos alunos em identificar as formas geométricas. Diante disso foi pensado em estratégias para despertar a curiosidade das crianças e o interesse em reconhecer as figuras geométricas, associando o conhecimento já adquirido ao ensino de matemática. O objetivo da pesquisa é de despertar nas crianças um interesse maior pelas figuras geométricas, fazendo com que elas percebessem a importância das formas e a sua presença no nosso dia-a-dia. Para atingir este proposto foi proporcionado às crianças, momentos lúdicos, envolvendo a matemática, propondo a elas o desenvolvimento de atividades lúdicas como: Tangran, recortes, colagem, jogo da memória, quebra-cabeça, confecções de maquetes e outras, bem como mostrar que as brincadeiras pelo seu aspecto lúdico, podem motivar e despertar o interesse dos alunos. O foco desse trabalho está na importância do lúdico na matemática geométrica.
Palavras-chave: Geometria, aprendizagem, educação infantil.
ABSTRACT
This article proposes to address "The teaching of geometry through the playful preschool", this topic was defined from observations where one can see students' difficulties in identifying geometric shapes. Thus we were thinking about strategies to arouse children's curiosity and interest in recognizing geometric figures, combining the knowledge already acquired to teaching math. The research objective is to awaken in children a greater interest in geometric shapes, making them realize the importance of the forms and their presence in our day-to-day. To achieve this proposed was provided to children, playful moments involving mathematics by offering them the development of recreational activities such as Tangran, clippings, collage, memory game, puzzle, models of clothing and others, as well as showing that the games for his playful aspect, can motivate and arouse the interest of students. The focus of this work is the importance of playfulness in geometric math.
Keywords: geometry, learning, early childhood education.
INTRODUÇÃO
O tema deste artigo “O ensino da geometria, notou-se as dificuldades dos alunos em identificar as formas geométricas bem como seus nomes, fato que interferia no processo de aprendizagem relacionada à matemática, o que justifica a realização deste trabalho”. Diante disso foram utilizados estratégias e métodos para despertar o interesse das crianças em aprender figuras geométricas, associando o conhecimento já adquirido no ensino de Matemática.
A pesquisa teve como objetivo mostrar que as brincadeiras pelo seu aspecto lúdico, podem motivar e despertar o interesse do aluno, procurando alcançar uma nova forma de ensino pela qual alunos e professores contribuem para tornar elevado o índice em sua qualidade educacional, bem como objetiva despertar nas crianças maiores interesse por figuras geométricas, de modo que percebam a importância desses símbolos nos estudos matemáticos, e o quanto pode ser prazeroso aprender brincando.
O artigo é uma pesquisa onde foram realizadas atividades lúdicas utilizando símbolos geométricos, bem como atividades de recortes, jogo da memória, tangran, construção de maquetes como casa, mesa, cadeira e diversas brincadeiras. Também foi construído um quebra-cabeça de isopor em forma de tangran, objetivando o desenvolvimento do raciocínio lógico, a criatividade, a coordenação motora e cognitiva.
Quanto ao embasamento teórico, dentre os diversos estudiosos pesquisados, damos destaque a Dante, Reis, Santos, PCN de Matemática, dentre outros.
O trabalho a seguir apresenta quatro seções: a primeira aborda a importância da ludicidade no desenvolvimento infantil; a seção seguinte, o lúdico: uma estratégia no ensino de matemática; na terceira relata o lúdico no ensino de geometria, uma descoberta prazerosa que pode gerar ótimos resultados; na quarta seção é feito um relato do aproveitamento dos conceitos matemáticos, no ensino de geometria em sala de aula.
Em todas as análises realizadas buscamos relacionar a geometria com a realidade, comparando com objetos da sala de aula e demais aspectos presentes no cotidiano dos alunos, para que os mesmos vivenciassem a prática dos conhecimentos com eles trabalhados.
1 A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
A ludicidade se faz presente desde os primeiros meses de vida de uma criança, sendo que desde que ela nasce já começa a desenvolver movimentos simples que proporciona a ela conhecimento referente ao que a rodeia.
De acordo com Santos (2000, p. 13) “[...] A brincadeira é considerada a primeira conduta inteligente do ser humano; ela aparece logo que a criança nasce e é de natureza sensório-motora [...]”.
Desde então a brincadeira passa a fazer parte do cotidiano da criança, que lança mão de que tem a sua disposição, tais como as mãos, os pés, e objetos que estiverem ao seu alcance.
