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A importância da utilização de tecnologias educacionais no Ensino Superior

Angélica de Oliveira Quirino

 

DOI: 10.5281/zenodo.14166364

 

 

RESUMO

Com o avanço contínuo das tecnologias, o ensino superior tem se beneficiado cada vez mais da integração de ferramentas educacionais digitais. Este resumo aborda a importância da utilização de tecnologias educacionais, destacando como essas ferramentas têm transformado o processo de ensino e aprendizagem, promovendo maior autonomia e novas formas de ensinar e aprender. Embora os computadores e suas aplicações sejam amplamente reconhecidos, é importante lembrar que outras tecnologias, como televisão, rádio e quadros negros, também desempenharam papéis significativos na educação antes da era digital. O crescimento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) tem ampliado as possibilidades educacionais, especialmente com a proliferação da internet e o aumento da conectividade global. As TIC, conforme definido por Silva (2011), facilitam a comunicação e a disseminação de informações no processo educativo. Um exemplo prático da aplicação dessas tecnologias é a Educação a Distância (EaD), que, segundo Maia e Mattar (2007), permite uma comunicação mais eficiente entre professores e alunos, promovendo maior autonomia e superando as limitações da sala de aula tradicional. Este contexto evidencia a importância de explorar e implementar tecnologias educacionais para aprimorar o ensino superior e preparar melhor os estudantes para os desafios contemporâneos.

 

Palavra-chave: Tecnologias Educacionais. Ensino Superior. Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Educação a Distância (EaD). Ferramentas Didáticas.

 

 

Introdução

 

No cenário educacional contemporâneo, a integração de tecnologias educacionais no ensino superior emerge como uma prática fundamental para promover um aprendizado mais dinâmico e eficaz. A rápida evolução tecnológica e a crescente digitalização da sociedade têm transformado as metodologias pedagógicas, oferecendo novas ferramentas e recursos que podem potencializar o processo de ensino e aprendizagem.

A utilização de tecnologias educacionais no ensino superior não apenas facilita o acesso a informações e materiais didáticos, mas também incentiva a colaboração, a personalização do aprendizado e o desenvolvimento de habilidades essenciais para o mercado de trabalho. Este cenário oferece oportunidades únicas para a inovação pedagógica e para a preparação de estudantes mais bem preparados para enfrentar os desafios do século XXI. Portanto, compreender e explorar a importância dessas tecnologias é crucial para a evolução do ensino superior, tornando-o mais relevante e adaptado às necessidades da era digital.

Com o avanço das tecnologias na educação, os professores têm o objetivo de se apropriar dessas ferramentas didáticas para atender melhor às necessidades de seus alunos durante o processo de ensino e aprendizagem, promovendo maior autonomia e novas abordagens para ensinar e aprender. O uso de computadores e suas ferramentas é amplamente reconhecido e tem sido integrado na educação por um longo tempo. No entanto, é importante notar que não se trata do único recurso tecnológico disponível; antes da era da informática, já se utilizavam outros instrumentos como televisão, rádio, quadro negro, giz, caneta e caderno, que também são considerados tecnologias, mas não derivam do computador. O papel fundamental do computador na história das Tecnologias Educacionais será abordado no contexto histórico deste trabalho.

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) têm sido adotadas em diversas áreas profissionais, como saúde, administração e economia. À medida que o mundo se desenvolveu, as TIC também expandiram sua presença na educação. O crescimento da internet e o aumento da conectividade global permitiram a aplicação dessas tecnologias no ensino. De acordo com Silva (2011), as TIC são um conjunto de recursos tecnológicos que facilitam a comunicação e a disseminação de informações no processo educacional. Um exemplo significativo de aplicação das TIC é a Educação a Distância (EaD), que, conforme Maia e Mattar (2007), oferece oportunidades de comunicação entre professores e alunos, promovendo maior autonomia além dos limites da sala de aula tradicional.

 

 

 

Desenvolvimento

A relação entre a tecnologia e os espaços educativos com educadores

 

As políticas pedagógicas e os paradigmas de investigação e instruções, e também os modelos de formação tecnológica são adaptados as novas teorias de aprendizagem, as orientações metodológicas e curriculares, as práticas, derivam e fundamentam-se, pois, nas teorias da aprendizagem.

