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INFORMÁTICA EDUCATIVA NA PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DOS ANOS INICIAS DO ENSINO FUNDAMENTAL


Suelen dos Anjos Gomides

Maria Aparecida dos Reis

Maria Natalina A. P. Lisboa

Sandra Elizete Lenhardt

Francisca Devina D.A. Silva


RESUMO

Este artigo apresenta algumas percepções dos professores acerca das TICs nos anos iniciais do ensino fundamental o contexto histórico da informática como ferramenta educativa, visto que sabemos que a informática foi inserida no contexto educacional com a intenção de melhorar a qualidade da educação ofertada aos estudantes da rede pública de ensino. A pesquisa transcorreu em uma escola pública do município de Juara, na qual tivemos suporte na pesquisa qualitativa, instrumentada com questionários abertos desenvolvidos com quatro professoras que atuam em anos iniciais do ensino fundamental. Mediante o acelerado avanço científico e tecnológico presente em nosso cotidiano, a escola como um espaço de formação tem de estar disposta a integrar esse novo recurso em propostas e práticas pedagógicas, mas nada adianta o professor querer buscar inovações e querer integrar as TICs em suas práticas pedagógicas, e não ter à sua disposição aparatos, recursos e mais investimentos para o uso das TICs na educação, pois somente de boa vontade do professor a melhoria da educação não acontece. Com esta pesquisa percebi que os professores pesquisados consideram importante o uso das TICs em suas práticas pedagógicas, mas ainda sentem necessidade de um maior apoio da parte governamental e dos gestores escolar, no que se refere a formação continuada para poderem utilizar a Informática Educativa sem medo de integrá-la em suas práticas pedagógicas. Mesmo com as dificuldades, os professores usam os recursos da informática com o pouco e, às vezes, nenhuma formação neste quesito. Desse modo, para que se possa obter todas as vantagens e possibilidades que as TICs podem oferecer para a educação das crianças, jovens e adultos, tem de haver a união entre toda sociedade educacional e governamental para poder alcançar realmente os objetivos propostos desde quando o Ministério da Educação resolveu implantar as TICs na educação.

Palavras-Chave: Informática Educativa, Práticas Pedagógicas, TICs.



INTRODUÇÃO

 

A finalidade desse estudo é refletir sobre o processo da inserção da informática educativa na percepção dos professores nos anos iniciais do ensino fundamental no qual teve como objetivo geral, segundo Silva (2008, p. 3) “favorecer o processo de familiarização, apropriação e inserção da Informática Educativa na formação de educadores, possibilitando, assim, o desenvolvimento profissional dos professores acerca do uso das ferramentas computacionais no contexto educacional”. A temática escolhida inserção no projeto gerou grande curiosidade se realmente devemos contar com a informática como ferramenta educativa, visto que sabemos que a informática foi inserida no contexto educacional com a intenção de melhorar a qualidade da educação ofertada aos estudantes da rede pública de ensino, pois a: 

[...] preocupação está voltada aos aspectos pedagógicos, afirma que o papel do computador na educação vem se definindo na medida em que se questiona a função do aparato educacional, a qual não deve ser de ensinar, mas promover a aprendizagem (VALENTE 1991).

Devemos ver no computador a possibilidade de inovação do ensino e não como um facilitador no ensino, pois essa ferramenta veio para aprimorar e auxiliar o professor e aluno, nunca confundi-lo como algo que possa substituir o professor diante da sala de aula, pois sabemos que a interação entre professor e aluno é insubstituível.

 

1 INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO E SUA DIMENSÃO HISTÓRICA

Devido às rápidas transformações da ciência e tecnologia o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) está cada vez mais presente em nossas vidas, seja em casa, no trabalho e desde quando foi implantado na educação com a intenção de melhoria da qualidade da educação.

