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Atividades lúdicas e recreativas: A importância da brincadeira par a Educação Infantil

Andreia dos Santos Silva Dias[1]

 

DOI: 10.5281/zenodo.14015414

 

 

RESUMO

O presente artigo tem o intuito de estudar a importância da brincadeira para a educação infantil, objetivando compreender como as crianças em fase escolar desenvolvem seu aprendizado. Buscando conscientizar da importância de aprender através de brincadeiras, analisando os diferentes tipos de brincadeiras, e investigando quais os benefícios que essa prática trás para a educação infantil. A presente pesquisa ocorrerá em uma escola municipal de educação básica (EMEB), da cidade de Sinop-Mt, que contempla crianças de cinco a dez anos, será pesquisada uma turma do período matutino que se encontra em fase de pré-escola. Desta forma buscou-se saber qual a importância da brincadeira para a educação infantil, verificou-se que por meio das atividades lúdicas e recreativas as crianças são instigadas a desenvolver suas habilidades afetivas, cognitivas, motoras e sociais. Assim por meio da revisão bibliográfica foram possibilitadas referencias teóricas para contribuir com o desenvolvimento do tema. Colaborando com a análise dos dados coletados através da pesquisa de campo.

 

Palavras – Chaves: Educação Infantil. Criança. Aprendizagem. Ludicidade.

 

 

Introdução

 

A educação infantil é de suma importância para o desenvolvimento da criança uma vez que nesta constitui as primeiras ações educativas fora do ambiente familiar e seu principal objetivo é o de fomentar o desenvolvimento integral da criança, assim despertou-me curiosidade a forma de interação e o aprendizado por meio das brincadeiras na educação infantil.

O presente artigo vem pesquisar como a brincadeira contribui para o processo de ensino e aprendizagem de uma turma de pré-escola do período matutino pertencente a uma escola municipal da cidade de Sinop-MT que faz parte da educação infantil. A pesquisa tipo estudo de caso possibilitou-me acompanhar a prática docente e o desenvolvimento da turma, com o intuito de comparar teoria e prática no ambiente escolar. Onde esta investigação teve sua estruturação em uma sala com 18 alunos regularmente matriculados na pré-escola, em uma instituição de ensino municipal durante os meses de fevereiro e março do corrente ano.

O objetivo desta pesquisa é o de entender como as crianças podem desenvolver o aprendizado por meio das brincadeiras, uma vez que as atividades lúdicas e recreativas fomentam o aprendizado, com o intuito de enfatizar quais tipos de brincadeiras contribuem para o desempenho de uma turma na fase da pré-escola. Essa pesquisa tem sua relevância para a comprovação do aprendizado por meio das brincadeiras, visto que é na educação infantil que as crianças se tornam protagonistas na elaboração do seu conhecimento. Uma vez que o professor se torna mediador do aprendizado criando possibilidades em diferentes aspectos, deste modo a pesquisa em questão vem fomentar a classe acadêmica e a sociedade de forma geral.

 

 

Eduçação Infantil

 

A educação é de suma importância para a formação do ser humano. Desta forma é na educação infantil que inicia o processo de ensino e aprendizagem, onde as crianças de zero a cinco anos são constantemente instigadas ao aprendizado, por meio das diferentes formas de linguagem. Deste modo ressalvo Brasil (2021) em seu art. 29 onde este nos traz que: “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”. (BRASIL, 2021, P.22).

No entanto vale ressaltar que as crianças são separadas por faixa etárias com o intuito de abordar os conteúdos 3 pertinentes para o desenvolvimento de cada grupo. Em conformidade a isso o Art. 30 da LDB nos diz que: “A educação infantil será oferecida em: I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II – préescolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade”. (BRASIL, 2021, P.23). Assim a educação infantil torna-se primordial para a construção da autonomia do ser, uma vez que é nesta fase que as crianças são estimuladas a ouvirem voz de comando, e o aprendizado ocorre por meio das atividades lúdicas visto que nesta ocorre a construção de normas e regras que acabam possibilitando experiências para a próxima etapa de sua vida escolar. Contudo para que ocorra o desenvolvimento do ensino para a educação infantil o curriculum deve ser seguido e respeitado.

Em virtude disso a LDB em sua 5ª edição no Art. 31. Nos fala que: A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: I- avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; II- carga horária mínima de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional; III- atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integrada; IV- controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) de horas; V – expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança. (BRASIL, 2021, P.23).