De acordo com Neta (2013), o termo ‘professor licenciador’ surgiu na história educacional brasileira apenas em 1772. Durante o período colonial no Brasil, os professores eram especialistas nas matérias que ensinavam, mas não possuíam uma formação pedagógica adequada, uma vez que o preparo didático-pedagógico não era considerado relevante na época. Foi somente na década de 1930 que os primeiros cursos de formação de professores com licenciatura foram estabelecidos no país. As Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) iniciaram os cursos superiores de história em 1934 pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade do Distrito Federal (UDF) em 1935.

Os cursos de licenciatura em história foram criados para atender aos requisitos do decreto 19.852, visando a formação de profissionais qualificados para o magistério com uma base adequada para o ensino em primeiro e segundo grau. Antes disso, os cursos de história eram oferecidos junto com o curso de geografia, conforme Neta (2013).

No cenário atual, a formação de licenciados busca oferecer oportunidades baseadas nas experiências vividas em instituições de ensino superior. A ‘aprendizagem ativa’ é promovida através da interação entre professores e alunos, preparando-os com conhecimentos e técnicas relevantes para o ambiente acadêmico. Oliveira (2008) destaca que o estudo se concentra nas novas tecnologias aplicadas ao ensino, como o uso de computadores em ambientes educacionais, mídias digitais, tecnologias móveis e a internet, que possibilitam realizar atividades que antes eram realizadas offline de forma online.

Os dados analisados refletem as conclusões dos autores citados na tabela 01, ressaltando a importância e o impacto das tecnologias no ensino. Bento e Belchior (2016) enfatizam a relevância das mídias digitais, observando que, com o rápido avanço tecnológico, é crucial ajustar o contexto tecnológico às necessidades dos alunos, considerando não apenas o conteúdo, mas a aplicação das mídias digitais no processo educativo. O estudo evidenciou diversas vantagens da integração midiática no ambiente escolar, como o aumento da motivação, interação e capacidade de pesquisa. Bento e Belchior (2016, p. 08) afirmam: "A utilização dessas ferramentas como recursos de trabalho contribui para a formação de uma geração mais engajada, presente e inovadora, capaz de aprender de maneira mais eficiente."

Antes de qualquer coisa, é importante definir o que vem a ser tecnologia. Segundo Castells (2000, p. 49) a tecnologia pode ser definida como sendo “o uso de conhecimentos científicos para especificar as vias de se fazerem as coisas de uma maneira reproduzível”.

Ampliando esse conceito para a tecnologia da informação, Castells (2000, p. 49) completa: “Entre as tecnologias da informação, incluo, como todos os conjuntos convergentes de tecnologias em microeletrônica, computação (software e hardware), telecomunicações/radiodifusão, e optoeletrônica.”

Por meio da eletrônica, ou mais precisamente a microeletrônica possibilitou o surgimento do computador portátil e com ele a internet que praticamente derrubou todas as fronteiras da comunicação, possibilitando em tempo real, a comunicação de qualquer pessoa em qualquer espaço geográfico a qualquer momento, bastando apenas ter em mãos um computador, um modem[1] e uma linha telefônica. 

Essa tecnologia da informação e da comunicação permitiu, dentre vários ganhos, que o trabalho fosse realizado fora da organização, com a mesma eficiência, porém, a um custo menor.

Modem é um acrónimo formado por dois termos a modulação e demodulação, trata-se de um aparelho utilizado na informática para converter os sinais digitais em sinais analógicos e vice-versa, de modo a poderem ser transmitidos de forma inteligível. Nos computadores, o modem é um periférico de entrada/saída que pode ser simultaneamente interno e externo (ABIKO, 2012).

Segundo Nilles (1997, p. 25):

 

Suponha que pudesse manter a forma de centralização lógica, acesso contínuo às informações necessárias para o trabalho – sem a centralização física característica de uma sociedade industrial. Bem, é possível manter-se logicamente ligado e ao mesmo tempo descentralizar fisicamente. Você pode tornar muitos de seus meios de produção acessíveis, sem amontoá-los. Pode manter as mentes interligadas e os corpos separados. Pode levar o trabalho ao trabalhador em vez do trabalhador ao trabalho. Você e seus funcionários podem teletrabalhar.

 

Para Nilles (1997) os avanços significativos das telecomunicações possibilitaram o surgimento e o incremento do tele trabalho.

