A importância dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento infantil na Educação Infantil
Gabriel Gomes da Silva1
Márcio Gomes da Silva
Lucimeire Gomes da Silva
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo examinar os pressupostos teórico-metódicos sobre a importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento das crianças na educação infantil. A pesquisa bibliográfica foi essencial para a conclusão deste trabalho. Pois, segundo relatos históricos, a educação infantil nasceu com cunho assistencialista e apresentava seu olhar apenas para o olhar físico da criança, mas com o passar do tempo houve uma mudança significativa em sua perspectiva e o acolhimento foi associado à parentalidade e hoje são indissociáveis ao fazê-lo, o professor muitas vezes tem que recorrer a várias técnicas e métodos de ensino para transmitir e construir o conhecimento de seus alunos. Jogos e brincadeiras representam um recurso pedagógico de alta riqueza que, entre outros benefícios e vantagens para a aprendizagem, desenvolve informação, cultura, direitos probatórios, valores na educação e, além disso, contribui para o desenvolvimento das crianças e seu potencial para construir relações cognitivas baseado no afeto, respeito, solidariedade e camaradagem. Sendo a escola uma instituição que visa capacitar o aluno a adquirir conhecimentos formais e propor o desenvolvimento de processos de pensamento, brincar na escola não é exatamente o mesmo que brincar em outras ocasiões, pois a vida escolar é pautada por algumas normas que regulam as ações das pessoas e interações entre eles e, claro, essas normas também estão presentes nas atividades da criança. Jogos e brincadeiras, então, têm uma particularidade quando ocorrem na escola, pois são mediados por normas institucionais. A utilização do jogo como recurso educacional tem sido utilizada pelos professores principalmente na educação infantil, que também é um direcionamento da BNCC para produzir conhecimento no cotidiano dos alunos. Na educação, processo de aprendizagem em que o conhecimento é constituído, avaliado e renovado a cada dia, o brincar e o aprender formam uma relação que se efetiva e se consolida ao longo do processo de aquisição do conhecimento. O brincar é um dos recursos educacionais mais utilizados para motivar e estimular a aprendizagem, principalmente na educação infantil.
PALAVRAS-CHAVE: Jogos. Brincadeiras. Lúdico. Educação Infantil. Desenvolvimento.
Introdução
O presente trabalho surgiu da necessidade na literatura de embasar subsídios para apoiar o trabalho com jogos e brincadeiras na modalidade de educação infantil no Brasil sua contribuição para o desenvolvimento infantil no contexto escolar. Além de tratar da formação desse profissional na educação infantil e sua prática em prol da ludicidade em sala de aula. Em conexão com a educação, o jogo assume o papel de um recurso educacional cuja função é apoiar o processo de ensino-aprendizagem e facilitar a assimilação de conteúdo da criança na educação infantil.
Há grandes contribuições dos jogos e brincadeiras para a construção do conhecimento, desde sua utilização no processo ensino-aprendizagem, principalmente nas séries iniciais, sua eficácia e eficiência no ambiente escolar ainda é debatida. Pensando nisso, definiu-se como tema de pesquisa para abordar a importância do brincar e do brincar na educação infantil.
Os objetivos gerais eram descobrir se os jogos ajudam as crianças a aprenderem determinadas regras. Aprendem a esperar a sua vez e também a ganhar e perder. E, ao fazê-lo, promovem a autoavaliação da criança, que pode avaliar seu próprio progresso e, assim, fortalecer sua autoestima.
Os objetivos específicos visaram apresentar e revisar a importância dos jogos e brincadeiras na educação infantil e sua contribuição para o desenvolvimento do aluno.
No processo educativo da criança, é importante que o professor reconheça a importância do brincar para a criança e as contribuições que o brincar traz para a aprendizagem e desenvolvimento do aluno. Os jogos e brincadeiras fazem parte do universo infantil, as crianças reconhecem os mais diversos tipos, começando pelo mais simples e depois se dedicam às brincadeiras, conquistando respeito, socializando, participando e compreendendo regras e para tomar seu aprendizado mais fácil e agradável.
Este trabalho foi constituído a partir de um levantamento bibliográfico, onde se relatava a importância dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento da criança na educação infantil.
Este trabalho de pesquisa bibliográfico está subdividido em três capítulos:
No Capítulo 1, A abordagem contextualiza os principais aspectos da educação infantil, destacando a história da infância, a importância do brincar e a necessidade de formação de professores para mostrar como a literatura discute essas questões e como elas são integradas ao processo educativo.
No Capítulo 2, A importância do brincar e do jogar, o desenvolvimento em meio ao brincar, suas potencialidades e habilidades em sala de aula, e a abordagem do professor a essas formas de ensino que foge aos métodos tradicionais
Esse modelo foi baseado na NBR 6022.
Desenvolvimento
Nos jogos, a criança precisa ter autonomia para criar suas regras de acordo com o seu momento de brincadeira.
