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A importância da música no processo de ensino aprendizagem na educação infantil

Marcia de Jesus Motta

Patrícia Regina de Sousa Ferro

Larice dos Reis Nascimento

Liciana Menezes da Silva

 

DOI: 10.5281/zenodo.14171640

 

 

RESUMO

Este artigo aborda a música como ferramenta pedagógica de extrema importância na educação infantil e teve como seu problema entender os aspectos favoráveis que o ensino de música pode proporcionar às crianças da Educação Infantil, perceber como a música pode ser usada como recurso didático, formas de interação da música com os demais eixos de trabalho, ou seja, como a música pode auxiliar em diversas atividades pedagógicas na educação infantil, para o desenvolvimento da criança, trazendo diversos benefícios, aprimorando sua habilidade motora, formando sua identidade. Para tal foi realizada uma pesquisa de cunho bibliográfico. Este trabalho é consequência de vivências na educação infantil e representa uma concepção e exemplos práticos para as professoras da educação infantil.

 

Palavras-chaves: Educação; Música; Linguagem; Possibilidades.

 

Abstract

This article approaches music as a pedagogical tool of extreme importance in early childhood education and its problem was to understand the favorable aspects that music teaching can provide to children in early childhood education, to realize how music can be used as a didactic resource, forms of interaction of music with the other axes of work, that is, how music can assist in various pedagogical activities in early childhood education, for the development of the child, bringing several benefits, improving their motor skills, forming their identity. For this, a bibliographic research was carried out. This work is a consequence of experiences in early childhood education and represents a concept and practical examples for teachers of early childhood education.

 

Keywords: Education. Music. Language. Possibilities.

 

 

Introdução

 

O tema escolhido é o sobre a contribuição da educação musical à educação infantil para o desenvolvimento infantil, e como os educadores que atuam nessa faixa etária utilizam a educação musical, visando compreender as vantagens que a educação musical pode proporcionar às crianças na educação infantil, e verificar a importância da aprendizagem e sua contribuição para a socialização das crianças, e compreender a forma como a música interage com as outras áreas de trabalho.

O tema delimitou-se sobre a organização do projeto delimita-se a apontar as maneiras pelas quais a música pode funcionar na sala de aula da educação infantil e compreender o significado da música como uma ferramenta de ensino, onde visa compreender as vantagens que a educação musical pode prover às crianças na Educação Infantil, analisar a interação da música com outros campos de trabalho, ou seja, como a música pode auxiliar diversas atividades pedagógicas na Educação Infantil e entender a contribuição do ensino de música para o desenvolvimento da Educação Infantil.

 

[...] nessa perspectiva, ensinar música significa ensinar a reproduzir e interpretar música, ignorando experimentos, improvisando e inventando a possibilidade de ser uma ferramenta didática de fundamental importância no processo de construção do conhecimento musical (BRITO, 2003, p. 53).

 

Portanto, o tema é delimitado ao objetivo da reflexão sobre como a educação musical pode auxiliar no desenvolvimento da educação infantil, condensando todos os objetivos específicos mencionados.

A problemática desta pesquisa, de acordo com Loureiro (2008), aprender música deve ser um distanciamento prazeroso, deve estar integrado à experiência da criança ao invés de impô-la aos outros, ou buscar a criança o domínio de um instrumento a todo custo destruirá sua sensibilidade e criatividade.

Diante da situação acima, é compreensível que o maior desafio seja que a música na educação infantil colabore com o desenvolvimento infantil. O objetivo não é apenas praticar fora do contexto, mas também um meio complementar para fazer as crianças entenderem e trabalharem melhor. Muitas atividades na educação infantil, além de melhorar a sensibilidade musical, também ajudam a desenvolver o potencial de outras crianças. As dificuldades relacionadas ao ensino de música levaram esta pesquisa a levantar uma questão norteadora: Como a educação musical pode auxiliar no desenvolvimento da educação infantil?

A hipótese inicial desta pesquisa deu-se a investigar a importância da música como um elemento importante e colaborativo, quando baseada na vivência do cotidiano em sala de aula, bem como nas atividades desenvolvidas pelos professores no cotidiano da educação infantil e na vivência pessoal. Além de ser de fundamental importância para promover a interação intelectual e social das crianças e a harmonia pessoal, bem como promover a integração e a tolerância.

