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A Importância do Lúdico na Alfabetização

 

Maria Ângela da Silva[1]

Maria Lúcia Mendes[2]

 

 

 

Resumo

 

O presente artigo faz parte da área de Metodologia Cientifica do curso de pós-graduação Lato Sensu de Psicopedagogia Institucional da Faculdade do Norte de Minas. O artigo apresenta o tema à importância do Lúdico na Alfabetização tendo como objetivos o lúdico na aprendizagem das crianças, criando condições para que possa melhorar o aprendizado dos mesmos, compreender e respeitar o ritmo de aprendizado de cada um. A metodologia utilizada para realização do artigo foi à pesquisa bibliográfica. Considera, portanto que durante todo esse século, a discussão sobre como as crianças aprendem, ou seja, a compreensão dos processos que levam a criança a construir conhecimentos, bem como sobre o que elas são capazes de aprender, ou seja, a relevância dos conteúdos a serem socializados, tornou-se uma questão central para os profissionais que lidam com esse segmento educativo.

Palavras-chaves: Aprendizagem; Atividades Lúdicas; Jogos e Brincadeira; Alfabetização.

 

Abstract

This article is part of Scientific Methodology area postgraduate studies course of Psicopedagogia Institucional, Faculty of Institutional North Minas. The article presents the theme of the importance of the Literacy Playful having as objective the playful children's learning, creating conditions so you can improve learning thereof, understand and respect the learning pace of each. The methodology used to conduct the article was the literature. Therefore considers that throughout this century, the discussion on how children learn, that is, understanding the processes that lead the child to build knowledge and on what they are capable of learning, ie the relevance of content to be socialized, it has become a central issue for professionals who deal with this educational segment.

Keywords: Learning; Recreational Activities; Games and Play; Literacy.

 

Introdução

 

O presente artigo tem como tema a Importância do Lúdico na Alfabetização tendo como objetivos o lúdico na aprendizagem das crianças, criando condições para que possa melhorar o aprendizado dos mesmos, compreender e respeitar o ritmo de aprendizado de cada um.

A metodologia utilizada para realização do artigo foi à pesquisa bibliográfica tendo como principais autores Andrade, Possari e Neder que fundamentaram teoricamente, através dos quais busquei compreensão para aprofundar os conceitos acima citados. Podendo assim buscar fundamentação teórica e subsídios que ira repercutir em minha pratica pedagógica, objetivando uma pratica reflexiva que propõe desafios para o bom trabalho em sala de aula com as crianças me utilizando da brincadeira como o principal objetivo.

Compreende-se que hoje, temos conhecimento com base em estudos e pesquisa realizada com as próprias crianças que tem considerado o processo de alfabetização sob a perspectiva dessas crianças. Sabemos que elas não são apenas receptoras de informações, mas são capazes de construírem seu próprio conhecimento.

 

Desenvolvimento

 

 

No processo de alfabetização da criança no campo escolar ainda merece muitas reflexões, sendo que os avanços no ensino da leitura e da escrita inseridos no ambiente escolar estão longe de serem considerados excelentes. Caminhando muito e indo mais longe a alfabetização tem sido alvo de muitas discussões no mundo atual, onde apesar do reconhecimento todo cidadão tem direito garantido por uma educação de qualidade, para que assim não existem elevados índices de evasão escolar. 

Construir um espaço no quais as crianças se alfabetize através de atividades lúdicas que lhe propiciem diferentes maneiras de alcançar o aprendizado da leitura e escrita é um compromisso do professor para não monopolizar as crianças com atividades pouco criativas e desinteressadas no espaço escolar; dificultando-lhe, o seu processo de alfabetização.

Segundo os RCNEIs (1998), a criança é um sujeito social histórico como todo ser humano e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma determinada sociedade e cultura em um dado momento histórico. Elas possuem uma natureza própria que as caracterizam como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio.  

 Segundo Vygotsky apud Cordeiro et.al. (2008), a criança tem a oportunidade através desta interação com as outras crianças e adultos, de cooperar, de competir, de praticar e adquirir padrões sociais. Aqui entra a linguagem verbal, que é um canal de comunicação e expressão nessa interação, através da linguagem é possível desenvolver a memória, a imaginação e a criatividade, especialmente passar do pensamento concreto a um pensamento mais abstrato.

Os alunos refletem e gradativamente tomam consciência do mundo de diferentes maneiras em cada etapa do seu desenvolvimento. As transformações que ocorrem em seu pensamento se dão simultaneamente ao desenvolvimento da linguagem e de suas capacidades de expressão.

À medida que crescem se deparam com fenômenos, fatos e objetos do mundo; perguntam, reúnem informações, organizam explicações e arriscam respostas, ocorrem mudanças fundamentais no seu modo de conceber a natureza e a cultura.

No entanto, no brincar considerado como atividade própria da infância, a criança internaliza comportamentos que geram as transformações necessárias ao seu desenvolvimento.

As proposições de Vigotsky (1998) indicam que:

 

A criança brinca com os significados para mediar simbolicamente a internalizarão da cultura. Nesse exercício, a criança resgata organizada e constitui sua subjetividade, ao mesmo tempo em que aprende a agir sobre o objeto e, ao fazê-lo, conquista o controle da ação pela idéia por meio do signo e domina as ações necessárias para isso. (ANDRADE, p. 25, 2007)

 

É através das brincadeiras, da interação com o mundo externo, que as crianças vão desenvolver socialmente, fisicamente e emocionalmente. O universo da criança é mágico. Consegue transformar pequenas tampinhas, gravetos, pedrinhas e tudo que a rodeia em jogos encantadores.

