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PRODUÇÃO E USO DE TINTAS NATURAIS

Rosangela Arlete Siqueria1

Altair Vieira Marinho2


RESUMO

A existência de tintas naturais são comuns desde os primórdios da humanidade. Na prática, diariamente, os animais e as plantas de forma especial, possuem capacidades infinitas de liberação de pigmentos coloridos. A arte tradicional, muito desenvolvida pelos indígenas e artistas remotos, utiliza em boa medida a tinta natural a base de argila e aglutinantes naturais como o ovo e a gordura de porco que recebem uma nova utilização e funcionalidade atualmente ao serem trabalhadas com alunos do Ensino Fundamental e Médio, articulando os caracteres antigos com a imaginação dos estudantes e representações do momento atual em que vivemos. A argila pode ser encontrada de forma natural com diversidade de pigmentação, como branca, preta, vermelha, marrom, entre outras, misturada aos aglutinantes também naturais como ovos e gordura porco, permitem contraste de tonalidades de cores naturais em relação as tintas artificiais e mostram-se como algo novo na atividade artística pedagógica nas escolas, despertando assim a criatividade e a sensibilidade dos estudantes, mediante uso de métodos que permitem a exploração de aspectos próprios da natureza, como cores, texturas, densidades, com como outros fatores visuais e táteis, de forma prevista nos parâmetros curriculares nacionais de artes. Tais técnicas de produção das tintas naturais encontram na sala de aula um ambiente propício ao desenvolvimento de novas estratégias de ensino-aprendizagem, atribuindo ludicamente estes conhecimentos culturais que foram capazes de ultrapassar épocas e valorizam hábitos, às vezes desconsiderados por alguns grupos sociais atuais.


Palavras chaves: Argila. Aglutinantes. Pigmentos. Tintas naturais.


ABSTRACT

The existence of natural paints has been common since the dawn of humanity. In daily practice, animals and plants in a special way have infinite capacities to release colored pigments. Traditional art, highly developed by indigenous and remote artists, uses to a large extent the natural paint based on clay and natural binders such as egg and pork fat that receive a new use and functionality today when being worked with elementary school students and Medium, articulating the ancient characters with the students' imagination and representations of the current moment in which we live. The clay can be found in a natural way with a diversity of pigmentation, such as white, black, red, brown, among others, mixed with also natural binders such as eggs and pig fat, allowing contrast of natural color tones in relation to artificial paints and show as something new in the pedagogical artistic activity in schools, thus awakening the creativity and sensitivity of students, through the use of methods that allow the exploration of aspects proper to nature, such as colors, textures, densities, as well as other visual and tactile factors , as provided for in the national arts curriculum parameters. Such techniques for the production of natural paints find in the classroom an environment conducive to the development of new teaching-learning strategies, ludicrously attributing this cultural knowledge that was able to overcome times and value habits, sometimes disregarded by some current social groups.

 

Key words: Clay. Binders. Pigments. Natural paints.

INTRODUÇÃO


Na perspectiva de docentes que atuam na Rede pública de ensino em Poconé-MT, como professores de artes e de química respectivamente, temos a oportunidade de trabalhar com recursos naturais e conhecer e experimentar materiais alternativos, pois os mesmos apontam possibilidades artísticas e ajudam descobrir diferentes formas de criar as próprias tintas.

Tendo em vista a realidade perpassada pela inexistência de materiais para o desenvolvimento das aulas intentamos neste artio evidenciar uma ação interdisciplinar, que envolve diversas áreas do conhecimento relativos aos campos da história da arte, ciências, química e biologia, estudos ligados á origem da pintura natural e seus desdobramentos no decorrer da história.

Os subsídios relativos à pesquisa e ao experimento dos pigmentos encontrados nos minerais, permitiu ampliar a pesquisa para a obtenção de tintas tais como, a têmpera- ovo, e a tinta óleo, tendo como matéria prima o barro e os aglutinantes encontrados na região.

A percepção de Barbosa, (2005) é a de que:


a arte não é apenas básica, mas fundamental na educação de um país que se desenvolve. Arte não é enfeite, é cognição, é profissão, é uma forma diferente da palavra para interpretar o mundo, a realidade, o imaginário, e é conteúdo. Como conteúdo, arte representa o melhor trabalho do ser humano.”


Assim, o trabalho com tintas naturais em sala desenvolve o conhecimento do surgimento das tintas naturais e sua evolução. Além de desenvolver a criatividade na criação de novas cores e desenhos, o que torna as aulas mais atrativas e desperta a curiosidade sobre o assunto, levando ao estudante o aprendizado de forma espontânea e natural.

Em conormidade com Rodrigues (2011):


os pigmentos e aglutinantes naturais têm sido utilizados por grandes artistas em seus ateliês, mediante o uso de tintas obtidas via extração de pigmentos naturais e oficinas de arte para a manufatura de tintas e empregadas em suas obras. Importante se faz destacar a possibilidade do uso de materiais alternativos na educação artística, disciplina de artes, relacionadas na aplicação do desenvolvimento da formação teórica e prática de estudantes de ensino fundamental, visando trabalhos artísticos de grandes obras que empregam na técnica da pintura com pigmentos e aglutinantes naturais como forma alternativa para a realização de trabalhos artísticos em sala de aula.


A exemplo de Rodrigues (2011):


... a cor de elementos naturais, a textura e a densidade dos materiais para o desenvolvimento do conhecimento do educando, utilizando métodos pedagógicos teóricos e práticos de ensino.


Conhecendo o Fenômeno

Gombrich (2008), compreende que a história do surgimento da tinta encontra-se nos primeiros vestígios de tintas naturais feitas pelo homem de que temos notícias, ou seja, nas pinturas pré-históricas registradas em cavernas pelo homem no período paleolítico protegidas das ações do tempo, elas conservaram-se até os dias atuais, e evidenciam um pouco do cotidiano desse povo.

Ainda o autor relata em sua obra, História da Arte, que os primeiros pigmentos e aglutinantes naturais foram utilizados pela humanidade há mais de 5.000 anos, em uma perspectiva temporal pelos homens da pré-história para registrar seu cotidiano e suas experiências de vida e tinha uma relação mística religiosa em que esses desenhos ilustravam ferramentas e armas que envolvem situações específicas, como a caça.


eram utilizados carvão para delinear as irregularidades nas rochas que se assemelhavam a formas encontradas na natureza. O volume era dado pelas saliências, enquanto as tonalidades terrosas emprestavam contorno e perspectiva. As “tintas” utilizadas eram torrões de ocra vermelha e amarela esfareladas até virar pó e aplicada na superfície com pincel, ou soprada através de um osso oco. Os desenhos eram superpostos aleatoriamente talvez atendendo á necessidade de novas imagens antes de cada caçada”. (STRICKLAND, 2001)


O homem primitivo acreditava que os desenhos realizados por eles exerciam um poder místico que aprisionava ou dominava suas presas mediante poder da imagem.

Sobre as Tintas Naturais

Hofmann - Gatti et al, (2007), mencionam que a tinta consiste em uma mistura de dois elementos: pigmento e aglutinante. O pigmento consiste no elemento que dá a cor à tinta, e o aglutinante por sua vez, se apresenta como o instrumento líquido que une as partículas dos pigmentos que formam a tinta.


Sobre os Pigmentos

Cruz (2007) compreende que:


... os pigmentos naturais são extraídos do seu habitat de origem, e depois, submetidos a processos físicos de desidratação e transformação deste material em micro-partículas para extração da cor os minerais naturais do solo; em que se incluem então as terras e argilas. os pigmentos ditos artificiais são obtidos mediante reações químicas a partir de pigmentos sintéticos ou por decomposição de materiais mais complexos.


A percepção de Hofmann – Gatti et al, (2007) é a de que: “o pigmento em pó é um material obtido mediate desidratação e transformação de um elemento em pó, dividido em micro partículas, que interligadas ao aglutinante compõe a tinta”.

Cruz (2004), compreende que:


... os pigmentos naturais são os principais elementos utilizados na obtenção da cor, suas partículas ligadas por aglutinantes (óleo, ovo e/ou outros conforme a técnica empregada na pintura) são os responsáveis pelo surgimento da cor e sua utilização no decorrer da história. Há 30 mil anos, sofreram mudanças substanciais em suas características em função das experiências químicas desenvolvidas ao longo dos séculos a fim de se obter uma “tinta perfeita”, que não desbote e tão pouco crie fungos com o passar do tempo, para a realização de trabalhos artísticos.


Este autor também destaca que os pigmentos naturais mais importantes na história da pintura dizem respeito ao azul ultramarino, o cinábrio, a azurite e a malaquite, a terra verde e os ocres. O azul ultramarino (obtido do precioso lápis-lazúli) e o cinábrio (sulfureto de mercúrio, de cor vermelha), os ocres (óxidos de ferro, de cor amarela, castanha ou vermelha).


Sobre os Aglutinantes

Ferreira (1999) afirmou que:


... existem diferentes tipos de aglutinantes, cola, ovo (gema e clara), goma arábica, cera de abelha, óleos vegetais etc, como conseqüência diferentes tipos de tinta. O aglutinante age como uma cola, unindo as partículas dos pigmentos. Podemos citar como exemplos as resinas de árvores, a gema de ovo, o alho e até a cola plástica. Nas tintas a óleo, o aglutinante é um óleo secativo, que pode ser de linhaça, de nozes, de papoula, girassol etc. A gema de ovo, quando usada como aglutinante, age como emulsão e apresenta excelente efeito à mistura de terras e ocas queimadas.


Deste modo, entende-se que o aglutinante tem o papel de unir as partículas formando películas fortes e adesivas ao serem oxidados pela ação do ar, fato que reforça a ação de adesão da tinta ao suporte de transformando o estado de óleo líquido original em um material sólido que não reverte seu estado em líquido novamente.

