Buscar artigo ou registro:

 

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Daiany Cardozo Gonçalves
Adriane Gavlik dos Santos
Conceição Andréa de Menezes Fernandes
Fabiana Carneiro Sandri
Sidney José Ribeiro

 

 

RESUMO

 

O presente trabalho visa abordar a importância do lúdico na educação infantil na faixa etária de 4 a 5 anos. Buscando e incentivando a criança a compreender a importância de jogos e brincadeiras como recurso de aprendizagem, bem como sua contribuição na construção do conhecimento infantil através de estimulação necessária na produção de sua aprendizagem. O trabalho sobre a importância do lúdico na educação infantil, é destinado para a docência, e, o mesmo busca fazer com que os alunos descubram na brincadeira uma forma de aprendizagem prazerosa. Entende-se que o lúdico pode ser importante na aprendizagem e, através do mesmo a criança aprende brincando e adquiri conhecimentos. O mesmo tem o objetivo de desenvolver a imaginação, a comunicação, expressão, observação, atenção e socialização do aluno.

 

 

Palavras-chave: Aprendizagem. Conhecimento. Importância. Lúdico.

 

 

Introdução

 

 

O presente trabalho relatará sobre a importância do lúdico na educação infantil, visando mostrar a necessidade do lúdico na educação de crianças de 4 a 5 anos de idade. A importância deste trabalho sobre o lúdico é mostrar que a criança aprende mais durante as brincadeiras. Onde que com as brincadeiras a aprendizagem é mais prazerosa.

A necessidade do lúdico na educação infantil é muito importante para o aluno. Os professores questionam, como darão continuidade na educação de uma criança sem o lúdico. Pois se tem a brincadeira como uma ferramenta de ensino, por que não utilizar este método de ensino, deve ser levado em consideração que o aluno, irá se interessar e terá muito mais prazer em aprender.

O professor deve auxiliar este aluno, para que se desenvolva intelectualmente, aprenda mais, pois a criança vive em um mundo de fantasia, imaginação, encantamento, alegria e sonhos que se confundem com sua realidade, tendo os jogos e brinquedos fazendo parte de seu mundo.

Entende-se que através do lúdico a criança cria e recria o mundo ao seu entorno, sendo o lúdico uma das formas de linguagens que a criança utiliza para interagir consigo, com os outros e para compreender o mundo ao seu redor. O lúdico faz parte do mundo das crianças e é considerado recurso indispensável junto aos pequenos.

Este artigo foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica, tratando-se de levantamento, seleção e análise de textos já publicado de vários autores sobre a importância do lúdico na educação infantil, sendo eles: Vygotsky, Jean Piaget, Tisuko Morchida Kishimoto, PCN e Diretrizes entre outros.

 

 

Desenvolvimento

 

 

O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo”, isso de acordo com Suzuki et al (2012). Se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo, (ALMEIDA). O lúdico faz parte do mundo infantil de todo ser humano, com o brincar a criança aprende, experimenta, inventa, descobre e vai além de suas habilidades.

Segundo VYGOTSKY, a brincadeira possui três características: a imaginação, a imitação e a regra. Elas estão presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis, tanto nas tradicionais, naquelas de faz-de-conta, como ainda nas que exigem regras (BERTOLDO, RUSCHEL).

O jogo pode ser visto como: resultado de um sistema linguístico que funciona dentro de um contexto social; um sistema de regras e um objeto. Na imaginação o sentido do jogo depende da linguagem de cada contexto social. Enquanto fato social, o jogo assume a imagem, o sentido que cada sociedade lhe dá. É este aspecto que nos mostra porque, dependendo do lugar e da época, os jogos assumem significações distintas.

Na imitação, um sistema de regras permite identificar, em qualquer jogo, uma estrutura sequencial que especifica sua modalidade. Tais estruturas sequenciais de regras permitem diferenciar cada jogo, ou seja, quando alguém joga, está executando as regras do jogo e, ao mesmo tempo, desenvolvendo uma atividade lúdica.

E por fim a regra refere-se ao jogo enquanto objeto. Os três aspectos citados permitem uma primeira compreensão do jogo, diferenciando significados atribuídos por culturas diferentes, pelas regras e objetos que o caracterizam. Através do jogo a criança: libera e concretiza suas energias; tem o poder de transformar uma realidade difícil; propicia condições de liberação da fantasia; que é uma grande fonte de prazer.

E também para Vygotsky (1998), um dos principais representantes do brincar e uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e/ou adultos. Tal concepção se afasta da visão predominante da brincadeira como atividade restrita a assimilação de códigos e papéis sociais e culturais, cuja função principal seria facilitar o processo de socialização da criança e a sua integração à sociedade.

