A Produção de Grãos na Região de Santa Carmem, no Estado do Mato Grosso
Marlon Rodrigo Mancini[1]
Renata Sbaraine Mancini[2]
Resumo
A agricultura cada vez mais marca sua representatividade na economia. Municípios e Estados, essencialmente agrícolas, abalam-se com crises nesta área e sobrepõem-se em épocas de safras satisfatórias. Com base nesta realidade as empresas agrícolas estão fazendo do planejamento financeiro, do orçamento somado às melhores oportunidades de negócio e comercialização peças fundamentais para a contínua evolução dessas empresas, inseridas no grande contexto do agronegócio. O presente estudo contempla este cenário, sendo realizado em uma empresa agrícola produtora de grãos, na qual o planejamento financeiro e o orçamento de suas atividades, somado a um modo adequado de comercialização dos produtos, vêm garantir a continuidade da organização, assim como as metas de expansão e também de diversificação do negócio.
Palavras-chaves: Agricultura. Planejamento. Comercialização.
Abstract
The increasingly agriculture mark their representation in the economy. Municipalities and states, primarily agricultural, are shaken with crises in this area and overlap in satisfactory crop seasons. Based on this reality agricultural companies are doing financial planning, budget plus the best business opportunities and marketing fundamental to the continued evolution of these companies, inserted into the large agribusiness context. This study includes this scenario, being held in an agricultural producer of grains, in which the financial planning and the budget of its activities, plus an appropriate manner the marketing of products, have to ensure the continuity of the organization, as well as the goals expansion and also diversification of the business.
Keywords: Agriculture. Planning. Commercialization.
Introdução
O trabalho destaca, em primeiro lugar, a contextualização do estudo, com ênfase na caracterização da empresa rural analisada, tema, problema, objetivos e justificativa. Na sequência tem-se a revisão bibliográfica, que destaca os conceitos de comercialização agrícola, mercados futuros e negociações em bolsas de mercadorias. Na terceira etapa é apresentada a metodologia utilizada na pesquisa e, finalmente, o estudo aplicado, que analisa a prática de comercialização adotada pela empresa objeto deste estudo. Seguem as considerações finais a que se chegou com o desenvolvimento do trabalho e as referências que fundamentam o estudo.
A empresa foco deste estudo situa-se na região Centro-Oeste do Estado do Mato Grosso. Atua no setor agrícola na produção de grãos, principalmente soja, e milho.
A propriedade é de caráter individual e enquadra-se como um empreendimento de pessoa física, por este motivo não possui formalmente um planejamento estratégico e nem um plano de comercialização.
Dentro de uma empresa estável, com os fatores financeiros previamente organizados e projetados, e também com as questões produtivas bem alinhavadas e em quantidades satisfatórias, levantam-se outras dificuldades que precisam ser minimizadas para otimização da atividade. Dentre elas encontra-se a forma de comercializar a produção. A melhor comercialização da produção, associando-se aí uma boa estratégia na compra de insumos, pode significar um aumento no faturamento da empresa rural. Assim, o tema deste estudo enfoca a construção de um plano de comercialização para os produtos gerados na empresa rural ora em estudo, levando-se em conta os mecanismos comerciais existentes no mercado agropecuário brasileiro.
A comercialização é um dos passos fundamentais para que uma mercadoria possa ser transformada em fonte de riqueza, gerando renda ao seu produtor. Os itens que seguem apresentam os conceitos básicos da comercialização agrícola e um enfoque agrícola sobre o tema.
Brandt (1980, p. 16) afirma que:
O termo comercialização pode ser interpretado de diferentes maneiras. Num dos extremos existe a tendência de equiparar “comercialização” com todas as limitações imagináveis de intermediário tradicional. No outro extremo, a reforma dos sistemas de comercialização é entendida simplesmente como adequada mistura de supermercados, centrais de abastecimento, mercados expedidores, redes de armazenamento e unidades agroindustriais.
O autor explica ainda que a comercialização pode ser entendida como a coordenação de várias atividades existentes entre a produção, a distribuição e o consumo. E, no sentido de introduzir melhores práticas de comercialização, Brandt (1980, p. 17) expressa:
...comercialização contribui de várias maneiras para a promoção do desenvolvimento. Alguns autores argumentam que a comercialização é uma força motivadora do desenvolvimento ao fornecer elementos empresariais e inovadores à economia. Outros estudiosos sustentam que o comércio agrícola pode desempenhar papel ativo no desenvolvimento, mantendo baixos preços de alimentos.
