Imprimir

 

 

 

A importância do desenho no processo de alfabetização na primeira etapa da Educação Básica

Thalita Finisguerra Garlizoni Marques Barcellos[1]

Gislaine Cristina Ramos França

Daniela Cristina de Godoy Rangel

Fabiana Santos Paes

Leonardo Antônio de Pádua

 

DOI: 10.5281/zenodo.15558937

 

 

RESUMO

O presente trabalho almeja discutir e analisar a importância do desenho na primeira etapa da educação básica. Devido a isso, discute-se no decorrer do mesmo, alguns pontos importantes sobre como o desenho pode auxiliar a criança no processo de aprendizagem, as linguagens diferentes que as crianças utilizam nesse processo, o significado e importância do desenho para a criança no processo de alfabetização. Apresenta também que o desenho nessa etapa contribui de forma significativa não apenas na alfabetização da criança, colabora também no desenvolvimento da mesma em toda vida.

 

Palavras-chave: Educação básica, desenho, alfabetização.

 

 

ABSTRACT

The present work aims to discuss and analyze the importance of drawing in the first stage of basic education. Due to this, it is discussed during the course some important points about how the drawing can help the child in the learning process, the different languages that children use in this process, the meaning and importance of the drawing for the child in the literacy process. It also shows that drawing in this step contributes significantly not only to the child's literacy, but also contributes to the development of it in all life.

 

Keywords: Basic education, drawing, literacy.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Na vida de qualquer criança, a alfabetização desempenha um papel muito importante, pois, é através dela que a criança se desenvolve socialmente, cognitivamente e suas habilidades, além da construção de conhecimentos, isso através das experiências de vida de cada criança, em casa e na escola.

Durante o processo da alfabetização, cada criança leva com ela na escola as primeiras experiências grafadas no papel em forma de desenho, e é através do desenho que permite cada criança expor seus sentimentos, seus desejos, suas ideias, vontades e anseios.

Pode-se dizer então que, o desenho torna-se uma linguagem significativa, ou seja, ele torna-se um elo entre a criança e a descoberta do mundo. 

Existem muitas crianças que possuem o contato com a língua escrita no ambiente em que está inserida. Pode-se enfatizar a observação de cada criança no ambiente familiar sobre os materiais escritos, seja em produtos utilizados em casa, ver alguém escrevendo um bilhete, receitas, listas de compras, convites, entre outros. Diante disso, esse primeiro contato com a escrita e leitura possibilita a percepção de cada criança sobre a comunicação.

A participação e a inserção da criança no mundo letrado, inicia-se através do processo do compreender e adquirir a linguagem escrita dentro da realidade de cada uma.  Com isso, através de escritas presentes no cotidiano da criança, a mesma consegue construir significados sobre o que a mesma desenhou.

Assim sendo, este presente artigo tem como objetivo analisar a contribuição do desenho infantil no processo de aprendizagem, portanto, acredita-se que o assunto abordado neste artigo é muito importante para os docentes em sala de aula, pois, é de extrema necessidade conhecer a finalidade do desenho na educação infantil e sua importância e contribuição para o desenvolvimento da aprendizagem e para se construir o conhecimento da criança.  

Dessa forma, frente ao tema abordado, investiga-se sobre a contribuição do desenho infantil para o desenvolvimento da aprendizagem da criança.

O desenvolvimento deste estudo utilizou como metodologia pesquisa bibliográfica, centrando seu foco sobre as contribuições do desenho na educação infantil com base em alguns autores como: Derdyk, Vygostky e entre outros.

Para alcançar as propostas do presente artigo abordará sobre o significado do desenho na educação infantil e a importância do desenho na alfabetização.

Nas considerações finais conclui-se o presente artigo, a partir de uma reflexão sobre o tema abordado, análise das discussões teóricas, e enfim, como o desenho infantil contribui para o desenvolvimento no processo de aprendizagem da criança.

 

 

O desenho e seu significado na Educação infantil

 

Ainda em processo de aprendizagem, tanto no movimento motor quanto na oralidade, a criança utiliza um lápis, ou até um giz escolar, e espontaneamente por meio dos movimentos involuntários das próprias mãos, descobre um mundo ao colocar no papel seus primeiros traços.

