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TRABALHO PEDAGÓGICO DESENVOLVIDO COM A CRIANÇA COM AUTISMO EM SALA DE AULA

Francisca da Conceição Pereira

 

RESUMO

O objetivo deste projeto é descrever e analisar os aspectos do trabalho pedagógico desenvolvido com a criança com autismo em sala de aula como o professor aplica conteúdo, para este aluno. A criança com autismo está inclusa na educação infantil e necessita de atividades diferenciadas. O autismo é um transtorno de desenvolvimento, caracterizado por dificuldades e anormalidades em várias habilidades de comunicação, relacionamento social, funcionamento cognitivo, processamento sensorial e comportamental é algo que faz parte da constituição do indivíduo e afeta a sua evolução e manifesta antes dos três anos de idade e persiste durante a vida adulta. O autismo é mais difícil ser percebido pelo os pais, por ser um distúrbio mental e não uma doença física. A incidência do autismo é de cinco a cada 1.000 crianças, sendo mais comum no sexo masculino, na razão de quatro homens para cada mulher afetada, em mulheres as características são mais rigorosas e intensas por terem um QI mais baixo quando autistas.

 

PALAVRAS-CHAVE: Autismo; Inclusão; Educação Infantil.

 

INTRODUÇÃO

 

A inclusão da pessoa com deficiência no âmbito escolar é um debate atual que demanda a organização de várias propostas de trabalho, pelas especificidades inerentes à pessoa humana e pelas diversas barreiras existentes no contexto escolar.

Este trabalho visa a descrever e analisar aspectos do trabalho pedagógico desenvolvido com a criança com autismo no ensino regular. A educação infantil deu o direito da criança especial, não o direito de ser cuidada, mais sim, o direito de ser aceita e respeitada sendo inserida a participação na escola regular, para serem atendidas mesmo com seus limites. O professor é muito importante nesse processo de inclusão do aluno com deficiência, ou seja é importante organizar a sala de aula, para que as crianças tenham um desenvolvimento mais amplo, adequando com as outras crianças, que seja um ambiente agradável para ser incluído ao meio a sociedade.

O professor deve estar sempre em comunicação com os pais das crianças com deficiências, se estão sendo acompanhada pela um equipe médica como: Neurologista, psiquiatra, psicóloga, fonoaudióloga. A escola é uma forte aliada para transmitir valores e normas sociais, trabalhar com alunos autistas para assim diminuir, amenizar suas dificuldades, e proporcionar para esta criança momentos de construção de conhecimento em um processo de aprendizagem significativo.

 

DESENVOLVIMENTO

 

A educação especial viveu profunda transformação durante o século XX. Impulsionada pelos movimentos sociais que reivindicavam mais igualdade entre todos os cidadãos e a superação de qualquer tipo de discriminação, incorporou-se, aos poucos, ao sistema educacional regular e buscou formulas que facilitassem a integração dos alunos com alguma deficiência.

Segundo Kanner 1943-1963, o autismo é um transtorno emocional, produzido por fatores emocionais ou afetivos inadequados na relação da criança com as figuras de criação. Tais fatores dão lugar a que a personalidade da criança não possa constituir se ou que se transtorne. Desse modo, mães ou pais incapazes de proporcionar o afeto necessário para a criação produzem uma alteração grave do desenvolvimento de crianças que teriam sido potencialmente normais e que seguramente possuem uma inteligência muito melhor do que parece, mas que não podem expressar por sua perturbação emocional e de relação. O emprego de uma terapia dinâmica de estabelecimento de laços emocionais saudáveis é a melhor maneira de ajudar as crianças autistas.

O exemplo mais significativo é dos adultos autistas. A medida que se acumularam conhecimentos e experiências sobre o autismo, tornou se evidente a necessidade, tanto teórica como prática, de considerar o transtorno da perspectiva do ciclo vital completo e não apenas como uma alteração da criança. Enquanto as administrações educativas e os profissionais da educação tornam-se relativamente conscientes das necessidades específicas das primeiras, os adultos autistas ainda não contam com os recursos mínimos para um atendimento adequado.