O objetivo dessa pesquisa foi investigar e analisar a contribuição da educação musical à educação infantil para o desenvolvimento infantil, e como os educadores que atuam nessa faixa etária utilizam a educação musical, compreender as vantagens que a educação musical pode prover às crianças na Educação Infantil, analisar a interação da música com outros campos de trabalho, ou seja, como a música pode auxiliar diversas atividades pedagógicas na Educação Infantil, entender a contribuição do ensino de música para o desenvolvimento da Educação Infantil. A justificativa para a existência da música na vida das pessoas é indiscutível. Em muitas culturas, sempre acompanhou a história da humanidade e apareceu em diferentes continentes. É uma forma de expressão artística tanto no campo popular como no mundo erudito. A linguagem da música está particularmente presente no Brasil, em diferentes classes sociais e em diferentes expressões religiosas em todo o país. Embora suas línguas sejam diversas, dependendo da origem dessa expressão cultural, a música acompanha o desenvolvimento e as relações interpessoais das comunidades, comunidades e cidades.

Conforme indaga os autores consultados, a música ajuda muito no crescimento das crianças, porque a música já existe antes da alfabetização. A relação com a música às vezes começa no ventre da mãe e continua ao longo da infância. Nas brincadeiras infantis, as crianças utilizam a música como meio de expressão e estabelecem regras, relações sociais, entretenimento, alegria e aprendizado. Esses exemplos resumem a importância da música para a educação infantil na escola ou em casa.

O uso ou trabalho da música enfoca o desenvolvimento global da criança na educação infantil, respeita sua personalidade, sua formação social, econômica, cultural, étnica e religiosa, entende a criança como uma existência única com suas próprias características e nela interage Junto com outras crianças, também exploramos alguns recursos especiais em vários aspectos (SNYDERS, 1997, p. 31).

Uma melhor compreensão da importância da música e de seus benefícios na educação infantil é o principal objetivo desta pesquisa. O ensino da música discutido aqui não é para treinar instrumentistas, concertistas, nem para dominar instrumentos musicais ou canto para a carreira profissional de músicos. Os alunos podem exercer uma dessas profissões no futuro, mas o comportamento do professor de cantar, tocar música ou tocar determinado instrumento deve ser voltado para o crescimento da criança, combinando a música com o conteúdo relevante do currículo da educação infantil.

Portanto, essa pesquisa torna-se relevante devido ao fato de abordar as vantagens que a educação musical pode proporcionar às crianças na educação infantil, bem como verificar a importância da aprendizagem e sua contribuição para a socialização das crianças, e compreender a forma como a música interage com as outras áreas de trabalho. A metodologia buscou a cerca de materiais bibliográficos a importância da música para o desempenho da criança. Resultados discutidos desse artigo deu-se a investigação feita sobre ideias de autores que desde muito antes já vinham salientando a contribuição da música para o desenvolvimento da criança no âmbito escolar.

 

 

Desenvolvimento

 

Um breve retrospecto histórico da música

 

Desde os tempos antigos, a música sempre existiu entre os mais diversos povos, como gregos, egípcios e árabes. A palavra música vem da mitologia grega e significa "arte da musa". Musas são deusas celestiais que inspiraram a arte e a ciência e consideravam Orfeu, o filho de Apolo, seu deus. Na mitologia grega, Orfeu é o deus da música.

Porém, na Roma Antiga, a música não avançou muito, Ellmerich (1973, p. 28) disse que “[...] guerreiros e constantes lutas de conquista atenção [...] a prosperidade da arte romana começou com a conquista da Grécia em 146 a.C”.

Olhando para a história, chegamos à Idade Média e descobrimos um mundo dominado pelo fanatismo religioso. Ellmerich (1973) também escreveu que esse cenário de extremo fanatismo causou uma estagnação quase completa naquele período histórico. A música recebeu uma clave de quatro versos criada pelo monge italiano Guido d'Arezzo (hoje usamos pautas tradicionais de música clássica), e hoje o sistema é usado para cantos gregorianos, devido ao seu sistema de notas silábicas. O canto de gregoriano é nomeado após o arcebispo Gregory. A Igreja Católica acredita que esse ritual religioso precisa ser sistematizado naquele momento histórico para que não entre em colapso mesmo nas áreas mais remotas. Esse tipo de música é simbólico, ou seja, usa símbolos quando é cantada em uma cerimônia em uma igreja romana. Os crentes unanimemente cantaram a mesma melodia em alto e bom som, que simboliza a reunião mais elevada, que significa a unidade da igreja.