Muito mais do que apenas traços, os mesmos revelam-se como algo precioso no universo infantil.  Inicialmente, quando a criança começa a manifestar seus primeiros traços no papel, não é uma coisa simples, para a criança é uma forma prazerosa de deixar uma marca registrada “o rastro de uma vareta na areia da praia, o risco do caco de tijolo no muro e na calçada, a marca do giz na lousa, os furinhos feitos com o dedo na massinha, a impressão da mão cheia de tinta no papel, a marca da ponta do dedo no vidro embaçado” (DERDYK, 1993, p.56).

Dessa forma, segundo a autora, é por meio de qualquer local ou por meio de brincadeira, e do lúdico que a criança vai se expressando e deixando sua marca do seu jeito, de acordo com sua história e vivencias no ambiente na qual está inserida.

Devagar, começam a aparecer no meio dos riscos dos desenhos da criança, detalhes, os desenhos vão tendo mais significados, pois “é o alvo de representações. Bichos, plantas, carros, prédios, sóis, árvores, gentes. A criança vai formando um repertório gráfico como num grande quebra-cabeça” (DERDYK, 1993 p.100).

Com isso, a criança vai evoluindo na aprendizagem ao colocar no papel, seus saberes com relação suas vivencias ao seu redor, por meio das cores dos lápis, das formas e traços, objetos a exploração do papel e entre outros.

Progressivamente a criança vai idealizando o seu próprio desenho, “uma figura que lembra uma música, que ela associa a um ritmo; nascem pontos que lembram o céu e as estrelas, mas que estão embaixo e se transformam em florzinhas que configuram construções quase abstratas. E vai o azul, e vai o amarelo” (DERDYK, 1993 p.100). Assim, nasce o desenho da criança.

Observa- se que ao desenhar a criança traduz e representa sua imaginação através do desenho grafado no papel. É um mundo mágico que a criança vive, ao desenhar, já para os adultos o desenho infantil “é como uma janela aberta para uma “terra incógnita”, um continente perdido, onde moramos há muito tempo, e que é o domínio de seres muito enigmáticos: as crianças. De nosso lugar de adulto, o que vemos por essa janela” (ARFOUILLOUX, 1988, p.128).

Portanto, para entrar nesse mundo mágico do desenho infantil “precisamos primeiramente arranjar um passaporte. Este passaporte seria a nossa própria vivência da linguagem: o ato de desenhar”. (DERDYK, 1993, p.49). De acordo com a autora, é necessário conhecer a criança para poder compreender a sua linguagem grafada no papel, ou seja, seu desenho.

Para obter um olhar sobre a grafia de cada criança no desenho é necessário viver essa linguagem instigante no mundo da mesma. Pois, são diversos questionamentos que surgem no pensamento sobre o desenho infantil inclusive sobre o significado do mesmo para a criança.

Para responder essa questão, precisa ter em mente que a criança se expressa através do desenho. É nele que a criança se comunica e expõe a seu jeito de ver tudo o que se passa ao seu redor, bem como suas vontades e desejos. Dessa maneira, a criança quando desenha, ela mostra “parte de si própria: como pensa, como sente e como vê” (LOWENFELD; BRITTAIN, 1977, p.19). De acordo com os autores, a criança em cada desenho registrado, demonstra um pouco como ela é.

O desenho infantil tem se tornado uma atividade gráfica de extrema importância para a criança, pois, o mesmo tem provocado alegria e encantos, “alegria, é curiosidade, é afirmação, é negação. Ao desenhar, a criança passa por um longo processo vivencial e existencial” (DERDYK, 1993, p.51). Com base nessa frase da autora, pode- se destacar que o desenho vai além do que se imagina, pois, não há só o desenho grafado no papel, ela se organiza se recria e se inventa.

“A maneira como organiza as pedras e as folhas ao redor do castelo de areia ou como organiza as panelinhas, os pratos, as colheres na brincadeira da casinha” (MOREIRA,2009, p.16.)  Nesse processo de organizar, recriar e inventar entende que todo desenho é movido pelo desejo da criança manifestar suas expressões.

Com base nesse universo da grafia em movimento no papel de “ir vir, nomear, desenhar, olhar, rabiscar, narrar, colorir, cantar, mexer que faz com que o sujeito recrie, a todo instante, o significado do mundo em que se insere” (LEITE, 2003, p.141). No que diz a autora, cada criança mostra-se através do desenho, pois, a mesma cria novas possibilidades dentro da realidade que vivem.

O desenho para qualquer pessoa se configura como um código difícil de ser decifrado, porém no universo infantil “(...) provavelmente para a criança, naquele instante, qualquer gesto, qualquer rabisco, além de ser uma conduta sensório-motora, vem carregado de conteúdos e de significações simbólicas” (DERDYK,351993, p.57).  O desenho se torna um local com muitas oportunidades, que se contradiz o mundo real com o mundo imaginário no pensamento infantil. Durante esse processo interno, nascem diversos significados que com o passar do tempo vão se realizando.

