Incidência de Diabetes Melitto Gestacional [1]
Paulo Klock Neto[2]
Resumo
Existem alguns fatores de risco para a diabetes gestacional, como por exemplo, pacientes com mais idade ou alguns grupos étnicos, mas o principal fator que leva a diabetes gestacional é a obesidade, por isso as mulheres devem entrar na gestação com o peso adequado, porém, mesmo uma mulher com o peso adequado pode desenvolver a diabete, o risco é menor, mas não há uma garantia que ela não possa vir a desenvolver. O diagnóstico do diabetes gestacional é detectado pela primeira vez na gravidez, sendo a alteração das taxas de glicose que aparece no sangue, podendo persistir ou não após o parto. Após a grande quantidade de hormônios que começa a ser produzido pela placenta, a diabetes pode aparecer e isso ocorre por volta da vigésima quarta semana de gestação. Esse distúrbio pode comprometer a saúde da mãe e do bebê, por isso a detecção precoce é de suma importância. Com o presente estudo procuramos efetuar uma pesquisa de dados, com artigos relacionados a diabetes gestacional. Fazermos os comparativos da evolução e tratamentos da doença e assim verificarmos qual a incidência de gestantes portadoras da diabetes melitto gestacional. Fizemos uma busca por pacientes na cidade de Sinop e obtivemos o número de gestantes com diabetes.
Palavras-chave: Diabetes; glicose; gravidez.
Abstract
There are some risk factors for gestational diabetes, such as older patients or some ethnic groups, but the main factor leading to gestational diabetes is obesity, so women should enter pregnancy with adequate weight, but even a woman with normal weight can develop diabetes, the risk is lower, but there is no guarantee that it can not develop. Diagnosis of Gestational diabetes is first detected during pregnancy, and changing the displayed glucose levels in the blood, which may or may not persist after delivery. After the large amount of hormones that begins to be produced by the placenta, diabetes can appear and this occurs at about the twenty-fourth week of pregnancy. This disorder can compromise the health of the mother and the baby, so early detection is of paramount importance. With this study we try to make a data research, with articles related to gestational diabetes. Do the comparative evolution and treatments of disease and so check which the incidence of pregnant women with gestational diabetes melitto. We did a search for patients in the city of Sinop and obtained the number of pregnant women with diabetes.
Keywords: Diabetes, glucose, pregnancy.
1. INTRODUÇÃO
Segundo definição do Ministério da Saúde, o diabetes caracteriza-se como um grupo de doenças de ordem metabólicas qualificadas por hiperglicemia e relacionadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, dentre eles os olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. O diabetes pode ser resultados de deficiência na secreção e/ou ação da insulina em que existe processos patogênicos específicos, como ocorre no pâncreas, onde ocorre a destruição das células beta deste órgão, resistência a ação da insulina ou problemas na secreção da mesma. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Nos dias atuais, o Diabetes Mellitus figura como uma epidemia mundial e é reflexo, dentre outros motivos, de maus hábitos de saúde, e configura grande desafio para os sistemas de saúde mundo a fora. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, nos anos 2000 177 milhões de pessoas portavam a doença em todo o mundo, sendo que a expectativa é que esse número quase duplique, podendo chegar a 350 milhões de doentes até 2025.
Os últimos dados atualizados e disponibilizados pelo Ministério da Saúde, apontavam que no Brasil, existiam cerca de 10 milhões de pessoas com diabetes em 2010. Contudo, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes, no final de 2012 o país já contabilizava 13,4 milhões de portadores da doença, número que faz com que o Brasil ocupe o 4º lugar entre os países com maior prevalência da doença. No ranking divulgado pelo atlas a China aparece como o país com o maior número de diabéticos, cerca de 92,3 milhões de pessoas. O segundo lugar pertence a Índia com cerca de 63 milhões, seguido pelos Estados Unidos com aproximadamente 24,1 milhões de portadores da doença.