Hofmann-atti et al, (2007), destacam que:


... as tintas plásticas têm aglutinantes sintéticos (cola industrializadas) e são mais duradouras e resistentes. Podem ser naturais, como a gema e a clara de ovo, suco de alho, goma da babosa e polvilho. No preparo das tintas naturais líquidas, tendo como diluente água, os aglutinantes devem ser incolores - clara de ovo, cola, goma de polvilho - a fim de que as cores não se alterem.


Destaca-se que a gema de ovo, ao ser empregada como aglutinante na fabricação de tintas, e principalmente nas têmperas, tem papel de atual como emulsão sendo mais indicada para a mistura de terras e ocas queimadas, atribuindo à mistura efeitos densos e opacos como se fosse camurça.


A utilização de pigmentos e aglutinantes naturais em sala de aula

O ensino de Arte visa uma educação capaz de oportunizar ao estudante o acesso à Arte como linguagem expressiva e forma de conhecimento. Com base nos PCNS de Artes, a educação em arte deve estimular o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética.

Neste contesto, a pintura com extração de tintas via pigmentos naturais mostra-se como um trabalho gratificante capaz de trazer satisfação ao aluno, além de ser uma atividade que se pode ser trabalhalhada com qualquer faixa etária.

De acordo com os pensamentos de Francastel, (1991):


... todas as artes nascem como manuseio da matéria e, reciprocamente, em toda a invenção do homem sobre a matéria existe uma parte de adaptação que depende da estética, isto é, de uma intervenção ou de uma finalidade distinta de simples feitura.


Metodologia


A atividade artística desenvolvida nas turmas de Ensino Médio da Escola Estadual Bacharel Ribeiro de Arruda no município de Poconé- MT, consistiu em uma atividade prática e buscou levá-las a conhecer um pouco da história do nascimento da pintura e seus desdobramentos até as tintas industrializadas. Da mesma forma, possibilitar que os estudantes envolvidos pudesse, ter contato com pigmentos naturais, em especial a terra, e saber prepará-los para a produção de tinta artesanal, além de poderem confeccionar a própria tinta a partir da fórmula básica de produção de tinta e criar pinturas utilizando as tintas produzidas.

Nesta atividade contemplamos a mesma essência do convite feito por Canton (2006, p. 8), “Você também pode produzir tintas "pré-históricas", usando plantas espremidas, sementes, frutos e terra. Que tal experimentar?", onde procuramos mostrar possibilidades de trabalhos que podem ser feitos de forma divertida e criativa num espírito de liberdade e aventura. Na perspectiva do universo da Arte, esta atividade buscou articular à arte os conceitos de sustentabilidade de maneira a possibilitar o trabalho de integração entre as áreas da Arte e do Meio Ambiente, tendo em vista que muitas matérias primas podem vir de fontes renováveis e o conceito de sustentabilidade é totalmente aplicável.

A sustentabilidade consiste em uma questão que se tem discutido muito e tomado uma crescente proporção, sendo necessário o desenvolvimento de uma sociedade que viva de forma mais consciente, devendo ser uma prática constante e exercitada também na escola. Nossa percepção é a de que a educação deve estar vinculada à vida, à realidade em que vive o estudante, proporcionando aos educandos atividades que possam explorar o fazer, o testar, o conhecer de forma real, ou seja, é experimentando e fazendo na prática que se alcança o aprendizado significativo para sua vida.

A prática da experimentação permitiu aos estudantes um olhar especial para o meio que vivem, proporcionando um contato com a Arte por meio da manipulação de materiais que seriam descartados. (BARBOSA e CUNHA, 2010). Os estudantes puderam por meio da experimentação explorar de forma concreta e significativa materiais diversos, o que despertou neles a criatividade, a consciência ambiental e ainda ultrapassar as barreiras existentes entre as várias áreas do conhecimento, alcançando um conhecimento transdisciplinar, ou seja, por meio de um experimento o estudante pode ligar a matéria, à cor, artistas diversos, indústria, sustentabilidade, meio ambiente, alimentação e ciências.

Historicamente a arte tem sido usada como um meio de intensificar experiências, concentrar a atenção, como um meio de percepção, de análise, de reflexão sobre estas experiências, como um meio de reprocessar esta experiência a fim de entendê-la. (BARBOSA, 1998, p. 132,133)

No caso das amostras de aglutinantes elegemos duas a saber: ovos e banha do porco, tendo em vista a facilidade de acesso dos estudantes ao produto. A seleção realizada após a coleta do material dependeu de um critério, destinado ao melhor resultado encontrado depois de testes realizados com a soma de pigmentos e aglutinantes.

Os aglutinantes testados foram a gema do ovo, a sua clara e o óleo extraído da gordura do porco para a manufatura de tintas, utilizados normalmente para o preparo de alimentos, porém seu uso também pode ser realizado no processo de fabricação de tinta e servir de aglutinante que associado a um ou mais tipos de pigmentos resultará em uma tinta natural. As produções de tintas utilizando tais aglutinantes citados anteriormente resultam em tons transparentes, densas aos tons opacos.


Quadro 1 – Explicação quanto aos processos de obtenção de aglutinantes:



Processo

Explicação

Ovo

Gema ou clara provem do ovo de aves domesticas.

Gordura animal (banha de porco)

O óleo obtido da banha do porco é derivado do derretimento da gordura do porco.

Fonte : Rodrigues (2011).


O aglutinante é o responsável pela liga da tinta, unindo as partículas do pigmento dando-lhe aspecto de viscosidade e brilho. Do ponto de vista prático, é mais fácil utilizar tintas á base de pigmento em pó, adicionando o óleo e/ou o ovo como aglutinantes, pois, são de fácil acesso e manuseio para os estudantes.

Outra possibilidade consiste na coleta de terra ou barro em quintais e ruas do município, onde pode ser retirada a malha grossa mediante processo de peneiração e descartada, reservando somente o pó fino de terra em um recipiente. Dentre as muitas amostras coletadas de pigmentos maneirais, três podemm ser escolhidas para a realização da experiência, a terra de cor vermelha, marrom e preta.

Tanto podem ser encontradas as terras argilosas quanto as arenosas de cores vermelha e preta e marrom e podem ser encontradas com facilidade dentro dos próprios quintais, onde ambas podem ser usadas para fabricação de tintas empregando tanto a técnica de tinta a óleo como a técnica da tinta têmpera-ovo.

Quadro 2- Explicação quanto aos processos de obtenção de pigmentos:


Processo

Explicação

Trituração

Pedras de barro e tijolos são moídos até serem reduzidos a um pó

muito fino e acrescentado o aglutinante.

Peneiramento e Decantação

As terras são peneiras para a retirada de impurezas e obter um pó bem fino do pigmento, pois, quanto menor a partícula de pigmento maior será a ação de cobertura da tinta.

Fonte : Rodrigues 2011.


Pigmento + aglutinante = tinta natural


A Preparação das Tintas Mediada Pela Dimensção Pedagógica


Esta experiência é voltada ao ensino fundamental II e médio, abrangendo uma breve história do surgimento das tintas naturais, bem como sua utilização. Evidencia-se como intenção primordial, levar o ateliê de artes para o ambiente escolar, permitindo que os estudantes vivenciem a experiência e o processo de fabricação artesanal de materiais artísticos que foram elaborados e desenvolvidos por grandes artistas.


A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que caracteriza um modo particular de dar sentido às experiências das pessoas: por meio dele, o estudante amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação. Aprender arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles. Envolve, também, conhecer, apreciar e refletir sobre as formas da natureza e sobre as produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas… O documento de Arte tem o intuito de orientar o professor na sua ação educativa e na elaboração de seus programas curriculares. Expõe uma compreensão do significado da arte na educação, explicitando conteúdos, objetivos e especificidades, tanto no que se refere ao ensino e à aprendizagem, quanto no que se refere à arte como manifestação humana. (BRASIL, 1997)


Conforme mencionado anteriormente, a cor consiste em elemento fundamental e importante na linguagem visual humana, capaz de despertar sensibilidade.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


A experiência aqui descrita oportunizou muitas aprendizagens, permitindo repensar conceitos e atitudes e conhecer o importante papel da arte sobre educação. A prática da sala de aula vai além do conhecimento do conteúdo, se faz necessário além do conhecimento o uso da criatividade a fim de ultrapassar as dificuldades e auxiliar aos estudantes nos seus problemas individuais.

A experiência foi sem dúvida positiva. Como resultados temos o exercício da curiosidade e o evidenciar de grandes descobertas, mediatizadas pela propria natureza. O processo de planejamento e elaboração do plano e da prática em sala de aula, permitiu visualizar cada uma das etapas em seu grau de importância para o processo de ensino/aprendizagem, pois é por meio dela que conseguimos ter um conhecimento prévio sobre o comportamento e as atitudes dos estudantes.

Mostrou-se possível ainda, conhecer a realidade vivenciada na escola escolhida, fato que propiciou a compreensão do contexto em que as aulas poderiam ser desenvolvidas. Ou seja, partindo desses dados coletados inicialmente foi possível formular um planejamento focado em objetivos e centralizado em uma idéia adequada à realidade local.

A materialização do projeto foi marcada por momentos de reflexão, onde os alunos tiveram a oportunidade de debater com relação às suas produções, trocando experiências vivenciadas na oficina de produção de tintas naturais e de pintura.

A experiência evidencia a falta de materiais didáticos pedagógico para o ensino da arte, nas diferentes etapas de ensino da maioria das escolas públicas, de forma a mostrar uma fragilidade que carece ser sanado para a valorização do ensino artístico, uma vez que é mediante o estímulo e a criatividade aliada a autocrítica dos estudantes que conseguimos garantir a participação efetiva dos mesmos no processo de construção do conhecimento.


REFERÊNCIAS


BARBOSA, A. M. Tópicos Utópicos. 2ª. ed. Belo Horizonte: C/ Arte, 1998.