Ao observar uma criança desenhando é uma aprendizagem para qualquer pessoa, pois, é a partir do desenho que a criança se desenvolve em todos os sentidos, e, o mesmo tem muito significado para a criança “o seu próprio canal expressivo” (MOREIRA, 2009, p.96).

Acredita-se que o desenho para cada criança possui diversos significados, isso, a partir do momento em que a mesma consiga vivenciar isso, ou seja, explorando seus limites e dificuldades e enfrentando obstáculos e medos. Com isso, através dos traços cada criança deixa marcada sua história, sua infância.

 

 

A importância do desenho na alfabetização

 

Cada criança leva dentro de si suas experiências e marcas através da primeira escrita, ou seja, o desenho. No meio infantil, essa linguagem gráfica se torna encantadora “dotada de prestígio por ser secreta, (...) exerce uma verdadeira fascinação sobre a criança, e isso bem antes dela própria poder traçar os verdadeiros signos” (MÈREDIEU, 2006, p.10).

Sendo assim, segundo o autor, para o desenvolvimento de qualquer criança o desenho é um elemento fundamental, pois permite que a criança utilize sua imaginação, bem como, aprenda as regras e rotinas em seu contexto social, mas principalmente mostra-se como a primeira representação gráfica da criança. 

Através de materiais, sejam eles: lápis, papel, giz, lousa, ou qualquer outro, cada criança desde muito pequena, utiliza os mesmos para deixar registros gráficos de suas marcas, traços, ou até mesmo imitar uma escrita. O imitar da criança não é uma cópia, mas sim uma vontade que a mesma tem em grafar sua própria escrita. A imitação, surge não como uma cópia, mas revela o desejo da criança em produzir a sua própria escrita. Esse desejo de representação, surgem os primeiros registros que são transmitidos os conhecimentos das crianças.

Os desenhos ligados à criatividade expressam o que cada criança pensa, sente, na qual muitas vezes não conseguem falar, ou seja, ela coloca no papel suas ideias, seus sentimentos, curiosidades, etc. Com isso, “experiência gráfica é uma manifestação da totalidade cognitiva e afetiva, quanto mais à criança confia em si, mais ela se arrisca a criar e a se envolver no que faz” (OLIVEIRA, 1994, p.41). 

Segundo a reflexão da autora, cada criança usa subjetivamente seus conhecimentos, sentimentos, sendo por meio da exploração das suas próprias possibilidades, a mesma usa o desenho para viver suas próprias experiências. Dessa maneira, o desenho contribui para que a criança consiga se comunicar antes mesmo de aprender escrever de forma convencional.  

Sendo assim, podemos dizer que, o desenho se torna um instrumento muito importante contribuindo para o desenvolvimento da aprendizagem da alfabetização da criança. Durante esse trajeto, contempla-se diversas formas de linguagens ao brincar, ao cantar, ao dançar e etc, essas formas “são essenciais para a formação da identidade, da inteligência e da personalidade da criança” (MELLO, 2005, p.24).

Sendo assim, de acordo com a autora, o desenho na infância oportuniza para a criança vivencias com diferentes maneiras de linguagens. Com isso, a criança começa a compreender um significado maior e melhor em todos os sentidos, além da contribuição do desenvolvimento da aprendizagem da criança no início da alfabetização na primeira etapa da educação básica.

Observa-se que no processo do desenvolvimento da aprendizagem da criança que “quando pressionada no tempo e pela mecânica que a faz repetir formas sempre iguais, é que a criança rompe com o seu desenho”. Acontece realmente uma quebra, um corte e a criança para de desenhar” (MOREIRA, 2009, p. 70). De acordo com a autora, a partir do momento em que a criança começa a desenvolver sua aprendizagem a mesma abandona o desenho.

O desenvolvimento da aprendizagem é muito importante na vida social de cada criança, “verifica-se quase sempre uma diminuição da produção gráfica, já que a escrita – matéria considerada mais séria - passa então a ser concorrente do desenho” (MÈREDIEU, 2006, p.11). O autor Mèredieu, menciona sobre a disputa no método de impedir o desenvolvimento do desenho infantil, essa diminuição ocorre devido algumas metodologias no processo de alfabetização da criança.  Há casos em que algumas crianças se sentem desestimuladas devido á atividades que se tornam mecânicas durante o processo de alfabetização.  