O protestantismo também usa música para serviços religiosos. Portanto, a disputa entre católicos e protestantes da época, a chamada "Reforma Protestante", ou seja, a divisão da Igreja Católica Romana, acabou resultando na Igreja Luterana liderada por Martinho Lutero.

Emmerich (1973) explicou ainda que todas essas mudanças religiosas levaram à "contrarreforma" da igreja romana, o que mudou muito o dogma da igreja romana, o que sem dúvida se refletiu na música da época, porque a igreja católica começou reconhecendo que a música não é gregoriana. Ellmerich (1973, p. 35) afirmou que “isso é ainda mais óbvio no famoso Concílio de Trento (os altos funcionários da Igreja Católica se reúnem para lidar com questões dogmáticas). ”

Contanto que sua música seja simples e o texto fácil de entender, o canto dos não gregorianos também se tornará parte da igreja.

O autor também escreve que a música barroca substituiu o estilo renascentista, cuja principal característica é o som de coro usado nas igrejas, e que ainda é um resquício da Idade Média. Após o século XVII, a música barroca dominou o palco europeu até cerca de 1750. Este é cuidadosamente trabalhado e repleto de emoções, que expressa os próprios sentimentos em toda a sua obra, não só na sua complexa estrutura (musical), mas também nos seus discursos, que integram o enredo dramático. Ideal e difícil de entender. A ópera é a novidade mais importante na forma musical, seguida dos discursos. A obra de Antônio Vivaldi na Itália atingiu o auge.

O romantismo substitui o poder de expressão pelo requinte que falta em suas obras. Neste momento histórico surgiram muitos compositores importantes: Beethoven, apesar de ser um mestre da forma clássica, abandonou a forma clássica e popularizou a sua música. Esse momento histórico ocorreu em toda a Europa, pois ocorreu logo após a Revolução Francesa. Ellmerich (1973) enfatizou que o romantismo significa abandonar as regras e disciplinas do classicismo, neste caso, o romantismo expressa a emoção da música no compositor por meio de sua arte.

Até nesse ponto, a música não foi usada diretamente na educação escolar, nem participou da educação infantil. Ainda mantém laços estreitos com igrejas, católicos romanos e protestantes de Martinho Lutero, ou era apresentada em teatros ou grandes concertos comumente usados por vários impérios na Europa naquela época, e sempre esteve ligada a assuntos políticos ou religiosos.

 

 

Retrospecto histórico da música no Brasil

 

A música brasileira é uma mistura de elementos europeus, africanos e indígenas, trazidos por colonos portugueses, escravos e padres jesuítas, que a utilizavam para atividades religiosas e despertavam a atenção das pessoas para a fé cristã. Os indígenas que aqui viveram também possuem hábitos musicais próprios, o que ajuda a estabelecer uma diversidade de estilos musicais, que se consolidaram ao longo da história. No Brasil, a forma mais antiga de expressão musical foram os padres jesuítas historicamente registrados que queriam ser mais leais à igreja em vez de promover a educação ou a expressão artística por meio da música. França (1953), indagou sobre esse pano de fundo histórico:

 

O mágico coro gregoriano, ferramenta de transformação usada pelo jesuíta José de Anchieta, é um magnífico evangelista. Os jesuítas Aspicuelta Navarro e Manuel de Nóbrega também estavam com ele [..] com música e harmonia, ouso atrair todos os povos indígenas dos Estados Unidos (p. 9).

 

A ligação dos índios com os jesuítas estreitou-se com a música que o padre usava para torná-los piedosos. Logo após a chegada dos jesuítas, eles estabeleceram o que chamaram de aldeias "missionárias ou reducionistas", locais que trouxeram fé aos índios e mantiveram uma certa paz na colônia brasileira. Davidoff (1994, p. 43) descreveu a estrutura dos jesuítas para reduzir suas atividades, que eram "[...] mercearias, casas de hóspedes e as áreas aborígenes compostas por longos edifícios feitos de madeira ou adobe".

Embora o padre jesuíta ensine canções e introduza instrumentos musicais, esta prática não tem significado educativo. O processo é puramente religioso e é usado para divulgar a fé do padre entre os residentes locais.