Devemos levar em conta que a maioria das pessoas autistas requer atenção, supervisão e apoio durante toda a vida. Atualmente não se cura o autismo, embora possa haver uma melhora muito significativa, graças, sobretudo, ao trabalho paciente da educação.

Segundo a definição de Kanner, em 1943, o autismo apresentou-se como um mundo distante, estranho e cheio de enigmas. Os enigmas referem-se, por um lado ao próprio conceito de autismo e as causas, as explicações e as soluções para esse trágico desvio de desenvolvimento humano normal. Apesar da enorme quantidade de pesquisas realizadas durante mais de meio século, o autismo continua ocultando sua origem e grande parte de sua natureza, apresentando desafios à intervenção educativa e terapêutica.

 

O autista é aquela pessoa para a qual as outras pessoas são opacas e imprevisíveis, aquela pessoa que vive como ausentes, e que por tudo isso, se sente incompetente para regular e controlar sua conduta por meio da comunicação.

 

O autismo nos fascina porque supõe um desafio para algumas de nossas motivações mais fundamentais como seres humanos. Há algo na conduta autista que parece ir contra as “leis da gravidade entre as mentes”, contra as forças que atraem as mentes humanas para outras.

A impressão de fascinação expressou-se desde a origem do autismo como síndrome bem definido: uma origem que se situa em um artigo muito importante de um psiquiatra austríaco radical nos Estados Unidos, o Dr. Leo Kanner. Seu artigo sobre “os transtornos autistas do contato afetivo”, (1943) começava com estas palavras: “Desde 1938, chamaram-nos a atenção várias crianças cujo quadro difere tantas e tão peculiarmente de qualquer outro tipo conhecido até o momento que cada caso merece e espero que venha a receber com o tempo uma consideração detalhada de suas peculiaridades fascinantes”.

Em que consistiam essas “peculiaridades fascinantes”?

Kanner descreveu-as de modo tão penetrante e preciso que sua definição do autismo é, em essência, a que se continua empregando atualmente.

Depois de descrever de modo detalhado os casos de onze crianças, Kanner comentava suas características especiais reincidentes que se referiam principalmente a três aspectos:

1º. As relações sociais, para Kanner, o traço fundamental da síndrome de autismo era “a incapacidade para relacionar-se normalmente com as pessoas e as situações” (1943, p.20), sobre a qual fazia a seguinte reflexão: “Desde o início há uma extrema solidão autista, algo que na medida do possível desconsidera, ignora ou impede a entrada de tudo o que chega à criança de fora. O contato físico direto e os movimentos que ameaçam romper a solidão são tratados como se não estivessem, ali ou não bastasse isso, são sentidos dolorosamente como uma interferência penosa”.

2º. A comunicação e a linguagem Kanner destacava também um amplo conjunto de deficiências e alterações na comunicação e na linguagem das crianças autistas, às quais dedicou um artigo monográfico, em 1946, intitulado “linguagem irrelevante metafórica no autismo infantil precoce”. Tanto nesse artigo como no de 1943, assinala-se a ausência de linguagem em algumas crianças autistas, seu uso estranho nos que a possuem, como se fosse “uma ferramenta para receber ou transmitir mensagens significativas” (1943, p. 21), e definem-se alterações como a ecolalia (tendência a repeti emissões ouvidas, em vez de cria-las espontaneamente), a tendência a compreender as emissões de forma mais literal, a inversão de pronomes pessoais, a falta de atenção à linguagem, a aparência de surdez em algum momento do desenvolvimento e a falta de relevância das emissões.