BARBOSA, A. M.; CUNHA, F. P. D. Abordagem Triangular no ensino das Artes e Culturas Visuais. 1ª. ed. São Paulo: Cortez, 2010.

BARBOSA A. M. Inquietações e mudanças no ensino da arte - 3.ed. - São Paulo: Cortez, 2007.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Brasília, MEC/ SEF, 1997.

CRUZ, A.J. As Cores dos Artistas. História e Ciência dos Pigmentos Utilizados em Pintura. Lisboa, Apenas Livros, 2004.

CANTON, KÁTIA. Pintura Aventura. SP: DCI, 2006.

CRUZ, A.J. Os pigmentos naturais utilizados em pintura. Évora, Universidade de Évora. 2007

FERRAZ JUNIOR.A.J. Alfredo Volpi: Coleção Mestres das Artes no Brasil. São Paulo, Editora Moderna, 1999. Disponível em:<http://educacao.uol.com.br/biografias/alfredo-volpi.jhtm>. Acesso em: 23 de outubro de 2020.

FERREIRA, I. L. e CALDAS, S. P. S. Atividades na Pré-Escola. Revista Nova Escola (reformulada). Rio de Janeiro, Edição 18, Editora Saraiva, 1999.

GATTI, T.H., CASTRO, R.; OLIVEIRA, D. Materiais em Arte: Manual de Manufatura e Prática. Brasília:FAC, 2007

GOMBRICH, E.H. História da arte. 6ª edição. ARCA LTCO, 2008

HISTÓRIA da Arte Medieval. Disponível em:

<http://www.girafamania.com.br/historia_arte/historia_artemedieval.html>. Acesso em 23 de outubro de 2020.

JACOMETTI,L. NUNES,A. L, R. A pintura e o processo de criação no ensino de artes visuais, realizado no ensino de 8ª série do Colégio Estadual Professor Mailon Medeiros do município de Bandeirantes – PR. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1581-8.pdf>. Acessado em 25 de outubro de 2020.

RODRIGGUES, Vanessa Machado Salvador. Utilização de tintas naturais em sala de aula a partir de pigmentos e aglutinadores regionais. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Aberta do Brasil. Acre . Brasileia, 2011.

STRICKLAND, C. Arte Comentada: da pré-história ao pós-modernísmo-RJ- Ediouro, 2001.


1 Professora de Artes da Rede Municipal de Ensino de Cuiabá- MT e Estadual de Poconé – MT.

2 Professor de Química na rede Estadual de Ensino em Poconé- MT.

 

MEIO AMBIENTE E QUÍMICA

Rosangela Arlete Siqueria1

Altair Vieira Marinho2

 

RESUMO

Este artigo consiste na descrição de um projeto relativo a prática pedagógica voltada para a Educação Ambiental – EA vivenciada no contexto do ensino de Química na Escola Estadual Eucáris Nunes da Cunha Moraes, localizada no município de Poconé- MT. O objetivo do projeto incidiu no desenvolvimento e análise de ações pedagógicas insertivas de práticas educativas ambientais em consonância com o ensino de Química, mediante a implantação de coleta seletiva na escola, via realização de oficinas de reciclagens utilizando papel , óleo utilizado em frituras para produção de sabão, além de reutilização de garrafas PET´S. A fim de descrever a experiência relativa a prática vivenciada, realizou-se uma coleta de dados, por meio de registro de observações em diário de campo, desevolvimento oficinas práticas com a temática meio ambiente. As ações desenvolvidas consistiram na abordagem de temas ambientais mediante utilização de materiais diversos a fim de identificar problemas ambientais existentes no entorno da escola como também no município. Ficou perceptível a imprescindibilidade do uso do livro didático, mas também evidencia a necessidade do desenvolvimento de projetos de ações comunitárias de educação ambiental - EA e de projetos que envolvam a comunidade escolar. Foi possível constatar que a Educação Ambiental junto ao ensino de Química exige um processo amplo de construção de ações coletivas, em que estudantes e professores sejam sensibilizados e mobilizados para se engajarem em ações socioambientais. Os dados evidenciam a necessidade de construir um processo contínuo de elaboração de estratégias, recriação de ações, diálogo nas aulas, uso de técnicas para desenvolver no estudante a autonomia e criatividade. Nesse sentido, envolver práticas educativas ambientais na comunidade escolar consiste em permitir desenvolver valores, atitudes, conceitos e habilidades para serem transformados em ação na expectativa de abrir espaços para outras ações pautadas na consciência quanto a necessidade de preservação ambiental.

Palavras chave: Lixo, Reciclagem. Ensino. Química.

 

ABSTRACT

This article consists of the description of a project related to pedagogical practice focused on Environmental Education - EA experienced in the context of teaching Chemistry at the Eucáris Nunes da Cunha Moraes State School, located in the municipality of Poconé-MT. The project's objective focused on the development and analysis of pedagogical actions for the insertion of environmental educational practices articulated with the teaching of Chemistry, through the implementation of selective collection in the school, through the realization of recycling workshops using paper, oil used in frying to manufacture soap and reuse of PET´S bottles. In order to describe the experience related to the practice, a data collection was carried out through the recording of observations in a field diary, and the development of practical workshops on the environment. The actions developed consisted of addressing environmental issues using different materials in order to identify environmental problems that exist around the school as well as in the municipality. The essential use of the textbook became noticeable, but it also highlights the need to develop community action projects for environmental education - EA and projects that involve the school community. It was possible to verify that the AE articulated to the teaching of Chemistry requires a broad process of building collective actions, in which students and teachers are sensitized and mobilized to engage in socio-environmental actions. The data show the need to build a continuous process of elaborating strategies, recreating actions, dialogue in classes, using techniques to develop student autonomy and creativity. In this sense, involving environmental educational practices in the school community consists of allowing the development of values, attitudes, concepts and skills to be transformed into action in the expectation of opening spaces for other actions based on awareness of the need for environmental preservation.

Keywords: Garbage, Recycling. Teaching. Chemistry.

 

INTRODUÇÃO


Ao longo do tempo as críticas relativas ao o ensino e o aprendizado das ciências vem aumentando de forma significativa. As diversas avaliações nacionnais e internacionais evidenciam que os estudantes brasileiros possuem certa facilidade em expor princípios científicos, mas pouca capacidade de relacioná-los com eventos do dia a dia (LESSA 2005)

O ensino da Química, assim como os das demais ciências, demanda uma ação pedagógica voltada para o desenvolvimento integral do estudante, de forma a possibilitar formar cidadãos críticos com possibilidades de apropriar-se de sua realidade e transformá-la de foma construtiva. A aquisição do conhecimento e o aprender só se materializam mediante construção e interação. Neste sentido, cabe ao professor desenvolver conteúdos significativos em sala de aula a fim de estimular situações desafiadoras, que pressupõem interações com os estudantes entre si e com o conhecimento.

Diante do exposto, a disciplina de Química pode ser o mecanismo pelo qual a Educação Ambiental – EA, pode ser visualizada na perspectiva de um processo permanente aprendizagem com capacidade para valorizar as diversas formas de conhecimento e formar cidadãos com consciência local e planetária, na dimensão aleritária.3

Pode-se observar que o ensino de Química na atualidade tem abordado conceitos com pouca relação com o cotidiano do estudante, o que tem dificultado a compreensão de uma situação-problema. Assim, a proposta do projeto aqui descrito foi de utilizar o lixo e reciclagem como tema motivador na abordagem dos conteúdos de Química. Para contextualizar o assunto escolhido partiu-se da realização de uma abordagem interdisciplinar e social, onde os discentes pudessem discutir sobre os fatores causadores do problema do lixo e alternativas de reciclagem interligando ao ensino da Química.

A pesquisa relativa ao lixo e reciclagem foi desenvolvida na Escola Estadual Eucáris Nunes da Cunha e Moraes, no município de Poconé - MT. Objetivou-se com esta experiênncia proporcionar aos alunos a oportunidade de discutir sobre problemas ambientais do meio em que vivem, despertando-os para uma avaliação relevante, ativa e crítica, quanto à importância da preservação do meio ambiente, sobre às condições básicas e necessárias para que a sua vida e de seus familiares, bem como de toda a comunidade na qual ele está inserido se torne mais saudável. Por meio dos conhecimentos adquiridos na escola, o discente pode orientar sua comunidade, haja vista que algumas atitudes simples e constantes podem fazer com que a vida de todos se torne mais agradável, além de melhorar a saúde do planeta de forma global.

É possivel afirmar que a questão relativa ao lixo atinge toda a população e é um problema que vem se agravando com o passar dos anos. Vários conceitos foram trabalhados durante o desenvolvimento do projeto, tais como: poluição ambiental, radioatividade, cinética química, meio ambiente, impacto ambiental/poluição, qualidade de vida, desenvolvimento sustentável, saúde, cidadania, educação ambiental, entre outros. Com isso, o aprendizado dos conteúdos de química deve possibilitar ao estudante compreender tanto os processos químicos em si, quanto suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas.

Mediante olhar pedagógico, as atividades desenvolvidas possibilitaram ensinar conceitos químicos de forma contextualizada a partir do tema lixo, de maneira a fornecer conhecimentos relevantes sobre o assunto, sempre desenvolvendo a relação com o cotidiano dos estudantes, permitindo aos mesmos criarem uma idéia crítica com base cientifica relativa a temática voltada para o lixo, que se configura como um grave problema social.

MATERIAL E MÉTODOS

A fim de que os objetivos do projeto em tela fossem alcançados, organizou-se na Escola Estadual Eucáris Nunes da Cunha e Moraes, no município de Poconé - MT, um programa de atividades junto aos estudantes do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio, envolvendo também todos os professores dessas turmas.

Poconé situa-se a 100 Km da cidade de Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso. Mantém limítrofe dentro do estado com os municípios de Nossa Senhora do Livramento, Cáceres e Barão de Melgaço, fronteira com o Estado de Mato Grosso do Sul, e também, fronteira com o país vizinho, a Bolívia.

