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A DISLEXIA E AS DIFICULDADES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Rosmarí Favaretto Walker
Belmira Batista Chaves


Resumo

Vivemos em um mundo atualizado, mas ainda existem educadores que não conhecem ou nunca ouviram falar sobre a dislexia que se apresenta como uma dificuldade de aprendizado sobretudo na área de leitura e escrita. Este problema de aprendizagem pode ser identificado nas escolas, principalmente na fase de alfabetização da criança. Dessa maneira, é de suma importância que o professor fique atento ao fato da maioria dos alunos aprenderem, mas outros não, visto que este pode ser um forte sinal da dislexia. O aluno com dislexia além dos erros na leitura e na escrita encontra dificuldade em lidar com símbolo, mas também pode apresentar problemas emocionais devido ao acúmulo de fracasso no processo de ensino de aprendizagem. A ansiedade intervém em grau variável nesses distúrbios. Entretanto, a habilidade para raciocinar não é prejudicada pela dislexia, mesmo que os trabalhos escritos sejam cheios de falhas, de erros de orografia, construção errada de parágrafos, palavras riscadas, pontuar corretamente e soletrar com exatidão são bons índices de funcionamento intelectual Deste modo entende-se que o professor deve atentar-se a essas dificuldades buscando identificar a Dislexia o mais cedo possível.

Palavra-chave: Dislexia. Educadores. Aprendizagem.


Introdução


Este trabalho tem por objeto, propiciar aos professores sobre a Dislexia, a oportunidade de compreender que há vários tipos de distúrbios de aprendizagem que afetam as crianças em nossas escolas sobretudo nas séries iniciais. Dentre os quais buscamos enfatizar a Dislexia, que é um distúrbio bastante comum. É importante enfatizar que a falta de informação mostra-se como o principal agravante deste problema. É comum que professores desinformados tratem o aluno disléxico como preguiçoso ou desinteressado. Os problemas de aprendizagem identificados nas escolas são principalmente aqueles que dizem respeito à aquisição da leitura e escrita.

Porém muitos professores não conseguem entender porque algumas crianças aprendem e outras não. O aluno com dislexia além dos erros na leitura e escrita encontra dificuldades em lidar com símbolos, além de problemas emocionais, que vão se acumulando devido ao constante fracasso em aprender. A ansiedade intervém em grau variável nesses distúrbios e prejudica o aluno em outras áreas. A habilidade para raciocinar não é prejudicada pela dislexia.

Aprendizagem e Dislexia, assim o estudo foi focado nas dificuldades de alunos e professores, já que são esses os maiores prejudicados. O objetivo principal foi descrever os pontos principais da Dislexia, bem como enfatizar suas causas, sintomas e as intervenções possíveis para esta dificuldade.

Objetiva-se assim proporcionar aos profissionais da Educação, informações sobre as principais características da dislexia como dificuldade na leitura e escrita; inversão de letras e das palavras; comprometimento emocional e da coordenação motora fina, confusão entre o lado direito e o esquerdo.


Desenvolvimento


É definida como um distúrbio que afeta a aprendizagem na área de leitura, escrita e soletração, sendo o distúrbio de maior incidência em salas de aula. Seus sintomas são apresentados na forma de dificuldade de ler, soletrar ou até mesmo identificar as palavras mais simples, algo que antes poderia ser tomado como incapacidade do aluno, resultado de má alfabetização, condição socioeconômica ou baixa inteligência.

A dislexia é um dos termos mais utilizados dentro das dificuldades de aprendizagem. Sendo a aprendizagem da lectoescrita tão complexa quanto foi tão complexa quanto foi mencionada. As dificuldades que podem se apresentar neste processo são igualmente complexas. “compreender” as causas pelas quais uma criança tem dificuldades na sua lectoescrita é de suma importância para encontrar estratégias adequadas para enfrentar sua dificuldade. Nem todas as crianças que tem dislexia apresentam as mesmas características, sendo a única característica comum, apresentarem dificuldades na lectoescrita. Ao ser a leitura e escrita dos mediadores do ensino na grande maioria das escolas, encontramos uma alta porcentagem de crianças que carecem dos instrumentos básicos para uma escolarização bem-sucedida.

Segundo Morton e Frith (1995), a dislexia é uma desordem do desenvolvimento que deve ser explicada a partir de uma origem biológica que causa um déficit cognitivo, o qual, por sua vez, resulta em um padrão particular de comportamento: anormalidade cerebral ao déficit cognitivo aos sinais de comportamento. As influências ambientais são vistas como atuantes em todos esses três níveis.