Mas sabe-se que a educação infantil em alguns estados e cidades brasileiras é ofertada apenas pela rede municipal de ensino onde cada uma seque seu próprio documento de referência curricular desde que este esteja condizente com as políticas e planos educacionais da união e dos estados. Todavia alguns municípios podem ou não seguir o sistema estadual de ensino ou até mesmo compor com ele um sistema único de educação básica. (BRASIL, 2021). Em relação as obrigações dos estabelecimentos de ensino de forma geral ressalvo aqui o Art. 12 que nos apresenta alguns deveres: 4 “Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I – elaborar e executar sua proposta pedagógica; II – administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; III – assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; IV – velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; V – prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; VI – articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; VII – informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; […]”. (BRASIL, 2021, P. 15).

O curriculum veio para fomentar e fortalecer ainda mais esta fase de desenvolvimento do ser humano, uma vez que antigamente as escolas serviam como orfanato, era o lugar onde guardavam as crianças órfãs da guerra. Assim a educação infantil prioriza o desenvolvimento de seis direitos de aprendizagem por meio das brincadeiras. Em conformidade a isso Brasil, (1996, p.27) nos apresenta que toda criança tem direito a: “Conviver, Brincar, Participar, Explorar, Expressar, Conhecer-se”. (BRASIL, 1996, P. 27). Para que ocorra a estimulação desses direitos e o desenvolvimento dos aspectos pertinentes a cada um, alguns campos de experiencias foram criados na intenção de fomentar os conteúdos condizente com cada faixa etária. Em relação a esses Brasil, 1996 nos apresenta tais campos: “O eu o outro e o nós. Corpos gestos e movimento. Traços, sons, cores e formas. Escuta, fala, pensamento e imaginação. Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”. (BRASIL, 1996, P. 25).

É na educação infantil que as crianças de diferentes faixas etária tem o primeiro contato com o ambiente escolar e o processo de adaptação a esse novo é fundamental. A organização deste ambiente faz toda a diferença nesse processo de adaptação, as diferentes atividades lúdicas abordadas nessa fase auxiliam na receptividade do aluno em relação ao processo de ensino e aprendizagem. No entanto as crianças podem iniciar sua vida escolar a partir dos seis primeiros meses de vida a um ano e seis meses fazendo parte do Berçário, outra fase é de um ano e sete meses a três anos e onze meses atuantes nos maternais 5 I e II, e a última mais tão importante quanto as demais são dos quatro anos a cinco anos e onze meses esses se encontram em fase de pré-escolar I e II. (BRASIL, 1996).

 

 

Aprendizagem

 

O sistema cognitivo deve ser constantemente estimulado para que o desenvolvimento deste ocorra. Porém, dependendo da fase da vida em que se encontra cada ser humano possui características cognitivas diferentes. Em relação a isso Gonçalves (2017, p.52) nos diz que: “Quanto maior for a estimulação e a interação social e comunicativa da criança, com seu ambiente, maior será sua capacidade de criar esquemas que antecipem resultado de sua ação, gerando cognição”. (GONÇALVES, 2017, P.52).

Nas crianças bem pequenas a cognição muitas vezes ocorre através da imitação, e com o passar do tempo os gestos e movimentos serão consolidados, as histórias e desenhos infantis os fazem viajar em um mundo de sonhos e fantasias e em muitas das vezes elas se colocam no lugar dos personagens principais reinventando as histórias. Em conformidade a isso Gonçalves (2017, p. 76) nos traz que: “Na imitação de heróis e personagens da sua fantasia, apodera-se de qualidades e atributos que admira, interiorizando-os e, mais tarde, exteriorizando-os, reelaborando-os”. (GONÇALVES, 2017, P. 76). No entanto com o jogo, a imitação, a mediatização simbólica na relação com os outros, a criança chega aos processos de linguagem verbal ou falada, isso só é possível por conta do meio em que ela vive através da convivência e da relação com outras pessoas sendo esses adultos ou crianças da mesma faixa etária. (GONÇALVES, 2017).

 

 

Metodologia utilizada na pesquisa

 

O presente artigo referente ao tema, onde os instrumentos de coleta de dados utilizados foram o questionário, a entrevista e a observação in loco. A pesquisa de campo foi realizada em uma escola pública da rede municipal de ensino, onde está é denominada de escola municipal de educação básica 6 (EMEB) tendo sua localização na cidade de Sinop/MT no interior do estado de Mato Grosso. Nesta são atendidos alunos em fase de pré-escola e alunos que fazem parte do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental I.