Durante o processo educativo que normalmente a escola propõe alfabetizar exige memorização e repetição das letras, silabas, sendo assim, percebeu –se que esse método não é muito eficaz, pois, desperta na criança desinteresse em desenvolver alguns processos educativos, alem disso, a criança abandona o desenho, pois, esse método já passa a ser desprezado.

Destaca-se que “a perda do desenho, aparentemente vista como uma substituição de um código por outro, revela apenas a maneira como a criança é vista pela escola” (MOREIRA, 2009, p. 72). Segundo a autora, existem escolas que por exigência em alguns contextos sociais, insere antes do tempo, as crianças para serem alfabetizadas. Com isso, o tempo da criança é preenchido com diversas atividades que não são valorizadas, onde a criança não consegue expor suas expressões ou vivencias construída com suas experiências cotidianas.

O processo de aprendizagem não deve ser desqualificado, mas sim considerar a importância e as contribuições que o desenho traz no desenvolvimento da criança. Por isso, é dever da escola, dos profissionais da educação, utilizar as diferentes didáticas para que as crianças possam se expressar, a partir do desenho.  

Faz-se necessário, observar a necessidade de cada criança, oportunizando as mesmas, atividades lúdicas, para que aos poucos elas possam ser inseridas no processo de alfabetização tão complexo. Sem cobrar e exigir que cumprem algumas regras tradicionais, pois pode gerar um bloqueio quando a criança desenvolve o seu desenho.

Sendo assim, faz necessário a existência de atividades lúdicas presentes nos currículos escolares, e principalmente a intervenção dos profissionais da educação, nessa fase contribuindo para que a criança comece a expressar nos seu desenhar.  Caso isso não ocorra, o desenho infantil poderá ser substituído a métodos tradicionais, e regras ultrapassadas, devido as crianças ficam mais tempo em salas de aula com atividades repetitivas.   

Pode-se considerar, “(...) desenhar e o brincar deveriam ser estágios preparatórios ao desenvolvimento da linguagem das crianças” (VYGOTSKY, 1984, p.134). Segundo Vygotsky, a criança consegue se expressar por meio do desenho, onde o mesmo pode ser considerado como um elo no processo de alfabetização. Com base nisso, as crianças que iniciam a alfabetização através do desenho se desenvolvem com mais facilidade.

Sendo assim, as escolas, ao reconhecerem que o desenho da criança pode contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem na alfabetização na primeira fase da educação básica “(...) as suas hipóteses e desenvolver a sua capacidade intelectiva e projetiva, principalmente, quando existem as possibilidades e condições físicas, emocionais e intelectuais para elaborar estas “teorias” sob formas de atividades expressivas” (DERDYK,1993, p.54).

Desse modo, observa-se que a criança para começar a ser alfabetizada é muito importante que a mesma possa ter oportunidade de expressar suas opiniões, sentimentos, tirar suas dúvidas sobre o processo de alfabetização, sempre levando em conta suas vivências e conhecimentos fora da escola.  

Portanto, o professor se torna responsável em elaborar um local estimulante para a criança, não apenas no processo de alfabetização, mas também na aplicação do desenho na sala de aula. “Segundo a autora Edith Derdyk, observa que a partir do momento que o professor respeita e reconhece a criança” (...) o processo de aquisição linguagem gráfica, retomando as descobertas e frustrações que envolvem o ato de desenhar, revivendo operações mentais e práticas que são exigidas pelo desenho, surgirá uma forma inédita e pessoal de se relacionar com o universo infantil: a partir da experimentação e da investigação que nascem novos significados no encontro entre o adulto e a criança (1993, p. 50)

De acordo com a autora, é nítido o quanto é importante resgatar no momento da infância o desenho da criança, é também que o professor mergulhe no desenho dos alunos para encontrar caminhos que levem a contribuir para o início da aprendizagem da alfabetização, além de estimular o início da grafia das letras, e na linguagem particular da criança.

O professor deve ter um olhar especial e técnico para o desenho da criança, pois, o mesmo tem um significado importante para cada uma, dependendo da reação da relação desta linguagem gráfica, a criança começa a ter mais coragem para se expressarem criativamente. E caso os professores mostrarem uma insatisfação frente ao desenho da criança, ela pode se sentir desestimulada e frustrada.   

