Buscar artigo ou registro:

A Concepção dos Professores da EJA no Ensino-Aprendizagem de Química

Fabiana Carneiro Sandri[1]

Adriane Gavlick dos Santos[2]

Conceição Andrea de M. Fernandes[3]

 

Resumo

Considerando que aos alunos da modalidade de ensino, a EJA (Educação de Jovens e Adultos), possuem um perfil sócio cultural diferenciado, requerem um olhar atento dos demais alunos do ensino regular. Diante desta percepção, foi então que na busca de contribuir com o ensino - aprendizado de Química surgiu questões que nortearam este trabalho de pesquisa. Voltado para a identidade cultural de cada educando da EJA, esta referida pesquisa objetiva analisar a concepção dos professores da EJA no ensino-aprendizagem de Química, como também verificar o comprometimento desses educadores diante da inclusão dos alunos no contexto escolar uma vez que os mesmos possui uma identidade cultural própria, analisar o papel e a visão do educador frente a elaboração e planejamento das aulas a serem ministradas aos alunos desta modalidade que garanta o seu desenvolvimento intelectual, oportunizando qualidade de vida.

Palavras-chave:  Aluno. Professor. Ensino- Aprendizagem.

 

Abstract

Whereas students the type of education, EJA (Youth and Adults), have a different socio-cultural profile, require a watchful eye from the other regular students. Given this perception, it was then that the pursuit of contributing to the teaching - learning chemistry arose questions that guided this research. Facing the cultural identity of each student EJA, that this research aims to analyze the concept of the professors of adult education in the teaching-learning chemistry, but also verify the commitment of these educators on the inclusion of students in the school context since they have its own cultural identity, analyze the role and vision of the educator in the development and planning of lessons to be taught to students of this modality to ensure their intellectual development, providing opportunities for quality of life.

Keywords: Student. Teacher. Teaching and learning.

 

Introdução

O referido trabalho tem como tema a concepção dos professores da EJA no Ensino-Aprendizagem de Química, voltada primordialmente aos sujeitos mais importantes envolvidos para o sucesso desta pesquisa, o educador e o discente.

Diante desta perspectiva, levantaram-se questões que direcionaram este trabalho:

·  Os educandos como sujeitos críticos, sabedores de conhecimentos prévios estão desenvolvendo-se intelectualmente diante do que lhes está sendo proposto em sala de aula?

·  Como se procede o Ensino-Aprendizagem de Química na Concepção dos professores da EJA?

·  Os educadores possuem comprometimento diante do processo de inclusão social no espaço escolar, e estão embasados nos documentos que regulamentam a EJA?

Quando se trata da modalidade de ensino EJA (Educação de Jovens e Adultos), comparando-se com as demais modalidades oferecidas na educação requer um olhar diferenciado no processo de ensino-aprendizagem nas diversas áreas do saber, em particular na disciplina de Química. Nesta percepção o professor como mediador do conhecimento ao organizar o currículo e suas aulas, deve a primórdio considerar que os educandos da EJA possuem um perfil sociocultural próprio e diferenciado dos alunos do ensino regular e desta forma, requerem que o processo educacional reconheça as características do seu público de jovens e adultos. Diante desta percepção de ensino na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos), voltada a identidade cultural de cada educando , foi então que surgiu a necessidade de compreender o comprometimento dos educadores com a política de inclusão  no espaço escolar, analisar o desenvolvimento intelectual dos educandos como sujeito críticos, sabedores de conhecimentos básicos em Química buscando  saber se o que lhes está sendo proposto em sala de aula condiz com suas necessidades e anseios.

Autores renomeados demonstram preocupações evidenciadas referentes aos educadores em conhecer as especificidades e funções da EJA após estarem inseridos nesta modalidade, permitindo seu acesso e permanência na escola. Segundo Oliveira,

É inegável que cada vez mais se aumenta a preocupação em se efetivar uma educação de qualidade a nossos Jovens e Adultos que não tiveram acesso a escolarização na idade adequada, esses valores ainda são negados aos educandos da EJA, pois ao se inserirem em um ambiente educacional suas expectativas são frustradas   por todo um sistema que não contribui para a libertação desta modalidade de ensino. (OLIVEIRA, p. 40, 2007)

Compreendendo este universo, essa pesquisa objetiva  analisar a concepção dos professores da EJA no Ensino-Aprendizagem de Química, frente as interligações entre professor a aluno.

Em relação ao tipo de pesquisa para alcançar os objetivos almejados pode considerá-la de duas formas, pesquisa bibliográfica embasados em autores renomados que dão sustentação ao presente trabalho, e estudo de caso, ressaltando a parte prática deste referido trabalho.