A atual cidade de Poconé é a porta de acesso ao Pantanal mato-grossense, seguindo pela Rodovia Transpantaneira, por isso é conhecida como região pantaneira. Integra a mesorregião 130, da microrregião 535- Alto Pantanal, Centro-sul de Mato Grosso. Ocupa uma área territorial de 17.271,014 km², e uma população de 31.779 habitantes, sendo 72,60% concentram-se na zona urbana e 27,40 % vivem na zona rural. Administrativamente, compõe 14 bairros, 05 vilas, 02 distritos (Distrito de Cangas e Distrito de N. Senhora Aparecida do Chumbo), 72 comunidades (Zona Rural) e 11 Assentamentos4.

O município de Poconé, localizado na macrorregião pantaneira, possui diversidade humana e ambiental exuberante, porém em constante ameaça e degradação. A exploração aurífera ainda se apresenta como sua principal fonte de renda e trabalho, embora tenha se constituído ao longo dos anos como um grande problema socioambiental, haja vista o fato de que a crescente exploração garimpeira vem causando crescentes impactos nocivos à natureza por meio do uso indiscriminado do mercúrio, dos rejeitos e do surgimento de gigantescas crateras que chegam a causar inclusive abalos estruturais em residências, dado a proximidade de alguns desses garimpos à bairros e comunidades, além da exploração de mão de obra daqueles que possuem como única alternativa de trabalho os garimpos.

Sinalizando um explícito contraste, o município, mesmo sendo um grande produtor de riquezas minerais e naturais, possui um dos piores IDHs de MT, segundo a Lista de Municípios de Mato Grosso por IDH-M (dados de 2010), Poconé ocupa a posição 118, entre os 141 municípios analisados, um índice considerado mediano (0.652).

Tendo em vista as questões ambientais que perpassam a realidade de Poconé-MT, inicialmente foi desenvolvida uma pesquisa exploratória, cuja finalidade consistu em desvelar o tema, reunir informações gerais a respeito do objeto (RODRIGUES, 2007). Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados fontes relativas à temática tais como livros didáticos, informativos, publicações na mídia impressa e na mídia digital e observações de campo, no entorno da Escola. As atividades foram desenvolvidas em articulação com a previsão contida no projeto pedagógico da escola, elaborado para atender as demandas voltadas para as aulas de práticas ambientais.

Projeto: A Reciclagem e sua dimensão criativa

Objetivos:


  • Motivar o estudante a fazer udo da química no cotidiano.

  • Possibilitar a realização de debates relativos a importância de diminuir os problemas ambientais causados pelo processo industrial, além de reduzir o desperdício na utilização dos materiais.

  • Utilizar os conhecimentos básicos de química a fim de se entender os processos químicos ocorridos tanto no papel reciclado como no sabão feito a partir de óleo reutilizado.

Conteúdo:


  • A química do lixo

  • Educação ambiental

  • Reações Químicas

Séries: Ensino fundamental II Ensino Médio


Tempo estimado: três meses


Material a ser utilizado:


  • Cola ou liga de sorvete

  • Corante

  • Essência

  • Óleo já utilizado

  • Papel de pH

  • Papel já utilizado

  • Soda cáustica a 40%


Desenvolvimento


Fase 1: Atrair os estudantes para a reflexão relativa a temática mediante debate em sala de aula sobre a questão do lixo em nível local , regional e global. Evidenciar as conseqüências que o lixo pode ocasionar para a população, que pode ser negativa quando o gerenciamento é mal planejado, por outro lado, pode ser positiva quando se tem um gerenciamento do lixo adequado e uma formação em nível de educação ambiental. Relatar a composição química do lixo e os prováveis danos causados, a composição química do sabão fabricado industrialmente comparando com a composição química do sabão fabricado a partir de óleo usado.

Fase 2: Apontar os problemas e possibilidades de resolução da questão que envolve o lixo. Para tanto, os estudantes serão divididos em grupos a fim de desenvolver uma pesquisa a partir de suas vivências sobre o problema do lixo e suas possíveis soluções. Para complementar o estudo a ser desenvolvido em casa será solicitado que realizem um relatório de consumo, ou seja, relacionar com o que cada pessoa consome ou gera de lixo em um dia ou uma semana. O mesmo lixo que os estudantes vão realizar a coleta em casa servirá para as aulas práticas com a fabricação de papel reciclado e sabão em barra com a utilização de óleo usado.

Fase 3: nesta fase os estudantes serão convidados para fabricar papel reciclado e sabão feito com óleo usado, providenciar que se dividam em grupos, sendo que cada grupo fica responsável em separar os materiais a ser utilizado, medir a quantidade exata de cada produto a fim de que no momento da fabricação do sabão possa ser adicionada à mistura.

Fase 4: Depois do produto formado, novamente serão levantadas as questões, nesta fase relacionadas com a responsabilidade que cada estudante como cidadão tem para com a sociedade. Apresentar na íntegra a possibilidade da reutilização de materiais que aparentemente seriam descartados nos lixões o que ocasionaria mais poluição do solo, do ar e dos rios.

A discussão prosseguirá abordando a questão do prejuízo ambiental causado pelas substâncias químicas presentes em alguns tipos de lixo.


Culminância:


  • Um seminário, evidenciando o problema e as soluções possíveis para o lixo.

  • Uma exposição oral além de um portifólio relativo à coleta e caracterização dos resíduos gerados por cada estudante em um dia ou uma semana.

  • Uma amostra pedagógica em que os estudantes tenham a oportunidade de apresentarpara a comunidade à produção do sabão, advinda do óleo reutilizado como também os produtos diversos criados a partir do papel reciclado.


Avaliação:


Será realizada mediante a envolvimento e participação do estudante nas atividades propostas. Para tanto será necessário:

  • Observar ao longo da amostra a desenvoltura de cada estudante ao explicar ao público o processo de fabricação de sabão em barra a partir da reutilização do óleo, a importância do papel reciclado para com o meio ambiente como também para o caráter econômico-social.

  • Cada estudante irá desenvolver um relatório articulando a teoria e a prática relacionando com o conteúdo estudado, o experimento e apresentação do mesmo para a comunidade.


RESULTADOS E DISCUSSÃO


De início foi proposto aos estudantes que, fizessem um trabalho de identificação da situação ambiental do pátio da escola, das ruas em torno da escola, das casas de alguns estudantes, no que diz respeito ao destino do lixo.

Após a identificação do problema deu-se início a uma série de atividades na escola envolvendo seminários, montagem de painéis, atividades de reciclagem, produção de textos, dramatizações, entre outros. Foi analisada a observação do ambiente escolar, relativo ao destino do lixo, comparando o ambiente antes da realização das práticas ambientais.

Também foram desenvolvidos mini-cursos em que as aulas ministradas expositivas relacionaram o tema referido com conceitos químicos, que possibilitou a realização de uma aula prática para que os estudantes pudessem compreeder melhor o conteúdo trabalahdo. Foi desenvolvido um sistema simples de coleta seletiva na escola, a partir do qual os estudantes puderam separar, classificar e quantificar os resíduos gerados na escola. Em seguida, foi realizada oficina de papel reciclado, utilizando o papel recolhido na escola, oficina de sabão reaproveitando o óleo da cantina, artesanatos com aproveitamento das garrafas PET’s e papelão.

As atividades na oficina de reciclagem de papel foram realizada no laboratório da escola, na qual os estudantes participaram de forma integrada, aprendendo na prática cada etapa da reciclagem de papel. No estudo exploratório intitulado ‘Explorando a motivação para estudar química’, procurando identificar os fatores que motivam os estudantes para o estudo da química, caracterizando o papel das relações sociais e escolares nesta motivação e no processo educacional, constatou-se em um dos itens da pesquisa que uma das sugestões dos estudantes para melhorar o ensino de química era a de aumentar o número de aulas laboratoriais e teóricas.

Para os estudantes, manusear substâncias, realizar práticas e comprovar os conhecimentos estudados em sala de aula são imprescindíveis, tornando a aprendizagem mais fácil, atraente e interessante (CARDOSO, COLINVAUX 2000). Pode-se observar um interesse por parte dos estudantes nas oficinas, uma vez que eles participaram ativamente, debateram as qustões entre seus pares e tiveram a oportunidade de colocar em prática os conteúdos estuddos, o que torna as aulas mais atrativas segundo os estudantes e o que pode ser comprovado pelo resultado do projeto em tela.

Na prática, todos os mini-cursos foram desenvolvidos com o objetivo de evidenciar as transformações ocorridas no lixo e sua contaminação ao meio ambiente, de forma a abordar conceitos químicos, a fim de que assim os estudantes pudessem desenvolver um olhar cientifico e crítico para o problema.

Discutil-se a questão dos impactos ambientais causados pelo lixo, a destinação final destes resíduos através da classificação, os processos de decomposição, a questão da contaminação dos recursos hídricos, além de formas de redução desses problemas. Frente ao estudo de tais temas, foram passados aos estudantes conceitos sobre transformações químicas e físicas, reações químicas, química ambiental, propriedades organolépticas, processos químicos, físicos e biológicos da decomposição de resíduos orgânicos.

Partindo da compreensão dos estudantes com relação aos conceitos estudados acima, buscou-se então avaliá-los por meio de uma discussão. Abordaram-se, nesta discução, temas como os prejuízos que o descarte indevido de lixo causa à sociedade e formas de obtenção de renda com a reciclagem ou reutilização.

Buscando a fixação dos temas, realizou-se uma atividade integrada que consistiu na organização de uma oficina de reciclagem de óleo doméstico. Nesta atividade, os alunos tiveram condições para relacionar a preservação ambiental com o reaproveitamento do óleo que normalmente é descartado de forma indevida o que leva `a degradação ao meio ambiente. Mais uma questão trabalhada nesta oficina foi à composição química do óleo de cozinha.

