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PRODUÇÃO E USO DE TINTAS NATURAIS

Rosangela Arlete Siqueria1

Altair Vieira Marinho2


RESUMO

A existência de tintas naturais são comuns desde os primórdios da humanidade. Na prática, diariamente, os animais e as plantas de forma especial, possuem capacidades infinitas de liberação de pigmentos coloridos. A arte tradicional, muito desenvolvida pelos indígenas e artistas remotos, utiliza em boa medida a tinta natural a base de argila e aglutinantes naturais como o ovo e a gordura de porco que recebem uma nova utilização e funcionalidade atualmente ao serem trabalhadas com alunos do Ensino Fundamental e Médio, articulando os caracteres antigos com a imaginação dos estudantes e representações do momento atual em que vivemos. A argila pode ser encontrada de forma natural com diversidade de pigmentação, como branca, preta, vermelha, marrom, entre outras, misturada aos aglutinantes também naturais como ovos e gordura porco, permitem contraste de tonalidades de cores naturais em relação as tintas artificiais e mostram-se como algo novo na atividade artística pedagógica nas escolas, despertando assim a criatividade e a sensibilidade dos estudantes, mediante uso de métodos que permitem a exploração de aspectos próprios da natureza, como cores, texturas, densidades, com como outros fatores visuais e táteis, de forma prevista nos parâmetros curriculares nacionais de artes. Tais técnicas de produção das tintas naturais encontram na sala de aula um ambiente propício ao desenvolvimento de novas estratégias de ensino-aprendizagem, atribuindo ludicamente estes conhecimentos culturais que foram capazes de ultrapassar épocas e valorizam hábitos, às vezes desconsiderados por alguns grupos sociais atuais.


Palavras chaves: Argila. Aglutinantes. Pigmentos. Tintas naturais.


ABSTRACT

The existence of natural paints has been common since the dawn of humanity. In daily practice, animals and plants in a special way have infinite capacities to release colored pigments. Traditional art, highly developed by indigenous and remote artists, uses to a large extent the natural paint based on clay and natural binders such as egg and pork fat that receive a new use and functionality today when being worked with elementary school students and Medium, articulating the ancient characters with the students' imagination and representations of the current moment in which we live. The clay can be found in a natural way with a diversity of pigmentation, such as white, black, red, brown, among others, mixed with also natural binders such as eggs and pig fat, allowing contrast of natural color tones in relation to artificial paints and show as something new in the pedagogical artistic activity in schools, thus awakening the creativity and sensitivity of students, through the use of methods that allow the exploration of aspects proper to nature, such as colors, textures, densities, as well as other visual and tactile factors , as provided for in the national arts curriculum parameters. Such techniques for the production of natural paints find in the classroom an environment conducive to the development of new teaching-learning strategies, ludicrously attributing this cultural knowledge that was able to overcome times and value habits, sometimes disregarded by some current social groups.

 

Key words: Clay. Binders. Pigments. Natural paints.

INTRODUÇÃO


Na perspectiva de docentes que atuam na Rede pública de ensino em Poconé-MT, como professores de artes e de química respectivamente, temos a oportunidade de trabalhar com recursos naturais e conhecer e experimentar materiais alternativos, pois os mesmos apontam possibilidades artísticas e ajudam descobrir diferentes formas de criar as próprias tintas.

Tendo em vista a realidade perpassada pela inexistência de materiais para o desenvolvimento das aulas intentamos neste artio evidenciar uma ação interdisciplinar, que envolve diversas áreas do conhecimento relativos aos campos da história da arte, ciências, química e biologia, estudos ligados á origem da pintura natural e seus desdobramentos no decorrer da história.

Os subsídios relativos à pesquisa e ao experimento dos pigmentos encontrados nos minerais, permitiu ampliar a pesquisa para a obtenção de tintas tais como, a têmpera- ovo, e a tinta óleo, tendo como matéria prima o barro e os aglutinantes encontrados na região.

A percepção de Barbosa, (2005) é a de que:


a arte não é apenas básica, mas fundamental na educação de um país que se desenvolve. Arte não é enfeite, é cognição, é profissão, é uma forma diferente da palavra para interpretar o mundo, a realidade, o imaginário, e é conteúdo. Como conteúdo, arte representa o melhor trabalho do ser humano.”


Assim, o trabalho com tintas naturais em sala desenvolve o conhecimento do surgimento das tintas naturais e sua evolução. Além de desenvolver a criatividade na criação de novas cores e desenhos, o que torna as aulas mais atrativas e desperta a curiosidade sobre o assunto, levando ao estudante o aprendizado de forma espontânea e natural.