Segundo Corrallo (2000), ao fazermos uma retrospectiva na história, sabemos que as máquinas foram utilizadas pela primeira vez na educação em 1924 por Dr. Sidiney Pressey, ele utilizou o computador para corrigir testes de múltipla escolha. Já em 1950, B. F. Skinner propôs o uso da máquina para ensinar usando conceito de instrução programada, divididos por dois segmentos lógicos cadeados e dominados por módulos. O uso de informática no Brasil se iniciou na década de 70 usados como experiência em algumas universidades, a partir daí o uso da máquina foi ainda mais o interesse em utilizar a informática como ferramenta educativa. 

Oliveira (2003) nos relata que na década de 1980 o uso da Tecnologia Educacional volta a ser revalorizado, em vez de meios diversificados como TVs, vídeo cassetes, retroprojetores, entra o computador como um grande instrumento que pode dar melhor contribuição ao processo ensino e aprendizagem. Sendo que em outros países já havia o seu uso que serviram de experiência para o Brasil.

Algum tempo depois houve seminários para poderem discutir sobre o uso da informática na educação como relata Oliveira (2003, p.29):

 

Em 1981, como forma de inserir a comunidade educacional nessa discussão, foi realizado, em Brasília, o I Seminário nacional de Informática na Educação, promovido pela SEI, pelo MEC e pelo CNPq, passando a representar o marco inicial das discussões sobre informática na educação, envolvendo, dessa vez, pessoas ligadas diretamente ao processo educacional.

 

Moraes (apud AYRES, 2012, p.31), relata que o I Seminário destacou as seguintes recomendações: que as atividades de informática na educação fossem balizadas por valores culturais, sócio-políticos e pedagógicos da realidade brasileira, bem como a necessidade do prevalecimento da questão pedagógica sobre as questões tecnológicas no planejamento de ações. O computador foi reconhecido como um meio de ampliação das funções do professor e jamais como forma de substitui-lo.

Decidiram criar um projeto piloto para pesquisarem sobre utilização da informática no processo educacional, tempos depois realizaram o segundo Seminário Nacional de Informática, como veremos na citação:

 

Em 1982, dando continuidade as discussões ocorridas no seminário anterior, realizou-se em Salvador, o II Seminário Nacional de Informática Educativa, tendo como tema central” O impacto do computador na escola: Subsídios para uma experiência piloto do uso do computador no processo educacional brasileiro, a nível de 2° grau. (OLIVEIRA, 2003, p.32).

 

Esse seminário teve a participação de muitos palestrantes, pesquisadores das áreas de educação, informática, psicologia e sociologia, dentre as recomendações feitas no II Seminário, destacam:

 

O grupo de sociologia recomendou que os núcleos de estudo e experimentação na área de informática na educação fossem vinculados as universidades com caráter interdisciplinar, priorizando o ensino médio, não deixando de envolver outros graus de ensino. Já o grupo de educação reafirmou as preocupações que surgiram no I Seminário com relação a esta área, deve-se sempre ter presente os limites do computador como recurso tecnológico. É um meio auxiliar do processo educacional; jamais deverá ser encarado em si mesmo. Devera, como tal, submeter-se aos fins da educação e não determina-los, esse grupo entendia que o uso desse computador não seria somente para uma determinada área, mas sim para servir de suporte para trabalhar os conteúdos de todas as áreas do conhecimento. Do grupo de psicologia destacamos sua preocupação com a formação de professores para o trabalho com a Informática Educativa. Do grupo de informática reafirmaram uma das recomendações feitas no I Seminário: a compra de equipamentos a ser utilizados nas experiências pilotos não deveria ser definida pela força de mercado, mas, sim, por interesses ligados aos objetivos educacionais. Além disso, propõe este grupo que toda tecnologia a ser utilizada seja de procedência nacional. (OLIVEIRA 2003, p.32-33)

 

 

No ano de 1987 o Ministério da Educação financiou um novo projeto que ficou conhecido como Projeto Educom, esse projeto tinha como objetivo desenvolver a pesquisa multidisciplinar das tecnologias de informática no processo ensino e aprendizagem.