As revoluções não aconteciam somente, nas buscas sobre conhecimento e o comportamento humano. A ciência anda em passos largos na área tecnológica, que se mostra desempenhada a trazer inovações revolucionárias.

Um grande contribuinte nessa revolução foi o telefone, em toda história até então uma das grandes dificuldades era a comunicação. O telefone embora não surgiu resolvendo todos os problemas comunicativos, mas auxiliou em muito a circulação de informações, sendo inventado por volta do ano de 1860.  

Desde então desencadeia, uma série de passos importantes, como a primeira transmissão do rádio no ano de 1900. E também o surgimento da televisão no ano de no ano de 1924. 

Nesse mesmo século surgiu uma nova era, revolucionando, o mundo tecnológico. Entre os anos, de 1940 e 1970, aparecem os primeiros métodos de impressão de figuras. A partir desse momento pode ser observada uma grande influência da tecnologia na vida da humanidade. As figuras, textos, a tevê e as ondas de rádio podiam descrever as pessoas, um novo conceito de sobrevivência.

No momento, a postura social já sofria grandes mudanças no modo de viver e pensar, atribuídas nesse novo modelo de expressão pela tecnologia.

Nessa busca constante por inovações entre os anos de 1943 e 1945 desenvolvia-se o primeiro computador, que teve o nome, ENIAC (Electronic Numerical Integrator Analyzer and Computer), que ano seguinte entrou em funcionamento. No entanto, era um equipamento de alto consumo, grande, pesado de baixo processamento. Se comparar o processamento a de uma calculadora simples, ainda saia em desvantagem.

Porém, foi basicamente um marco nas transformações, que se adiantam para um novo mundo tecnológico. A condição de ter um equipamento eletrônico capaz de fazer cálculos precisos chamara totalmente atenção para as possibilidades com essa tecnologia.

Ainda tratando sobre mudanças tecnológicas, no ano de 1969 foi desenvolvido um sistema de comunicação, hoje conhecido como a Internet. No início, seu desenvolvimento era para apoio aos militares durante o período da guerra fria. No entanto, já no ano de 1971, professores universitários e acadêmicos dos estados unidos já dispunham desse protocolo de comunicação para troca de mensagens e trabalhos acadêmicos.

Com as ciências humanas trabalhando em seus métodos e técnicas, para conhecer melhor o comportamento sobre a humanidade, e a tecnológica trazendo mudanças em diversos ramos tecnológicos, poderiam até afirmar que grandes mudanças viriam nos anos seguintes.

Dentro dessa grandes mudanças provocadas pelas ciências humanas o homem aproxima-se frequentemente ao que mais tarde chamaria era tecnológica (Peter Drucker, 2000).

A tecnologia evoluiu consideravelmente, exigindo da sociedade uma nova postura. Nos anos 80 já era perceptível no meio social que a tecnologia chegara de vez. Nessa década os antigos discos de vinil deram espaço a uma nova invenção tecnologia. O CD - Compact Disc e os computadores de mesa, aparecem cos sintetizadores sonoros. A sociedade até então dispunha de poucas tecnologias, porém, atualmente está cada vez mais dependente dessas tecnologias.

Pensadores como Manuel Castells (1999), pondera que a sociedade está passando por uma revolução informacional que pode ser comparada às grandes guinadas da História.

Considerando a grande necessidade de conhecimentos tecnológicos do século XXI, cumpre refletir acerca das consequências do domínio ou não de tais conhecimentos na comunidade acadêmica.

Uma nova sociedade começa aparecer no fim do século XIX e início do século XX. As conexões de redes aproximavam mais as pessoas e viabilizavam recursos de forma rápida.

As diversas descobertas tecnológicas deixam o mundo atento as novas possibilidades. O que, até então, era de pouco conhecimento da maior parte da população, no momento circula na rede com uma nova velocidade, esse conhecimento, dispõe a todos uma nova linguagem, onde as possibilidades aparecem diariamente.

Lévy (2001) descreve em seus argumentos que se implanta no momento um novo conceito de vida. Tanto no sistema psicológico como social e estrutural. A tecnologia influenciando o comportamento do indivíduo em seus conceitos e formações de forma a intervir no trabalho na relação interpessoal e na formulação da inteligência. Uma correlação de mudanças devido aos diferentes aparatos tecnológicos que surgem no mercado.