Em conormidade com Rodrigues (2011):


os pigmentos e aglutinantes naturais têm sido utilizados por grandes artistas em seus ateliês, mediante o uso de tintas obtidas via extração de pigmentos naturais e oficinas de arte para a manufatura de tintas e empregadas em suas obras. Importante se faz destacar a possibilidade do uso de materiais alternativos na educação artística, disciplina de artes, relacionadas na aplicação do desenvolvimento da formação teórica e prática de estudantes de ensino fundamental, visando trabalhos artísticos de grandes obras que empregam na técnica da pintura com pigmentos e aglutinantes naturais como forma alternativa para a realização de trabalhos artísticos em sala de aula.


A exemplo de Rodrigues (2011):


... a cor de elementos naturais, a textura e a densidade dos materiais para o desenvolvimento do conhecimento do educando, utilizando métodos pedagógicos teóricos e práticos de ensino.


Conhecendo o Fenômeno

Gombrich (2008), compreende que a história do surgimento da tinta encontra-se nos primeiros vestígios de tintas naturais feitas pelo homem de que temos notícias, ou seja, nas pinturas pré-históricas registradas em cavernas pelo homem no período paleolítico protegidas das ações do tempo, elas conservaram-se até os dias atuais, e evidenciam um pouco do cotidiano desse povo.

Ainda o autor relata em sua obra, História da Arte, que os primeiros pigmentos e aglutinantes naturais foram utilizados pela humanidade há mais de 5.000 anos, em uma perspectiva temporal pelos homens da pré-história para registrar seu cotidiano e suas experiências de vida e tinha uma relação mística religiosa em que esses desenhos ilustravam ferramentas e armas que envolvem situações específicas, como a caça.


eram utilizados carvão para delinear as irregularidades nas rochas que se assemelhavam a formas encontradas na natureza. O volume era dado pelas saliências, enquanto as tonalidades terrosas emprestavam contorno e perspectiva. As “tintas” utilizadas eram torrões de ocra vermelha e amarela esfareladas até virar pó e aplicada na superfície com pincel, ou soprada através de um osso oco. Os desenhos eram superpostos aleatoriamente talvez atendendo á necessidade de novas imagens antes de cada caçada”. (STRICKLAND, 2001)


O homem primitivo acreditava que os desenhos realizados por eles exerciam um poder místico que aprisionava ou dominava suas presas mediante poder da imagem.

Sobre as Tintas Naturais

Hofmann - Gatti et al, (2007), mencionam que a tinta consiste em uma mistura de dois elementos: pigmento e aglutinante. O pigmento consiste no elemento que dá a cor à tinta, e o aglutinante por sua vez, se apresenta como o instrumento líquido que une as partículas dos pigmentos que formam a tinta.


Sobre os Pigmentos

Cruz (2007) compreende que:


... os pigmentos naturais são extraídos do seu habitat de origem, e depois, submetidos a processos físicos de desidratação e transformação deste material em micro-partículas para extração da cor os minerais naturais do solo; em que se incluem então as terras e argilas. os pigmentos ditos artificiais são obtidos mediante reações químicas a partir de pigmentos sintéticos ou por decomposição de materiais mais complexos.


A percepção de Hofmann – Gatti et al, (2007) é a de que: “o pigmento em pó é um material obtido mediate desidratação e transformação de um elemento em pó, dividido em micro partículas, que interligadas ao aglutinante compõe a tinta”.

Cruz (2004), compreende que:


... os pigmentos naturais são os principais elementos utilizados na obtenção da cor, suas partículas ligadas por aglutinantes (óleo, ovo e/ou outros conforme a técnica empregada na pintura) são os responsáveis pelo surgimento da cor e sua utilização no decorrer da história. Há 30 mil anos, sofreram mudanças substanciais em suas características em função das experiências químicas desenvolvidas ao longo dos séculos a fim de se obter uma “tinta perfeita”, que não desbote e tão pouco crie fungos com o passar do tempo, para a realização de trabalhos artísticos.


Este autor também destaca que os pigmentos naturais mais importantes na história da pintura dizem respeito ao azul ultramarino, o cinábrio, a azurite e a malaquite, a terra verde e os ocres. O azul ultramarino (obtido do precioso lápis-lazúli) e o cinábrio (sulfureto de mercúrio, de cor vermelha), os ocres (óxidos de ferro, de cor amarela, castanha ou vermelha).