Desde o século XVII, segundo Andrade (1980), a música popular se desenvolveu no Brasil, principalmente o lundo ou landu, e a dança originariamente africana. Durante o período colonial e o primeiro império, valsa, polca, tango e várias outras expressões musicais estrangeiras chegaram ao Brasil e encontraram ferramentas de expressão no Brasil. A esse respeito, Almeida (1926) afirma que:

 

[...] em nossa música popular é fácil distinguir a origem do ritmo, embora não haja um ritmo preciso e essencial. Todas as partes do mundo estão cheias de influências e distúrbios, clima, degelo, condições de lavoura e de vida, tudo isso refletido na arte popular, reflete sua intenção, para que o hino mude a cada dia. Os contornos e mudanças são realizados todos os dias, mas sem perder o ritmo (p. 109).

 

Para os africanos escravos no Brasil, nossa música popular é uma grande parte. Claro, o contato com o povo africano enriqueceu a parte rítmica da música feita no Brasil e nos deu uma riqueza musical.

No final do século XIX e início do século XX, com o fim da escravidão em 1888, a chegada dos imigrantes europeus abriu novas fronteiras para o trabalho nas lavouras de café e algodão. Eles chegam de suas cidades em um ritmo diferente, como a mazurca, e acabam virando brasileiros (sic) e virando maxixe. Essa mudança de ritmo causou um refrão. No entanto, a música popular brasileira não ganhou forma até o Carnaval do Rio de Janeiro e o fonógrafo chegou ao Brasil na década de 1930.

Em seguida, apareceu o samba urbano, que é o ritmo mais famoso do Brasil. Depois disso, com o desenvolvimento das indústrias do rádio, da televisão e da música, a música popular se consolidou e atingiu as enormes mudanças que encontramos hoje. No Brasil, esta breve história da música mostra como os africanos, padres jesuítas, imigrantes europeus e a música que existia antes da colonização dos povos indígenas chegou. Andrade (1980, p.164) afirmou que: “[...] a música desempenha um papel importante em todas as classes sociais do Brasil, pois o ensino precisa mostrar aos alunos a evolução histórica da música brasileira, dificilmente é fácil”. Portanto, ela deve primeiro ser aprendida e compreendida para que a escola possa se desenvolver sob a premissa de ter música.

No que diz respeito ao ensino da música, desde a sua descoberta até meados do século XX, isto aconteceu de forma geral e aleatória, sem significado educativo, e não existe registo que esclareça a utilização das organizações de ensino. É usado para ensinar padres jesuítas a tocar instrumentos musicais (cravo, piano, violão) ou a professar ser cristão, e como expressão cultural.

Somente em 1854, de acordo com o Decreto Real, o ensino da música no Brasil era regulamentado, mas os professores não tinham formação compatível, e a música era utilizada para controlar os alunos. Loureiro (2003) explica que, nesta fase, a escola dá pouca atenção à música. A partir de meados do século XX, à medida que nós desenvolvemos como uma instituição educacional para crianças, em termos da cultura dos alunos, seu ambiente e a música como elementos de interação entre outras disciplinas escolares, a visão de se engajar na educação musical aparecerá na história.

 

 

Preposições a respeito da música na Educação Infantil

 

Para compreender a atuação da música na educação infantil, é necessário compreender a trajetória histórica da música e analisar sua trajetória no Brasil. É difícil pensar em aplicar a educação musical da forma proposta por este trabalho, pois é na fase inicial da educação infantil no Brasil, devido ao seu caráter estritamente subsidiário. De acordo com Kramer (2003), no domínio público, com a criação do Instituto Brasileiro de Proteção e Assistência à Criança, passou a atender crianças de 0 a 6 anos em 1899.

Na história da educação no Brasil, cuidar das crianças não parece ser uma ideia muito importante na sociedade, já existe há muitos anos, e algumas mudanças foram ocorrendo gradativamente, mas como indaga Loureiro (2003), o foco é manter a ordem da sala de aula. Para as escolas é importante utilizar o canto como forma de controle e integração dos alunos, por isso, do ponto de vista do ensino, a música quase não tem recebido muita atenção.