Segundo Lévy (1993, p.7) As constantes inovações nos dispositivos informacionais, de todos os tipos, modificam as relações dos seres humanos no trabalho e na vida social. O filósofo indaga em suas literaturas a importância de difundir o mundo tecnológico de formas a abranger amplos horizontes. A um interesse grande de Lévy em um compartilhamento mútuo de conhecimento. 

De acordo com LÉVY, 1994, p. 134-135:

 

“No espaço que emana da inteligência coletiva encontro, assim, o outro humano, já não como um corpo de carne, uma posição social, um proprietário de objetos, mas como um anjo, uma inteligência em ação – em ação para ele, mas em potência para mim. Se ele nunca aceitar revelar a sua face de luz, quando eu descobrir o corpo angélico do outro contemplarei a sua vida no conhecimento ou no seu conhecimento da vida, na projeção do seu mundo subjetivo no céu imanente do intelecto coletivo. Ora eu não sei o que ele sabe, os nossos futuros diferem, ele tem neste espaço uma figura de desejo singular, incomparável: o seu corpo angélico revela-nos como enigma e alteridade”

 

Sempre direcionado ao compartilhamento de informações, Lévy descreve nesse trecho a importância da coletividade. Onde o conhecimento, próprio dito, não pertence ao indivíduo e terá importância significativa ao ser compartilhada, de forma a complementar ideias de outrem.

Com a tecnologia, se desperta rapidamente a preocupação em difundir conhecimento. Um dos requisitos de peso nesse novo meio de comunicar é incluir de modo todo o meio social. Uma vez que as tecnologias não respeitam fronteiras nem limites.

Castells (1999) declara em suas argumentações, a questão a ser discutida, devido à uma sociedade com capacitações ou a falta de capacitação na frente dos equipamentos tecnológicos.

 Pode-se presumir já neste momento, que a corrida pelo conhecimento já não eram as únicas bases para o êxito no processo. Já havia uma preocupação em criar um modelo padrão para que todos pudessem ter acesso aos recursos tecnológicos

Com a tecnologia focada no desenvolvimento, os problemas pela falta de pessoas com potencial técnico para lidar com novos equipamentos já produziam grandes efeitos repercussivos. Nesse momento já se abriam margem sucintas de uma realidade social implantada. Do que adianta ter os equipamentos eletrônicos se a população não está apta para desenrolá-lo da mesma.

O Brasil nesse mesmo momento passava pelo debate do tema inclusão, entre a década de 80 e 90 e só teve real êxito na conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, que foi ministrada em Salamanca 1994.

O Brasil juntamente com outros países firmou um compromisso de desempenho para um ensino de qualidade, buscando a dar garantias reais e de qualidade para os portadores de dificuldade.

A luta em difundir o conhecimento já não passava pelas dificuldades de atender o cidadão com deficiências ou qualquer empecilho social em que vinha sofrendo, nesse momento alarga para uma nova linguagem em, que os números de exclusões podem aumentar consideravelmente quando tratamos de inclusão digital. 

Com uma nova perspectiva tanto para o mercado quanto no meio social, começam a aparecer os mecanismos de ajuda ou de apoio a dificuldades que já eram percebíveis no momento.

O CDI - Cardioversor Desfibrilador Implantável propõe no ano de 1993 a implantação de uma plataforma (BBS, Jovem Link) onde os jovens pudessem discutir de forma aberta temas relacionados a temáticas voltadas para juventude como, por exemplo, a sexualidade.

Para PINHEIRO (2000) o educador deve entender antes de tudo que o estudante de hoje não é o mesmo do que existia antigamente, a lógica de raciocínio de nossos jovens e a atenção que utilizam em várias atividades simultâneas é muito constante.

O professor deve entender a realidade do jovem enxergando as coisas sobre as perspectivas deles, caso contrário assumirão uma posição não favorável em sala de aula. Se houver essa divisão entre professores e alunos a conivência entre eles diminuirá e consequentemente, a eficácia do ensino. (Pinheiro 2010, p. 407).

 

 

A importância da internet na educação

 

A escrita e a leitura tendem a ser as áreas mais atingidas pela informática. A internet bem como os programas educativos (software educacionais) estão presentes nas escolas e nos lares dos alunos e professores.