De acordo com Kishimoto et al., (2008, p. 19) o brinquedo propõe um mundo imaginário da criança e do adulto, criador do objeto lúdico. “No caso da criança, o imaginário varia conforme a idade: para o pré-escolar com 3 anos, está carregando de animismo; de 5 a 6 anos, integra predominantemente elementos da realidade”.
A criança aprende brincando e desenvolve-se explorando cada situação que surge.
A criança é curiosa e imaginativa, está sempre experimentando o mundo e precisa explorar todas as suas possibilidades. Ela adquire experiência brincando. Participar de brincadeiras é uma excelente oportunidade para que a criança viva experiências que irão ajudá-la a amadurecer emocionalmente e aprender uma forma de convivência mais rica. (MALUF, 2003, p. 21).
O lúdico proporciona situações em que a criança convive com regras e limites, os quais contribuirão com o desenvolvimento intelectual da criança a partir de uma situação imaginária.
Vigotsky (1988, p. 125), afirma:
Sempre que há uma situação imaginária no brinquedo, há regras – não as regras previamente formuladas e que mudam durante o jogo, mas aquelas que têm sua origem na própria situação imaginária. Portanto, a noção de que uma criança pode se comportar em uma situação imaginária sem regras é simplesmente incorreta. Se a criança está representando o papel da mãe, então ela obedece às regras do comportamento maternal. O papel que a criança representa e a relação dela com um objeto (se o objeto tem seu significado modificado) originar-se-ão sempre das regras.
A criança se exercita e desenvolve suas habilidades através do brincar. Os jogos ensinam muito mais do que imaginamos; ensinam regras, normas e disciplina que para os adultos não passam de estilo de brincadeira, no entanto é uma escola para a criança.
Por meio da brincadeira, a criança pequena exercita capacidades nascentes, como as de representar o mundo e distinguir entre pessoas, possibilitadas especialmente pelos jogos de faz de conta e os de alternância, respectivamente. Ao brincar a criança passa a compreender características dos objetos, seu funcionamento, os elementos da natureza e os acontecimentos sociais. (OLIVEIRA 2002, p. 34)
A brincadeira infantil é sumamente importante ao desenvolvimento da criança, visto que ela explora diversas situações sociais que no momento ainda não faz parte de seu cotidiano, no entanto por observar o cotidiano de pais, amigos da família, bem como todo o universo que se abre para ela a cada dia, leva-a a desenvolver-se junto e imaginar-se inserida naquele cotidiano, através do faz de conta.
Nota-se a grande importância da ludicidade no desenvolvimento infantil, onde a criança tem na brincadeira uma aliada em seu processo de desenvolvimento físico, cognitivo, motor, dentre outros, promovendo e capacitando a criança para que cresça tendo noção de suas capacidades, limites e possibilidades que poderão ser utilizadas ao longo da vida, nas mais variadas situações.
2 LÚDICO: UMA ESTRATÉGIA NO ENSINO DE MATEMÁTICA
Faz parte do conhecimento de todos que atualmente muitos alunos não encontram no ensino de matemática a satisfação e prazer em estudá-la, no entanto há meios para se evitar esses traumas referentes à aprendizagem desta ciência. Para tanto é necessário que a aplicação desse conteúdo em sala de aula seja dinâmico, e principalmente na Educação Infantil explorar na medida do possível a ludicidade, despertando a criatividade dos alunos no que diz respeito ao uso de símbolos geométricos que serão basicamente as primeiras noções de matemática em seu percurso estudantil.
A matemática tem papel fundamental na formação do cidadão, ela norteia suas idéias e lhe confere noções básicas para o seu dia-a-dia.
Pode-se afirmar baseado nos Parâmetros Curriculares Nacionais que:
O papel da matemática desempenha na formação básica do cidadão brasileiro norteia estes Parâmetros. Falar em formação básica para a cidadania significa falar de inserção das pessoas no mundo do trabalho, das relações sociais e da cultura, no âmbito da sociedade brasileira (BRASIL, 1997, P. 29).
Segundo Kishimoto et al., (2008, p. 85) o jogo da matemática parece justificar-se ao introduzir uma linguagem matemática que pouco a pouco será incorporada aos conceitos matemáticos formais, ao desenvolver a capacidade de lidar com informações e ao criar significados culturais para os conceitos matemáticos e estudo de novos conteúdos.