Sobre os Aglutinantes

Ferreira (1999) afirmou que:


... existem diferentes tipos de aglutinantes, cola, ovo (gema e clara), goma arábica, cera de abelha, óleos vegetais etc, como conseqüência diferentes tipos de tinta. O aglutinante age como uma cola, unindo as partículas dos pigmentos. Podemos citar como exemplos as resinas de árvores, a gema de ovo, o alho e até a cola plástica. Nas tintas a óleo, o aglutinante é um óleo secativo, que pode ser de linhaça, de nozes, de papoula, girassol etc. A gema de ovo, quando usada como aglutinante, age como emulsão e apresenta excelente efeito à mistura de terras e ocas queimadas.


Deste modo, entende-se que o aglutinante tem o papel de unir as partículas formando películas fortes e adesivas ao serem oxidados pela ação do ar, fato que reforça a ação de adesão da tinta ao suporte de transformando o estado de óleo líquido original em um material sólido que não reverte seu estado em líquido novamente.

Hofmann-atti et al, (2007), destacam que:


... as tintas plásticas têm aglutinantes sintéticos (cola industrializadas) e são mais duradouras e resistentes. Podem ser naturais, como a gema e a clara de ovo, suco de alho, goma da babosa e polvilho. No preparo das tintas naturais líquidas, tendo como diluente água, os aglutinantes devem ser incolores - clara de ovo, cola, goma de polvilho - a fim de que as cores não se alterem.


Destaca-se que a gema de ovo, ao ser empregada como aglutinante na fabricação de tintas, e principalmente nas têmperas, tem papel de atual como emulsão sendo mais indicada para a mistura de terras e ocas queimadas, atribuindo à mistura efeitos densos e opacos como se fosse camurça.


A utilização de pigmentos e aglutinantes naturais em sala de aula

O ensino de Arte visa uma educação capaz de oportunizar ao estudante o acesso à Arte como linguagem expressiva e forma de conhecimento. Com base nos PCNS de Artes, a educação em arte deve estimular o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética.

Neste contesto, a pintura com extração de tintas via pigmentos naturais mostra-se como um trabalho gratificante capaz de trazer satisfação ao aluno, além de ser uma atividade que se pode ser trabalhalhada com qualquer faixa etária.

De acordo com os pensamentos de Francastel, (1991):


... todas as artes nascem como manuseio da matéria e, reciprocamente, em toda a invenção do homem sobre a matéria existe uma parte de adaptação que depende da estética, isto é, de uma intervenção ou de uma finalidade distinta de simples feitura.


Metodologia


A atividade artística desenvolvida nas turmas de Ensino Médio da Escola Estadual Bacharel Ribeiro de Arruda no município de Poconé- MT, consistiu em uma atividade prática e buscou levá-las a conhecer um pouco da história do nascimento da pintura e seus desdobramentos até as tintas industrializadas. Da mesma forma, possibilitar que os estudantes envolvidos pudesse, ter contato com pigmentos naturais, em especial a terra, e saber prepará-los para a produção de tinta artesanal, além de poderem confeccionar a própria tinta a partir da fórmula básica de produção de tinta e criar pinturas utilizando as tintas produzidas.

Nesta atividade contemplamos a mesma essência do convite feito por Canton (2006, p. 8), “Você também pode produzir tintas "pré-históricas", usando plantas espremidas, sementes, frutos e terra. Que tal experimentar?", onde procuramos mostrar possibilidades de trabalhos que podem ser feitos de forma divertida e criativa num espírito de liberdade e aventura. Na perspectiva do universo da Arte, esta atividade buscou articular à arte os conceitos de sustentabilidade de maneira a possibilitar o trabalho de integração entre as áreas da Arte e do Meio Ambiente, tendo em vista que muitas matérias primas podem vir de fontes renováveis e o conceito de sustentabilidade é totalmente aplicável.

A sustentabilidade consiste em uma questão que se tem discutido muito e tomado uma crescente proporção, sendo necessário o desenvolvimento de uma sociedade que viva de forma mais consciente, devendo ser uma prática constante e exercitada também na escola. Nossa percepção é a de que a educação deve estar vinculada à vida, à realidade em que vive o estudante, proporcionando aos educandos atividades que possam explorar o fazer, o testar, o conhecer de forma real, ou seja, é experimentando e fazendo na prática que se alcança o aprendizado significativo para sua vida.