Segundo Chartier (apud ZAHAR, 2007, p. 22) “[...] a internet pode ser uma poderosa aliada para manter a cultura escrita.” Ainda segundo o autor a internet permite a circulação e divulgação de um volume de informações e de textos escritos nunca antes visto, o que favorece tanto a leitura como a escrita.

Gurgel (2007) narra o caso da profª Cristine Ritter e do aluno Everton ozório, de 14 anos, aluno do Colégio Estadual Neuza Domit, na cidade de União da Vitória (distante 233 de Curitiba) que não tem dificuldades de aprendizagem, porém, sofre com movimentos involuntários decorrentes de uma deficiência neuromotora.  

Com o auxílio do computador, Everton escreve textos no computador, fato esse, que se não houvesse o computador, ele não teria como se comunicar através da escrita.

Tem-se aí dois casos bem distintos em relação ao uso da informática. No caso da leitura e da escrita, a internet pode e deve contribuir para o aumento da leitura e da produção de textos.

No caso da inclusão de alunos com necessidades especiais, também se mostra colaborativa e eficaz. Utilizam-se também outras tecnologias mais tradicionais nas escolas, como a TV, o vídeo-cassete e o DVD, bem como, o retroprojetor e o datashow.

Desde os antigos projetos de slides, para produção de textos em larga escala, a escola sempre teve algum recurso tecnológico que auxiliasse ou facilitasse o processo ensino-aprendizagem, porém, nada se compara a informática e em especial a internet e aos programas educativos (software educacionais).

O que se deve observar é que toda essa tecnologia disponível hoje nas escolas não deve em nenhum momento desviar o foco nos objetivos precípuos da escola que segundo Saviani (2005) seria a transmissão e assimilação do saber historicamente construído e sistematizado que ainda segundo Saviani tem sido esquecida ou renegado a um segundo plano: “[...] a transmissão-assimilação de conhecimentos sistematizados, passou a ser secundarizado.” (2005, p. 16).

Corroborando com essas afirmações de que o professor não pode se deixar “encantar” com o fascínio das novas tecnologias e esquecer que eles são apoio, suporte, facilitadores do processo ensino-aprendizagem e não tem um fim em si mesmas. Porto (2006, p. 44) afirma que: As novas (e velhas) tecnologias podem servir tanto para inovar como para reforçar comportamentos e modelos comunicativos de ensino. A simples utilização de um ou outro equipamento não pressupõe um trabalho educativo ou pedagógico (2006, p. 44).

Passa-se agora analisar quais seriam os fatores que determinantes para que essa tecnologia cumpra o seu papel de auxiliar o processo ensino-aprendizagem, bem como, integrar o aluno e o professor na era da informática.

As práticas pedagógicas e os paradigmas de investigação e instruções, assim como os modelos de formação tecnológicas podem ser adaptadas nas perspectivas do pensamento e das diferentes teorias da aprendizagem, ou seja, as orientações metodológicas e curriculares, as práticas, derivam e fundamentam-se, pois, nas teorias da aprendizagem e do desenvolvimento, sendo, então, os seus pilares a Filosofia e a Psicologia, dentre outros.

 

 

Fatores facilitadores e dificultadores da inclusão digital

 

As escolas, em especial as públicas, dependem de políticas educacionais, sejam elas determinadas pelo mercado (no caso das escolas particulares) seja de políticas governamentais (no caso das escolas públicas).

Em ambos os casos, a “vontade política” é a determinante se haverá ou não verbas para a implantação de algum programa. As escolas particulares desde o século passado, já perceberam o diferencial competitivo de seus alunos no mercado de trabalho, ao incluírem em seus currículos, o ensino da informática.

Milhões foram gastos na implantação de laboratórios de informática e da capacitação de professores para atuar nesses laboratórios.

A rede pública, como não poderia ser diferente, ainda está formulando políticas públicas para a universalização do acesso a informática em suas escolas. Vários são os fatores que impedem um avanço rápido da informática nas escolas públicas. Um deles é a falta de energia elétrica em muitas escolas, também a falta de linha de telefone, e por último, mas não menos importante, a falta de verbas para a montagem de laboratórios de informática e de capacitação dos professores.

De nada adianta ter computador na escola se o professor não tem conhecimento para utilizá-lo em suas aulas.

