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 LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ESTUDO DE CASO PARA O MUNICÍPIO DE SINOP/MT

 

Magali Regina Trevisol

 

RESUMO

O lúdico é entendido como uma ferramenta de aprendizagem prazerosa, que proporciona à criança uma independência e segurança, prepara para uma vida social, além de ajudar na formação cognitiva. A identidade institucional e regional pode ser aperfeiçoada a medida que os educadores expõem suas experiências profissionais, opiniões e discutem teorias orientadoras. Desta forma, é importante reconhecer e entender o perfil e perspectivas dos profissionais sobre a ludicidade na educação infantil, como forma de buscar um aprofundamento e compreensão sobre o tema. Como exposto, o presente trabalho tem como objetivo abordar a importância do lúdico no processo de ensino e aprendizagem na Educação Infantil segundo uma perspectiva de professores do município de Sinop, Mato Grosso e avaliar o perfil e conhecimentos dos professores com relação ao assunto. Para tanto, o estudo foi orientado a partir de técnicas de pesquisa qualitativa e quantitativa, através da realização um de questionário constituído de perguntas fechadas e abertas, na rede municipal de ensino da cidade de Sinop/MT. Os resultados demonstraram que apesar da heterogeneidade relacionada a idade, o tempo de formação e experiência na docência, os professores apresentam opiniões semelhantes em relação ao lúdico e sua importância na educação infantil, sendo que, todos afirmaram trabalhar com elementos lúdicos nas aulas e que tal ferramenta é significativa para a aprendizagem das crianças. Desta forma, conclui-se que o educador ocupa o papel principal como mediador do ensino-aprendizagem de forma prazerosa através de atividades lúdicas, e que, entre os entrevistados, todos os educadores demonstraram reconhecer esse fato e buscarem formas para exercer tal papel no desenvolvimento das crianças.

 

Palavras Chave: Desenvolvimento Infantil, Aprendizagem, Primeira Infância, Educação.

 

ABSTRACT

 

Play is understood as a pleasurable learning tool, which provides the child with independence and security, prepares for a social life, and helps in cognitive training. Institutional and regional identity can be improved as educators expound their professional experiences, opinions, and discuss guiding theories. Thus, it is important to recognize and understand the profile and perspectives of professionals about playfulness in early childhood education, as a way of seeking a deepening and understanding about the theme. As stated, the present work aims to address the importance of play in the teaching and learning process in Early Childhood Education from a perspective of teachers from the municipality of Sinop, Mato Grosso and evaluate the profile and knowledge of teachers in relation to the subject. For this, the study was guided by qualitative and quantitative research techniques, through a questionnaire consisting of closed and open questions in the municipal teaching network of the city of Sinop / MT. The results showed that despite the heterogeneity related to age, time of formation and experience in teaching, teachers present similar

 

 

opinions regarding play and its importance in early childhood education, and all of them stated that they worked with playful elements in class and that tool is meaningful for children's learning. In this way, it is concluded that the educator plays the main role as mediator of teaching-learning in a pleasurable way through play activities, and that among the interviewees, all educators have demonstrated to recognize this fact and to seek ways to play such a role in development of children.

 

Keywords: Child Development, Learning, Early Childhood, Education.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Com a publicação da Constituição de 1988 (BRASIL, 1998), a educação infantil passou a desempenhar papeis importantes dentro da formação das crianças, anteriormente vista como uma forma de atender à necessidade familiar, cuja mãe carece de um ambiente para deixar o filho enquanto trabalha, passa a atender a esta criança em todas as necessidades essenciais ao seu desenvolvimento (DANTAS, 2015).

Em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no seu artigo 29, determinou que a educação infantil, deve promover o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 1996), nascendo uma nova concepção de educação, onde as escolas devem não apenas acolher, mas tem também proporcionar o desenvolvimento destas crianças, tendo como eixos o cuidar e o educar (OSTETTO, 2017).