A prática da experimentação permitiu aos estudantes um olhar especial para o meio que vivem, proporcionando um contato com a Arte por meio da manipulação de materiais que seriam descartados. (BARBOSA e CUNHA, 2010). Os estudantes puderam por meio da experimentação explorar de forma concreta e significativa materiais diversos, o que despertou neles a criatividade, a consciência ambiental e ainda ultrapassar as barreiras existentes entre as várias áreas do conhecimento, alcançando um conhecimento transdisciplinar, ou seja, por meio de um experimento o estudante pode ligar a matéria, à cor, artistas diversos, indústria, sustentabilidade, meio ambiente, alimentação e ciências.

Historicamente a arte tem sido usada como um meio de intensificar experiências, concentrar a atenção, como um meio de percepção, de análise, de reflexão sobre estas experiências, como um meio de reprocessar esta experiência a fim de entendê-la. (BARBOSA, 1998, p. 132,133)

No caso das amostras de aglutinantes elegemos duas a saber: ovos e banha do porco, tendo em vista a facilidade de acesso dos estudantes ao produto. A seleção realizada após a coleta do material dependeu de um critério, destinado ao melhor resultado encontrado depois de testes realizados com a soma de pigmentos e aglutinantes.

Os aglutinantes testados foram a gema do ovo, a sua clara e o óleo extraído da gordura do porco para a manufatura de tintas, utilizados normalmente para o preparo de alimentos, porém seu uso também pode ser realizado no processo de fabricação de tinta e servir de aglutinante que associado a um ou mais tipos de pigmentos resultará em uma tinta natural. As produções de tintas utilizando tais aglutinantes citados anteriormente resultam em tons transparentes, densas aos tons opacos.


Quadro 1 – Explicação quanto aos processos de obtenção de aglutinantes:



Processo

Explicação

Ovo

Gema ou clara provem do ovo de aves domesticas.

Gordura animal (banha de porco)

O óleo obtido da banha do porco é derivado do derretimento da gordura do porco.

Fonte : Rodrigues (2011).


O aglutinante é o responsável pela liga da tinta, unindo as partículas do pigmento dando-lhe aspecto de viscosidade e brilho. Do ponto de vista prático, é mais fácil utilizar tintas á base de pigmento em pó, adicionando o óleo e/ou o ovo como aglutinantes, pois, são de fácil acesso e manuseio para os estudantes.

Outra possibilidade consiste na coleta de terra ou barro em quintais e ruas do município, onde pode ser retirada a malha grossa mediante processo de peneiração e descartada, reservando somente o pó fino de terra em um recipiente. Dentre as muitas amostras coletadas de pigmentos maneirais, três podemm ser escolhidas para a realização da experiência, a terra de cor vermelha, marrom e preta.

Tanto podem ser encontradas as terras argilosas quanto as arenosas de cores vermelha e preta e marrom e podem ser encontradas com facilidade dentro dos próprios quintais, onde ambas podem ser usadas para fabricação de tintas empregando tanto a técnica de tinta a óleo como a técnica da tinta têmpera-ovo.

Quadro 2- Explicação quanto aos processos de obtenção de pigmentos:


Processo

Explicação

Trituração

Pedras de barro e tijolos são moídos até serem reduzidos a um pó

muito fino e acrescentado o aglutinante.

Peneiramento e Decantação

As terras são peneiras para a retirada de impurezas e obter um pó bem fino do pigmento, pois, quanto menor a partícula de pigmento maior será a ação de cobertura da tinta.

Fonte : Rodrigues 2011.


Pigmento + aglutinante = tinta natural


A Preparação das Tintas Mediada Pela Dimensção Pedagógica


Esta experiência é voltada ao ensino fundamental II e médio, abrangendo uma breve história do surgimento das tintas naturais, bem como sua utilização. Evidencia-se como intenção primordial, levar o ateliê de artes para o ambiente escolar, permitindo que os estudantes vivenciem a experiência e o processo de fabricação artesanal de materiais artísticos que foram elaborados e desenvolvidos por grandes artistas.


A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que caracteriza um modo particular de dar sentido às experiências das pessoas: por meio dele, o estudante amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação. Aprender arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles. Envolve, também, conhecer, apreciar e refletir sobre as formas da natureza e sobre as produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas… O documento de Arte tem o intuito de orientar o professor na sua ação educativa e na elaboração de seus programas curriculares. Expõe uma compreensão do significado da arte na educação, explicitando conteúdos, objetivos e especificidades, tanto no que se refere ao ensino e à aprendizagem, quanto no que se refere à arte como manifestação humana. (BRASIL, 1997)


Conforme mencionado anteriormente, a cor consiste em elemento fundamental e importante na linguagem visual humana, capaz de despertar sensibilidade.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


A experiência aqui descrita oportunizou muitas aprendizagens, permitindo repensar conceitos e atitudes e conhecer o importante papel da arte sobre educação. A prática da sala de aula vai além do conhecimento do conteúdo, se faz necessário além do conhecimento o uso da criatividade a fim de ultrapassar as dificuldades e auxiliar aos estudantes nos seus problemas individuais.