Pode-se entender a inclusão digital como o acesso a um computador que acesse a internet, sim, com acesso a internet. Um computador que não acessa a internet seria o mesmo que uma máquina de escrever.

Passerino e Montardo (2007, p. 6) afirmam que:

 

Como uma exceção, Sampaio, explicitamente, propõe que inclusão digital “é o direito de acesso ao mundo digital para o desenvolvimento intelectual (educação, geração de conhecimento, participação e criação) e para o desenvolvimento de capacidade técnica e operacional” (Sampaio apud SPIGAROLI; SANTOS; SCHLÜNZEN; et al., 2005, p. 213-214). Ou seja, mais do simplesmente ter acesso a computadores em rede, é preciso ter capacidade de operá-los com autonomia.

 

Apesar de a maioria dos softwares educacionais não precisarem de acesso a internet, esses programas são caros e de resultado educacional ainda questionável quando usados pelo professor no lugar da aula expositiva e dos livros. Mesmo quando usados da forma correta, não permitem o acesso irrestrito a informação e ao conhecimento disponível na rede mundial de computadores (internet).

Corroborando com esse pensamento cita-se novamente Passerino e Montardo (2007, p. 15):

 

Entende-se que a acessibilidade e inclusão digital não dizem respeito apenas ao acesso à rede de informações, mas também à eliminação de barreiras de comunicação, equipamentos e software adequados às diferentes necessidades especiais, bem como conteúdo e apresentação da informação em formatos alternativos e contextualizados também com as necessidades da comunidade onde este sujeito está inserido, ou seja, garantia de mobilidade, usabilidade de recursos computacionais para PNE

 

A grande revolução da computação eletrônica sem dúvida alguma é a internet e de preferência com banda larga, sendo que a de acesso discado é lento e caro (custo do pulso telefônico).

Essa proposta de levar notebooks para todos os alunos da rede pública é ótima, sendo que o governo brasileiro tem se empenhado para que isso ocorra o mais breve possível.

Outro desafio tem sido o de levar a internet banda larga a todas as escolas. Para isso o governo federal editou leis e postarias que obrigam as empresas de telefonia dentro de um espaço de tempo curtíssimo disponibilizar banda larga em todas as escolas do Brasil.

Quando efetivamente isso ocorrer e todas as escolas públicas terem um laboratório de informática com acesso a internet banda larga e professores capacitados a explorarem ao máximo as potencialidades dessa tecnologia, assim, poderemos dizer que temos uma inclusão digital na educação e que ela contribui de forma relevante para a qualidade da educação prestada em cada unidade escolar.

 

 

Tecnologia na sociedade

 

Segundo Kloch (2007, p. 218):

 

A escola precisa de um novo caminho, uma nova forma de atuar. Neste contexto, os professores já não podem mais escolher em usar ou não usar, gostar ou não gostar de computadores. O mercado de trabalho, as universidades, os pais de alunos exigem uma formação escolar que torne os jovens capazes de interpretar uma quantidade cada vez maior de informações.

 

Tem-se aí uma afirmação pontual e contundente para os educadores. A informática é uma realidade na sociedade como um todo, portanto, a escola não tem como outra saída a não ser incorporar a tecnologia da informática.

Mello (2000) afirma que “Neste novo contexto a escola terá como tarefa construir sentidos com bases nas informações. Esta construção terá que ser cada vez mais interdisciplinar ou transdisciplinar, integrando disciplinas consideradas extracurriculares.”

Devido aos avanços da informática, a sociedade vem se acostumando as novas formas de se comunicar, de trabalhar, de lazer e não por que de ensinar e aprender.

A tecnologia da informação, em especial a informática não se trata mais de uma escolha, e sim de uma necessidade imposta pela sociedade moderna.

Segundo Kloch (2007) A utilização de novas tecnologias promove uma modificação no universo humano. A fotografia, a televisão e o cinema começaram então a forçar-nos a alterar inclusive os verbos, o vocabulário, que tradicionalmente utilizamos para se comunicar.

O desenvolvimento da tecnologia digital emerge os seres humanos num universo online. O livre acesso aos veículos comunicacionais determina a proximidade entre as diferentes comunidades, o conhecimento de novas realidades e construção de novas relações. Resta saber se a convergência dos meios digitais, a formação de redes visualizada atualmente tenderá mais para a promoção da integração social ou para a superficialidade das relações humanas promovendo o isolamento dos indivíduos no mundo real.