A doença preocupa ainda mais quando passa a ter caráter gestacional. Tanto os diabetes mellitus dos tipos 1 e 2 quanto o DMG associados à gestação comprometem tanto a mãe quanto o feto. A hiperglicemia da mãe provoca à hiperglicemia do feto, além de uma hiperinsu-linemia. O diabetes mellitus gestacional (DMG) é específico e diagnosticado pela primeira vez na gestação. Os hormônios na gravidez, no caso da diabetes gestacional, sobrecarregam o pâncreas tornando-o incapaz de produzir insulina o suficiente. (ZAUPA; ZANONI, 2000; ZAJDENVERG et al., 2004).
Segundo Fortin (1999, p.51): “Uma questão de investigação é uma interrogação explícita relativa a um domínio que se deve explorar com vista a obter novas informações”. Em nosso estudo, procuramos dados para explorar e obter novos conhecimentos. Neste estudo as questões que servem como base à investigação são: “Qual o número de gestantes atendidas no ano de 2015” e “Qual a incidência dessas gestantes apresentando caso de diabetes gestacional? De acordo com Fortin (1999, p. 99): “O objetivo de um estudo em um projeto de investigação enuncia de uma forma precisa o que o investigador tem intenção de fazer para obter respostas às suas questões de investigação”.
Nosso objeto de estudo são gestantes que fizeram consultas na cidade de Sinop no ano de 2015, com idade compreendida entre os 15 e os 45 anos, das quais 26 gestantes apresentaram diagnóstico de diabetes gestacional, tendo idade que varia entre 17 e os 38 anos. Ao realizar essa investigação buscamos desenvolver competências nessa área, bem como consolidar na prática os conhecimentos os quais nos foram transmitidos durante todo percurso acadêmico e assim cumprir com excelência e mérito os requisitos para a conclusão de nossa graduação.
2. Justificativa
A intenção deste trabalho se dá pelo motivo de obter um conhecimento mais amplo sobre o assunto, devido aos casos de diabete mellito gestacional na cidade de Sinop. Dessa forma, adquirir maiores informações sobre o mesmo, facilitando assim a prevenção e o tratamento da doença.
A prevenção ainda é o melhor remédio, e no caso da gestação pode até salvar a vida do bebê. Com o presente trabalho pretendemos analisar e concretizar as informações obtidas durante a pesquisa e assim ter a conclusão de que prevenindo é a melhor solução. Podemos também demonstrar que é possível melhorar a qualidade de vida das gestantes, a partir do momento do diagnóstico da doença, antes que a mesma obtenha proporções maiores. E para concluir, com a melhora da saúde gestacional da mãe, automaticamente a qualidade de vida do bebê também se tornará mais saudável e com menos probabilidade de nascer com o diagnóstico da doença, sendo essa a maior preocupação nesse caso.
Ao analisarmos os fatores de risco, estão entre eles, a má alimentação, o sobrepeso e a idade avançada, síndrome dos ovários policísticos, história prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional, história familiar de diabetes em parentes de 1º grau, história de diabetes gestacional na mãe da gestante, hipertensão arterial sistêmica na gestação e gestação múltipla (gravidez de gêmeos), são citados como principais fatores. Não necessariamente a gestante terá todos esses itens, porém, são os mais comuns.
O fato de a alimentação não ser saudável, aumentam as chances de contrair a doença no período gestacional, sendo assim, deve-se sempre seguir a orientação médica para que a mesma tenha menos complicação possível.
Na maioria das vezes através de uma orientação nutricional adequada, pode controlar o diabetes gestacional. As quantidades dos nutrientes necessitam ser ajustadas pela gestante para cada período da gravidez. Os níveis glicêmicos podem ser reduzidos através da prática de atividade física que é de grande eficácia. Essa atividade, no entanto, deve ser acompanhada e orientada por um especialista, para verificar se existe alguma contraindicação, como por exemplo risco de trabalho de parto prematuro.
3. Problematização
A falta de informação ainda é um fator preocupante, pois quando está gestante nem sempre a mulher tem a consciência de que pode desenvolver a diabetes gestacional se não tomar alguns cuidados com a alimentação, atividade física, entre outros. Nos dias atuais a doença figura como um dos principais problemas de saúde pública. De acordo com dados do Estudo Multicêntrico de Diabetes Gestacional, promovido pelo Ministério da Saúde, nos anos 90 a prevalência em mulheres acima de 20 anos que eram atendidas pelo SUS era de 7,6%. (Ministério da Saúde, 2000). Os últimos dados atualizados e disponibilizados pelo Ministério da Saúde, apontavam que no Brasil, existiam cerca de 10 milhões de pessoas com diabetes em 2010. Contudo, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes, no final de 2012 o país já contabilizava 13,4 milhões de portadores da doença.