Cerquetti-Aberkane & Berdonneau (1997, p. 04), diz que:
Lidar com a Matemática é, antes de tudo, oferecer a criança a oportunidade de agir, e posteriormente leva-la a refletir acerca de suas ações: reviver em pensamento os acontecimentos que acabaram de se desenvolver, antecipar o que poderia vir a acontecer, procurar prever... Desta forma ela não somente poderá ser confrontada com uma quantidade razoável de fatos com os quais progressivamente se familiarizará (principalmente através de repetidos contatos), como também, e mais do que isso, irá elaborar imagens (1) mentais relativas a eles, e, ao vinculá-los e dar-lhes sentido, estruturar pouco a pouco os seus conhecimentos.
Os autores destacam ainda que é possível explorar muitas das situações vividas em aulas, utilizando-as como base para o aprendizado da Matemática; contudo, não devemos ignorar a dificuldade de “matematizar” uma situação concreta, e as inúmeras armadilhas das quais precisamos nos resguardar (CERQUETTI-ABERKANE & BERBONNEAU, 1997, P. 07).
Como diz Dante (2007, p. 18):
A matemática é, antes de tudo, um modo de pensar. Quanto antes esse modo de pensar for trabalhado com as crianças, mais efetivamente os alicerces de uma aprendizagem significativa desta disciplina se solidificarão. A pré-escola é o momento para alicerçar a construção dos conceitos matemáticos.
O autor impera que “[...] a criança constrói um conceito através de um processo lento e gradual. Daí a necessidade de iniciá-la informalmente, desde cedo, por meio de jogos, em atividades manipulativas e de explorações espontâneas e intuitivas” (DANTE, 2007, p. 19).
Segundo ele “as primeiras noções matemáticas fazem parte do acervo comum a todo ser humano. Surgem de maneira espontânea e natural, com as primeiras experiências oferecidas à criança por seu próprio universo” (DANTE, 2007, p. 19).
Nas palavras de Reis (2006, p. 09),
As noções básicas em matemática, lógica e geometria começam a ser elaboradas a partir dos 4,5 anos de idades, portanto é vital que a base já sólida, bem construída e bem trabalhada, para que nela se assentem os conhecimentos matemáticos futuros. Mas é importante lembrar que estimular o raciocínio lógico-matemático é muito mais do que ensinar matemática – é estimular o desenvolvimento mental, é fazer pensar.
Faz-se importante ressaltar que o desenvolvimento da criança e a facilidade com que poderá assimilar o conteúdo poderá ser efetiva, como também poderá ser problemática futuramente.
De acordo com Reis (2006, p. 12), “[...] às vezes as dificuldades de aprendizagem de um aluno são causadas pela própria escola, ao desprezar o conhecimento trazido pela criança em um ensino teórico destacado da vida”. Sendo assim é fundamental que o professor lance mão de artifícios que valorizem as experiências trazidas pela criança de maneira que as mesmas se tornem aliadas no processo de aprendizagem da criança.
Maccarine (2010, p. 27), relata:
Muitos educadores e pesquisadores atualizados destacam a importância da atividade lúdica para o desenvolvimento intelectual das crianças nas diferentes fases da aprendizagem e consideram-na indispensável à prática educativa, destacando a sua importância no desenvolvimento dos raciocínios lógico-matemático.
Nota-se a partir desta reflexão que a utilização da ludicidade na Educação Infantil é muito importante no desenvolvimento da criança, tanto motor, quanto lógico, dentre outros, formando uma base sólida para seu desenvolvimento futuro.
3 O LÚDICO NO ENSINO DE GEOMETRIA, UMA DESCOBERTA PRAZEROSA QUE PODE GERAR ÓTIMOS RESULTADOS
A geometria está presente na natureza e em nosso dia-a-dia; basta olharmos a nossa volta e identificaremos diversas formas geométricas. Por exemplo, na construção das casas tem a geometria, foi uma construção criada pelo homem.
Segundo Reis (2006, p. 28), “é preciso estimular o aluno para que desenvolva um “olhar geométrico” e seja capaz de perceber e identificar as formas que estão ao nosso redor”.
O trabalho com a geometria não poderá ficar restrito somente em decorar o nome das formas, pois a mesma contribui para a aprendizagem de números e medidas, estimula a criança a observar, perceber semelhanças e diferenças, manipulá-las e criar por meio delas.