O jogo é, por excelência, integrador, há sempre um caráter de novidade, o que é fundamental para despertar o interesse da criança, e a medida em que joga ela vai se conhecendo melhor, construindo interiormente o seu mundo, é uma atividade que envolve meios propícios à construção do conhecimento.

A ludicidade, é tão importante para a saúde mental do ser humano, é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.

O lúdico possibilita o estudo da relação da criança com o mundo externo, integrando estudos específicos sobre a importância do lúdico na formação da personalidade da criança. Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e o mais importante, a criança vai se socializando com os demais colegas.

Para Vygotsky, o brinquedo também tem papel importante na mudança da relação entre o campo da percepção visual (o que ela vê) e o campo do significado e o que ela pensa. É no brinquedo, de acordo com Vygotsky (2007), que o comportamento infantil passa a ser dirigido pelo que determinada ação significa para a criança, e não apenas pela percepção imediata dos objetos. "A criança vê um objeto, mas age de maneira diferente em relação àquilo que vê. Assim, é alcançada uma condição em que a criança começa a agir independente daquilo que vê" (VIGOTSKY, 2007, p.114).

 

Para BENJAMIN (1984),

 

[...] o brinquedo, mesmo quando não imita os instrumentos dos adultos é confronto na verdade não tanto da criança com os adultos, do que estes com as crianças. Pois de quem a criança recebe primeiro seus brinquedos senão deles? [...] há, portanto, um grande equívoco na suposição de que as próprias crianças movidas pelas suas necessidades determinam todos os brinquedos. (BENJAMIN, 1984, p. 17)

 

O autor acima citado considera que o maior sonho da criança seria ser adulta. Os adultos seriam os deuses que ela adora, admira, de quem copiaria os atos e as atividades. Sendo assim, no jogo da criança haveria a sombra do mais velho impulsionando-o, dirigindo-o muitas vezes. Toda a infância é sustentada, impulsionada pelo exemplo do mais velho. O jogo é um brinquedo constituindo-se em um fato social produzido historicamente, culturalmente, um jogo sendo ensinado, um jogo sendo aprendido e um jogo delegado pelos adultos.

O lúdico não está apenas no ato de brincar, está também no ato de ler, no apropriar-se da literatura como forma natural de descobrimento e compreensão do mundo. Atividades de expressão lúdico-criativas atraem a atenção das crianças e podem se constituir em um mecanismo de potencialização da aprendizagem. Atividades lúdicas favorecem o desenvolvimento motor e psicomotor das crianças em suas atividades, principalmente em escolas de pequeno porte.

 

A educação lúdica, na sua essência, além de contribuir e influenciar na formação da criança e do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integra-se ao mais alto espírito de uma prática democrática enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA, 1994, p.41).

Para obter um melhor desempenho da aprendizagem, pode ser através do lúdico. Dentre os inúmeros benefícios uma educação lúdica, pode-se enfatizar algumas: a melhoria da capacidade cognitiva da criança, a potencialização da sua capacidade psicomotora, bem como, da sua capacidade de se relacionar com seus grupos de iguais.

Pode-se dizer que um dos fatores além do genético para se obter o desenvolvimento psicossocial equilibrado do ser humano, considera-se o brincar fundamental. O brincar é essencial e muito interessante na aprendizagem da criança. Por isso o lúdico deve sempre fazer parte da vida do aluno, principalmente na aprendizagem, no conhecimento, no desenvolvimento utilizado na educação infantil.

De acordo cm o referencial curricular nacional da educação infantil (Brasil,1998):

É visível o esforço das crianças, desde muito pequenas, em reproduzir gestos, expressões faciais e sons produzidos pelas pessoas com as quais convivem. Imitam também animais domésticos, objetos em movimento etc. na fase dos dois aos três anos a imitação entre crianças pode ser uma forma privilegiada de comunicação e para brincar com outras crianças. A oferta de múltiplos brinquedos do mesmo tipo facilita essa interação (brasil, 1998, p.21, v.2)

 

A criança se expressa, assimila conhecimentos e constrói a sua realidade quando está praticando alguma atividade lúdica. Ela também espelha a sua experiência, modificando a realidade de acordo com seus gostos e interesses.

O lúdico é de extrema importância para o desenvolvimento do aluno, por ser uma necessidade da criança se utilizar das brincadeiras para vivenciar situações como, por exemplo, de socialização, apropriação de valores e costumes, portanto, situações não somente de prazer, mas também conflituosas.