O diagnóstico laboratorial do diabetes mellitus é feito através da medida da glicemia no soro ou plasma, a paciente precisa estar em jejum de 8 a 12 horas, e com a dosagem da glicemia 2 horas após sobrecarga com glicose, o diagnóstico poderá ser favorável ou não. Porém, deve-se fazer a confirmação do exame como uma medida de precaução.
4. Hipótese
Alguns fatores exigem cuidados e são importantes para uma gestação saudável. Desta forma, podemos enumerar as causas que são fatores predisponentes para o desenvolvimento da diabetes gestacional:
· Má alimentação. Manter uma alimentação equilibrada durante a gestação significa manter-se longe de doenças caracterizadas por uma alimentação desregrada, entre elas a diabetes gestacional.
· Sobrepeso e obesidade. Muitas grávidas iniciam a gestação com sobrepeso, Além de manter uma boa alimentação, exercícios físicos também fazem parte desses cuidados.
· Ganho de peso excessivo durante a gravidez. Algumas mulheres ganham muito peso neste período, os cuidados e orientações feitos pelo médico devem ser cumpridos.
· Síndrome dos ovários policísticos.
· História prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional.
· História familiar de diabetes em parentes de 1º grau
· História de diabetes gestacional na mãe da gestante
· Hipertensão arterial sistêmica na gestação e gestação múltipla (gravidez de gêmeos).
· Idade materna avançada. Além dos fatores já citados, estar já em idade avançada durante a gestação inspira cuidados e pode ser também um fator de risco para a diabetes gestacional e exige acompanhamento.
Supomos então, que esses fatores são os principais e aqueles em que se espelham mais cuidados, devendo ser observados tanto pelo médico que faz o acompanhamento do pré-natal quanto da própria gestante.
5. Objetivo geral
A base para o presente trabalho envolve mulheres gestantes da cidade de Sinop, e destas, quantas possuem a diabetes gestacional, com o objetivo de conhecer mais sobre a doença, suas causas, e consequentemente uma prevenção e cuidados.
Desta forma, nosso tema está baseado em dados coletados na cidade de Sinop, de acordo com informações repassadas pela Secretaria Municipal de Saúde, Centro especializado em gestantes de risco e unidades básica de saúde (PSFs).
As informações obtidas são a partir de resultados das consultas feitas por gestantes no ano de 2014 até maio de 2015. Os dados coletados serão analisados fazendo assim um comparativo da incidência de casos de diabetes melittos gestacional.
6.1 obetivos específicos
Estudamos e investigamos os casos de diabetes melitto gestacional em mulheres que consultaram no ano de 2014 a maio de 2015. Identificamos os fatores de risco como já citamos anteriormente que são a má alimentação, sobrepeso e obesidade, ganho de peso excessivo durante a gravidez, síndrome dos ovários policísticos, história prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional, história familiar de diabetes em parentes de 1º grau, história de diabetes gestacional na mãe da gestante, hipertensão arterial sistêmica na gestação e gestação múltipla (gravidez de gêmeos) e idade materna avançada.
O que pode ocorrer com frequência também é que ao adquirir a doença, o risco de um aborto espontâneo é maior, devido a sobrecarga de glicose. Na cidade de Sinop os casos encontrados foram em mulheres com idade entre 17 e 38 anos, sendo que algumas já tiveram casos de aborto e em sua maioria acima do peso. Nos prontuários obtidos para pesquisa não continham dados suficientes para identificação da situação problema de cada paciente, porém, conseguimos identificar que as gestantes são em sua maioria de classe baixa o que pode te relação com uma alimentação inadequada e a falta de orientação em relação a doença.
Contudo, ao analisarmos os índices do Ministério da Saúde, chegamos a conclusão que a cidade de Sinop, por ter cerca de 180 mil habitantes e 1400 gestantes no ano de 2015 (até o mês da presente pesquisa), é um índice favorável pelo baixo número de gestantes portadoras da doença.