Especificamente no sentido da comercialização agrícola o enfoque dado ao termo comercialização, segundo Barros (1987), é de uma forma ampla, levando em 13 consideração todas implicações políticas e ainda aspectos sociais, questões que são inseparáveis ao contexto.
Assim, pode-se dizer que a comercialização é o instrumento ou o processo que otimiza a produção versus renda. Neste processo o aprimoramento de técnicas e formas de utilização de mecanismos disponíveis a tornam eficiente.
Desenvolvimento
Anualmente, após cada cultura, o setor agrícola verifica a necessidade de aprimoramento e evolução das áreas, cujas questões vão se afunilando em complexidade pela realidade que a organização apresenta e as oportunidades do mercado. Uma necessidade que desafia a atual situação da organização é a forma de comercializar sua produção com melhores oportunidades financeiras, melhor otimização de preço, agilização na rotatividade dos produtos em estoque, itens que se constituem em interferências na questão em estudo.
Os objetivos visam a definir os rumos a serem alcançados no decorrer do estudo. São divididos em geral e específicos, e podem ser visualizados a seguir.
Objetivo geral:
Realizar um levantamento e simulação da melhor forma de comercialização,
formando um plano para comercializar a produção de grãos da empresa agrícola em estudo.
Objetivos específicos:
- Revisar a bibliografia sobre as formas de comercialização, mercado de commodities, e áreas afins;
- Compreender a realidade da empresa rural em estudo, com destaque para a
sua produção e as atuais formas de comercialização adotadas;
- Verificar os novos mecanismos de comercialização existentes no mercado agropecuário;
- Construir um plano de comercialização que venha a dinamizar e melhorar o processo já existente na empresa, à luz dos novos instrumentos presentes no mercado.
Segundo Vergara (1997), este estudo classifica-se quanto a sua natureza como uma pesquisa aplicada, sendo fundamentalmente motivada pela necessidade
de resolver um problema concreto, mais imediato ou não. Tem a finalidade prática
de elaborar um plano de comercialização de grãos em uma empresa agrícola.
Segundo Gil (2002), pesquisa exploratória é aquela na qual o objetivo principal é o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Envolve levantamento bibliográfico, entrevista e análise de exemplos que estimulem a compreensão. A pesquisa descritiva é aquela em que o objetivo primordial é a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis mediante a utilização de técnicas padronizadas para a coleta de dados, como questionário e observação sistemática.
Com isso pode-se dizer que o presente estudo classifica-se como pesquisa exploratória e descritiva, pois para a elaboração de um plano de comercialização de
grãos torna-se necessária a pesquisa bibliográfica a respeito do assunto e, ainda, a
coleta de dados, cujas informações provêm de entrevistas, questionários e conversas informais com pessoas que atuam na atividade e têm experiência prática
a respeito do assunto. (LEMGRUBER, 1992).
Conclusão
Diante do exposto, conclui-se que ao cursar a pós-graduação em Gestão de Agronegócios e Legislação Ambiental, foi possível absorver amplos conhecimentos, que cativaram pela possibilidade de aprimoramento das atividades práticas do dia a dia, direcionando o aprendizado para áreas cada vez mais úteis no contexto da realidade de cada indivíduo.
A elaboração desta sugestão de comercialização vem ao encontro de um trabalho que já está sendo realizado na empresa desde 2008, o qual se concentra na construção de um orçamento e planejamento financeiro ligado à comercialização
da produção. Assim como o orçamento, esta sugestão pode ser analisada e comparada com a comercialização existente no momento, buscando seu aperfeiçoamento e maior utilização nos anos futuros.
De forma mais direcionada pode-se afirmar que a empresa apresenta uma sanidade econômico-financeira graças ao uso de instrumentos de comercialização da maior parte da safra da soja, em especial, o que vem ao encontro do estudo sugerido neste trabalho.
Enfim, o estudo aqui realizado é útil para a organização, é válido para a experiência do autor, bem como para os leitores, servindo como orientação para possíveis aprofundamentos e aplicações em outras organizações. Obviamente, em futuros trabalhos tal estudo ora desenvolvido precisa ainda ser aperfeiçoado, ficando
aqui a sugestão para os interessados no assunto.
REFERÊNCIAS
BARROS, Geraldo Sant’Ana de Camargo. Economia da comercialização agrícola. São Paulo: Atlas, 1987.
BRANDT, Sérgio Alberto. Comercialização agrícola. São Paulo: Saraiva, 1980.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
LEMGRUBER, Eduardo. Avaliação de contrato de opções. São Paulo: BM&F,
1992.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em
Administração. São Paulo: Atlas, 1987.