Para desenvolver esse projeto seria preciso centros pilotos e vinte e seis instituições se candidataram, no entanto, apenas cinco foram escolhidas.

 

As cincos instituições escolhidas [...] pelo CE/IE, [...], foram respectivamente: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). (OLIVEIRA, 2003, p.35).

 

Esses centros pilotos mantiveram o respeito as recomendações feitas nos seminários, como podemos ver:

 

[...] os centros pilotos que desenvolvem pesquisas sobre a utilização de computadores no processo de ensino-aprendizagem mantem em comum o respeito ás recomendações feitas nos seminários (realizados em 1981 e 1982), garantindo a interdisciplinaridade, reunindo pessoal das áreas de informática, educação, psicologia da aprendizagem e do desenvolvimento, sociologia [...]. (FUNTEVÊ 1985b apud OLIVEIRA 2003, p36).

 

 

Um dos projetos referente à formação humana foi o Projeto Formar, esse projeto visava á formação de professores e Técnicos tanto da rede municipal como estadual.

Oliveira (apud VALENTE 1988) nos relata que a capacitação desses profissionais serviria para que pudessem ser desenvolvidas atividades de implantação dos centros de informática Educativa e também para proporcionar a estes profissionais como agentes catalisadores da Informática em suas redes de ensino.

Esses profissionais buscavam a implantação dos Centros de Informática e Educação (Cied), além de terem que capacitar outros professores de seus lugares de trabalho para trabalhar com a informática.

Oliveira (2003) nos mostra que a criação dos Cied, representou um novo momento nas ações de levar os computadores às escolas públicas brasileiras, pois deixaram de ser concentradas no âmbito do MEC e passaram a contar com a participação de Secretarias Municipais e Estaduais de Educação. Deixando, assim, de ficar a informática somente nas universidades, passando a entrar nas escolas públicas.

Mesmo com a implantação dos Cieds, o Brasil ainda não tinha uma Política de Informática.

[...] foi realizado em 1987, na cidade de Florianópolis, a “jornada Trabalhos de Informática na Educação: Subsídios para Políticas”, que contribui na definição do modelo de Informatização educacional a ser seguido pelo governo brasileiro... (OLIVEIRA, 2003, p. 48).

 

 

A partir dessa jornada, foi criado, em 1989, o Programa Nacional de Informática Educativa- Proninfe. Este buscou, prioritariamente, a capacitação contínua e permanente de professores, técnicos e pesquisadores no domínio de tecnologia de Informática Educativa, em todos os níveis e modalidades do ensino [...] (OLIVEIRA apud BRASIL, 1989, p 49).

O projeto que visa nos dias atuais é o programa Proinfo, é um programa educacional criado pela Portaria n°522/MEC, de 9 de abril de 1997, para promover o uso pedagógico das tecnologias da informação e da comunicação (TICs) na rede pública de ensino fundamental e médio (www.mec.gov.br).

 

 

[...] projeto que visa a formação de NTEs (Núcleos de tecnologias Educacionais) em todos os estados do País. [...] serão compostos por professores que deverão passar por uma capacitação de pós-graduação referente á Informática  Educacional [...] todos os estados receberão computadores, de acordo com a população de alunos matriculados nas escolas com mais de 150 alunos. (TAJRA 2005, p.32).

 

Este programa é desenvolvido pela Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC), Tajra (2005, p.34) nos relata que a proposta da informática educativa é uma forma de aproximar a cultura escolar dos avanços de que a sociedade já vem desfrutando, os objetivos desse programa são:

 

  • Melhorar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem

  • Possibilitar a criação de uma ecologia cognitiva nos ambientes escolares mediante incorporação adequada das novas Tecnologias de Informação pelas escolas.

  • Propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento cientifico e tecnológico.

  • Educar para uma cidadania global numa sociedade tecnologicamente desenvolvida.