6. Incidência de diabetes melitto gestacional
Segundo definição do Ministério da Saúde, o diabetes caracteriza-se como um grupo de doenças de ordem metabólicas qualificadas por hiperglicemia e relacionadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, dentre eles os olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. O diabetes pode ser resultados de deficiência na secreção e/ou ação da insulina em que existe processos patogênicos específicos, como ocorre no pâncreas, onde ocorre a destruição das células beta deste órgão, resistência a ação da insulina ou problemas na secreção da mesma. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Existem dois tipos, a priori: tipo 1, decorrente de uma produção de anticorpos contra as células beta do pâncreas, que deixa de produzir completamente a insulina, e o diabetes tipo 2, em que a produção de insulina aparentemente está preservada, mas existe uma dificuldade de ação da insulina, denominada resistência à insulina. (BERTINI, 2001). Ambos os tipos de diabetes podem aparecer antes da gravidez.
Nos dias atuais, o Diabetes Mellitus figura como uma epidemia mundial e é reflexo, dentre outros motivos, de maus hábitos de saúde, e configura grande desafio para os sistemas de saúde mundo a fora. Com o envelhecimento da população e uma urbanização assustadoramente crescente, aliados a novos estilos de vida, que incluem falta de atividade física, alimentação pouco saudável e obesidade, as taxas de incidência e prevalência da doença aumentam a cada dia. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, nos anos 2000 177 milhões de pessoas portavam a doença em todo o mundo, sendo que a expectativa é que esse número quase duplique, podendo chegar a 350 milhões de doentes até 2025.
Os últimos dados atualizados e disponibilizados pelo Ministério da Saúde, apontavam que no Brasil, existiam cerca de 10 milhões de pessoas com diabetes em 2010. Contudo, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes, no final de 2012 o país já contabilizava 13,4 milhões de portadores da doença, número que faz com que o Brasil ocupe o 4º lugar entre os países com maior prevalência da doença. Nesta ocasião, a Federação divulgou seu 5º Atlas, que trouxe outros dados importantes. Por exemplo, existem 371 milhões de pessoas com a doença, tendo idades que vão dos 20 até 79 anos, número maior do que projetava a OMS para o ano de 2025. Destas pessoas, 50 % desconhece estar com a patologia, fato que impossibilita o tratamento precoce. No ranking divulgado pelo atlas a China aparece como o país com o maior número de diabéticos, cerca de 92,3 milhões de pessoas. O segundo lugar pertence a Índia com cerca de 63 milhões, seguido pelos Estados Unidos com aproximadamente 24,1 milhões de portadores da doença. Um fato que merece atenção é que a doença tem rápido crescimento em países que estão em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, e isso faz que ofereça impacto negativo, uma vez que atinge pessoas em plena atividade e dá sequência ao que estamos acostumados a ver nesses países: pobreza e supressão social.
A doença preocupa ainda mais quando passa a ter caráter gestacional. Tanto os diabetes mellitus dos tipos 1 e 2 quanto o DMG associados à gestação comprometem tanto a mãe quanto o feto. A hiperglicemia da mãe provoca à hiperglicemia do feto, além de uma hiperinsu-linemia. Sendo a insulina o hormônio que promove a captação da glicose dos alimentos para dentro das células, sem ela em dose adequada o açúcar dos alimentos fica na circulação. Toda essa glicose extra, por sua vez, chega ao bebê através do cordão umbilical. Assim, o excesso de açúcar acaba estimulando o pâncreas do bebê a produzir insulina e ainda colabora para um crescimento exagerado do feto e ocasionando outras complicações, tais como: macrossomia, aumento nas taxas de cesárea, traumas no canal do parto, além de distúrbios respiratórios.
Categoria |
Glicemia de Jejum |
Glicemia 2h pós-sobrecarga |
Normal |
<100 mg/dl |
<140 mg/dl |
Glicemia de jejum alterada (GJA) |
100-125 mg/dl |
- |
Tolerância à glicose diminuída (TGD) |
- |
140-199 mg/dl |
Diabetes* |
126 mg/dl |
200 mg/dl |
Critérios para a presença de anormalidades da tolerância à glicose, segundo a ADA-2005:
Malformações congênitas também podem ocorrer, mas estas dependem da presença de hiperglicemia materna quando no início gestacional. Entretanto, o risco maior se dá por conta do óbito fetal e neonatal nas gestações associadas a um mau acompanhamento no caso de diabetes. (LANGER, 2005).