Kishimoto (1997, p.36) diz que:
Ao permitir a ação intencional (afetividade), a construção de representações mentais (cognição), à manipulação de objetos e o desempenho de ações sensório-motoras (físico) e as trocas nas interações (social), o jogo comtempla várias formas de representação da criança ou suas múltiplas inteligências, contribuindo para a aprendizagem e o desenvolvimento infantil.
Jogos e brinquedos são essenciais nesta fase. Por meio deles, a criança socializa, cria regras, expressa seus sentimentos e desejos. No momento em que brinca cria seu próprio mundo imaginário no qual através dessas brincadeiras desenvolve o psicológico, o social e o espiritual, por isso o brincar é fundamental para o desenvolvimento da criança. A criança deve ter contato com o brinquedo para que ele se desenvolva, portanto, o brinquedo deve estar ao alcance da criança e não em locais altos onde a criança não possa pega-lo.
O brincar não deve ser visto como qualquer atividade, pois é através do brincar que a criança desenvolve sua personalidade e segundo entendimento de Carvalho e Pontes (2003, p. 48):
A brincadeira é uma atividade psicológica de grande complexidade, é uma atividade lúdica que desencadeia o uso da imaginação criadora pela impossibilidade de satisfação imediata de desejos por parte da criança. A brincadeira enriquece a identidade da criança, porque ela experimenta outra forma de ser e de pensar; amplia suas concepções sobre as coisas ao representar diferentes personagens.
Segundo Vygotsky (apud WAJSKOP), 1995, P. 16),
A brincadeira infantil é “entendida como atividade social da criança, de natureza e origem especificas, elementos fundamentais para a construção de sua personalidade e compreensão da realidade na qual se insere”.
O brincar pode ter um papel fundamental no processo de desenvolvimento (cognitivo e afetivo) do indivíduo, pois, segundo Luna (2008, p.57)
(...) quando o sujeito se sente desafiado pela perturbação (no jogo, por exemplo, quando se vê diante de uma situação-problema) e tem como valor superá-la, ele age com disciplina (atenção, concentração, persistência, respeito) com o intuito de vencer. Nesta perspectiva o sujeito reage à perturbação, com disciplina, visando a reequilibração do seu sistema (regulação).
O brincar em si desempenha um papel importante na infância, pois por meio do brincar as crianças aprendem, desenvolvem, vivenciam e interagem, relacionam tudo com o que vivem, observam, estabelecem conexões essenciais, para adquirir seu conhecimento, seu aprendizado se dá de forma diferenciada. mais significativo como diz Marinho, 2007, p. 91.
O ato de brincar desempenha um papel importante na infância, pois é brincando que a criança aprende e se desenvolve, experimenta e interage, relacionando aquilo que vivencia com o que observa a sua volta, estabelecendo as relações necessárias para a aquisição do conhecimento. Podemos dizer que a aprendizagem se dá de forma mais significativa se a criança vivenciar as situações pedagógicas através do movimento, experimentando, realizando, sentindo, percebendo, e tudo se dá pelo corpo. As brincadeiras e os jogos ocupam o papel principal nessa vivência, pois fazem parte do universo infantil
Quando brincamos com uma criança, nós a ajudamos a aprender a administrar seus impulsos para realizar seus desejos. Para superar as frustrações, ensinamos a agir estrategicamente diante das forças que atuam no ambiente. Assim com a metodologia do uso dos jogos e brincadeiras as despertamos seu gosto d pela vida e a enfrentar os desafios com segurança e confiança.
Brincar e jogar são exercícios prazerosos da administração de nossa realidade, onde adquirimos autoconsciência, estabelecemos regras básicas de convivência e mudamos a nós mesmos e a sociedade. Quando brincamos com uma criança, estamos ajudando-a a aprender a lidar com suas pulsões em busca da satisfação de seus desejos. Vencendo as frustrações, estamos ensinando-a a agir estrategicamente diante das forças que operam no ambiente. Com alegria despertamos nela o gosto pela vida e o enfrentamento dos desafios com segurança e confiança (BRANDÃO, 1997, p. 7).
Dessa forma, o brincar constitui a capacidade da criança de criar e recriar o mundo, atribuindo valores e significados diferentes da realidade. O jogo tem como objetivo promover a autoestima, o desenvolvimento da linguagem oral e de sinais, ajudar a processar emoções e sentimentos e ajudar a construir regras sociais. À medida que as crianças brincam, elas assumem diferentes papéis sociais, o que permite a construção de vínculos, relacionamentos e generalizações para outras situações, a internalização de modelos e valores adultos e o desenvolvimento da identidade e autonomia lúdicas. Ao perceber as diferentes formas de pensar e agir, eles podem comparar os seus e os dos outros e ter a oportunidade de incluir essas semelhanças e diferenças na construção de sua personalidade.