3º. A terceira característica era a inflexibilidade, a rígida aderência a rotinas e a insistência das crianças autistas na igualdade. Kanner (143, p.22), comentava até que ponto se reduz drasticamente a gama de atividades espontâneas no autismo e como a conduta da criança “é governada por um desejo ansiosamente obsessivo por manter a igualdade, própria criança, pode romper em raras ocasiões. “De modo perspicaz, relacionava tal característica com outra própria do autismo: A incapacidade de perceber ou de conceituar totalidades coerentes e a tendência a representar as realidades de forma fragmentaria e parcial.

Poucos meses depois de Kanner publicar seu influente artigo sobre o autismo, outro médico Vienense, o Dr. Hans Asperger, tornou públicos os casos de várias crianças com “psicopatia autista”, vistas e atendidas no departamento de Pedagogia Terapêutica (Heipadagogische Abteilung), da Clínica Pediatria Universitário de Viena. Parece claro que Asperger não conhecia o artigo de Kanner e que “descobriu” o autismo de modo independente. Publicou suas próprias observações em um artigo de 1944, intitulado “a psicopatia autista na infância”, em que destacava as mesmas características assinaladas por Kanner: “O transtorno fundamental dos autistas dizia Asperger é a limitação de suas relações sociais. Toda a personalidade dessas crianças é determinada por tais limitações” (P.77). Além disso, Asperger assinalava as estranhas pautas expressivas e comunicativas dos autistas, as anomalias prosódicas e pragmáticas de sua linguagem (sua melodia peculiar ou falta dela, seu emprego muito restrito como instrumento de comunicação), a limitação, a convulsividade e o caráter obsessivo de seus pensamentos e ações e a tendência dos autistas a guiar-se exclusivamente por impulsos internos, alheios as condições do meio.

 

CONCLUSÃO

 

Escolheu-se o tema Inclusão da Criança com Autismo na Educação Infantil. Para descrever e analisar os aspectos do trabalho pedagógico desenvolvido com a criança autista, em sala de aula de como se processa o atendimento e desenvolvimento, haja vista a importância dos professores estarem utilizando uma metodologia de conhecimentos e a de seus futuros alunos, é bom conhecer para poder interferir na realidade, é fazendo reflexões constantes sobre o fazer e o saber fazer que podemos transformar a realidade na qual nos encontramos inseridos, este levantamento de conhecimento sobre a criança autista leva a reflexão da ação.

O propósito desta pesquisa foi obter informações claras sobre o que é o autismo e qual a forma de aplicação de avaliação desenvolvida pelos professores para os autistas, bem como analisar o conhecimento que os mesmos possuem sobre a importância da avaliação e para que servem, sabemos que a tarefa do professor é sempre estar preparado para poder avaliar as crianças com qualquer tipo de deficiência pois é através deste meio que poderão concluir cada bimestre aplicado podendo formar um bom profissional para o futuro.

A auxiliar tem o dever de cuidar da criança dentro e fora da sala de aula, observa a criança no pátio da escola acompanhar ao banheiro, ensinar a pegar o lanche sem depender de ajuda do professor e da auxiliar. No recreio tem que observa deixando o aluno autista se interagir com os outros colegas, motiva a participar das brincadeiras como: roda, danças, pula pula e outras brincadeiras que ajudaram no seu desenvolvimento cognitivo e lúdico.

 

5. REFERÊNCIA

 

CÉSAR COLL, ALVARO MARCHESI, JESÚS PALACIOS e colaboradores; Digitado do livro: Desenvolvimento Psicológico e Educação 3. Transtornos do desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2ª. Edição, Reimpressão 2010. Em 03 de Novembro 2016.

 

Procedimentos-Padrões das Nações Unidas para a Equalização de Oportunidades para Pessoas Portadoras de Deficiências, A/RES/48/96, Resolução das Nações Unidas adotada em Assembleia Geral.

 

http://usj.edu.br/wp-content/uploads/2015/08/tcc-Elis-Regina-Petry-Martins.pdf. Acesso em: 04 de Novembro de 2016.

 

LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012. Acesso em: 07 de Novembro de 2016.