Este método vem sendo abordado por alguns estudiosos, ele está ocupando espaço entre as classes acadêmicas uma vez que este visa o estudo exclusivo de um indivíduo ou de um grupo isoladamente. Em conformidade a isso Gil (2008, p.58, apud Yin, 2005, p. 32) no diz que: “O estudo de caso é um estudo empírico que investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade, quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no qual são utilizadas várias fontes de evidências”. Deste modo o estudo de caso prioriza a análise específica de um indivíduo ou de um determinado grupo.

No entanto nesta pesquisa, o estudo de caso investiga um grupo de 18 alunos em fase de pré-escola na faixa etária dos 05 anos, devidamente matriculados na educação infantil, que faz parte da rede municipal de ensino. Foram realizada uma entrevista com a professora regente junto a coordenação pedagógica. Objetivando o compartilhamento de experiências vividas por ambas. Onde nesta compartilharam as estratégias, as frustrações e os resultados almejados.

Da mesma forma ambas receberam um questionário contendo cinco questões referente ao processo de ensino aprendizagem. Destaco aqui o questionário como uma ferramenta fundamental para coleta de dados, uma vez que de acordo com Gil: “Pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado etc”. (GIL, 2008, P. 121).

Realizou-se também a observação in loco objetivando verificar o desenvolvimento dos alunos no decorrer das atividades propostas, podendo observar as dificuldades, e o suporte prestado pela gestão escolar ao professor regente da turma. O período de observação ocorreu em quatro visitas mensais à escola no decorrer do primeiro bimestre, com duração de aproximadamente 7 duas horas 01: 50 min cada, que se iniciava no período da manhã com início das 09:00 min e término as 10:50.

 

 

Análise dos dados coletados

 

A presente pesquisa foi gerada em uma escola pública da rede municipal de ensino, na cidade de Sinop, interior do estado de Mato Grosso. Esta escola oferece o ensino da educação infantil, atendendo alunos em fase de pré-escola e o ensino fundamental I, contemplando crianças que estão cursando do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental I. Totalizando 350 alunos atendidos nos períodos Matutino e Vespertino. Deste modo muitos profissionais colaboram para o desenvolvimento dela desde o vigia do portão, as zeladoras e merendeiras, a equipe gestora com secretario, diretor e coordenador pedagógico e os profissionais atuantes em sala de aula, os professores regentes e os auxiliar de sala que só contempla algumas turmas que tenha algum aluno portador de necessidade especial, este por sua vez tem um atendimento diferenciado e recebe um auxiliar na maioria das vezes sem formação alguma para o ajudar em suas atividades direcionadas em sala de aula mais com habilidades para os acompanhar nas atividades corriqueiras da unidade escolar.

No entanto na educação infantil a concentração nas crianças ocorre em um curto período de tempo por isso as atividades propostas devem ser curtas e atrativas tendo a intencionalidade de obter o foco dos alunos por mais tempo possível. Desta forma os jogos são uma das principais ferramentas utilizadas por educadores nas atividades direcionadas, buscando aguçar a inteligência dos educandos e preparando-os para situações do dia a dia. Ressalvo aqui uma publicação do Instituto Neuro Saber de 04/09/2020 em relação ao aprendizado por meio da brincadeira nos traz que: “Toda brincadeira ajuda as crianças a construírem uma compreensão de novos conceitos. Através do brincar, elas descobrem o mundo e aprendem como as coisas funcionam enquanto exploram e investigam”. (INSTITUTO NEURO SABER, 04/09/2020).

Com esse enfoque os professores fazem uso cada vez mais de diferentes jogos e brincadeiras que estimulem os alunos a desenvolverem suas habilidades 8 cognitivas. Em conformidade a isso o Instituto Neuro Saber em 04/09/2020 nos traz que: “Seus cérebros são estimulados e elas desenvolvem constantemente suas habilidades intelectuais (cognitivas), como memória, percepção, resolução de problemas, habilidades de pensamento etc.”. (INSTITUTO NEURO SABER, 04/09/2020). Assim os estímulos por meio das atividades dirigidas, desde a montagem de pecinhas, um quebra-cabeça ou até mesmo através da musicalização só vem enaltecer e estingar ainda mais o aprendizado dos 18 alunos participantes dessa turma de pré-escola.