As leis e regulamentos que regulamentam a educação infantil estipulam claramente como tratamos as crianças na educação. Somente com a promulgação da nova LDBEN (Brasil, 1996), de acordo com a Lei nº 9.394, a educação artística pode ser considerada em seu artigo 26, como a música passou a fazer parte da educação básica, e na primeira infância. Torna-se uma linguagem possível na educação. A construção metodológica do uso da música na educação infantil é legalmente aberta. Em 1998, o Ministério da Educação (MEC) lançou o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil – RCNEI (Brasil, 1998). Este documento tornou-se um guia metodológico para a educação infantil, no qual o ensino da música está centrado em novas visões como a experimentação. O propósito da música é a interpretação, a improvisação e a composição, ainda abrange a percepção do silêncio e do som e a estrutura da organização musical.

O RCNEI (1998) enfatiza a existência da música na educação infantil, este documento fornece diretrizes, objetivos e conteúdo para os professores se engajarem. Considerando que a música possui estrutura e características próprias, os conceitos adotados neste documento incluem a música como linguagem e campo do conhecimento, que deve ser considerado como: produção, apreciação e reflexão.

O documento também propõe diretrizes sobre o conteúdo musical, que se dividem em duas partes: “criação musical, entendida como improvisação, composição e interpretação e apreciação musical (RCNEI, 1998, p. 57)”, ambas se referem a problemas de reflexão musical. A sugestão do RCNEI é discutir métodos de ensino, especialmente música, ao invés de aplicá-los a modelos pré-definidos.

Os avanços alcançados são muito importantes, e o trabalho trata da importância da música como área de conhecimento com conteúdo e metodologia próprios, o que torna o RCNEI mais claro. Embora faça parte da educação infantil e não seja mais "usada como passagem" como diz o jargão, suas propriedades foram claramente apontadas em documentos que embasam seu uso e orientam seus métodos.

Para Chiarelli (2005), a música é fundamental para promover a interação intelectual e social das crianças e a harmonia pessoal, além de promover a integração e a tolerância. Para ele, a música é essencial na educação, seja como atividade ou como uma ferramenta para o caráter interdisciplinar da educação infantil, incluindo sugestões de atividades para esse fim.

Portanto, pensar a função da educação musical na educação infantil pode nos remeter ao cotidiano escolar, à prática de professores e alunos, ao surgimento da música e suas particularidades, possibilidades e linguagem. Mas ainda é preciso refletir sobre as novas possibilidades da música na música infantil.

 

 

A música na educação infantil e seu significado

 

A música existe em várias atividades humanas e se apresenta de várias maneiras no contexto da educação infantil. Podemos constatar isso em diferentes situações, como na chegada, hora do lanche, festas escolares (como dança), entretenimento e comemorações. Em relação ao mundo, a vida das crianças não é diferente.

A música também pode interagir com o mundo adulto dos pais, avós e outras fontes. Por exemplo, a televisão e o rádio giram em torno da vida diária das crianças e constituem o repertório original de seu mundo sonoro. Ao brincar, realizam manifestações espontâneas em família ou sob intervenção dos professores da escola para familiarizar as crianças com a música. Em muitos casos da vida social, eles vivem ou estão expostos à música. A respeito disso, no RCNEI (1998) explicou que:

 

O ambiente sonoro e o surgimento da música em diferentes situações do dia a dia permitem que bebês e crianças iniciem seu processo de musicalização de forma intuitiva. Os adultos cantam pequenas melodias, canções de ninar e cantam versos rimados, percebendo o charme dessas brincadeiras (p. 52).

 

Já Nogueira (2003), vê a música como uma experiência que:

 

 

[...] acompanha quase todos os momentos da viagem humana neste planeta, [...] principalmente hoje, deve ser considerada uma das mais importantes formas de comunicação [...] a experiência musical não pode ser ignorada, mas pode ser compreendida, analisada e analisada.

 

Ao aprender música na escola, devemos considerar o conhecimento musical anterior das crianças. O professor deve usar isso como ponto de partida para encorajar as crianças a mostrarem seus conhecimentos sobre música que já conhecem ou entendem. Ele deve ter uma atitude de aceitação em relação à cultura trazida pela criança.

Em alguns casos, o professor pode negligenciar o ambiente cultural e social da criança de forma negligente, o que não é bom, porque pode levar a um interesse insuficiente pela educação musical. O uso de canções específicas ao entoar as orações matinais pode ser entendido como uma forma de expressão e elogio, mas deve ter cuidado porque nem todos têm as mesmas crenças religiosas. Nesse caso, outra opção é pedir às crianças que rezem ou cantem todos os dias, para que todos tenham a oportunidade de expressar sua cultura religiosa em sala de aula.