O diabetes mellitus gestacional (DMG) é específico e diagnosticado pela primeira vez na gestação. Os hormônios na gravidez, no caso da diabetes gestacional, sobrecarregam o pâncreas tornando-o incapaz de produzir insulina o suficiente. (ZAUPA; ZANONI, 2000; ZAJDENVERG et al., 2004).
Alguns estudos realizados recentemente, pressupõem que o DMG esteja associado à resistência à insulina bem como a insuficiência em suprir a demanda de insulina no organismo pelas células beta (WATANABE, 2007). A incidência da diabetes mellitus gestacional varia bastante e pode ser influenciada por fatores geográficos, étnicos e raciais, contudo a causa maior ainda está associada ao fator obesidade. Estima-se que a doença atinja cerca de 4% das gestantes americanas e no Brasil entre 2,4 à 7,2%. (FERRARA, 2007).
O consumo de bebidas alcoólicas deve ser desencorajado no período gestacional, não somente pelo risco de hipoglicemia materna, mas também pelo risco aumentado de síndrome alcoólica fetal, resultante do uso crônico do álcool durante a gravidez, cujas consequências variam desde sequelas não aparentes até a restrição do crescimento fetal intrauterino e lactente, com danos graves. Além disso, as bebidas alcoólicas fornecem calorias que são mais difíceis de ser metabolizadas pela mãe e pelo feto, e desprovidas de proteínas, minerais e vitaminas. Como resultado, a absorção, o metabolismo e o uso dos nutrientes ficam prejudicados. Alimentação também precisa ser controlada, realizando refeições balanceados e com menor volume, além de manter intervalos regulares. Inclui-se como parte do tratamento a prática de exercícios físicos moderados. Pacientes sedentárias, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, devem buscar orientações para realizar caminhadas e exercícios leves.
Quando confirmada a doença, a grávida precisa receber atendimento especializado, vindo de uma equipe multidisciplinar que irá orienta-la sobre como deve ser realizado o tratamento e quais medicamentos utilizar. Vale ressaltar que esta equipe precisa ter experiência em relação a DG para que se consiga eficácia na terapêutica. O monitoramento das doentes deve ser feito a cada 15 dias até que se completem a 36ª semana de gestação. Após esse período, o acompanhamento deve ser feito semanalmente. O tratamento inclui várias etapas, que vão desde o uso de medicamento, cuidados com a nutrição até a prática de atividade física. A atividade física inclusive é considerada como parte da terapêutica e as grávidas portadoras da DG devem ser encorajadas a praticar, uma vez que não tem contra indicação na obstetrícia quando praticada de maneira correta e acompanhada de um profissional. No caso de se tratar de uma gestação complicada com DG se faz necessário a avalição da tensão arterial para assim ser possível detectar, com antecedência, uma possível síndrome de hipertensão.
Cerca de 30% das portadoras da doença necessitaram utilizar insulina e o recomendado e a utilização de insulina NPH ou outra que tenha ação rápida para estabelecer a normoglicemia e também evitar a macrossomia do feto. Porém, quando a paciente for iniciar a utilizar a insulina e para que o faça com segurança, e necessário que a técnica seja ensinada por um profissional apto, uma vez que será necessário repassar a ela técnica para administração bem como evitar crises de hipoglicemia.
Após o nascimento da criança é recomendado o aleitamento materno e se houver hiperglicemia a insulina pode ser utilizada, existem estudos de cunho cientifico que relatam a relação entre o aleitamento materno e a prevenção contra o DM tipo 2, entre mães e filhos com DMG.
Apesar de juntarmos todas as fichas de pacientes gestantes no ano de 2015, pudemos verificar que as informações são escassas e que não existe um controle exato do número de grávidas com diabetes gestacional. Para que pudéssemos apresentar dados mais consistentes seria necessário ter a disposição informações como altura das pacientes para assim delimitarmos o Índice de Massa Corporal (IMC) de cada uma, entretanto estes dados não estavam disponíveis. Observamos também um fator preocupante: várias mulheres em fase ainda bastante jovem já estão com sopre-peso. Outras ainda já sofreram aborto, enquanto outras relataram depressão.