Vale salientar que a alfabetização não ocorre na pré-escola, mas o conhecimento das letras, dos objetos que fazem parte do cotidiano são vivências única nessa fase de desenvolvimento da criança. Para a pesquisa mencionada, usaram-se três instrumentos diferentes: a entrevista e o questionário para a professora regente da sala e a coordenação da escola, bem como a observação in loco da turma.

A entrevista fora realizada com a professora regente e com a coordenadora pedagógica usando apenas o diálogo, através de uma conversa informal. Já o questionário teve sua elaboração na expectativa de investigar o desenvolvimento da turma. Com o mesmo intuito fez-se uma observação in loco, observando a turma em três visitas mensais, totalizando um período de seis horas, no turno Matutino.

A primeira observação da turma foi realizada em um dia regular de aula, onde a aula a ser dada pela professora regente era em relação a conhecer as vogais fazendo uso do seu corpo, pude ver o entusiasmo nos alunos e a expectativa em saber como que iriam formar as letras do alfabeto usando o próprio corpo. A empolgação da professora foi fundamental para a participação dos alunos, as carteiras foram afastadas e todos se colocaram de pé e ao comando da professora foram posicionando os braços acima da cabeça com as palmas das mãos juntas e somando com a cabeça formaram a vogal (A), o próximo comando foi o de que os alunos inclinassem a cabeça para o lado direito do corpo e abrissem os braços na mesma direção formando a letra (E), com o braço direito erguido e o dedo indicador apontado para cima formaram a vogal (I), dando sequência a atividade com uma música de fundo o próximo comando foi 9 solicitado aos alunos que colocassem os braços a frente do corpo juntando as mãos formando um círculo simbolizando a vogal (O), e por último todos com os braços abertos e erguidos na altura dos ombros formaram a vogal (U).

A participação dos alunos naquele momento foi o que mais me chamou a atenção, visto que a turma se tornou protagonista no desenvolvimento da atividade e pude evidenciar que o aprendizado foi concretizado. Em conformidade a isso a essa atividade ressalvo aqui Gonçalves (2017, p.55 et al. Levin apud Ajuriaguerra, 2002, p.70), nos fala que: “[…]. As palavras do outro são suas desde o momento em que o outro as pronúncias. A expressão mímico-gestual do outro já é linguagem, e a atitude do corpo já é uma linguagem, e a atitude do corpo da criança já é recepção”.

Contudo pude vivência em minhas observações diferentes metodologias, desde o brincar livremente e o dirigido, as interpretações através de histórias e o encantamento por meio da musicalização, junto aos miniteatros. No entanto nem todos os alunos demonstram interesse em participar desse momento de aprendizado, percebi que alguns não sabem ainda o real motivo de estarem indo a uma instituição de ensino, em sua maioria de um total de dezoito alunos apenas dez chegam com entusiasmo e reagem as atividades com empolgação e ao serem perguntados se sabem para que estão na escola eles relatam que estão porque os pais precisam trabalhar e eles estão ali para brincar. Isso não deixa de ser verdade, porém sabemos que em uma escola não se brinca por brincar mais sim todo ato de brincar tem por trás um sentido, uma lição a ser explorada e aprendida.

Assim a gestão pedagógica está sempre em comunicação com os pais, buscando saber como os filhos estão agindo em casa em relação ao aprendizado, enfatizando sempre que com o auxílio da família o desenvolvimento da criança acontece com maior facilidade. Pude comprovar que uma das ações da coordenação é esclarecer aos pais em relação a sua responsabilidade no desenvolvimento de seu filho e firmar acordos com todos por meio de uma reunião pedagógica, onde nesta é passado como o ano letivo ocorrera os eventos ofertados para a comunidade e as 10 contribuições que a comunidade escolar pode oferecer a instituição para melhorar o desenvolvimento dos alunos.

Desta forma o Eca nos diz que: Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (BRASIL, 1990).

Durante meu período de observação busquei auxiliar a professora regente e a coordenação na interação com os pais e nas atividades com os alunos, ajudando no desenvolvimento das atividades de forma lúdica e os acompanhando na hora da refeição e nas idas ao banheiro. Ambas trouxeram em seus relatos que as brincadeiras são fundamentais para o aprendizado dos alunos seja ela de forma lúdica ou dirigida. Falaram também que nessa fase de desenvolvimento as idas ao ambiente externo da escola são primordiais para a interação e socialização entre os alunos. Porém relembraram que alguns pais não se comprometem com eficácia com o aprendizado dos filhos e acabam sendo insuficientes com essa responsabilidade, em virtude disso a professora relatou que o aprendizado é contínuo e que as aulas propostas não podem ser refeitas ou seja se o aluno perde um período de aula no dia seguinte já haverá uma nova atividade a ser realizada mantendo assim uma sequência didática. De acordo com Weisz: “Tendo em vista uma educação de qualidade, entendida como aquela que atende a diversidade, o processo educativo não é responsabilidade do professor somente.