O uso do computador e da Internet influenciou significativamente as relações humanas, sobretudo no que se refere à comunicação. No entanto, nenhuma outra forma de comunicação pode ser considerada mais natural do que aquela que acontece “cara a cara”.

Por isso, Knock (2001) comenta que as demais formas de comunicação, incluindo aquelas que são mediadas pelo computador, demandam um esforço cognitivo muito maior do que aquele que seria requerido naturalmente na comunicação “cara a cara”.

Outro desafio tem sido o de levar a internet banda larga a todas as escolas. Para isso o governo federal editou leis e postarias que obrigam as empresas de telefonia dentro de um espaço de tempo curtíssimo disponibilizar banda larga em todas as escolas do Brasil.

Quando efetivamente isso ocorrer e todas as escolas públicas terem um laboratório de informática com acesso a internet banda larga e professores capacitados a explorarem ao máximo as potencialidades dessa tecnologia, assim, poderemos dizer que temos uma inclusão digital na educação e que ela contribui de forma relevante para a qualidade da educação prestada em cada unidade escolar.

Conclusão

 

A análise da integração de tecnologias educacionais no ensino superior revela a importância fundamental dessas ferramentas na modernização e aprimoramento dos processos pedagógicos. Desde a introdução dos primeiros cursos de licenciatura no Brasil até o desenvolvimento contemporâneo das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), a evolução tecnológica tem desempenhado um papel crucial na transformação do ensino.

Os avanços na área de tecnologia, como o uso de computadores, mídias digitais e a internet, têm proporcionado novas formas de ensinar e aprender, promovendo uma maior autonomia para os alunos e possibilitando uma interação mais dinâmica entre docentes e discentes. As Tecnologias da Informação e Comunicação têm facilitado a comunicação e a disseminação de informações, ampliando as oportunidades educacionais e adaptando o ensino às necessidades e realidades contemporâneas.

A Educação a Distância (EaD) é um exemplo notável de como as TIC podem ser utilizadas para superar as limitações da sala de aula tradicional, oferecendo flexibilidade e acesso a uma educação de qualidade para um público mais amplo. Além disso, a integração de mídias digitais tem demonstrado benefícios significativos, como o aumento da motivação, da interação e da capacidade de pesquisa dos alunos, contribuindo para a formação de uma geração mais engajada e preparada para os desafios do mercado de trabalho.

Portanto, a implementação efetiva de tecnologias educacionais é crucial para a evolução do ensino superior. É fundamental que as instituições educacionais continuem a explorar e adotar novas tecnologias, promovendo um ambiente de aprendizagem inovador e adaptado às demandas da era digital. Essa abordagem não só melhora a qualidade da educação, mas também prepara melhor os alunos para um mundo em constante transformação.

Percebe-se com esse artigo que a informática exerce um grande fascínio tanto nos professores como nos alunos e que a ela é atribuída erroneamente o sucesso ou o fracasso escolar dos alunos. Concordamos que a informática tem um papel relevante no processo ensino-aprendizagem de hoje, porém, ela é deve sempre ser o meio, o facilitador, a ferramenta nesse processo e não o fim em si mesmo.

Conclui-se que o grande desafio do educador é superar todas as dificuldades promovidas pela falta de inclusão digital tanto dos alunos como dos professores promovendo uma educação de qualidade e ao mesmo tempo, criar as condições favoráveis para que ocorra a inclusão digital, que passa pela compra de software e hardware e também, pela capacitação dos professores e de todos os profissionais da educação.

Finalmente, devem-se criar condições para que o professor saiba reco textualizar tanto o aprendizado como as experiências vividas durante a sua formação para a sua realidade de sala de aula, compatibilizando as necessidades de seus alunos aos objetivos pedagógicos a que se propõe atingir.

Hoje é notório que o uso do computador e da Internet influenciou significativamente as relações humanas, sobretudo no que se refere à comunicação, diante disse acreditamos que inclusão digital seria a universalização do acesso à informática com um computador acessando a internet por banda larga e um professor qualificado para explorar ao máximo do potencial dessa tecnologia em benefício seu e de seus alunos e por extensão da escola e da sociedade.

 

 

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