No ensino de geometria quanto mais se trouxerem para a sala de aula, exemplos concretos, permitindo aos alunos relacionarem de todas as partes, percebendo as aplicações da teoria e conceituação no mundo que o cerca através dos objetos, melhor serão o seu aprendizado.
Kishimoto (1994, p. 22), diz que:
Ao permitir a manifestação do imaginário infantil, por meio de objetos simbólicos dispostos intencionalmente, a função pedagógica subsidia o desenvolvimento integral da criança. Neste sentido, qualquer jogo empregado na escola, desde que respeite a natureza do ato lúdico apresenta caráter educativo e pode receber também a denominação gera de jogo educativo.
O ensino da geometria através do lúdico estabelece conexões entre a matemática e outras áreas do conhecimento, abrangendo assim a interdisciplinaridade.
A melhor forma de se trabalhar a geometria com as crianças da pré-escola é através do lúdico, com objetos que possam estabelecer comparações com outros formatos geométricos, tornando o aprendizado mais prazeroso e com melhor rendimento de conhecimento, permitindo um trabalho criativo e estimulante.
Finalmente, um aspecto relevante, os jogos é um desafio genuíno, que eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se deseja desenvolver (BRASIL, 1997, p. 49).
Cabe ao professor durante o ensino da geometria orientar e estimular a aprendizagem, promover a interação entre a turma, desenvolver o interesse, o prazer e a curiosidade dos alunos. Para Santos (1997), “o aluno precisa de estímulo para aprender e o exercício lúdico desperta motivação e interesse. A geometria pode ser mais prazerosa com aplicação de atividades lúdicas”.
O triângulo, o retângulo, o quadrado e o círculo, são figuras geométricas a serem trabalhadas na Educação Infantil. Com as mesmas é possível trabalhar diversos conteúdos, como: adição e subtração, comparação, números e outros, exercitando de uma só vez mais de um aprendizado.
Através do ensino da geometria pelo lúdico pode-se desfazer do mito da dificuldade na aprendizagem desta área do conhecimento.
4 APROVEITAMENTO DOS CONCEITOS MATEMÁTICOS, NO ENSINO DA GEOMETRIA EM SALA DE AULA
Com o objetivo de atingir a proposta deste trabalho, foram utilizadas formas geométricas relacionadas com o dia-a-dia das crianças, de maneira que elas percebessem que essas formas estão presentes em seu cotidiano com mais frequência do que elas imaginam.
Para o desenvolvimento da criatividade das crianças foi desenvolvido juntamente com elas o jogo da memória composto de formas geométricas. De acordo com Borin (1996, p. 9), “os jogos são educativos, os mesmos provocam um outro motivo que é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos alunos que temem a Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la”.
Construiu-se quebra-cabeça de isopor em forma de tangran, pois o mesmo desenvolve o raciocínio, a criatividade, a coordenação motora e cognitiva.
Também com o intuito de desenvolver a criatividade e raciocínio lógico trabalhou-se com o tangran que é um quadrado dividido em sete peças, sendo elas: 2 triângulos grandes, 2 triângulos pequenos, 1 triângulo médio, 1 quadrado e um 1 paralelograma, onde foram elaboradas diversas figuras pelas crianças a partir dessas peças.
Com uma trena em mãos as crianças realizaram a medição da sala de aula, bem como dos utensílios como: armário, mesas, janelas, explorando formatos como retângulo, quadrado.
A partir de recortes em isopor, foi possível construir maquetes de casa, mesa, cadeira; trabalhando assim, as formas geométricas e inter-relacionando com o cotidiano, levando o aluno a olhar o mundo ao seu redor. “Uma das possibilidades mais fascinantes do ensino de Geometria consiste em levar o aluno a perceber e valorizar sua presença em elementos da natureza e da criação do homem”. (BRASIL, 1997, p. 128).
Utilizou-se de recortes de figuras geométricas com o objetivo de familiarizá-los com as figuras geométricas, e posteriormente proporcionar às crianças a possibilidade de identificarem os nomes das formas, os conceitos de medidas (lados iguais e diferentes).
Através das atividades propostas percebeu-se que as crianças envolveram-se e deixaram que a criatividade aflorasse, construindo figuras, realizando colagens e montagens de figuras a partir de peças confeccionadas juntamente com elas, resultando em um excelente trabalho.
Além dessas atividades, foram feitas comparações entre diferentes objetos, deixando-lhes visíveis as diferenças entre um caminhão e uma bola, sendo que a bola representou o círculo e a carroceria do caminhão um retângulo.