Desse modo, o trabalho coletivo dos professores, normas e finalidades compartilhadas […]”. (WEISZ, 2000, p.80). Para que o aprendizado aconteça nessa fase cada entidade deve contribuir com suas responsabilidades, visto que a formação e educação do ser humano não é exclusivamente de competência da escola mais sim de um todo, para isso as estratégias devem ser mais exploradas e bem administradas com um objetivo em comum. Em consonância a isso Ferreiro destaca que: “[…] as estratégias para trabalhar com alunos na aprendizagem da leitura e da escrita tem de ser significativas e próximas. É preciso retomar com eles a leitura 11 do seu mundo, para levá-los à leitura da palavra”. (FERREIRO, 2001, P. 43).

De acordo com os relatos pode-se dizer que essas profissionais estão no caminho certo apesar de as vezes se depararem com alguma eventualidade, mais que faz parte da profissão. Almejando a eficácia no desenvolvimento de seus trabalhos, acabam por se frustrarem quando o resultado não é o esperado. Contudo no questionário ambas reafirmam estarem satisfeita com a metodologia abordada e com o aprendizado dos alunos, mas revelam que a falta de comprometimento de alguns pais em manter a assiduidade de seu filho é frustrante pois acabam privando as crianças de um leque de descobertas e alegrias, enfim, fica evidente a evolução dos estudantes deixando seu trabalho mais enriquecedor, vindo a valorizar a prática pedagógica e seu crescimento profissional.

 

 

Considerações finais

 

A curiosidade deve ser aguçada para que assim haja um mundo de descobertas, as diferentes formas e maneiras de aplicabilidade do ensino são fundamentais e o envolvimento de ambas as comunidades interna e externa são primordiais para a eficácia do aprendizado. Visto que é fundamental que todos os colaboradores da educação façam parte do processo de escolha da metodologia a ser aplicada e que possam participar com êxito do desenvolvimento da didática de ensino. Uma vez que o comprometimento destes profissionais, a disponibilização de seu tempo, os materiais junto a dedicação, são pontos fortes para a qualidade deste trabalho. O ambiente escolar também passa por algumas dificuldades e limitações, em virtude de receber pessoas de distintos grupos sociais.

Assim constata-se que a atuação do professor é fator importante para o desenvolvimento das atividades e o cultivo do aprendizado nos alunos, através das brincadeiras ou de 12 um momento de faz de conta a criança descobri a arte do recriar, aprendem a reformular regras e consolidam o aprendizado sem serem pressionados.

Com essa pesquisa pode-se concluir que as atividades lúdicas e recreativas se tornam fator importante na estimulação ou na fomentação ao aprendizado, pois cada fase de desenvolvimento tem uma sequência a ser seguida e esta deve ser respeitada para que haja eficiência no aprendizado de cada aluno de acordo com a sua faixa etária.

Entretanto compreendemos que o ambiente escolar junto à comunidade escolar almeja contribuir para a formação de cidadãos autônomos e pensantes, por isso é fundamental toda e qualquer ação que possibilite novas vivencias aos educandos.

 

 

Referências

 

WEB BRASIL, LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. – 5. Ed. Brasília, DF: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2021. 60 p.

 

FERREIRO, Emília. Alfabetização em processo. 13. Ed. São Paulo: Cortez, 2001. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social / Antônio Psicomotricidade & Educação Física. Ed, cultura rbl, Cajamar/SP. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm. Acesso em 02/09/2023.

 

https://institutoneurosaber.com.br/a-importancia-do-brincar-na-educacao infantil/. Acesso em 29/09/2023. https://www.psicologiasdobrasil.com.br/os-4-estagios-do-desenvolvimentocognitivo-de-jean-piaget/. Acesso em 15/10/2023.

 

WEISZ. Telma. O Diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo: Ática, 2000.

 

[1] Aluna do curso de Neuropsicopedagogia – Pedagoga. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

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