Desde muito cedo, as crianças começam a participar da música. Essa existência desenvolveu novos conhecimentos entre eles, como vocabulário, socialização e autogoverno.

Nas atividades relacionadas com a escolaridade obrigatória para crianças pequenas, é possível considerar a distância da música como uma forma de ensino. O que vemos é que os professores usam a música de forma irrelevante, copiando canções e gestos sem explicar o motivo de suas atividades. Todos os dias após a chegada dos alunos à escola, após a oração e antes do almoço, os professores cantavam repetidamente o hino nacional. Ao cantar essas canções ou hinos repetidos sem saber o que cantam, fazem do ato de cantar um ato mecânico, que serve apenas para reproduzir o canto e não traz nenhum conhecimento para a criança.

Sobre essa discussão, Souza (2000, p.165) explicou:

 

Por meio de um diálogo de longo prazo com a realidade social e cultural, e por meio de uma reflexão aprofundada sobre os objetivos, motivos, experiências e condições de ensino, o relatório aponta fatores importantes relacionados às práticas de ensino em sala de aula, como transformar as salas de aula em um ensino significativo para a ação.

 

O ensino e aprendizagem da música envolve a construção de disciplinas musicais baseadas na composição da linguagem musical. O uso dessa linguagem, seja qual for sua forma de percepção, sua forma de agir e pensar, ou seus aspectos subjetivos, mudará este tema. Portanto, isso também mudará o mundo desse sujeito, ele ganhará novos significados e significados, e mudará sua linguagem musical.

Nogueira (2003) acredita que além de ensinar “armas”, deve-se ver também a música, que é também um dos mais importantes meios de comunicação do nosso tempo. Ainda é citada a visão de Snyders (1997), onde sua contribuição visa expressar que uma geração nunca viveu mais música do que nós, mas o autor ainda destaca que para compreender o processo de crescimento das crianças é preciso ir além de si mesmas. Em termos de física ou inteligência, é um processo que envolve uma grande rede de problemas, que são muito mais complicados do que a maturidade biológica. Ao enfatizar atividades relacionadas a gestos, dança, ambiente e sons de animais, a criatividade pode ser estimulada e as crianças podem ter a ideia de altura. Elas podem observar seus próprios movimentos corporais, prestar atenção ao seu ambiente, prestar atenção nele e explorar a criatividade, porque é baseado no ambiente em que o professor e o aluno estão.

Snyders (1997, p. 29) destaca que:

 

O método moderno de ensino de música é absolutamente correto quando se trata de atividades de escuta ativa. Isso não é apenas para evitar que os alunos (se não tiverem que fazer nada) falem ou escapem da aula por devaneios, mas também porque isso é uma parte natural do trabalho musical despertou admiração: o propósito da escuta ativa não é atingir um certo êxtase teológico, mas induzir emoções controladas, que incorporam a felicidade à sensibilidade e compreensão de toda a pessoa.

 

As áreas de desenvolvimento são aquelas que envolvem emoções e, na prática, como a música, ocorrem por meio do aprendizado de instrumentos musicais ou da apreciação de sons, o que, segundo o autor, favorece o aprendizado emocional e cognitivo. Principalmente no campo do raciocínio lógico, o autor mais uma vez enfatiza que o espaço da memória e do raciocínio abstrato está bastante desenvolvido.

Para tanto, é necessário demonstrar e compreender a prática de como usar a música nas escolas, ou seja, usar a música para mostrar atividades que ajudam as crianças a crescer na educação infantil, e atividades musicais que ajudam a cooperar com os alunos e como eles realizam as atividades musicais.

 

 

A aplicabilidade da música na Educação Infantil

 

Se planejada e direcionada, a música é uma ferramenta educacional importante para ajudar as crianças a se desenvolverem. A prática da educação musical na educação infantil está relacionada ao conhecimento que a cultura e os educadores trazem de sua experiência pessoal (às vezes até o bom senso), pois, como vimos, a educação musical especial por professores da primeira infância é muito rara. Essa cultura adquirida com a experiência possibilita o uso da música nas atividades de ensino.