A experiência foi sem dúvida positiva. Como resultados temos o exercício da curiosidade e o evidenciar de grandes descobertas, mediatizadas pela propria natureza. O processo de planejamento e elaboração do plano e da prática em sala de aula, permitiu visualizar cada uma das etapas em seu grau de importância para o processo de ensino/aprendizagem, pois é por meio dela que conseguimos ter um conhecimento prévio sobre o comportamento e as atitudes dos estudantes.

Mostrou-se possível ainda, conhecer a realidade vivenciada na escola escolhida, fato que propiciou a compreensão do contexto em que as aulas poderiam ser desenvolvidas. Ou seja, partindo desses dados coletados inicialmente foi possível formular um planejamento focado em objetivos e centralizado em uma idéia adequada à realidade local.

A materialização do projeto foi marcada por momentos de reflexão, onde os alunos tiveram a oportunidade de debater com relação às suas produções, trocando experiências vivenciadas na oficina de produção de tintas naturais e de pintura.

A experiência evidencia a falta de materiais didáticos pedagógico para o ensino da arte, nas diferentes etapas de ensino da maioria das escolas públicas, de forma a mostrar uma fragilidade que carece ser sanado para a valorização do ensino artístico, uma vez que é mediante o estímulo e a criatividade aliada a autocrítica dos estudantes que conseguimos garantir a participação efetiva dos mesmos no processo de construção do conhecimento.


REFERÊNCIAS


BARBOSA, A. M. Tópicos Utópicos. 2ª. ed. Belo Horizonte: C/ Arte, 1998.

BARBOSA, A. M.; CUNHA, F. P. D. Abordagem Triangular no ensino das Artes e Culturas Visuais. 1ª. ed. São Paulo: Cortez, 2010.

BARBOSA A. M. Inquietações e mudanças no ensino da arte - 3.ed. - São Paulo: Cortez, 2007.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Brasília, MEC/ SEF, 1997.

CRUZ, A.J. As Cores dos Artistas. História e Ciência dos Pigmentos Utilizados em Pintura. Lisboa, Apenas Livros, 2004.

CANTON, KÁTIA. Pintura Aventura. SP: DCI, 2006.

CRUZ, A.J. Os pigmentos naturais utilizados em pintura. Évora, Universidade de Évora. 2007

FERRAZ JUNIOR.A.J. Alfredo Volpi: Coleção Mestres das Artes no Brasil. São Paulo, Editora Moderna, 1999. Disponível em:<http://educacao.uol.com.br/biografias/alfredo-volpi.jhtm>. Acesso em: 23 de outubro de 2020.

FERREIRA, I. L. e CALDAS, S. P. S. Atividades na Pré-Escola. Revista Nova Escola (reformulada). Rio de Janeiro, Edição 18, Editora Saraiva, 1999.

GATTI, T.H., CASTRO, R.; OLIVEIRA, D. Materiais em Arte: Manual de Manufatura e Prática. Brasília:FAC, 2007

GOMBRICH, E.H. História da arte. 6ª edição. ARCA LTCO, 2008

HISTÓRIA da Arte Medieval. Disponível em:

<http://www.girafamania.com.br/historia_arte/historia_artemedieval.html>. Acesso em 23 de outubro de 2020.

JACOMETTI,L. NUNES,A. L, R. A pintura e o processo de criação no ensino de artes visuais, realizado no ensino de 8ª série do Colégio Estadual Professor Mailon Medeiros do município de Bandeirantes – PR. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1581-8.pdf>. Acessado em 25 de outubro de 2020.

RODRIGGUES, Vanessa Machado Salvador. Utilização de tintas naturais em sala de aula a partir de pigmentos e aglutinadores regionais. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Aberta do Brasil. Acre . Brasileia, 2011.

STRICKLAND, C. Arte Comentada: da pré-história ao pós-modernísmo-RJ- Ediouro, 2001.


1 Professora de Artes da Rede Municipal de Ensino de Cuiabá- MT e Estadual de Poconé – MT.

2 Professor de Química na rede Estadual de Ensino em Poconé- MT.