O quadro abaixo é resultado de dados obtidos junto a Secretaria Municipal de Saúde do município de Sinop/MT. Nele contêm informações como o peso da paciente, idade e pressão arterial (P.A). Os dados extras que conseguimos obter são casos de aborto e se a paciente sofre de depressão.
PESO |
IDADE |
P.A |
99 KG |
29 ANOS |
140X100 |
98 KG |
30 ANOS |
120X70 |
61 KG |
38 ANOS |
120X70 |
127 KG |
20 ANOS |
120X80 |
122 KG |
20 ANOS |
150X100 |
117 KG |
20 ANOS |
160X100 |
73,4 KG |
23 ANOS |
80X60 OBS: 02 ABORTOS |
112,5 KG |
24 ANOS |
113X80 |
83,4 KG |
18 ANOS |
140X80 OBS: 01 ABORTO |
110 KG |
24 ANOS |
120X80 |
105,5 KG |
23 ANOS |
130X80 |
105,5 KG |
22 ANOS |
120X60 OBS: DEPRESSÃO |
94,5 KG |
22 ANOS |
110X60 |
81,1 KG |
25 ANOS |
120X80 |
77 KG |
23 ANOS |
110X70 |
82 KG |
24 ANOS |
120X70 |
78,8 KG |
23 ANOS |
109X70 |
79,9 KG |
23 ANOS |
100X60 |
70 KG |
23 ANOS |
100X60 |
82 KG |
23 ANOS |
110X70 |
112 KG |
31 ANOS |
130X80 |
66,5 KG |
34 ANOS |
90X60 OBS: ABORTO E DEPRESSÃO |
73,1 KG |
28 ANOS |
100X60 OBS: ABORTO |
109 KG |
17 ANOS |
120X80 |
95 KG |
29 ANOS |
140X100 |
87 KG |
26 ANOS |
120X80 |
Quadro de gestantes com diabetes gestacional na cidade de Sinop no ano de 2015
Apesar de juntarmos todas as fichas de pacientes gestantes no ano de 2015, pudemos verificar que as informações são escassas e que não existe um controle exato do número de grávidas com diabetes gestacional. Para que pudéssemos apresentar dados mais consistentes seria necessário ter a disposição informações como altura das pacientes para assim delimitarmos o Índice de Massa Corporal (IMC) de cada uma, entretanto estes dados não estavam disponíveis. Observamos também um fator preocupante: várias mulheres em fase ainda bastante jovem já estão com sopre-peso. Outras ainda já sofreram aborto, enquanto outras relataram depressão.
Gráfico I
1. Considerações finais
Ao chegarmos ao final desta pesquisa podemos ter uma noção mais clara das implicações referentes ao Diabetes Gestacional. Conseguimos identificar alguns fatores de risco e termos a perceptibilidade do quanto as pessoas ainda são acomodadas quando se trata de uma doença que pode comprometer tanto suas vidas quanto as de seus bebês. É notório que muita informação ainda precisa ser repassada, principalmente para pessoas de menos acesso e poder aquisitivo, mas é indispensável que as pessoas se conscientizem de que podem estar sofrendo com este mal através da observação dos fatores predisponentes citados no decorrer do trabalho. Em relação à pesquisa realizada no município de Sinop/MT identificamos algumas falhas do Sistema de Saúde quanto ao processo de obtenção e arquivamento de dados tão relevantes. Algumas fichas estão incompletas e informações como altura, por exemplo, não foram encontradas. Contudo, conseguimos identificar algumas pacientes com risco maior em relação a doença, como aquelas que apresentam sobrepeso e hipertensão. Esperamos que, a partir deste trabalho, consigamos mostrar às pessoas o quanto é importante adotar hábitos saudáveis e fazer um monitoramento regularmente. Também se espera que a Secretaria Municipal de Saúde consiga melhorar seus trabalhos e obter o máximo possível de informações que serão, sem dúvidas, importantes para que consigam prevenir outros casos e monitorar os já existentes de forma mais incisiva.
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[2] Graduando do curso de Farmácia – FACISAS – Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Sinop.