 

Agora o Proinfo tem uma nova configuração, segundo Salgado e Amaral (apud AYRES, 2012, p.39) em 12 de dezembro de 2007, a Secretaria de Educação a Distância- SEED/MEC, articulada ao Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), a partir do Decreto n°6.300, elaborou a revisão do PROINFO. O Programa Nacional de Informática na Educação, em sua nova versão, mantém a sigla- PROINFO, mas, intitula-se a partir de agora como Programa Nacional de Tecnologia Educacional.  

  Como percebemos mudou-se o nome informática para tecnologias, porque ampliou seu atendimento incorporando novas mídias, mas sua sigla continuou a mesma Proinfo, com o objetivo de, como nos relata Salgado e Amaral (apud Ayres, 2012, p.39), proporcionar letramento digital de aluno e professores das escolas públicas brasileiras, desenvolver autonomia dos estudantes no processo de ensino e aprendizagem e tornar as salas de aulas mais dinâmicas com vistas a melhoria da qualidade da educação básica.

O Proinfo dissemina nas escolas computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais. Em contrapartida, estados, distrito federal e municípios devem garantir a estrutura adequada para receber laboratórios e capacitar educadores para o uso das máquinas e tecnologias.

Vimos que não cabe só ao Proinfo toda responsabilidade do uso das TICs, pois a formação dos profissionais da educação e a infraestrutura adequada para receber os L.I cabe ao governo federal todo investimento necessário para utilização desses recursos.

 

O ProInfo não é um simples programa de tecnologia, é de educação. Isso significa considerar telemática uma ferramenta de apoio à qualificação da educação, do processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, é a qualidade dos recursos humanos envolvidos no processo – especialmente professores e gestores educacionais – e não pura e simplesmente a tecnologia, o que mais conta. O ProInfo não se destina a reinventar a máquina de ensinar, mas a fazer com que professores desempenhem melhor sua nobre missão, orientando os educandos para que estes, apoiados pelas novas tecnologias de informação e comunicação, tornem se cidadãos de fato, criativos e independentes, aptos a aprender durante toda a vida e a conviver numa sociedade cujo dia-a-dia depende cada vez mais de tecnologia. O ProInfo, enfim, volta-se para promover interações humanas, utilizando-se da tecnologia em nome de valores humanos. O que importa é o homem, o fim. A tecnologia é um meio. (proinfo mec apud SILVA, 2005, p. 61).

Como podemos ver o Proinfo não é um simples programas de tecnologia e sim de educação, ele se destina a fazer com que os professores busquem novos recursos tecnológicos para poderem aprimorar seus conhecimentos e inserir essas tecnologias em suas práticas pedagógicas, tornando suas aulas mais atrativas e despertando o interesse e a curiosidade do aluno em aprender e em conhecer o desconhecido, o Proinfo se importa muito com o ser humano no seu processo de desenvolvimento fazendo com que a tecnologia se torne um meio para que esse conhecimento seja adquirido.

 

2.TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: NOVOS DESAFIOS PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA

Mello (1982), em um livro clássico na época, entendia estar envolvidos na competência profissional quatro aspectos distintos. Em primeiro lugar, o domínio adequado do saber escolar a ser transmitido, juntamente com a habilidade de organizar e transmitir esse saber de modo a garantir que ele seja efetivamente apropriado pelo aluno. Em segundo lugar, uma visão relativamente integrada e articulada dos aspectos relevantes mais imediatos de sua própria prática, ou seja, um entendimento das múltiplas relações entre os vários aspectos da escola, desde a organização dos períodos de aula, passando por critérios de matrícula e agrupamentos de classe, até o currículo e os métodos de ensino. Em terceiro, uma compreensão das relações entre o preparo técnico que recebeu a organização da escola e os resultados de sua ação. Em quarto lugar, uma compreensão mais ampla das relações entre a escola e a sociedade, que passaria necessariamente pela questão de suas condições de trabalho e remuneração. (Mello, 1982, p. 43).