A partir de então, aparecem as preocupações e interesses relacionados ao desenvolvimento e aprendizado das crianças, sendo realizadas pesquisas relacionados a efetivação desses direitos e formas para facilitar a aprendizagem nesse período. Nesse sentido, o lúdico passa a ser visto como uma ferramenta de aprendizagem prazerosa, que proporciona à criança uma independência e segurança, prepara para uma vida social, além de ajudar na formação cognitiva (TEIXEIRA, 2009), levando em consideração a necessidade do brincar, nessa etapa da vida, reflete em todas as outras fases da vida da criança, porque é a partir daí que ela desenvolve a sua capacidade de entender pontos de vista diferentes, ampliar a interação, a linguagem, a imaginação e a imitação (MENEZES, 2016).

Diante das questões colocadas a respeito da educação infantil como primeira etapa da educação básica e a implicação do brincar para a formação integral, estabelece-se a pergunta: Qual a importância do lúdico no processo de ensino e aprendizagem na Educação Infantil?

Políticas de valorização da educação infantil são unanimes em reconhecer que a identidade institucional e regional pode ser aperfeiçoada a medida que os educadores expõem suas experiências profissionais e discutem teorias orientadoras, enquanto reflete sobre o sentido de certas práticas didáticas junto as crianças (OLIVEIRA, 2016), desta forma, é importante reconhecer e entender o perfil e perspectivas dos profissionais sobre a ludicidade na educação infantil, como forma de buscar um aprofundamento e compreensão sobre o tema.

Como exposto, o presente trabalho tem como objetivo abordar a importância do lúdico no processo de ensino e aprendizagem na Educação Infantil segundo uma perspectiva de professores do município de Sinop, Mato Grosso e avaliar o perfil e conhecimentos dos professores com relação ao tema.

Para que os objetivos fossem alcançados o estudo foi orientado a partir de técnicas de pesquisa qualitativa e quantitativa (GARCES, 2010), através da realização de uma pesquisa de campo, com questionário constituído de perguntas fechadas e abertas, na rede municipal de ensino da cidade de Sinop/MT, com nove professores de Educação Infantil, aplicando-se questionários com 16 perguntas, que permitiram verificar os indicativos sobre o conceito da ludicidade na educação infantil.

Os dados obtidos através do protocolo de informações pessoais e profissionais foram tabulados e sofreram análise descritiva, possibilitando a descrição global dos participantes desta pesquisa (VITTA; SILVA; MORAES, 2004). Os resultados quantitativos foram avaliados mediante avaliação das respostas, utilizando-se valores absolutos e percentuais (DALFOVO et al., 2008). Adicionalmente, foi realizada uma revisão de literatura, qualitativa e descritiva (GIL, 2009) a fim de elucidar os resultados encontrados.

 

DESENVOLVIMENTO

 

Com relação ao perfil dos professores da educação infantil do município de Sinop, foi observado um campo profissional majoritariamente feminino, como demonstrado na Figura 1, entre os nove participantes entrevistados apenas um correspondia ao sexo masculino, representando a 11% do total. Os entrevistados apresentaram idade média de 37 anos, sendo o mais novo com 29 anos e o mais velho com 48 anos de idade.

 

Todos os entrevistados possuem formação em pedagogia, e destes, 3 afirmaram possuir outra graduação (representando 33% dos entrevistados), sendo estas: administração, inglês e letras. Os resultados mostram uma média de 11 anos de formação entre os professores, sendo o mais antigo formado no ano 2001 e o mais novo professor com término da graduação no ano 2017. Desta forma, observa-se conformidade com a Lei 9394 de 1996 que afirma:

 “ A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil” (BRASIL, 1996, artigo 62).

 Na Figura 2 é possível observar que a grande maioria dos educadores avaliados na presente pesquisa possuem especialização (aproximadamente 67%), sendo citadas: Psicopedagia (mais significativamente), Neuropsicopedagogia, Educação Especial e Literatura Infantil. Assim, torna-se claro que os professores da educação infantil entrevistados, na grande maioria, vem buscando conhecimentos para compreender os processos de desenvolvimento e das aprendizagens humanas, bem como a inclusão destes no meio social (SOARES; SENA, 2012).