Após cada uma das atividades eram feito questionamentos em forma de perguntas, que nos permitiram a verificação de tudo o que estávamos trabalhando com a turma. As crianças respondiam as perguntas com clareza, sem perceberem que estavam passando por um processo de ensino/aprendizagem.
A partir do uso do lúdico percebeu-se que houve maior desenvolvimento lógico e criativo das crianças, comprovando afirmações realizadas por especialistas, que declaram que a brincadeira contribui com o desenvolvimento da criança.
Oliveira (2007, p. 04), fala que:
As brincadeiras fazem partem do patrimônio lúdico-cultural, traduzindo valores, costumes, forma de pensamentos e aprendizagem. Os jogos e as brincadeiras fornecem à criança [...] a possibilidade de ser um sujeito ativo, construtor do seu próprio conhecimento, alcançando progressivos graus de autonomia frente às estimulações do seu ambiente.
Com base em afirmações como essa, nota-se a importância de se desenvolver trabalhos voltados ao processo inicial de desenvolvimento da criança, contribuindo com o despertar da mesma para noções básicas de matemática, porém fundamentais para o desenvolvimento do cidadão como um ser pensante e racional.
As crianças demonstraram grande interesse pelo aprendizado, devido o estudo estar relacionado com o lúdico e com materiais concretos, afinal, a matemática deve ser percebido pelo aluno como parte de sua vida. Essa é a função dos educadores, despertarem o interesse dos alunos e fazê-los aprender.
Neste trabalho desenvolvemos diversos métodos, tornando os alunos mais ativos na sua aprendizagem, deixando de ter uma posição passiva diante do aprendizado de matemática.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao concluir nosso artigo foi possível validar a teoria existente no lúdico do ensino-aprendizagem da geometria com as crianças da Pré-Escola.
A partir dessas atividades propostas aos alunos da pré-escola percebeu-se que o ensino de geometria se tornou mais prazeroso, e que por estar brincando as crianças puderam assimilar o conteúdo e desenvolver a capacidade física, motora, cognitiva, criativa e lógica.
Analisamos que o lúdico na matemática e na geometria é de extrema importância para o desenvolvimento do ensino/aprendizagem, especialmente quando se trata de educação infantil, contribuindo positivamente no aprendizado das crianças.
Pode-se afirmar que as brincadeiras e as dinâmicas foram os métodos que mais possibilitaram o alcance dos objetivos inicialmente propostos, pois possibilitaram as crianças a verem a matemática de forma diferente, com um olhar mais atento a tudo que está ao seu redor. Esses resultados foram alcançados devido ao um trabalho em conjunto, realizado de forma interativa entre professor e aluno, lúdico e geometria.
Mediante ao exposto, concluiu-se que a ludicidade pode ser uma aliada no processo de ensino/aprendizagem; relevando que os pedagogos podem trabalhar com conteúdos variados, de forma diversificada e prazerosa, tendo como aliado o lúdico, que antes de qualquer coisa, é fundamental no processo de desenvolvimento da criança.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997. 142p.
BORIN, J. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de matemática. São Paulo: IME – VSP. 1996.
CERQUETTI-ABERKANE, François; BERDONNEAU, Catherine. O ensino da matemática na educação infantil. Trad. Eunice Gruman. Artmed, Porto Alegre, 1997.
DANTE, Luiz Roberto. Didática da matemática na pré-escola. Ática, São Paulo: 2007.
KISHIMOTO, Tizuco Mochida. O jogo e a educação infantil. São Paulo, Pioneira, 1994.
_________. et al., Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo, Cortez: 2008.
MACCRINI, Justina Motter. Fundamento e metodologia do ensino de matemática. Fael, Curitiba, 2010.
MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Brincar: prazer e aprendizado. Vozes, Petrópolis: 2001.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. A ludicidade como ciência. Vozes, Petrópolis: 2001.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. (org). Brinquedoteca: criança, o adulto e o lúdico. Vozes, Petrópolis: 2000.
OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. Cortez. São Paulo: 2002.
PILLETI, Clauidino (org). Didática especial. Serie educação. Ática, São Paulo: 1998.
REIS, Silvia Marina Guedes dos. A matemática no cotidiano infantil. Papirus. Campinas: 2006.
VIGOTSKI, Lev Semenovich. A formação social da mente. Martins Fontes. São Paulo: 1998.