No trabalho entitulado “Reciclagem de óleo de fritura usado para produzir sabão como agente motivador e disseminador de conhecimento” o autor cita que a reciclagem do óleo de fritura é um processo bastante simples, reduz os impactos ambientais, além de motivar o trabalho coletivo, onde cada pessoa participante se vê como co-responsável pelo resultado final, integrando assim a comunidade escolar (RODRIGUES, MESQUITA, ARAÚJO, PAULA, PEREIRA , CUNHA , LIMA, DUARTE, FAGUNDES, PEREIRA , 2009).

Tal perspectiva foi observada ao longo do desenvolvimento deste projeto, os estudantes passaram a apresentar uma atitude de coletividade, melhor relação professor- estudante em sala de aula, além de perceber a capacidade que se tem de fazer algo simples, mas com efeitos importantes. A oficina também proporcionou aos estudantes a oportunidade de aprender e repassar para a comunidade local, em que ele está inserido, algo que pode inclusive complementar a renda de forma a proporcionar a sustentabilidade articulada a preservação ambiental.

Fica perceptível que depois das informações relativas a temática os estudantes desenvolveram uma visão crítica em relação ao assunto de modo a fazerem proposições no sentido de reduzir certos problemas observados no seu ambiente de convívio.

Ficou evidente o crescimento individual e coletivo de cada um dos estudantes mediante o grau de conhecimento que eles adquiriram mediante participação efetiva nos mini- cursos, o que é de significativa importância para a formação dos mesmos, uma vez que ficou mais fácil aprender química por meio de temas que podemos relacionar com o cotidiano.

O conhecimento relativo a articulação entre o ensino de ciências, tecnologia, sociedade e ambiente desenvolvido junto ás atividades extraclasses, em que o objetivo consistiu em conscientizar os estudantes e a comunidade sobre os problemas e impactos ambientais provocados pelo lixo, teve como resultado, o fato de alertá-los quanto a importância da manutenção do ecossistema de maneira a levá-los a observar que a aproximação do Ensino Ambiental ao Ensino da Química é profícua, tendo em vista que existem semelhanças entre o processo científico e o processo de resolução de problemas, que requereu dos estudantes observação, problematização e acompanhamento dos resultados.

O projeto em tela evidenciou importância significativa por conseguir mediant ensino de química desenvolver também o Ensino Ambiental, experiencia que foi interessante para os estudantes, tendo em vista que ele faz elo com a realidade concreta e possui potencial para unir o conhecimentos à ação social.

Nesta direção, o projeto foi considerado como relevante pelo fato do tema ser atrativo, tendo em vista que estimulou o interesse dos estudantes pela química e despertou neles uma preocupação com o meio ambiente, o que produz uma dimensão social e ética à atividade científica (SANTOS, DIAS , LIMA, OLIVEIRA , NETO , CELESTINO 2011), uma vez que o tema lixo desenvolveu nos estudantes um interesse crescente pela disciplina de química, evidenciou a relação estreita que a química tem com o cotidiano, além de desmistificar a impressão que se tinha da disciplina química, que era visualizada como de memorização de fórmulas e “decorar” símbolos.

A atividade de Coleta Seletiva também motivou a participação ativa dos estudantes, que puderam ao longo de sua realização estabelecer relações qualitativas e quantitativas dos resíduos produzidos pelo ambiente escolar. A coleta foi realizada nos meses de abri, maio e junho recolhidos em coleta seletiva.

Na primeira coleta dos resíduos, foi gerado 45 quilos de lixo, dentre os quais papelão, plástico, papel , vidro e resíduos mistos (material caracterizado por embalagens de alimentos diversos.

Os resultados obtidos no segundo período de coleta seletiva (meses de julho , agosto e setembro) em conformidade com o levantamento realizado pelos estudantes totalizou mais de 50 quilos de material entre papelaão, plástico, papel, vidro e resíduos mistos.

É possível verificar que para alguns materiais recicláveis as quantidades dos resíduos gerados aumentaram de forma significativa, o que não se deu em função do incentivo ao consumo, mas dado a todo um processo de conscientização dos estudantes quanto a importância de separar os materiais e seu descarte seletivo. Fica evidente que tal incremento refere-se as intervenções de educação ambiental e a mudança de comportamento da comunidade no que diz respeito à geração e descarte dos resíduos sólidos que podem ser em boa medida reciclados.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


O ensino de química relacionado com as questões do dia a dia dos estudantes, a partir da temática lixo, permitiu aos mesmos uma percepção cientifica e crítica de uma problemática que atinge cada vez mais a sociedade. A prática de Ensino, mediante contextualização da temática, torna a aprendizagem mais dinâmica e significativa.

Tendo em vista a dinâmica da realizade, a problemática do lixo não se resolve de maneira imediata e nem somente no âmbito da escola, a conscientização e a tomada de decisões são trabalhos que precisam ser contínuos e, para isto, a escola pode ter um papel preponderante.

Os resultados relativos ao desenvolvimento do projeto foram significativos, contudo, insificientes a ponto de solucionar a questão, daí por que não pode parar por aqui, pois corre o risco de em pouco tempo tudo ser esquecido pela maioria das pessoas envolvidas. Assim, mostra-se importante salientar que ações isoladas não resolverão o problema. Deste modo a Educação Ambiental precisa apresentar-se como um programa permanente da escola. Só assim, será suficiente para modificar a atitude da comunidade escolar e local. Pode-se afirmar que a razão que motivou a criação de oficinas de papel reciclado foi à contribuição que a Educação Ambiental pode dar para a promoção da sustentabilidade regional

A comunidade escolar demonstrou boa aceitação ao projeto de coleta seletiva de resíduos sólidos implantada na escola. Tal fato foi comprovado pelo nível de envolvimento das pessoas que participavam das atividades elaboradas e propostas à comunidade escolar.

Podemos afirmar que os resultados foram alcançados, uma vez que os objetivos foram atingidos, pela a inserção do temática lixo e reciclagem no ensino de química como também pela quantidade de materiais coletados que antes causavam contaminação ao ar, ao solo ao lençol freático e a corpos d’água e que deixaram de ser jogados no meio ambiente. Foi possível observar mediante desenvolvimento do projeto, um alto índice de sensibilidade na comunidade relativa a questão da necessidade quanto a preservação ambiental.


REFERÊNCIAS


CARDOSO, S. P.; COLINVAUX, D. Explorando a motivação para estudar química. Química Nova, v. 23, n. 3, p. 401-404, 2000.


CRUZ ,Viviane Miriam Cardoso, TOLEDO, Renata Ferraz de, SOUZA, Vanessa Aparecida Feijó de , GONÇALVES Andréia Maria Martarello. Limites da Educação Ambiental e de oficinas de reciclagem frente ao descarte inadequado do óleo de cozinha em centros urbanos. Revista Metropolitana de Sustentabilidade – RMS. v. 9, n. 2, p. 137-147, Maio/Ago., 2019. São Paulo. 2019.


DUSSEL, Enrique. Ética da libertação na idade da globalização e da exclusão. Petrópolis: Vozes, 2000.


LESSA, Gustavo. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. v. 1, n. 1, (jul. 1944 - ). Brasília. 2005.


RODRIGUES, Juliana Barreto Lopes , MESQUITA, Emanuela Polimeni de , ARAÚJO, Priscilla Bartolomeu de, PAULA, Joyci Torres de , PEREIRA , Daniela da Silva , CUNHA, Deivison Ferraz , LIMA, Maria Virgínia de Freitas Barbosa , DUARTE, Sandra da Silva , FAGUNDES Renan Henrique dos Santos , PEREIRA , Lucas Carvalho Pereira. IX Jornada de Ensino Pesquisa e Extensão Ação de Extensão Universitária: Oficina de Campo – “Sustentabilidade: reaproveitamento de materiais recicláveis” - PETVET. UFPR. Recife. 2009.


RODRIGUES, Rui Martinho. Pesquisa Acadêmica: como facilitar o processo de preparação de suas etapas. São Paulo: Atlas, 2007.


SANTOS, P. T. A. DIAS , V. E. LIMA, M. J. OLIVEIRA , L. J. A. NETO ,. CELESTINO V. Q. Lixo e reciclagem como tema motivador no ensino de química . Ecl. Quím., São Paulo, 36 , 2011.

1 Professora de Artes da Rede Municipal de Ensino de Cuiabá- MT e Estadual de Poconé – MT.

2 Professor de Química na rede Estadual de Ensino em Poconé- MT.

3 O termo alteritária deriva de alteridade. A palavra alteridade possui o prefixo alter, do latim, e significa se colocar no lugar do outro, na relação interpessoal, com consideração, valorização, identificação e no diálogo com o outro. A prática da alteridade se conecta aos relacionamentos tanto entre indivíduos, como entre grupos culturais, religiosos, científicos, étnicos, etc. Na relação alteritária estão sempre presentes os fenômenos holísticos da complementaridade e da interdependência, no modo de pensar, de sentir e de agir, onde o nicho ecológico, as experiências particulares são preservadas e consideradas, sem que haja a preocupação com a sobreposição, assimilação ou destruição destas (DUSSEL, 2006).

 

4 Informações disponíveis no site da Prefeitura Municipal de Poconé. http://www.pmpocone.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=42&Itemid=10

 

 

INFLUÊNCIA DA DANÇA NA ESCOLA

Thelma Elita Nascimento

Elenir Maria Medeiros

Maria Clara Ramalho Carneiro,

Walber Cristóforo Carneiro

Marisa Chiquetti Revessi Formigoni

 

RESUMO

A Dança na escola, associada à Educação Física, deverá ter um papel fundamental enquanto atividade pedagógica e despertar no alunado uma relação concreta sujeito-mundo. Deverá propiciar atividades geradoras de ação e compreensão, favorecendo a estimulação para ação e decisão no desenrolar das mesmas, e também reflexão sobre os resultados de suas ações, para assim, poder modificá-las defronte a algumas dificuldades que possam aparecer e através dessas mesmas atividades, reforçar a autoestima, a autoimagem, a autoconfiança e o autoconceito. Através das atividades de Dança, pretendemos que a criança evolua quanto ao domínio de seu corpo, desenvolvendo e aprimorando suas possibilidades de movimentação, descobrindo novos espaços, novas formas, superação de suas limitações e condições para enfrentar novos desafios quanto aos aspectos motores, sociais, afetivos e cognitivos.