 

A criação de uma situação imaginária não é algo fortuito na vida da criança; pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em relação às restrições situacionais. O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança opera com um significado alienado numa situação real. O segundo é que, no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço – ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e ao mesmo tempo, aprende a seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-se a regras e, por conseguinte renunciando ao que ela quer, uma vez que a sujeição a regras e a renúncia a ação impulsiva constitui o caminho para o prazer do brinquedo. (VYGOTSKY, 1998, p. 130)

 

O lúdico é o meio facilitador da alfabetização, pois a criança que tem uma infância bem estruturada adquire segurança de si própria. A alfabetização, com base nas atividades lúdicas, é muito prazerosa, tanto para o professor como para a criança.

As atividades lúdicas tornam-se significativas à medida que a criança se desenvolve. Com livre manipulação de materiais, ela passa a reconstruir e reinventar as coisas, o que exige uma adaptação da criança. Essa adaptação é possível a partir do momento em que ela própria evolui internamente, transformando essas atividades lúdicas, que é o concreto da vida dela, em linguagem escrita, que é o abstrato.

Piaget (1976, p.48) afirma que o jogo é uma atividade influente para o exercício da vida social e da atividade construtiva da criança. É possível observar que todo jogo, mesmo os que envolvem regras ou uma atividade corporal, abre espaço para a imaginação, a fantasia e a projeção de conteúdos afetivos, além de toda a organização lógica implícita. Por isso “deve-se compreender as manifestações simbólicas dessas atividades lúdicas e procurar-se adequá-las às necessidades das crianças”.

Para ela, o contato com o objeto ou brinquedo já não consiste em um simples exercício do esquema, mas na compreensão do objeto em si e sua relação com ela mesma. A criança dominará a qualidade dos objetos, somente através de sua relação com eles. Ela tem de experimentar, sentir, cheirar, ouvir e manipular os objetos até que os conheça tão bem que não necessite mais tê-los fisicamente presentes para saber como são e como se comportarão em grande variedade de circunstâncias. Significa que a criança progride da necessidade de experimentar alguma coisa para a habilidade de pensar sobre ela.

Por isso a criança deve experimentar brinquedos e brincadeiras diferentes, pois é através destes que ela aprenderá e terá domínio sobre tudo que ela ver e tocar. Pois este comportamento já é o início do surgimento de primeiras condutas inteligentes da criança.

Esta é a grande importância do lúdico na educação infantil, na educação da criança. Interessante notar que embora Piaget não tenha ligação direta com a Pedagogia, seus estudos foram sobre a Epistemologia Genética, a teoria do conhecimento, que mais tarde contribuíram significativamente para a Pedagogia e para outros teóricos.

 

 

Conclusão

 

Por meio deste estudo percebeu-se que as definições de brincar, jogo e brincadeira em um ambiente lúdico, a ludicidade é de extrema importância para o crescimento integral das crianças, sendo o jogo um fator básico em seu desenvolvimento. Apesar da importância das diferenças conceituais, dentro do ambiente lúdico elas têm praticamente o mesmo propósito que é possibilitar o desenvolvimento das crianças, pois a infância é marcada por muitas brincadeiras que colaboram para o aprendizado do aluno.

O lúdico proporciona a criança um desenvolvimento sadio e harmonioso, brincando a criança aumenta sua autoestima e independência, estimulando-a assim através de brincadeiras as crianças criam, recriam e repensam novos acontecimentos do seu imaginário para aprender que acontece no brincar, desenvolvendo assim o aprender de forma lúdica.

A atividade lúdica é uma prática que renova e inova o trabalho na educação infantil, promove a criança um ambiente escolar, uma harmonia entre o fazer pedagógico e a aprendizagem infantil, pois se organiza o processo de ensino e aprendizagem em uma rotina mais prazerosa, proveitosa e significativa para a criança.

Por meio deste estudo conclui-se que para trabalhar a partir do lúdico requer entender o que a criança necessita para se desenvolver, e tenhamos educadores, gestores e demais profissionais envolvidos no processo educativo, compreendendo e ajudando o aluno em seu conhecimento. A ludicidade faz parte do aprendizado, onde se possibilita um repertório de desenvolvimento, seja na parte cognitiva, quanto na social, biológica, motor e afetiva

 

 

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Anne. Ludicidade como instrumento pedagógico. Disponível em:

http://www.cdof.com.br/recrea22.ht

 

BENJAMIN, W. Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação. São Paulo: Sumos, 1984.

 

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil/Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental - Brasília: MEC/SEF, volume: 1e2, 1998.

 

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos, brinquedos, brincadeiras e educação. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

 

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.

 

SUZUKI, Juliana telles Faria Ludicidade e Educação/-Pearson Education no Brasil, 2012.

 

VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998

 

 

 

1 Coloque aqui o seu mini currículo.