 

Desenvolvimento

No desenvolvimento e a evolução da sociedade humana, a educação como um todo e em especial a de jovens e adultos para que se entenda torna-se imprescindível o seu estudo, pois é através deste que se torna possível a compreensão de como a educação atingiu o patamar que hoje se encontra, esse traz aspectos históricos de educação o qual teve seu princípio no Brasil com o início da colonização, este período foi marcado ao longo de sua história pela ineficaz políticas públicas que não atendiam as demandas e necessidades de seu público, passando pelo período Brasil Colônia dominada pelos jesuítas que visavam a fé católica. Neste período não obteve tanta importância devido as atividades econômicas da época não exigirem o domínio da escrita e leitura para a efetivação do trabalho, mas somente com a expulsão do jesuíta no período imperial teve relevância no processo da aquisição da escola no Brasil, a partir do Ato Adicional de 1834, torna-se responsável pela educação primária e secundária estabelecendo políticas de instrução para jovens e adultos. No entanto depois deste período para acabar com o analfabetismo a evolução educacional ocorre de forma lenta, mas foi se fortalecendo com o passar dos anos advindo por várias reformulações específicas ao seu tratamento metodológico. Mas somente no ano 2000 quando o Governo federal no parecer 11/2000 CNE/MEC institucionaliza a educação de jovens e adultos como modalidade de ensino voltada para as necessidades e especificidades de sua clientela. Em Mato Grosso a efetivação da EJA deu-se através da resolução180/2000 onde oferecia autonomia de amparo para criar um ambiente favorável as necessidades e anseios dos jovens e adultos.

Esta modalidade é voltada para identidade histórica cultural dos discentes, que têm como foco primordial a formação de cidadãos críticos e capazes de tomar suas próprias decisões, contudo, busca garantir a luta pela sobrevivência, conhecer e entender o mundo em que o cerca. Desta forma o conhecimento químico propicia o desenvolvimento científico-tecnológico que se mostraram importantes para diversas áreas do conhecimento, aprender e entender a química é uma necessidade social cujas decorrências têm alcance econômico, político e também social. Logo, percebe-se que estudar a disciplina química é uma necessidade e constitui-se também no direito de todo cidadão, pois para exercer coerentemente a cidadania é de suma importância saber as aplicações cotidianas através de transmissão de informações. Emergindo a importância do ensino da química em todas as modalidades oferecidas de ensino, e na Educação de Jovens e Adultos o ensinar a química pode vir a ser complexo, uma vez que esses discentes trazem consigo uma bagagem de conhecimento prévio informal.

Portanto o professor como mediador do conhecimento deve estar devidamente preparado ás variadas revelações de aprendizado por parte dos discentes e na EJA essas revelações serão positivas quando trabalhadas em conjuntas entre professor e aluno, deste modo quando o professor consegue conquistar a confiança dos educandos, influencia diretamente no processo de aquisição de sua aprendizagem. As atitudes do professor em relação aos alunos são de suma importância, pois os discentes colocam todas as suas expectativas de aprendizagem no docente, que refletem em seu rendimento escolar. Se as atitudes no tratamento tido pelo professor evidenciarem frieza e distância estabelece sentimentos de baixa-estima no aluno, mas se por outro lado o professor estabelece uma relação com o discente de afeto e aproximação, motiva o aluno a estudar e a frequentar o ambiente escolar.

Para Hamachek (1979, p.197):

“Os professores podem ajudar os alunos a reconhecer suas forças e possibilidades ou podem lembrar os estudantes reiteradas vezes de suas fraquezas e falhas.”

Os alunos da EJA buscam na escola, melhoria da condição de vida e a frequentam na esperança de obterem uma vida mais digna, um futuro melhor para sua família. Sendo assim, visando a necessidade da transformação da história do ser humano, a sociedade, a família, professores e todos os que diretamente estão envolvidos com o processo educativo, devem projetar uma linha pedagógica objetiva e construtiva capaz de garantir a formação coerente do indivíduo, desenvolvendo capacidades cognitivas, afetivas, motoras e éticas que contribua a uma aprendizagem significativa.

Outro ponto que deve ser ressaltado é que os alunos da EJA , são alunos que necessitam de um olhar diferenciado dos demais alunos do ensino regular, muitos destes ficaram anos afastados do ambiente escolar em meio a tantas dificuldades encontradas como: necessidade de trabalhar período integral para ajudar no sustento da família, a desestruturação familiar, entre outras dificuldades,  trazem e levam consigo muitas dificuldades de aprendizagem pois são sabedores de conhecimentos prévios, voltam para a escola numa perspectiva de mudança social  e quando o  ensino  que lhes está sendo proposto em sala não condiz com suas expectativa e  não conseguem acompanhar e desenvolver-se intelectualmente sentem-se constrangidos, acarretando  na evasão, abandonam o processo escolar, sujeitando-se a aceitar qualquer oportunidade de trabalho para garantir seu sustento, contribui para a exploração da sociedade de mão de obra barata, presente no sistema capitalista, refletindo assim negativamente na melhoria de vida do cidadão. Evidenciada por LOCH.

