A importância da atividade física na prevenção de doenças crônicas associadas ao sedentarismo
Jhonatan Almeida de Castro
RESUMO
O sedentarismo é reconhecido mundialmente como um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, além de distúrbios emocionais como ansiedade e depressão. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2020) apontam que cerca de 25% da população mundial adulta não atinge os níveis mínimos recomendados de atividade física. No Brasil, o cenário é igualmente preocupante, segundo o Ministério da Saúde (2021). Este artigo tem como objetivo discutir a importância da prática regular de atividade física na prevenção dessas doenças crônicas, destacando os benefícios fisiológicos, psicológicos e sociais da adoção de um estilo de vida mais ativo. A metodologia utilizada baseou-se em revisão bibliográfica de autores como Caspersen et al. (1985), Matsudo et al. (2002) e Nahas (2010), entre outros. A análise evidencia a necessidade urgente de políticas públicas e de ações educativas que promovam o combate ao sedentarismo e estimulem hábitos saudáveis na população.
Palavras-chave: Sedentarismo. Atividade física. Doenças crônicas. Promoção da saúde. Qualidade de vida.
Introdução
O estilo de vida moderno tem contribuído significativamente para o aumento dos índices de sedentarismo em diferentes faixas etárias e grupos sociais. O avanço tecnológico, a urbanização acelerada e as mudanças nos hábitos de trabalho e lazer têm reduzido as oportunidades de movimentação corporal no dia a dia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2020), a inatividade física figura entre os quatro principais fatores de risco para a mortalidade global, estando associada diretamente ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.
Além das consequências físicas, o sedentarismo também tem sido relacionado a impactos negativos sobre a saúde mental, como o aumento dos casos de ansiedade e depressão, conforme apontam estudos de Matsudo et al. (2002). No contexto brasileiro, dados do Ministério da Saúde (2021) indicam que mais da metade da população adulta não realiza a quantidade mínima recomendada de atividade física semanal, o que agrava o cenário de morbimortalidade por DCNTs.
Autores como Caspersen et al. (1985) definem atividade física como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulte em gasto energético acima dos níveis de repouso. Já Nahas (2010) destaca que a prática regular de atividades físicas promove inúmeros benefícios fisiológicos, como a melhora do condicionamento cardiorrespiratório, o controle dos níveis de glicose e a regulação da pressão arterial.
Diante da relevância do tema, este artigo tem como objetivo analisar a importância da atividade física como estratégia de prevenção às doenças crônicas associadas ao sedentarismo, apontando as principais evidências científicas sobre seus benefícios e os desafios para a promoção de um estilo de vida ativo na população.
Justificativa
A crescente prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) representa um dos maiores desafios para a saúde pública mundial. O sedentarismo, enquanto fator de risco modificável, tem papel central nesse cenário, sendo responsável por grande parte da carga global de morbidade e mortalidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2020), a inatividade física está associada a cerca de 5 milhões de mortes por ano no mundo. No Brasil, dados do Ministério da Saúde (2021) evidenciam que a insuficiência de atividade física atinge aproximadamente 47% da população adulta. Diante desses números alarmantes, torna-se essencial o desenvolvimento de estratégias que incentivem a prática regular de exercícios físicos como forma de prevenção de doenças crônicas como diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão e doenças cardiovasculares. Segundo Matsudo et al. (2002), a adoção de um estilo de vida ativo pode reduzir significativamente os riscos de desenvolvimento dessas patologias, além de contribuir para a melhoria da saúde mental. Portanto, discutir a relação entre sedentarismo e saúde é de extrema relevância acadêmica e social.
Objetivos
Objetivo Geral:
Analisar a importância da atividade física na prevenção de doenças crônicas associadas ao sedentarismo.
Objetivos Específicos:
- Identificar as principais doenças crônicas relacionadas ao sedentarismo.
- Discutir os benefícios fisiológicos e psicológicos da prática regular de atividade física.
- Apresentar dados epidemiológicos sobre o sedentarismo e suas consequências.
- Sugerir estratégias para a promoção da atividade física como medida preventiva.
Metodologia
Este estudo caracteriza-se como uma revisão bibliográfica de caráter qualitativo, tendo como base a análise de produções científicas, livros acadêmicos e documentos oficiais publicados nas últimas duas décadas. Foram realizadas buscas nas bases de dados SciELO, PubMed, Google Scholar, além de consultas a publicações do Ministério da Saúde do Brasil e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os descritores utilizados nas pesquisas foram: “sedentarismo”, “atividade física”, “doenças crônicas não transmissíveis”, “prevenção” e “qualidade de vida”. Como critérios de inclusão, foram selecionados artigos com abordagem científica, metodologicamente consistentes e publicados em língua portuguesa ou inglesa. A análise dos dados seguiu abordagem descritiva, buscando identificar as principais associações entre sedentarismo, desenvolvimento de doenças crônicas e os efeitos benéficos da atividade física regular na promoção da saúde.
Considerações Finais
A análise da literatura revela que o sedentarismo é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de diversas doenças crônicas, impactando diretamente a qualidade de vida e a longevidade da população. A prática regular de atividade física emerge como uma estratégia eficiente e de baixo custo para a prevenção e o controle dessas doenças. Autores como Caspersen et al. (1985) e Nahas (2010) reforçam que mudanças simples no estilo de vida, como a inclusão de atividades físicas regulares, podem gerar benefícios significativos à saúde física e mental. No entanto, a superação desse problema requer a adoção de políticas públicas eficazes, campanhas de conscientização e o envolvimento de profissionais da saúde, educadores e da sociedade em geral. Conclui-se que investir na promoção da atividade física é um caminho essencial para a melhoria dos indicadores de saúde e para a redução dos custos com o tratamento de doenças crônicas no sistema de saúde.
Referências
CASPERSEN, C. J.; POWELL, K. E.; CHRISTENSON, G. M. Physical activity, exercise, and physical fitness: definitions and distinctions for health-related research. Public Health Reports, v. 100, n. 2, p. 126-131, 1985.
MATSUDO, V. K. R. et al. Nível de atividade física da população brasileira: análise da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2008. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v. 7, n. 2, p. 5-18, 2002.
NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 5. ed. Londrina: Midiograf, 2010.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Global Recommendations on Physical Activity for Health. Geneva: WHO, 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2021: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2021.