 No cenário educacional tem sido motivo de discussões as questões relativas à formação continuada de professores, sendo já admitidos outros fatores que motivam esta formação, não se pautando apenas na afirmação simplista de que a formação inicial se dá de forma fragmentada para justificar a formação continuada. Desta forma, podemos salientar que as mudanças ocorridas na sociedade contemporânea exigem um permanente processo de formação para conseguir atender as demandas que chegam à escola.

Candau (2001), afirma que nenhuma formação inicial é suficiente para o desenvolvimento profissional do professor, para garantir-lhe bom desempenho nas tarefas da prática docente que desenvolve, no entanto, isto não pode ser um dos únicos motivos para justificar a formação continuada de professores/as.

Por haver políticas públicas e projetos extensionistas, a formação continuada e a formação contínua dos profissionais não estão demonstrando resultados tão significativos em relação ao que seria esperado. Há contradições. Se existem políticas públicas que possibilitam esta formação, o que falta, de fato, para que isto se torne realidade no contexto educacional?

Diante do que explanamos os desafios da formação continuada vem ser uma das políticas educacionais mais importantes para a melhoria do trabalho docente. Sendo assim, os profissionais devem buscar os cursos oferecidos pela SEDUC (Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso) e estar sempre engajados em cursos educacionais fazendo parte das formações continuadas, com isso permitindo que abra um leque de informações ainda maior para o crescimento e adequação no currículo educacional.

Para Marques, (1998, p. 195), a formação continuada significa:

 

[...] possibilitar a articulação entre a atuação do professor na sala de aula e o espaço para a reflexão coletiva e o aperfeiçoamento constante das práticas educativas, refundindo sempre de novo na produção do saber/competências/requeridas [...].

O momento atual demanda novas convivências, novas maneiras de buscar e interagir com o objeto do conhecimento, tem-se que a todo momento buscar adaptações e atualizações, seja nos modos de trabalho, seja nas relações interpessoais com outros profissionais da mesma área. Assim, deve-se estar preparado para aprender, buscar novos desafios, encarar necessidades, especialmente as voltadas à utilização das tecnologias, o que tem provocado muitas transformações nas vidas das pessoas.

As propostas de formação devem instrumentalizar incentivar e mobilizar o educador para inserir em suas ações educativas o computador como ferramenta pedagógica, pois não é suficiente ter computadores e softwares à disposição do professor, se este, em sua formação, não tiver experiências concretas de integração das tecnologias nas propostas educativas. Então, nesse sentido a formação continuada deve dar esse respaldo aos educadores. Para Silva (2005, p. 124)

 

[...] O uso crítico das TIC’s depende muito de existir professores abertos para aprender, ouvir os alunos, instigar suas participações em sala de aula, de modo a engajá-los no processo ensino e aprendizagem, como também, de gestores que apoiem e incentivem o processo nas atividades educativas, até porque uma educação de qualidade pode se efetivar, dentre muitos fatores, a partir de uma proposta afirmativa de formação de professores e o engajamento de toda a comunidade escolar no processo de informatização dos ambientes escolares, como também, do uso crítico das tecnologias educativas disponíveis na escola.

 

O professor como o pivô para a aprendizagem dentro da sala de aula é que terá a responsabilidade direta de passar, incentivar e motivar o aprendiz na busca do conhecimento formal e porque não dizer também informal. É ele que estará envolvido mais diretamente com o aluno. É importante incentivar cada vez mais a formação de professores pesquisadores. Motivá-los durante a sua carreira acadêmica, para que eles sintam o prazer de buscar novos conhecimentos, novas ideias que agreguem valor à educação e que tragam algo de novo e com efeitos positivos.

Cabe salientar que a má formação dos profissionais impede que as tecnologias sejam utilizadas de forma adequada como recurso pedagógico. Para Lévy apud Moraes (1997, p.141), o avanço tecnológico pelo qual estamos passando requer novas maneiras de conhecimentos isso faz com que "novas estratégias e critérios sejam requeridos para a construção do conhecimento, um conhecimento por simulação, típico da cultura da informática". Assim, este artefato tecnológico passa a ser um recurso indispensável ao processo de construção do conhecimento pelos educandos.