Dessa maneira, as contribuições do desenho no processo de alfabetização na primeira etapa da educação básica, certamente necessitam ser mais valorizadas e utilizadas na rede escolar. O desenho infantil carece de ser mais reconhecido para o desenvolvimento cognitivo e motor da criança, não apenas na escola, mas também na vida da criança.

Enfim, todo ser humano sente a necessidade de se expressar, frente a isso, não deve pensar que o desenho na educação infantil é apenas visto como uma forma da criança brincar ou ocupar se tempo, mas também como uma linguagem que contribuirá como base para o desenvolvimento gráfico, e para o início da aprendizagem da alfabetização na primeira etapa da educação básica.

 

 

Considerações finais

 

A intenção do presente artigo foi analisar as contribuições que o desenho traz para a criança na primeira etapa da educação básica no processo de alfabetização. Frente á isso, verificou-se o quanto é importante deixar com que a criança manifeste seus sentimentos por meio do desenho, pois, o mesmo além de auxiliar no desenvolvimento para a alfabetização, colabora também em todas as áreas da vida humana da criança. 

Dessa maneira, pode-se afirmar que o desenho da criança, descrito no decorrer do trabalho, é a uma das atividades em que a criança pode se expressar graficamente para se comunicar, por ser o início do processo de alfabetização. Sendo assim, a partir de estudos apresentados no decorrer do trabalho, conclui-se que o desenho na educação infantil, contribui de forma significativa não apenas no desenvolvimento da aprendizagem da criança, mas também auxilia a criança em todos os sentidos cognitivos e motores.  

Durante o desenvolvimento desse presente artigo, pode-se refletir sobre o quanto é importante a utilização do desenho infantil no processo da aprendizagem da criança. Dessa maneira, observa-se que quando a criança participa do processo de alfabetização, reproduz o ato de desenhar.  Isso acontece devido à importância que a escola dá ao sistema convencional da aprendizagem.   

Sem hierarquizar o desenho e a alfabetização, o presente trabalho pretende mencionar que estas duas linguagens, por serem tão diferentes, se completam e são importantes para a alfabetização da criança. Assim, entende- se que a alfabetização da criança, origina-se não apenas por uma só linguagem, mas sim da ligação das diferentes maneiras com que a criança se expressa.  

Sendo assim, não pode- se dizer que na vida da criança apenas um momento é importante, a alfabetização, sem destacar o papel do professor nesse trajeto.

Durante esse aprendizado, o professor se torna uma peça fundamental no momento que desenvolve as atividades, pois, deve se explorar os conhecimentos das linguagens diferentes prévias das crianças, além de valorizar os desenhos que as mesmas reproduzem partir de uma atividade proposta.

Frente a essa exposição, se torna necessário refletir perante alguns profissionais na área da educação, que dizem que o desenho infantil não tem valor como atividade.  No decorrer do trabalho, ressalta-se que o desenho que a criança produz, realmente não deve ser aplicado como apenas uma atividade de passatempo demitido de significados, mas sim como uma linguagem particular da criança.

Pois, vimos que o mesmo faz parte do desenvolvimento cognitivos e motores, sendo de extrema importância saber que é por meio do desenho, que a criança expressa seus sentimentos, sua criatividade, suas comunicações, e forma de pensamento.

Conclui- se por fim, que é fundamental que todas as escolas promovam o processo de alfabetização juntamente com os conhecimentos prévios das crianças, dentro do contexto social e cultural de cada uma, respeitando as individualidades, as brincadeiras e principalmente o tempo e jeito de aprender de cada uma. É por meio desse olhar que, valoriza o desenho da criança, e consequentemente, o mesmo contribui no processo de alfabetização em cada uma.

 

 

Referências

 

ARFOUILLOUX, Jean Claude. A entrevista com a criança: a abordagem da criança através do diálogo, do brinquedo e do desenho. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988.

 

DERDYK, Edith. O desenho da figura humana. São Paulo: Scipione, 1993.

 

LOWENFELD, Viktor; BRITTAIN, W. Lambert. Desenvolvimento da capacidade criadora. São Paulo, Editora Mestre Jou, 1977.

 

MÈREDIEU, Florence. O desenho infantil. 11ª ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

 

MOREIRA, Angélica Albano. O espaço do desenho: a educação do educador.

13ª ed. SãoPaulo: EditoraLoyola,2009.

OLIVEIRA, Vera Barros de; BOSSA, Nádia (orgs.) Avaliação Psicopedagógica da criança de zero a seis anos. Petrópolis: Rio de Janeiro, 1994.

 

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins, 1984.

 

[1] Graduada em Pedagogia, e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Acessos: 60