 

Palavras chave: Dança. Escola. Desenvolvimento.

 

INTRODUÇÃO

 

Dançar é um dos maiores prazeres que o ser humano pode desfrutar. Uma ação que traz uma sensação de alegria, de poder, de euforia interna e, principalmente, de superação dos limites dos seus movimentos.

O Brasil é um “país que dança”, o brasileiro já tem a dança no pé, mas ainda existem muitos desacordos e até esmo falta de conhecimento a respeito da dança como conteúdo escolar.

A concepção de cultura corporal amplia a contribuição da educação física escolar para o pleno exercício da cidadania, na medida em que, tomando seus conteúdos e as capacidades que se propõe a desenvolver como produtos socioculturais.

A atividade da dança na escola pode desenvolver na criança a compreensão de usa capacidade de movimento, mediante um maior entendimento de como seu corpo funciona. Assim poderá usá-lo expressivamente como maior inteligência autonomia, responsabilidade e sensibilidade.

A escola pode desempenhar um papel importante na educação dos corpos e do processo interpretativo e criativo da dança, pois dará aos alunos subsídios para melhor compreender, desvelar, desconstruir, revelar e transformar as relações que se estabelecem entre corpos, dança e sociedade.

 

DESENVOLVIMENTO

 

Os seres humanos dançam há muito tempo. Sabemos que desde os homens das cavernas os indivíduos dançavam. Só que as pessoas dançavam por razões diferentes: com práticas religiosas, para comunicar ideias ou para lutar por seus ideais. Há pessoas que dançam para se divertir, esquecer dos problemas, ou até mesmo para emagrecer. A dança, no entanto, é muito mais do que “falar com o corpo”.Ela é uma modalidade de arte que não depende das palavras, embora também possa utilizá-las e constrói significados na vida das pessoas.

 

Considera-se a dança uma expressão representativa de diversos aspectos da vida do homem. Pode ser considerada como linguagem social que permitem a transmissão de sentimentos, emoções da afetividade vivida nas esferas da religiosidade, do trabalho, dos costumes, hábitos, da saúde. (SOARES, 1992, p. 82)

 

A capacidade que a criança tem de expressar-se corporalmente através de movimentos livres, sem estereótipos, não se discute. Porém, diante de um mundo de incertezas, exigente nos processos de educação, essa espontaneidade vai se perdendo em detrimento de questões morais e sociais, preconceitos religiosos e sexuais e por fim, recebendo punições que entram em cena reprimindo o movimento.

Os estudos sobre a dança se multiplicam e quase sempre concentram suas propostas de trabalho em ideias mais avançadas. Entretanto, existem lacunas deixadas pelas ausências do trabalho corporal em crianças com faixa etária escolar.

A linguagem corporal é tão completa e complexa quanto à linguagem verbal. Ambas sofrem repressão e limitações. Contudo a fala, por exigência do cotidiano e das dependências que temos como ser social, continua sendo praticada e exercitada, tornando-se nosso meio de comunicação.

 

Se o corpo é reprimido o movimento não pode ser livre. Cria-se assim uma dicotomia entre essas duas formas de comunicação que devem caminhar juntas e em harmonia. O homem é um ser total e necessita de uma infância sadia para atingir seus objetivos. (STOKOE, 1987, p. 12)

 

O ensino da dança na escola assume um importante papel para que os educandos possam conhecer o seu corpo, compreender as relações que são estabelecidas entre o fazer, o conhecer, o interpretar e o apreciar a dança.

Nesta perspectiva, Pereira apud Gariba (2005, p.12) coloca que:

 

(...) a dança é um conteúdo fundamental a ser trabalhado na escola: com ela, pode-se levar os alunos a conhecerem a si próprios e/com os outros; a explorarem o mundo da emoção e da imaginação; a criarem; a explorarem novos sentidos, movimentos livres (...). Verifica-se assim, as infinitas possibilidades de trabalho do/para o aluno com sua corporeidade por meio dessa atividade.

 

Nesse sentido, a dança não é só vista como expressões do movimento e do indivíduo, mas, também, como criação ou aprendizado de um determinado vocabulário de movimentos. Como uma área de conhecimento específico, a dança engloba conceitos, procedimentos e atitudes e precisa ser abordada em toda a sua dimensão: seus elementos básicos, as habilidades e técnicas corporais em dança, a consciência corporal, os processos de criar, interpretar e apreciar dança, sua estética e o conhecimento de sua história atual e de diferentes épocas e culturas.

Dessa forma, é precípuo refletir que as referências presentes no processo de ensino-aprendizagem em dança não devem ser, unicamente, as do professor, mas devem validar as diferentes experiências corporais, socioculturais e políticas dos alunos.

Essa perspectiva permite que os alunos tenham oportunidade de com a dança falar de seus desejos, experiências, preocupações e satisfações sobre o mundo que vivenciam, o que poderá resultar em instigantes temas geradores para um processo de pesquisa, criação e composição em dança. Ao mesmo tempo, os alunos podem perceber as relações que estabelecem com o seu corpo e com o do colega, refletir sobre a idealização de corpos presente na dança e na cultura, perceber as diferenças entre trabalhar o movimento sozinho e com o outro, criar em grupo compartilhando ideias e opiniões, ampliar seus conhecimentos e estabelecer outras relações espaço-temporal.

Muitos dos conteúdos de dança podem ser trabalhados numa perspectiva interdisciplinar, sem tirar com isso a especificidade da área. Mesmo que a dança seja a linguagem privilegiada em uma determinada série, ela poderá articular-se com as demais linguagens artísticas e disciplinas curriculares para atender às particularidades de um projeto pedagógico.

Para o ensino da dança, a grande contribuição da inter - disciplinaridade e da introdução de temas transversais, que têm em seu âmago as questões sociais, é possibilitar que essa área do conhecimento saia de paradigmas que a concebem, unicamente, como reprodução de movimentos ou então como a criação de um mundo de faz de conta, e esteja em sintonia com a contextura sociocultural, isto é, estabeleça relações com o meio ambiente.

Refletir sobre a sua própria realidade, a partir de uma perspectiva ética poderá contribuir para que crianças e adolescentes, na dança, compreendam os diferentes valores estéticos que pertencem a diferentes grupos sociais, bem como dialoguem e respeitem as preferências artísticas, individuais e coletivas que surgem na própria sala de aula.

O tema da dança na escola apresenta reflexões sobre as diferenças étnicas e as trajetórias dos diferentes grupos culturais e sociais que fazem parte da nossa cidade, do nosso país e de outros povos, e que devem ser valorizados nos seus modos específicos de produção e expressão.

Para que não sejam apenas reprodutores de uma cultura corporal (com seus aspectos positivos e negativos), torna-se importante que os alunos compreendam que existem diferentes visões de mundo e diferentes formas de perceber, vivenciar e significar o corpo na dança, na sua cultura e na de outros povos. Isso contribuirá para que a diferença de corpo, de idéias e de valores seja respeitada e valorizada, contribuindo assim para que a escola seja um local de transformação e emancipação social.

 

CONCLUSÃO

 

Uma das grandes preocupações que nos leva a montar esse projeto são as dificuldades encontradas em nossa clientela, devido à distância no qual a escola e o município se encontram dos grandes centros culturais, dificuldades financeiras são fatores que impossibilitam nossos alunos de participarem de eventos educacionais.

Diante a estas dificuldades achamos necessário que um professor atuasse apenas nessa disciplina para suprir essa necessidade, pois é um anseio dos educando e da comunidade escolar, visto que em 1996, da nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) do Brasil institui o ensino obrigatório de Arte em território nacional e, finalmente, em 1997, foram publicados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que incluem, pela primeira vez na história do país, a dança em seu rol de disciplinas e como qualquer prática pedagógica, a Dança dentro das aulas de Educação Física é uma disciplina que não pode ser vista como separada do restante dos outros conteúdos que compõe o eixo curricular da escola e deve ser abordada de forma crítica e competente, pois a expressão corporal é uma linguagem, um conhecimento universal, um patrimônio da humanidade que precisa ser transmitido e assimilado pelos alunos.

Espera-se que no final da pesquisa, seja evidenciada a contribuição da dança para a melhoria no comportamento, na concentração das crianças, bem como, nas relações interpessoais e sociais, na formação da personalidade e na tomada de decisões e na socialização em sala de aula.

Espera-se também que os aspectos positivos da dança sensibilizem a comunidade escolar para a valorização desta nas aulas de educação física.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ABRAMOVICH, Fanny. Quem Educa Quem? São Paulo-SP: Summus, 1985.

 

ARTAXO, I.. Ritmo e movimento. São Paulo: Phorte, 2000.

 

BRAGHIROLLI. E. M.; et al . Psicologia social. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

 

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Secretaria de Educação Fundamental. V. 7 2ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

 

SOLER, Reinaldo. Educação Física Escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 2003.

 

STOKOE, Patrícia. Expressão corporal na pré-escola. São Paulo: Summus, 1987.

 

TOLKMITT, V. M.: Educação Física, uma produção cultural: do processo de humanização à robotização. Curitiba: Modulo, 1993.

 

VERDERI, Érica. A dança aplicada na escola. Revista Virtual EF Artigos, Natal, v. 1, n. 19, mar. 2004.