 

Sobre a experiência dos professores, 67% destes afirmaram possuir mais de 10 anos no magistério (FIGURA 3), porém, esses valores são menores quando observado a experiência especificamente na educação infantil (FIGURA 4), sendo que, a maior parte destes possuem entre 1 e 5 anos de experiência.

 

Foi relatado que cada professor possui em média 1,33 turmas de educação infantil, sendo que a grande maioria tem apenas uma turma (78% dos entrevistados). Quando questionados sobre quantos alunos estes possuem em cada turma, foi relato que em média são acomodados 20 alunos por turma (com valores variando de 14 a 25 alunos). Apesar do número elevado de crianças por classe, tal variável não foi mencionada como dificuldade ou empecilho para a aplicação do lúdico, sendo que, todos os professores afirmaram que a ludicidade desempenha papel fundamental nas aulas.

De acordo com os dados coletados através desta pesquisa foi possível constatar que, apesar da heterogeneidade relacionada a idade, o tempo de formação e experiência na docência, os professores apresentam opiniões semelhantes em relação ao lúdico e sua importância na educação infantil. Tais resultados corroboram com Corrêa; Bento (2012), que, ao realizarem estudos sobre as opiniões dos professore da educação infantil, também observaram semelhança na forma de pensar dos professores de uma mesma cidade.

Dentre os entrevistados, 100% afirmaram que trabalham com elementos lúdicos nas aulas e que tal ferramenta é significativa para a aprendizagem das crianças. Ao se questionar se a ludicidade é utilizada em forma essencial ou instrumental foi observado que a grande maioria (45%) utiliza de ambas as técnicas, como observado na Figura 5.

Foi possível observar que existe um sensibilidade e conhecimento relacionado a diferença entre o lúdico instrumental e essencial, como pode ser observado em uma das respostas dos entrevistados:

 (...) Existem momentos (que ficam a critério do professor) para utilizar a ludicidade de forma instrumental, para a criança sistematizar o conteúdo, para atingir o objetivo da aula, sem deixar de ser prazerosa. E existem momentos para utilizar a ludicidade de forma essencial, permitindo a livre expressão, imaginação e criatividade da criança (...).

Tal afirmação do entrevistado, está de acordo com Kramer (2009, p. 36):

Há momentos variados da atividade da criança na escola em que o gozo e o prazer são os móveis da atividade lúdica, e o jogo (espontâneo ou dirigido) é só ludicidade mesmo; isso significa, então, que há trabalho (prazeroso) e jogo na escola, tendo ambos aspectos distintos.

Neste sentido, Bacelar (2009) afirma que não basta apenas propor brincadeiras: estas têm que propiciar a vivência de um estado lúdico e não simplesmente assumir o caráter de atividades que sirvam de apoio ao alcance de objetivos para o ingresso no Ensino Fundamental. É indispensável que as atividades propostas na educação infantil possam permitir às crianças o exercício dos seus direitos como pequenos cidadãos, concomitante ao seu desenvolvimento de preparação para o Ensino Fundamental.

De acordo com Maria et al. (2009), ao se referir à contribuição do lúdico para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, existe uma forte presença da abordagem desenvolvimentista de ensino na prática pedagógica da parte dos professores, tais resultados também foram observados no presente trabalho, como se percebe nas respostas da questão aberta “O que é atividade lúdica para você?”

  • É trabalhar com ferramentas que desenvolve a criatividade, a interação, o conhecimento de maneira dinâmica, prazerosa e enriquecendo a metodologia na transmissão do saber.
  •  Representam brincadeiras voltadas para despertar e estimular o desenvolvimento motor e cognitivo, social da criança (…)

Em relação aos conhecimentos sobre a ludicidade, 56% consideram-se em um nível alto, 44% em nível médio e nenhum dos entrevistados se considera com baixo nível de conhecimento sobre o tema (FIGURA 6).