Com prazer qualquer atividade lúdica infantil tem possibilidade de tornar produtiva. Diz Virgolim:

 

[...] se quisermos considerar a escola como um lugar privilegiado para a formação de novas gerações, que continuarão a nossa busca de caminhos mais humanos para a felicidade devemos levar em conta esses aspectos de prazer e alegria que o ensino pode oferecer (VIRGOLIN, Apud revista do professor 1997).

 

Portanto o lúdico é à base de toda a atividade da educação da criança, pois é meio de motivação para a mesma, que pode dar origem a processos de aprendizagem importantes, fonte de descoberta e prazer. Ludicidade espontaneidade em trabalhar, fazendo a comunicação entre a fantasia, o brincar e o real. A realidade jogando com falas e palavras, gestos e expressões ensejam verdadeiro prazer em aprender.

As crianças pequenas têm o desejo a curiosidade e a necessidade de compreender o mundo em que vivem. A exploração do mundo social e natural é tão vital para a criança pequena quanto sua necessidade de brincar, e se exercitar, de ser amado. Isso porque esse pequeno ser tem a necessidade de dar sentidas a sua vida e como sua vida se produz e reproduz no meio sócio-cultural, compreender esse mundo é vital para que ela também se compreenda.

Tanto brincadeiras individuais como grupais favorecem o desenvolvimento cognitivo e sócio afetivo da criança, constituindo-se num excelente auxiliar no processo de aprendizagem. Praticamente todos os conteúdos poderão ser apresentados em forma de jogos tornando as aulas atraentes, variadas, dinâmicas e consequentemente muito mais produtivas. A criança está sempre pronta para brincar então porque não transformar as aulas em momentos de alegria e prazer, apresentando os conteúdos em forma de jogos e brincadeiras a elas.

Segundo os RCNEIs apud Cordeiro et.al (2008) compreender o caráter lúdico e expressivo das manifestações da motricidade infantil poderá ajudar o professor a organizar melhor a sua prática, levando em conta as necessidades das crianças.

Sabemos que a escola ainda hoje privilegia a forma da linguagem escrita, como conduta para que a criança produza conhecimento. Segundo Possari e Neder (2003, p. 26). “A escola necessita perceber que vimos a algum tempo, passando por transformações, de uma civilização essencialmente verbal para outra, onde o visual, o gestual e o sensível tomam os seus lugares.”

É importante que as crianças tenham contato com diferentes elementos, fenômenos e acontecimentos do mundo, sejam indagadas por questões significativas para observá-los e explicá-los e tenham acessos a diversos modos de compreendê-los e representá-los. 

Para que assim todos esses aspectos estão afinados como uma concepção de ensino construtivista onde a criança é um ser ativo no seu processo de aprendizagem, formando assim adultos com autonomia, cooperativos, críticos, reflexivos, assim estarão formandos seres humanos com questões desafiadoras impostas pelos novos tempos. .

Portanto toda a atividade aplicada de forma lúdica proporciona as crianças uma aprendizagem prazerosa com o objetivo de fazer com que eles desenvolvam a criatividade e a oralidade que é tão importante na alfabetização.

 

Conclusão

 

            A pesquisa biográfica realizada para esse artigo foi de grande ajuda e aproveitamento para minha prática pedagógica para melhor compreender a importância do lúdico na alfabetização. A criança está sempre em constante desenvolvimento. E assim ela vai gradativamente amadurecendo a cada passo que dá através do conhecimento de si mesmo e do mudo que o cerca, compreendendo a evolução da sociedade, controlando suas emoções nas diversas idades e desenvolvendo suas características.

            Ao planejar qualquer atividade tem que levar em consideração as características da criança, ambiente, tempo de aprendizagem, motivações, interesses, intervenções e possibilidades de ajuda do adulto, capacidade de atuar autonomamente, de relacionar-se com o ambiente e colegas, de participar. Ainda, paralelamente, sempre que possível procurando prever ações que as levem a assimilar e reconstruir suas referências da realidade, ou seja, para formação de alunos ativos, críticos, questionadores, envolvidos num processo de construção do próprio conhecimento. O Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil, (RCNEIs) colocam que:

 

O professor precisa ter claro que esses domínios e conhecimentos não se consolidam nesta etapa educacional. São construídos, gradativamente, na medida em que as crianças desenvolvem atitudes de curiosidade, de critica, de refutação e de reformulação de explicações para a pluralidade e diversidade de fenômenos e acontecimentos do mundo social e natural. (RCNEIs, 1998, p.173)

     

Considera, portanto que durante todo esse século, a discussão sobre como as crianças aprendem, ou seja, a compreensão dos processos que levam a criança a construir conhecimentos, bem como sobre o que elas são capazes de aprender, ou seja, a relevância dos conteúdos a serem socializados, tornou-se uma questão central para os profissionais que lidam com esse segmento educativo.         

 

REFERÊNCIAS

 

ANDRADE, Daniela Barros da Silva Freire. Jogos, Brinquedos e Brincadeiras: O Lúdico e o Processo de Desenvolvimento Infantil.  Fasc. II. Cuiabá: EdUFMT, 2007.

 

NEDER, Maria Lúcia C. et al.Linguagens na educação infantil I pensamento e linguagem. Cuiabá: EdUFMT, 2008.

 

REVISTA DO PROFESSOR, Porto Alegre Vol.13 N 49Jan./mar.1997.

 

REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL. Conhecimento de mundo. Brasília: MEC/SEF, 1998.

 

 


[1] Licenciada em Geografia. Pós-graduada em Metodologia do Ensino de Geografia e História. Atua na Rede Pública de Ensino.

[2] Atua na Rede Pública de Ensino.