Antes de analisar os fatores das dificuldades na aprendizagem da leitura é importante compreender o que se denomina “Dislexia” é o que chamamos “atraso leitor”. Habitualmente diz-se que uma criança é disléxica quando encontra dificuldades na aprendizagem da leitura apesar de ter um desenvolvimento intelectual adequado para esse processo.

Existem alguns autores que fazem uma diferenciação entre leitores com atraso e sujeitos disléxicos. Referem que o atraso de dois ou mais na aprendizagem da leitura em crianças podem ser devido a fatores emocionais, motivacionais, socioculturais ou educativos. No caso da Dislexia, nenhum dos fatores mencionados é a causa explicativa, o que não exclui que algumas crianças que apresentam Dislexia tenham algumas das características mencionadas, associadas ao problema.

Desde então minha vida mudou! A professora procurou saber mais sobre dislexia e aprendeu diversas coisas, como: explicar-me tudo passo a passo, dividir minhas lições em partes, deixar que eu faça minhas provas e testes oralmente e muito mais”. (Patrícia Secco,2005, p.13).

Como foi analisada anteriormente, a lectoescrita exige tanto os aspectos visuais como os auditivos. Intervém nesse processo ambos os hemisférios; direito, no conhecimento de grafemas e o hemisfério esquerdo, fonemas.

Por outro lado, não existe um padrão de criança disléxica; cada criança que apresenta Dislexia é um caso único. Devido ao que mencionamos sobre a complexidade do processo, se existe uma disfunção cerebral numa área cerebral e suas respectivas conexões com área corticais, os sinais que apareçam terão traços particulares. A complexidade do processo lectoescritor levou a classificações da Dislexia.


ALGUNS SINAIS DE ALERTA, INDICADORES DA DISLEXIA:

  • Dificuldade de leitura e escrita;

  • Dificuldade para organizar geral;

  • Dificuldade de escrita em ditados;

  • Inversão de letras e de palavras;

  • Dificuldade em guardar e recuperar nomes de palavras escritas;

  • Memória visual pobre em nível de símbolos linguísticos;

  • Comprometimento emocional;

  • Confusão entre os lados direito e esquerdo;

  • Caligrafia ilegível;

  • Confusão entre vogais ou substituição de consoantes;

  • Dificuldades com a linguagem falada;



Diagnóstico da Dislexia

Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve se procurar ajuda especializada. Uma equipe multidisciplinar, formada por Psicólogos, Fonoaudiólogos e Psicopedagogos deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, oftalmologista e outros, conforme o caso.

A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de Dislexia. Outros fatores deverão ser descartados, como deficit intelectual, disfunções ou deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais (congênitas e adquiridas), desordens afetivas anteriores ao processo de fracasso escolar (com constantes fracassos escolares, o disléxico irá apresentar prejuízos emocionais, mas estes são consequências, não causa da Dislexia).


Conclusão


A maior parte dos pais e dos professores atrasa a avaliação de uma criança com dificuldades de leitura e escrita porque acreditam que os problemas são apenas temporários e serão superados. De fato, há certamente tropeços triviais ou transitórios que ocorrem no caminho para aprendizagem. Até então, há determinados sinais capazes de indiciar dificuldades presentes ou futuras ao nível da aprendizagem e que não podem ser ignorados. O que pede, no mínimo, uma maior atenção, até porque se uma criança mais tarde tiver problemas, os anos perdidos não poderão ser recuperados.

É importante reconhecer os distúrbios de aprendizagem, uma vez que a pedagogia tradicional dedica a maior parte do tempo a desenvolver atividades que o professor cria, muitas vezes de forma artificial, exigindo que a criança “compreenda” e/ou “realize”, tarefas que não entendem muito bem para que servem. O professor utiliza atividades com o fim de ensinar os alunos a lerem, ignorando que é lendo que se aprende a ler.

No entanto, pais e professores podem desempenhar um papel ativo na identificação destes sinais. A identificação de m problema é a chave que permite aceder à sua resolução. Ficam aqui esquematizados os sinais de alerta que definem quatro “retratos da dislexia” em diferentes níveis de desenvolvimento: no jardim da infância, no 1º ano, a partir do 2º ano de escolaridade e, finalmente, em jovens e adultos.


Referências

http://www.dislexia.org.br/abd/dislexia.htmi;

http://www.dislexia.com.br/:

www.cesjf.br/cesfjf/documentos/revista_letras.../Dislexia.pdf;

AJURIAGUERRA, J. de et al. A dislexia em questão: dificuldades e fracassos na aprendizagem na língua e na escrita. Porto A legre – R.S.: Artes Médicas, 1984;

http://iappc.forumeiros.com/t122-dislexia-sinais-de-alerta;

Ellis (1995); Fernandes (1991); Kuczynski (s.d); Johnson 1987);