Esses instrumentos tecnológicos devem ser uma das ferramentas utilizadas para o fazer pedagógico, sendo trabalhado as potencialidades dos alunos. O profissional precisa engajar com a educação e com o saber e ir além dos livros didáticos, saber que a tecnologia informatizada também pode ser trabalhada de forma educativa e que pode ser um instrumento que ao ensino-aprendizagem possa desenvolver de forma contínua e com êxito.

 

3 ATUAÇÃO DO PROFESSOR NO AMBIENTE INFORMATIZADO

 

Muitos educadores acreditam que serão substituídos por máquinas, mas isso é um equívoco, a informática é um suporte nas práticas pedagógicas, antigamente os alunos eram sentados enfileirados, sem ao menos poder questionar, hoje no século XXI a situação mudou o professor tem muitos suportes para poder dar a aula, como a informática, a tecnologia educacional está relacionada as teorias das comunicações e dos novos aprimoramentos tecnológicos como a informática, TV, vídeo, áudio impressos, projetores, dentre outros recursos informáticos.

Tajra (2005) destaca que qualquer mudança seja no setor profissional como pessoal passa por três etapas, a etapa do descongelamento é o momento que sentimos necessidade de mudar, ou seja, é aquele momento que o professor vê que tem que estar a par das novas tecnologias; a próxima etapa se chama mudança é quando a pessoa já está no processo de mudança, assimilando novos conceitos, seria quando o professor já esta buscando as novas tecnologias e, por fim, o congelamento, quando reinicia um novo processo de mudanças é quando o professor já está em busca de novos programas para trabalhar com seus alunos.

Portanto, os educadores têm de estar sempre em busca de todos esses avanços tecnológicos. Não podemos usar recursos apenas como um passatempo, mas sim nos questionar o objetivo que queremos atingir. “Ensinar é organizar situações de aprendizagem, a fim de criar condições que favoreçam a compreensão de complexidade do mundo, do contexto, do grupo, do ser humano e da própria identidade [...]” (TORNAGHI, 2010 p.49).  

É muito importante que os professores também se comuniquem para que possam trocar ideias, informações, experiências, através dessas trocas de informações eles podem conversar sobre softwares, os trabalhos que podem desenvolver com suporte dos recursos da informática educativa, entre outros.

Portanto, o aluno está na sociedade da tecnologia, e os educadores devem orientá-los para que possa usar a tecnologia, o novo para o “bem”. A educação não é mais tradicional, onde o professor era o detentor do conhecimento, da verdade, hoje o professor tem de ser um mediador aquele que busca o novo para seus alunos, fácil não é, mas não podemos deixá-los fora do atual contexto social.

 

CONCLUSÃO

 

Sabemos que ao integrar as TICs na educação para acompanhar a sociedade nesse momento de transformação, muito foi proposto metas e objetivos foram lançados nessa nova proposta de ensino, mas somente integra-la na educação não foi o suficiente para que se possa alcançar uma educação de qualidade, afinal a formação dos educadores não aconteceu conforme os objetivos propostos pelo PROINFO quando foi criado no ano de 1997.

Muito tempo se passou e nos encontramos em uma realidade delicada, pois muitos professores não se sentem preparados nem receberam formação necessária para o uso das TICs em suas práticas pedagógicas. Vale lembrar que em algumas escolas foram tirados os técnicos responsáveis pelos LI, dificultando ainda mais o trabalho docente, que sem quase nenhuma formação, ainda tem de saber lidar com a máquina de forma técnica e não pedagógica, pois não cabe ao professor saber consertar o computador e sim aproveitar seus recursos na construção de um novo saber.