Para a criança, todavia, não existe esse contraste entre o trabalho e o lúdico, considerando que toda atividade infantil tem no seu cerne o valor lúdico. Engana se quem acredita que não há esforço na realização da atividade lúdica, pois pode até mesmo acontecer da criança despender muito mais energia num jogo, por exemplo, competitivo, do que num trabalho obrigatório. Diversas atividades lúdicas cultivam a dificuldade, porém, a característica de ter a finalidade em si mesma não é alterada. O autor aplica ao jogo a mesma definição que Kant conferiu à arte: “uma finalidade sem fim”, uma realização que busca a realização de si mesma (LIMA, 2008, p. 63).
Conclusão
Através desta pesquisa bibliográfica foi possível perceber que o brincar, o jogar são atividades de fundamental importância para o desenvolvimento emocional, afetivo, cognitivo e social dos alunos, das crianças na educação infantil.
Os jogos e todas as demais atividades de lazer são ferramentas de trabalho muito valiosa para a prática pedagógica da primeira infância, pois por meio dessas atividades, as crianças devem e vai aprender brincar de forma prazerosa, diferenciada e muito ativa e participativa e será apresentado ao conteúdo, pôde-se comprovar que o jogo e o brincar desencadeiam aprendizagens significativas na criança se o conteúdo for organizado, planejado e controlado.
Foi possível também atingir o objetivo proposto, que era reconhecer a importância dos jogos, brincadeiras na educação infantil e como esses recursos são utilizados pelos educadores.
O comportamento lúdico é complexo e vem sendo estudado por diversos autores como Piaget e Vygotsky e pude observar que há uma importante relação entre o brincar e o desenvolvimento infantil, pois brincar estimula a criança a demonstrar seus conhecimentos de forma tal que, quem a observa brincar pode vislumbrar o modo como ela vê o mundo, por exemplo são as brincadeiras em que as crianças brincam entre pares de casinha momento este em que demonstram como veem os papeis sociais.
A produção de conhecimento sobre o brincar é importante e necessária para que os profissionais que trabalham com essa faixa etária da educação infantil possam estimular esse comportamento e proporcionar um ambiente lúdico enriquecedor ao longo do percurso.
Nesse trabalho bibliográfico constatamos também a formação dos profissionais da primeira infância, pode haver pessoas que ainda se acham crianças e não tem muito o que estudar, mas quanto mais esses profissionais estiverem preparados com teoria e prática, melhor será sua atuação.
O brincar na escola sem dúvida pode ser um instrumento para o professor processar o conteúdo de forma lúdica, facilitando para a criança a internalização do que foi aprendido.
Desta forma, o brincar pode funcionar como uma oportunidade, como uma força pedagógica motivadora, para promover a aprendizagem e a inclusão (MOTA, 2010). Se observarmos a maior ou menor presença do brincar, poderemos compreender a resistência, o desinteresse e todo tipo de limitação que torna a escola sem sentido para as crianças. Além disso, buscamos dissipar certos equívocos de que a ludicidade significa necessariamente algo prazeroso do ponto de vista de quem está fazendo a atividade. Se fosse, poderíamos ser reféns de crianças, por exemplo, ou sentenciados a fazer coisas estranhas, mesmo que sejam inúteis.
Concordamos com Meirieu (2002, 2005) que é por meio da educação que as crianças experimentam o mundo, fazem suas primeiras aproximações, leituras e releituras, e isso pode ser feito ou mediado pela relação professor-aluno-saber. Por meio dessa relação pedagógica, o professor desempenha um papel significativo na escuta da criança, além de potencializar experiências e possíveis caminhos entre a criança e o conhecimento, e alguns caminhos utilizam o brincar em sala de aula como referência de aprendizagem. Educar, segundo o autor, nessa perspectiva
Referências
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ALMEIDA, P. N. Educação Lúdica. São Paulo: Loyola, 2000.
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BRANDÃO, Heliana. O livro dos jogos e das brincadeiras: para todas as idades. Belo Horizonte: Editora Leitura, 1997.
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da educação. Nº 9394 de dezembro de 1996.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. 2ed. São Paulo: Cortez, 1997.
KISHIMOTO, T. M. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneiro Thompson Learning, 2002.
LIMA, José Milton. O jogo como recurso pedagógico no contexto educacional / José Milton Lima. São Paulo: Cultura Acadêmica: Universidade Estadual Paulista, Pró-Reitoria de Graduação, 2008
LUNA, F. G. de. A (in) disciplina em oficinas de jogos. Dissertação de Mestrado em Psicologia. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008
MARINHO, Hermínia Regina Bugeste. et. al. Pedagogia do movimento: universo lúdico e psicomotricidade. 2ª. ed. Curitiba: Ibpex, 2007.
MEIRIEU, P. A Pedagogia entre o Dizer e o Fazer: a coragem de começar. Porto Alegre: Artmed, 2002.
MOTA, E. F. C. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade Infantil (TDAH): trabalho com jogos e materiais manuseáveis. Dissertação de Mestrado em Educação em Ciências e Matemática. Universidade Federal de Goiás, Goiás, 2010.
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