Quando questionados sobre o tempo destinados as atividades lúdicas, 78% afirmaram que utilizam de 1 a 2 horas diárias para esta finalidade (FIGURA 7). Apenas uma pessoa utiliza menos de uma hora por dia para o lúdico, este também foi o único educador a afirmar que o tempo destinado a atividades lúdicas era insuficiente.

 

Quando questionados sobre quais atividades lúdicas eram utilizadas, foram mencionadas 11 (onze) formas diferentes de abordar a ludicidade com as crianças (FIGURA 8), sendo que, as mais empregadas foram: artes (pintar e desenhar), músicas e brinquedos.

Tais resultados vão de acordo com os estudos realizados por Vale (2017), que demonstram a importância da utilização de diferentes ferramentas e abordagens de aprendizado, pois, os o ser humano está constante mudança, e por isso, o mesmo pensamento deve ser aplicado ao processo de aprendizagem. Assim como a personalidade é diferente para cada indivíduo, a forma de aprendizagem também é diversificada. Não cabe, portanto, estruturar um único modelo de ensino e muito menos deve-se colocar freios as outras formas criativas de aprender, pois “o ser humano é original por natureza”

Na pergunta relacionada a qual idade os entrevistados acreditavam que a aprendizagem utilizando a ludicidade seria eficiente, todos afirmaram que tal ferramenta pode ser utilizadas em todas as idades, como demonstra as respostas abaixo:

- Acredito que todo o período escolar, pois conforme a criança vai avançando sua idade podemos utilizar recursos lúdicos mais desenvolvidos e avançados como jogos, sites e softwares e aplicativos.

  • (...) A ludicidade acompanha toda a vida do indivíduo, porém tem ênfase na infância (0 a 12 anos) (...) a ludicidade e a aprendizagem andam sempre juntas.
  • Todas as idades, porém é necessário realizar adaptações para cada fase educacional.

Maria et al. (2009) também relatou a necessidade de adaptação dos professores para as diferentes etapas educacionais ou mediante a necessidade de adaptação a novas tecnologias e informações disponíveis sobre o tema, neste sentido, os autores afirmam ser necessária uma formação continuada para educadores da Educação Infantil a fim de aprimorar a prática pedagógica.

Kramer (2009) também enfatiza a importância do aprimoramento contínuo e atualização pedagógica dos professores como meio de reelaboração e redefinição do currículo numa perspectiva crítica, bem como na prática cotidiana torna-se essencial o acesso aos novos conhecimentos produzidos sobre o tema, representando a possibilidade de renovar, produzir o conhecimento coletivamente, avançando na reflexão e na atuação pedagógica, seguindo em um ciclo de aprendizado e aplicação.

De acordo com Santos (2012), para que este processo ocorra, é necessária tanto à instituição educacional, os educadores e a família, permitir, incentivar, proporcionar e desenvolver o hábito do lúdico considerando como uma das atividades mais importantes para o desenvolvimento da sensibilidade, da memória, da fantasia e da imaginação. É por meio deste contato que a criança adquire vocabulário e conhecimento para fazer sua própria leitura do mundo.

 

CONCLUSÃO

 

Através da pesquisa proposta neste artigo, pode-se compreender melhor o papel do lúdico na educação infantil e a perspectiva dos professores em relação ao tema. De acordo com os relatos pode-se concluir que o lúdico representa um facilitador para o processo de aprendizagem e desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor das crianças.

Todos os professores entrevistados valorizam o lúdico e o veem como um aliado para a aprendizagem de crianças na educação infantil, demonstrando interesse e conhecimento sobre o tema. Em geral, os educadores utilizam de 1 a 2 horas diárias para esta finalidade, sendo a musica, a arte e os brinquedos, as principais ferramentas utilizadas para vincular o lúdico para as crianças.

Desta forma, conclui-se que o educador ocupa o papel principal como mediador do ensino-aprendizagem de forma prazerosa através de atividades lúdicas, e que, entre os entrevistados, todos os educadores demonstraram reconhecer esse fato e buscarem formas para exercer tal papel no desenvolvimento das crianças.

 

REFERÊNCIAS

  

BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Dispõe sobre as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br>Acesso em 04 de maio 2019.

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