O trabalho pedagógico com jovens e adultos, que necessitam ter voz e acreditar em si próprios, vai interver no terreno social na medida em que as atividades, os conteúdos e a avaliação em EJA propiciem recursos e ferramentas aos educandos para que tenham mais visibilidade social e para que considerem que seu destino não está selado, que sua história não está acabada: não apenas a história individual, mas a coletiva. ( LOCH, p.22)

No entanto, o sentido de aprender química se torna mais significativo quando o professor tem comprometimento com o aprendizado do aluno e interliga entre a disciplina o cotidiano do educando e também quando é integrada a outras áreas do conhecimento, esta, por sua vez torna-se instrumento constante de construção.  O PCN (1999, p.68) afirma: “Em primeiro momento, utilizando-se a vivência dos alunos e os fatos do dia-a-dia, a tradição cultural, a mídia e a vida escolar, busca-se reconstruir os conhecimentos químicos que permitiriam refazer essas leituras de mundo, agora com fundamentação também na ciência.”

Uma vez que esta interligação, entre a disciplina de química e demais que estão sendo trabalhadas não ocorra com a realidade do aluno, o processo de educação torna-se mecanizado, e pode recair a responsabilidade sobre o professor, pois o mesmo deve rever seus conceitos e metodologias, buscando sempre aprimoramento profissional adequado como cursos especializados para atender a clientela da EJA, assim desenvolver um bom trabalho visando a melhoria e qualidade de ensino.

O aluno e o professor são protagonistas do processo de aprendizagem. Cada um desempenha um papel, com objetivos diferentes. O aluno tem o objetivo de aprender e o professor, como mediador do processo, o objetivo de contribuir para a construção desse conhecimento.

Sabe-se que não existe um roteiro certo, uma receita a ser seguida para que os professores garantam o aprendizado de que seus alunos. No entanto há alguns pressupostos importantes que necessitam ser considerados no processo de aprendizagem; entre eles está a arte de planejar, podendo ajudar na reflexão sobre como proceder para que a aprendizagem aconteça. Embasado na teoria de Cunha (2004) relata, em uma pesquisa feita com professores sobre suas práticas pedagógicas, direcionado ao planejamento que:

Mais da metade dos professores ouvidos referiu-se, ao descrever sua prática pedagógica ao planejamento. Alguns afirmam que o planejamento é para eles muito necessário e se sentem bastante seguros quando desenvolvem de forma planejada o seu ensino.  (CUNHA, 2004, p.115).

Cabe ao professor, organizar e escolher previamente os conteúdos necessários para uma determinada atividade, considerando que isto também faz parte do seu planejamento e auxilia na promoção da aprendizagem. O contato com as atividades diversificadas envolvendo materiais concretos, computadores, livros, experimentos químicos, podem ainda proporcionar aos alunos da EJA uma interação com o meio social existente fora da escola, pois com isso o aluno criará autonomia para enfrentar os desafios que a vida se encarrega de proporcionar.

O domínio do conteúdo, o conhecimento do conteúdo e as estratégias utilizadas pelo professor, fazem com que o aluno deposite confiança e segurança no aprendizado. A forma como o professor interage com o aluno e acredita em sua capacidade faz com que as aulas se tornem interessantes e estimula a participação dos alunos nas atividades desenvolvidas.

Cunha (2004, p165), afirma que os alunos não apontam como melhores professores os chamados “bonzinhos”. Ao contrário, o aluno valoriza o professor que é exigente que cobra participação e tarefas. A autora explica também, que é fundamental que os professores consigam conhecer o que os alunos sabem sobre o objeto de conhecimento a ser ensinado e aprendido, pois é a partir da possibilidade de relacionar o novo conhecimento com o conhecimento que possui é que a aprendizagem ocorre.

Assim, quando o professor se inteira quanto aos conhecimentos prévios de seus alunos, pode planejar situações didáticas que possibilita a aprendizagem, ou seja, que permitam com que o aluno consiga estabelecer relações substantivas e não arbitrárias entre o que aprendeu e o que já conhecia.

Referente a este assunto Cunha (2004, p.110), alerta: “[...] a ideia de prática nem sempre é a mesma. Alguns professores, quando se referem à prática, falam daquilo que é familiar, do cotidiano do aluno, de suas experiências”.