 

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DA APRENDIZAGEM

Thelma Elita Nascimento

Elenir Maria Medeiros

Maria Clara Ramalho Carneiro,

Walber Cristóforo Carneiro

Suzana Andreia de Souza Formigoni

 

RESUMO

Este pesquisa foi desenvolvido na área da educação, no qual será enfocada a importância família no processo da aprendizagem. Trata-se, portanto, de uma pesquisa bibliográfica com estudos aprofundados, consubstanciados em referencial literário existente. A relação família-escola é de extrema importância na construção da identidade e autonomia do aluno, a partir do momento em que o acompanhamento desta, durante o processo educacional, leva a aquisição de segurança por parte dos filhos, que se sentirão duplamente amparados, ora pelo professor ora pelos pais, o que irá incorrer no favorecimento do processo ensino-aprendizagem.

 

Palavras-chave: Família, Escola, Desempenho Escolar.

 

INTRODUÇÃO

 

O tema escolhido para este trabalho surgiu através das vivências na docência e a reflexão sobre a prática pedagógica, juntamente com momentos de maior intercâmbio com a família, vinculada à Constituinte Escolar, está na base do objetivo deste estudo de investigar as relações entre o envolvimento da família com a vida escolar e a aprendizagem no processo da aprendizagem. A família reflete os problemas da sociedade bem como a presença ou ausência de valores nos diversos contextos humanos (escola, grupo de pares, associações) e desse modo é importante pesquisar sua relação com o desempenho escolar.

O sucesso escolar depende da harmonia entre a família, a aprendizagem e as emoções. Muitos problemas de aprendizagem ou dificuldade de adaptação da criança na escola têm origem no universo familiar e nas expectativas dos pais sobre os filhos com relação ao aprender; tem a ver com valores, ideologias e os segredos do grupo familiar.

O aprender e o ensinar são funções básicas da família, desta forma os modos como à família vivem momentos de mudanças, mortes, nascimentos, crises ou conflitos marcam características da modalidade de aprendizagem da criança.

 

REVISÃO CONCEITUAL

 

A educação é fator de desenvolvimento da cidadania, que fundamenta e amplia a vivencia da democracia, em um país tão cheio de contrastes, ambiguidades e contradições como o nosso.

Até o inicio deste século à educação dos filhos era tarefa exclusiva dos pais, em especial da mãe. À medida que a sociedade foi se tornando mais complexa, outros agentes de socialização também se responsabilizaram por essas tarefas. Em determinadas ocasiões, instituições especializadas passaram a substituir a família, prescrevendo e delimitando o que as novas gerações deveram aprender ou ignorar.

Em nossa cultura, a família é o lugar no qual o sujeito humano se torna membro de uma sociedade. Para isso, percorre um longo caminho de inicio marcado por vivencias de fragilidade emocional, dependência, indiferenciação entre e real e o imaginário, entre mundo interno e mundo externo.

 

A família deixou de ser a fonte principal de informações. Referentemente da educação familiar, a escola tem critérios mais objetivos na avaliação do desempenho, sem deixar de lado a questão do afeto. Ela da ênfase ao pensamento formal, que prepara para o conhecimento cientifico em um contexto social de cooperação. (MOREIRA,1996; p.71)

 

Ao ingressar na escola na escola, a criança já estabeleceu uma determinada “leitura” do mundo, a partir da perspectiva dada por sua classe social.

Na família,os pais despertaram seu pensamento, ajudaram-na na construção dos fundamentos da linguagem e na internalizarão das regras do jogo social.

 

A escola surgiu para responder a necessidades sociais de preparo com individuo para a vida pública. A família ficou apenas com a formação moral de seus filhos. (BBOCK,2003;p.267)

 

Agora na escola e em outras instituições socializadoras há condições para a aprendizagem sistemática de novos conteúdos de novos instrumentos socializadores e de um novo convívio.

O papel da escola na sociedade é dar condições para que o educando desenvolva a autonomia juntamente com a construção de novos conhecimentos.

O desenvolvimento das crianças pode ser melhor à medida que ocorrer cooperação entre a família e a escola. O dialogo constante e o apoio mútuo permite a troca produtiva das características que diferenciam uma e outra. Assim, o afeto familiar é levado para a escola e a metodologia do trabalho educacional passa a influir mais incisivamente em casa.

Esse caminho, essa ponte entre o afeto e a produção derruba barreiras criadas pela distancia até hoje existentes. As práticas familiares aliadas ao trabalho na escola criam outras possibilidades de comunicação nas quais todos aprendem, reavaliando valores e vivenciando novas experiências comunitárias.

O aluno, visto em sua individualidade, reconhecido a partir de sua socialização primário familiar, pode desenvolver melhor sua autonomia.

 

4.1 A família como um sistema

 

Pode-se considerar a família como um sistema em que as ações e as atitudes de cada membro afetam os outros e vice-versa como todo sistema a família tem uma estrutura e algumas pautas reguladoras do seu funcionamento que tendem a manter-se estável.

Porém, para poder avançar e garantir o bem estar dos seus membros, a família terá de adaptar-se as novas circunstâncias.

 

As famílias são compostas por diversos subsistemas (casal;filho), entre os quais existem alguns limites mais ou menos flexíveis. Uma situação adequada é aquela em que a existência e a percepção do sistema familiar como um todo não é incompatível com a autonomia dos seus subsistemas (SALVADOR; 1999; p.158)”.

 

Todas as famílias passam por momentos característicos, próprios do seu ciclo vital. Todos vivem crises e dificuldades, associados à educação e ao crescimento dos filhos, as mudanças que se produzem no caráter do casal.

Por fim, como todos os sistemas, a família, organizadas mediante vínculos, afetos e emocionais, tem algumas funções, alguns objetivos que devem alcançar.

 

CONCLUSÃO

 

Observou-se que o gestor precisa trabalhar em prol do progresso da escola onde todos estão envolvidos, porém não podem se esquecer de que sua equipe não se limita somente a funcionários, alunos e professores. Sua equipe é composta também pelos pais dos alunos e por toda a comunidade em geral, e juntos devem trabalhar visando à aprendizagem dos alunos. A gestão relaciona se com a atividade de impulsionar uma organização.

Têm valores e objetivos educacionais, princípios para uma boa gestão escolar, planejamento e integração com a comunidade. Cabe ao diretor buscar satisfação do todo, usar boas e novas técnicas. Não se esquecer do professor e utilizar se de critérios diferentes em situações diferentes

Quando se fala da relação da comunidade com a escola devem-se conhecer alguns pontos importantes e positivos, que nos mostram a necessidade de haver uma ação conjunta da escola e da família. A escola tornou-se necessária quando a sociedade começou a cobrar dos indivíduos algumas exigências para a sua preparação de vida.

 

REFERÊNCIA

 

CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Gente, 2000.

 

MATO GROSSO. Secretaria de Estado de Educação. Escola ciclada de Mato Grosso: novos tempos e espaços para ensinar, aprender a sentir, ser e fazer. Cuiabá: Seduc, 2000.

 

MORAE, Rosária Lanziottis: A importância da parceria entre a escola e a família no ensino fundamental

 

MOREIRA. Paulo Roberto. Psicologia da educação: interação e identidade. 2ª ed. São Paulo: FTD, 1996.

 

REGO. Teresa Cristina. A indisciplina e o processo educativo: uma análise na perspectiva vygotskiana. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1995.

 

SALVADOR. César Coll. Psicologia da educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

 

EDUCAÇÃO FÍSICA: APROXIMAÇÃO A UMA PROPOSTA CRÍTICA DE EDUCAÇÃO

Sonia Maria Ramalho Carneiro

Maria Clara Ramalho Carneiro

Walber Cristóforo Carneiro

Elenir M. Da Silva

Thelma Elita Nascimento

 

RESUMO

Baseados na Teoria Crítica do Currículo Educacional, entendemos que a Educação Física, em qualquer uma de suas manifestações sociais, pode ser considerada uma Ciência da Educação. Ela utiliza como fontes de conhecimento outras dimensões advindas das ciências duras e humanas, e precisa de uma adequada organização institucional e epistemológica para confrontar, democraticamente, os vários campos de reflexão, capacitação docente e atuação profissional, em condições de disputa equilibrada. E isto se faz necessário para que se possa alcançar uma compreensão dos diferentes sentidos, significados socialmente atribuídos a esta modalidade.

 

INTRODUÇÃO

 

A Educação Física é uma atividade humana. Manifesta-se no condensado social por meio de práticas sociais com interesses e enfoques filosóficos, científicos e pedagógicos diferenciados, que podem ser analisados epistemologicamente em decorrência das visões, explicita ou implicitamente, colocadas sobre o homem, o mundo e a sociedade.

Como matéria de ensino da escola, está organizada numa estrutura curricular educacional, pois trata-se de um conjunto de conhecimentos advindos dos campos das Ciências Humanas, Naturais e Exatas que são utilizados para subsidiar e atualizar em caráter interdisciplinar:

O estudo das diferentes temáticas advindas da pesquisa da corporeidade no contexto histórico-cultural do jogo, da ginástica, da expressão corporal, que inclui a dança, o esporte e as lutas corporais, na qualidade de objetos de conhecimento da área.

A ação profissional do professor de Educação Física, em qualquer ambiente onde se estabeleça uma interação social do tipo professor- orientador - treinador-aluno, concretiza-se por meio de um processo de comunicação social. Este é mediatizado por uma relação ensino-aprendizagem, através do planejamento e da aplicação de procedimentos de ensino que podem ser vinculados a ações problematizadoras de caráter amplo (formação para a cidadania) e/ou restrito (tecnicismo), como é o caso do treinamento de habilidades específicas.

Situada institucionalmente, a Educação Física é uma prática política ausente de qualquer tipo de neutralidade científica e ideológica. A todo momento reflete, conscientemente ou não, concepções que simbolicamente foram criadas e estruturadas para sustentar um determinado modelo de sociedade. Essas concepções, por sua vez, favorecem a presença das várias práticas existentes na realidade. Como exemplo, poderíamos citar o caso daqueles professores que, por "n" fatores, se limitam diariamente, a entregar a bola aos alunos e esperar o final da aula, ou daqueles que concorrem com sua performance técnica para garantir um emprego em academias porque ministram aulas de ginástica aeróbica.