 

  É comum dizer que atualmente estamos vivendo na "Era da Informação". Para que a escola possa situar-se nessa "era", cumprindo com a função de auxiliar o homem na promoção de suas dimensões, precisa envolver todos os seus membros numa discussão sobre os objetivos e as possibilidades da introdução do computador e das redes de computadores na escola, bem como analisar as concepções de educação veiculadas na escola, revisar e renovar seus conteúdos e procedimentos, tornando-os socialmente válidos e individualmente significativos. (BONILLA, 1997, não paginado)

 

Nesse intuito podemos dizer que quando foi implantado TICs na educação se pensava que tudo iria acontecer naturalmente e que seria a salvação de uma nova educação, mas podemos ver que ficaram só pensando e ainda muita coisa precisa ser feito, pois nas condições que se encontra pode-se dizer que as TICs na educação não trouxe nada de novo como se esperava, falta ainda condições apropriadas para os educadores, pois trabalham na dificuldade para de uma certa forma fazer o uso das TICs em suas práticas pedagógicas, podendo assim essas situações deixar marcas na aprendizagem dos alunos.

Essa falta de formação é o que mais preocupa, como podemos dizer que estamos em uma sociedade de aprendizagem e renovações, se o mediador do conhecimento está fora dessas mudanças, porque não trazendo formação para o professor o deixamos na sociedade do esquecimento, como podemos dizer em uma educação de qualidade se não qualificamos o principal mediador do conhecimento. O apoio do CEFAPRO é muito importante nesse momento para o aperfeiçoamento e formação dos educadores, se não houver investimentos por parte dos governos nesses programas de formação dos educadores estaremos em direção contra o vento, o técnico em um laboratório é muito importante para auxiliar os educadores e dar o suporte necessário em qualquer ocorrência com as máquinas essa é uma dificuldade que muitos educadores enfrentam a falta de um técnico no L.I, não podemos somente esperar do governo se a própria escola não fizer seu papel motivador para esses profissionais que nela trabalham, cabe a escola também procurar novos métodos e ter em seu Projeto Político Pedagógico as TICs inseridas como apoiador nas práticas docentes, pois é com a união de todos que conseguiremos alcançar alguma coisa.

Que os educadores não desanimem e possam continuar esperançosos e acreditando que essa mudança possa acontecer e que eles também estejam realmente dispostos a mudar e inserir de verdade as TICs em suas práticas pedagógicas, contribuindo para nossa educação, na formação de cidadãos capazes de tomar suas próprias decisões, críticos, curiosos, que possam estar em constante busca do saber.

 

 

REFERÊNCIAS

Ayres, Sandra Regina Braz. Projetos de aprendizagem articulados ao uso das TIC: abertura para o diálogo interdisciplinar na formação de professores. / Sandra Regina Braz Ayres. Cáceres/MT: UNEMAT, 2012.

130 f.

CANDAU, Vera Maria. Magistério: construção cotidiana. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.

MARQUES, M. O. A formação docente e profissional da educação, Ijuí- RS, Ed. UNIJUI, 1998, 2ª Ed.

MELLO, Guiomar. N. Magistério de 1 ° grau: da competência técnica ao compromisso político. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1982.

outubro de 2012.

 OLIVEIRA, Ramon de. Informática educativa: dos planos e discursos á sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 1997, ed: 08 2003.

SILVA, Albina P. de Pinho. Inserção da informática educativa na formação de educadores: partilhando resultados e algumas reflexões. In: Revista Interagir: pensando a extensão, Rio

TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na Educaçãonovas ferramentas pedagógicas para o professor na atualidade. -3° ed. ref., atual. e ampl.—SP: Erica,2001.

TORNAGHI, Alberto José da Costa. Tecnologias na Educação: ensinando e aprendendo com as TIC: guia do cursista. Brasília: Secretaria de Educação a Distância, 2010 2ª ed.

VALENTE, J. A. (org) Computadores e conhecimento: repensado a educação. Campinas, UNICAMP, 1993.

http://www.faced.ufba.br/~bonilla/dissertacao/capitulo2.htm> acesso em: 29 de julho de 2018.