E deste modo, o professor deve colocar o aluno diante de uma realidade que o instigue a tomar decisões e de aperfeiçoar conhecimentos e valores, devendo tornar o estudante da EJA capaz de compreender e assim apreciar o conhecimento adquirido como instrumento de evolução para os problemas atuais da realidade que o cerca e, a partir disso projetar soluções para os problemas surgidos e usar o raciocínio para compreender o mundo nas diversas situações do dia a dia.

 

Conclusão

 Esta pesquisa buscou analisar a concepção dos professores da EJA no Ensino-Aprendizagem de química e o comprometimento dos mesmos com a garantia de acesso dos educandos na escola.

Diante desta pesquisa realizada pode-se diagnosticar que os professores atuantes com os alunos desta modalidade não fizeram cursos específicos para trabalhar a química, em se tratando das dificuldades trazidas pelos discentes os entrevistados foram claros quando falaram que os alunos apresentavam dificuldades ressaltando ter entre as discentes exceções. Dificuldades como fora dito tanto na própria disciplina de química, como também essas trazidas pelo fato de estarem muitos nos afastados da sala de aula, visto que este é mais um obstáculo a ser superado em conjunto entre professores e alunos.

É válido ressaltar que o conhecimento químico e o resgate do processo histórico-cultural são de fundamental importância e imprescindível para que o aprendizado ocorra. Desta forma com especificidades tão particular como a modalidade EJA o processo de ensino-aprendizagem de química deve procurar entender a evolução escolar e as diversificadas vivências dos discentes na construção do conhecimento e o professor como mediador desse processo atua coerente com suas concepções de ensino.

Contudo, aos considerarmos as concepções de educação através das falas dos entrevistados, ficou claro que se faz necessário uma formação específica, esta inicial como continuada para atuar com a modalidade de ensino da EJA na disciplina da química. A aprendizagem depende de vários fatores, entre eles destacam-se a relação professor X aluno, a metodologia utilizada, o aspecto afetivo emocional, as condições de trabalho dos professores, os problemas afetivos que trazem para sala de aula.

A busca constante do aprimoramento profissional, o desejo de construir, superar as dificuldades e o comprometimento profissional traz benefícios à educação e ganho ao aluno, pois resulta num ensino de qualidade, com um professor que sabe o que quer e acredita na mudança de posturas e ações para uma educação com melhores índices de conhecimento e permanência dos alunos na escola. Assim o sucesso da aprendizagem será notório, e ambos saem ganhando, professores e alunos.

 

Referências

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura; Parecer 11/2000 CNE/CEB , Conselho Nacional De Educação / Câmara de Educação Básica, 2000.

 

CUNHA, Maria Isabel da. O bom professor e sua prática, 16. ed. Campinas SP: Papirus, 2000.

 

FREIRE, Madalena. A paixão de conhecer o mundo: relatos de uma professora. 7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989. 123 p.

 

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 42. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

 

FREIRE, Paulo. – Pedagogia da autonomia- saberes necessários a prática educativa – São Paulo, ed. Paz,1997.

 

FREIRE, Paulo e Shor, Ira. Medo e ousadia. O cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.

 

HAMACHEK, Dom E. Encontros com Self, influência e interação social. 2. ed. Rio de Janeiro: intramericana, 1979.

 

PCN, Parâmentros Curriculares Nacionais: Ensino Médio: Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias/Ministério da Educação/Secretaria de Educação. -Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação média e Tecnológica, 1999.

 

LUFT, Celso Pedro. Minidicionário de Língua Portuguesa. Ministério da Educação. PNLD.  Editora Ática: 2002.

 

LOCH, Jussara Margareth de Paula; BINS Katiuscha Lara Genro; CHRISTOFOLI  Maria Conceição Pillon, VITÓRIA Maria Inês Côrte, MORAES Salete Campos de, HUERGA  Susana. EJA planejamento, metodologia a avaliação: Editora Mediação-  Porto Alegre, 2009.

 

PORCARRO, Rosa Cristina, A História da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, <www.dpe.ufv.br> ultimo acesso 04 setembro. 2013.

 

LOPES, Selva Paraguassu; SOUSA, Luzia Silva, EJA: uma educação possível ou mera utopia. <www.cereja.org.br> último acesso 22 agosto. 2013.

 

ROQUE FARIA, Helenice Joviano; DA SILVA, Rosana Rodrigues (Org) Competência na/ da EJA . – Cáceres MT: Editora UNEMAT, 2009.

 

_____________. Educação e mudanças. 23. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.



[1] Formada em licenciatura plena em Matemática, pós-graduada em Física, Química e Matemática.

[2] Graduada em Pedagogia, Pós graduada em Educação Especial.

[3]  Formada em licenciatura plena em Matemática. Pós graduada em Física, Química e Matemática.