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

O professor tornou-se uma figura central nas políticas educacionais não só no Brasil, mas na América Latina e também em outros países, os desafios enfrentados diariamente pelos professores não é mais aquisição de conhecimento, mais sim fazer se concretizar o aprendizado dos conteúdos através de interpretação, analise critica, isso se deve a diversos fatores como a imensa quantidade de meios de comunicação que os cercam.

O professor é um profissional que domina a arte de encantar, de despertar nas pessoas a capacidade de crescer e mudar. A partir de uma nova e integral concepção do mundo o avanço tecnológico, caracteriza-se pelos meios de comunicação trazendo novas formas de relações sociais, o desenvolvimento das tecnologias de informações e comunicações tem um ritmo muito crescente, mas também parece não haver dúvidas que são fundamentais para a sobrevivência da nossa sociedade.

 

A multiplicação de cursos de formação de professores de níveis, extensão e modalidades diversas é uma das ênfases das políticas correntes, as quais têm favorecido, por meio de consórcios e parcerias diversas, a abertura crescente para a entrada de empresas privadas no terreno antes reservado à atuação do Estado. O agravamento das condições de trabalho dos professores e a qualidade insatisfatória de muitos desses programas têm acirrado o debate entre educadores e pesquisadores sobre essa questão, entre outras razões, pelo fato de que tais medidas levam ao questionamento das políticas voltadas à profissionalização e à carreira dos professores, bem a suas condições de trabalho. (BUENO, et al. 2012, p. 3)

 

Para a educação, tanto social quanto tecnológica à cada vez mais necessidades de uma educação permanente, oferecendo as possibilidades frente as mudanças do mundo vivido no dia a dia, proporcionando aos educandos o acesso da vivencia nas comunidades com intuito de prepará-los para a vida de descobertas e domínios, as ferramentas de pesquisas têm como parte a educação utilizando recursos de maneiras criativas e na busca das construções coletivas do conhecimento.

Aliás este fato está explicito em sua constante busca do saber e aprender, desta forma analisamos o papel das novas tecnologias aplicadas na educação, tendo muito mais acesso, rapidez e facilidade nas informações tornando as aulas expositivas e cada vez mais rica de conhecimentos e bem diferentes dos anos de antigamente.

O processo de educação envolve o contexto cultural, familiar entre outros fatores na vida da criança. É preciso que o professor esteja próximo aos alunos ajudando a despertar o interesse usando ferramentas que complementam aprimorando seu uso para refletir e formar cidadãos mais reflexivos.

Moss, (2018, p.103) afirma que: O papel do professor em todas as épocas é ser o arauto permanente das inovações existentes. Ensinar é fazer conhecido o desconhecido. Agente das inovações por excelência o professor aproxima o aprendiz das novidades, descobertas, informações e noticias orientada para a efetivação da aprendizagem.

O papel dos professores hoje em dia não está mais relacionado só em passar conteúdos em sala, mas sim trabalhar com metodologias participativas e funções de medir os conhecimentos, pois a cada passar dos anos a profissão dos professores vem cada vez mais ganhando transformações que vem ocorrendo nos anos atuais, e por isso é preciso estar se atualizando e buscando melhorias. Esses avanços estão cada vez mais frequentes causando impactos nos ambientes educacional; onde se vê o nascimento de um novo papel do professor comprometido com a aprendizagem e com as mudanças ocorridas.

Frente as mudanças de hoje em dia ser professor é uma tarefa bem difícil, mas que acaba sendo bem prazerosa pois é preciso se dedicar muito aos estudos e aos seus desenvolvimentos profissionais incentivando a busca de novos saberes, sendo detentor de senso critico conhecendo profundamente o campo do saber que pretende ensinar, além de ser capaz de produzir novos conhecimentos por meio da realidade que os cercam, mesmo enfrentando muitas mudanças e desafios.

Saviani, (2015) apresenta um dos entraves que o professor enfrenta na contemporaneidade é a descaracterização e de profissionalização do professor. E ele enfatiza a redução dos mestres a ensinastes. Para este autor, é fundamental um redimensionamento do ofício do professor e de sua identidade e esta nova identidade “tende a ser afirmada frente à nova descaracterização da escola e da ação educativa” (p. 22). Esse aspecto fatalmente repercute na identidade profissional, podendo ser fator de crise.

O perfil dos professores vem ocasionando mudanças em função de uma transformação do próprio processo de aprendizagem, alguns anos atrás o professor era chamando de conteudista na qual conhecia muito o conteúdo decorava e transmitia, no decorrer dos anos foram desenvolvidas as primeiras tecnologias da educação que trouxe muitas mudanças para os professores e alunos e mais recursos para as escolas.

 

Duas concepções sobre a profissão do professor, uma em que são valorizados os conhecimentos formais, codificados e transmissíveis, atestados por títulos universitários, e outra em que a profissão é construída no processo de trabalho, experiência, qualidades pessoais, trabalho em grupo e solidariedade nas relações de trabalho. As duas dimensões resultam em formas indenitária distintas com relação ao ser professor. A forma como o docente reconhece a profissão difere entre a própria categoria. Dito desta forma, o autor salienta que parece haver um consenso entre os docentes de que a profissionalização do professor é construída na articulação entre a experiência, a didática e a flexibilidade de transitar em diferentes assuntos de uma determinada área de conhecimento. (SAVIANI, ,2015, p.78)

 

Desta forma a importância consiste em conhecer e refletir sobre práticas educativas, para que se possa alcançar uma realidade esperada, pois a educação tomou conta da sociedade há alguns anos atrás desde que se notou a influencia na formação e a necessidade de explorar essas mudanças diante do desenvolvimento nos meios de avanços, informações e comunicação.

O professor é um profissional que domina a arte de ensinar, de despertar a vontade de estudar nas pessoas e a capacidade de engajar-se e mudar. Para a realização deste estagio, fizemos várias pesquisas em sites, livros, etc. que aprimoraram nossos conhecimentos, procurando sempre relacionar os objetivos específicos juntamente com as atividades do cotidiano, usando vários instrumentos citados, e por ventura outros se fizer necessário no decorrer dos dias trabalhados, com intuito de sempre obter bons resultados, de forma reflexiva. Que nós profissionais possamos ensinar e orientar na teoria e na pratica.

Um bom professor atualmente deve sempre recorrer a metodologias diferenciadas que busquem promover informações e conteúdo que estimulem o aluno a desenvolver o seu aprendizado levando em consideração a capacidade de cada educando em desenvolver seus conhecimentos.

O educador deve constantemente se relacionar com as diferentes áreas do conhecimento, em relação aos novos métodos de ensino e aprendizagem, sendo assim a busca por informação e conhecimento torna-se fundamentais para na transformação da relação entre professor e aluno na produção do conhecimento do educando.

 

Diante desta realidade, a função da escola não pode se resumir apenas nas necessidades competitivas do mercado. Há a necessidade de a prática pedagógica ser organizada para garantir às novas gerações o saber sistematizado, com a condição dos indivíduos adquirirem instrumentos cognitivos necessários à formação da consciência crítica para a vivência na sociedade de forma não alienada. (SAVIANI, ,2015, p.78)

 

O professor enquanto profissional deve buscar constantemente para que pela necessidade de formalizar o processo de ensino. Em consonância com Moura (2010), essa organização do ensino tem em vista criar práticas pedagógicas que transformem realidades através da educação, realidades do próprio professor, do aluno e demais sujeitos envolvidos direta ou indiretamente nessa relação. O professor assume, portanto, um importante papel social.

 

CONCLUSÃO

 

A tentativa de descrever como se manifesta esta prática social no cotidiano escolar. Considerando que devido a sua natureza complexa, contraditória, conflitiva e inacabada, tal prática precisa ser constantemente revista e reinterpretada à luz do conhecimento científico e filosófico em busca de sua constante transformação crítica.

Assim, a Educação Física atualmente tem como objeto de estudo "o homem em movimento" e pode ser entendida como uma área que interage com o ser humano em sua totalidade, englobando aspectos biológicos, psicológicos, sociológicos e culturais e a relação entre eles.

As metas traçadas pelo professor poderiam ser desenvolver o preparo físico dos alunos (aspecto biológico), aumentar sua auto-estima através da realização do movimento (aspecto psicológico), melhorar sua sociabilização (aspecto sociológico), realizar atividades conhecidas e aceitas naquela região (aspecto cultural) e, por último, relacionar esses aspectos, lembrando que todos serão trabalhados praticamente ao mesmo tempo.

 

REFERENCIAS

 

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretária da Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil – Brasília; MEC/SEF, 1998. (V.01, 02 e 03).

 

MOSS, Peter. Reconceitualizando a infância: crianças, instituições e profissionais. In: MACHADO, M. L. de A. Encontros e desencontros em educação infantil. São Paulo: Cortez, 202. P. 235-248.2018.

 

SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica: Primeiras Aproximações. São Paulo: Autores Associados, 2015.

 

SOUZA, A. N. Trajetórias de professores da Educação Profissional. Pró-posições, v. 16, n. 3 (48) – set /dez. 2005.

 

ARROYO, M. G. Ofício de mestre: imagens e autoimagens. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2000.

 

KENSKI, V.M. O papel do Professor na Sociedade Digital. In: CASTRO, A. D. de. BUENO, Belmira et al. Formação continuada de professores na América Latina: as políticas do Chile, México e Argentina. In: SEMINARIO INTERNACIONAL DE LA RED ESTRADO. POLÍTICAS EDUCATIVAS PARA AMÉRICA LATINA: PRAXIS DOCENTE Y TRANSFORMACIÓN SOCIAL, 9, 2012, Santiago de Chile. Anais… Santiago de Chile: s. n.,2012. CD-ROM.