De um modo geral, a música não está incluída em nenhuma disciplina dos cursos de formação de professores. O que acontece na prática é que alguns professores que se dedicam à música ou a esse tipo de atividade realizam exercícios, mais por conta própria, porque entendem a contribuição da música para o crescimento infantil e não a base teórica.

A música pode ser usada continuamente na sala de aula, como cantar, não importa quem diga o nome da criança e o nome de um colega, pode fazer com que os alunos interajam de forma muito interessante. Portanto, além de promover a socialização, a música fornece um suporte poderoso em todo o processo de aprendizagem, promovendo o jogo, a memória e a criatividade. Quando falamos sobre o processo de uso da música na educação infantil, devemos lembrar que as crianças vão espontaneamente usar o som, cantar e criar música.

O trabalho proposto por Delalande (1979) pode ser iniciado pela voz corporal da criança, ela pode bater em seu abdômen, braços, pernas, bochechas para encher o ar e bater na boca. Todas essas ações produzirão sons graves (mais grossos) e agudos (mais finos). Esses sons podem ser processados no jogo e podem até ser usados em conjunto com os sons que fazemos ao pronunciar letras, por exemplo, o tom mais baixo ou mais alto de uma letra, e comparados com os sons produzidos por um determinado timbre. Partes do corpo, vincule atividades diretamente a sons e aprenda letras.

Delalande (1979) ainda mostra que o conceito de ritmo também é muito importante. Para tanto, utilizamos alguns instrumentos que podem ser adquiridos (adquiridos) ou fabricados, como chocalhos, minor (instrumentos de sopro que emitem notas graves e agudas), apito e pandeiro, isso desenvolverá o conceito de ritmo da criança, alguns naturalmente terão essa ideia, outros se desenvolverão por meio dessas atividades. Além disso, se o professor domina algum instrumento como violão ou piano, ele pode persuadir as crianças a se moverem, ou ele pode cantar, porque qualquer pessoa tem a habilidade e o conhecimento para fazê-lo.

Assim, na educação infantil, são inúmeras as possibilidades de uso da música e seus benefícios. Os materiais podem ser diversos e materiais caros não são necessariamente necessários. Isso mostra que o trabalho criativo e capaz irá cooperar com a criança para desenvolver sua criatividade, habilidades sociais e habilidades de expressão, e também pode motivar as crianças a educar os alunos para aprender mais e aprender de acordo com condições específicas.

 

 

Metodologia

 

Para realizar esta pesquisa, optei por usar métodos qualitativos. A pesquisa, de cunho qualitativo.

Conforme indaga Chizzotti (1991, p. 81), “[...] parte da base de uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito” e, portanto, possibilita que as pessoas tenham uma compreensão mais ampla e clara do objeto de investigação.

Chizzotti (1991) afirma ainda, que, na realização de pesquisas qualitativas, que os pesquisadores se comprometem a analisar o sentido que os indivíduos atribuem às suas ações, o trabalho é embasado nos preceitos de uma pesquisa bibliográfica.

Assim, a buscar a possibilidade de utilizar a música como ferramenta de ensino, o capítulo 1 discute a música do mundo e do Brasil de forma geral, apresentando a trajetória histórica até os dias de hoje e como ela alcançou a primeira infância.

O capítulo 2 enfoca a importância da relação entre o ensino e a aprendizagem da música, a importância dessa relação para o desenvolvimento das crianças e a compreensão do educador sobre o significado da música em sua sala de aula.

Já os capítulos seguintes, apresentam como os professores praticam a música na sala de educação infantil e como usá-la na prática pedagógica do crescimento das crianças, as dificuldades que elas encontram nesse sentido e alguns exemplos e possibilidades de como usar a música na sala de aula.

 

 

Resultados e Discussão

 

O modo de busca classificou materiais a serem utilizados na revisão bibliográfica da pesquisa, em seguida encontrasse um breve resumo dos artigos pesquisados onde procurou relatar as principais ideias, objetivos, metodologia e conclusões de cada artigo.

Enfatizando tenção da Educação Infantil no desenvolvimento da criança, temos a LDB 9394/96 em seu artigo 29º que diz: A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Com base nesse artigo salientamos a importância de a criança estar inserida no ambiente educacional para seu melhor desenvolvimento.

Brasil explica “O ambiente sonoro, assim como presença da música em diferentes e variadas situações do cotidiano fazem com que os bebês, e crianças iniciem seu processo de musicalização de forma intuitiva. Adultos cantam melodias curtas, cantigas de ninar, fazem brincadeiras cantadas, com rimas parlendas, reconhecendo o fascínio que tais jogos exercem” (Brasil, 1998. p.51). Com esse estudo concretizamos que, a música é fundamental na vida do ser humano, desde a gestação, assim preparando a criança para novos conhecimentos.

Segundo o estudo de Martins ‘‘educar musicalmente é propiciar à criança uma compreensão progressiva da linguagem musical, através de experimento e convivências orientadas’’ (MARTINS,1985, p.47). Podemos notar que o conhecimento é construído a partir da interação da criança com o meio ambiente, e o ritmo é parte primordial do mundo que o cerca.

Loureiro (2008) ressaltou que o aprendizado de música deve ser um ato de desprendimento prazeroso, que comungue com as experiências da criança sem ser uma imposição ou que busque a qualquer custo que a criança domine um instrumento, o qual pode minar sua sensibilidade e criatividade. Com essa teoria entendesse que a criança através da música desenvolve inúmeras habilidades.

De acordo com RCNEI “O fazer musical” compreendido como improvisação, composição e interpretação e o de “Apreciação musical”, ambos referentes às questões da reflexão musical (RCNEI, 1998, p. 57). Recomendação do RCNEI é uma discussão sobre as práticas pedagógicas, aqui em específico a de música, e não as engessar em modelos pré-definidos.

O objetivo de Jeandot, é esclarecer que [...] a música é uma linguagem universal, mas, com muitos dialetos, que variam de cultura, envolvendo a maneira de tocar, de cantar, de organizar os sons e definir as notas básicas e seus intervalos (JEANDOT,1997, p.12). Visando a ideia do autor podemos compreender que a música vem de geração em geração e que cada região tem sua cultura e com isso se torna bem eclético.

Para. Beber, o uso da música em escolas como auxiliar no desenvolvimento infantil tem revelado sua importância singular, pois através das canções vive, explora, o meio circundante e cresce do ponto de vista emocional, afetivo e cognitivo, cria e recria situações que ficam gravadas em sua memória e que poderão ser realizadas quando adultos (BEBER, 2009, p.4). A música é de suma importância para o desenvolvimento da criança, sendo que promove para as mesmas possibilidades de interação e melhora sua coordenação motora e promove a integração entre o corpo e a mente.

 

 

Conclusão

 

Com a pesquisa bibliográfica, obtive uma análise aprofundada à questão da contribuição da educação musical à educação infantil para o desenvolvimento infantil, e como os educadores que atuam nessa faixa etária utilizam a educação musical. Além de compreender as vantagens que a educação musical pode prover às crianças na Educação Infantil, bem como a interação da música com outros campos de trabalho, ou seja, saber como a música pode auxiliar diversas atividades pedagógicas na Educação Infantil.

Percebi que não é de hoje que a música se faz presente no processo de ensino/aprendizagem da criança, é muito importante ensinar os alunos com atividades musicais o aprendizado se torna prazeroso e gratificante. De acordo com Nogueira:

 

[...] acompanha os seres humanos em praticamente todos os momentos de sua trajetória neste planeta. E, particularmente nos tempos atuais, deve ser vista como umas das mais importantes formas de comunicação [...]. A experiência musical não pode ser ignorada, mas sim compreendida, analisada e transformadas criticamente. (NOGUEIRA, 2003, p.01).

 

A música serve para acalmar e melhorar o desempenho tanto escolar quanto no cotidiano.

Como muitos autores pesquisados nesse trabalho o ensino com a música é uma importante ferramenta pedagógica.

É de suma importância que professores e estado tenham consciência do quão importante é a necessidade das políticas que envolvam a formação dos professores para atuação com música e melhores recursos para seu trabalho em sala.

Desse modo essa pesquisa buscou mostrar a importância de promover o uso da musicalização na educação infantil, já que é requisito para as escolas que desejam se destacar pela inovação e atualização com as mais modernas tendências pedagógicas. Concluo essa pesquisa ressaltando que meus objetivos foram alcançados e minhas hipóteses confirmadas.

 

 

Referências

 

ALMEIDA, Renato. A História da Música Brasileira. Universidade do Texas, F. Briguiet: 1926.

 

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