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TEA – Transtorno do Espectro Autista

Josiane Marques dos Santos[1]

 

DOI: 10.5281/zenodo.13987491

 

 

RESUMO

O presente estudo tem como tema TEA - Transtorno do Espectro Autista, o autismo descreve a presença de um desenvolvimento que se destaca atípico na socialização e na comunicação, como também nas atividades e seus interesses. Onde o objetivo geral é analisar o autismo e o seu desenvolvimento; e os objetivos específicos são: conhecer quais os sinais dos autismos; compreender as manifestações indicativas dos autistas; reconhecer o comportamento do autista. Foi na década de 90, após um grande debate sobre a Inclusão Escolar de crianças com autismo, que o assunto começou a ser estudado. E até hoje para que haja a inclusão escolar de forma correta é necessário o envolvimento da escola, comunidade e família para atender todas as necessidades, garantir o acesso e a permanência da criança com autismo na escola. A metodologia utilizada foram pesquisa bibliográfica em monografias, livros, revistas e artigos científicos, com diversos autores que falam sobre o TEA. A escola é responsável por receber uma criança com dificuldades em se relacionar, e tentar inserir nelas todas as regras sociais e fazê-las se adaptarem, e muitas vezes quando isso não acontece esse comportamento é logo confundido com falta de educação. E muitas vezes por falta de conhecimento alguns profissionais da educação não sabem reconhecer as características de um autista e por isso é de suma importância estudar sobre a temática e saber lidar com todas as situações diária, com um olhar atento nas necessidades de cada aluno.

 

PALAVRAS-CHAVE: Autismo. Escola. Educação.

 

 

Introdução

 

Esse artigo trata sobre o autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA). Uma criança com autismo apresenta comportamentos muitas vezes considerados fora do normal, como por exemplo: comprometimento no seu desenvolvimento motor e psicológico, dificultando a cognição, a linguagem e a interação social.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é identificado ainda na infância e não possui cura, mas com tratamentos adequados, pode-se melhorar a qualidade de vida do indivíduo. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um conjunto de fatores que afetam aproximadamente 2% da população, podendo ser considerado “leve”, quando o sujeito necessita de pouco suporte, “moderado”, quando o grau de necessidade é razoável, e “severo”, quando o sujeito necessita de muito suporte. Por tanto o ingresso do autista nas escolas e na sociedade devem ser precedidos de vários cuidados, sendo assim, o meu intuito é compreender como esses indivíduos podem ser incluídos nesses ambientes.

O objetivo geral é analisar o autismo e o seu desenvolvimento; os objetivos específicos são: conhecer quais os sinais do autismo; compreender as manifestações indicativas do autista; reconhecer o comportamento do autista. Os autistas têm traços específicos, porém, é importante que seja dado um diagnóstico correto para o tratamento desse transtorno. Para isso foi elaborado o “Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5° - DSM-V” (2014), onde Susan E. Swedo, M.D. e equipe basearam-se em critérios de diagnósticos para que seja possível definir níveis do autismo e a partir daí seja feito um tratamento específico para cada indivíduo.

Para identificar os primeiros sinais da criança com TEA é importante observar Sintomas como: dificuldade de interagir com o ambiente em que está inserida, dificuldade de se comunicar com linguagem verbal, ausência ou pouco contato visual com os pais e demais crianças e adultos. Por isso é importante procurar ajuda de um profissional que lhe indicará o tratamento correto, sendo este tratamento, iniciado logo após um criterioso diagnóstico.

A metodologia utilizada foram pesquisas bibliográficas em monografias, livros, revistas e artigos científicos, com diversos autores que falam sobre o TEA.

Essa pesquisa se faz relevante, pois as escolas têm recebido um número cada vez maior de crianças com TEA, sendo necessário ter conhecimento das características do espectro do autismo a fim de entender as necessidades e limitações de cada aluno. O ambiente escolar deve ser seguro a fim de que ele se sinta confortável e confiante para aprender. É importante que o ambiente seja organizado, com poucos estímulos visuais e auditivos, para evitar sobrecarga sensorial.

É fundamental que as atividades e materiais didáticos sejam adaptados de acordo com as necessidades individuais para que essas crianças superem os desafios do seu dia a dia. Portanto, para que haja a inclusão, adaptação e o desenvolvimento da criança com autismo, os ambientes e os profissionais necessitam estar preparados para oferecer uma educação inclusiva e igualitária como consta nas leis que amparam este público, desde do início, até o fim da sua vida estudantil, preparando-os também para viver em sociedade.

 

 

Desenvolvimento

 

TEA - Transtorno Do Espectro Autista

 

A 5ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais– DSM V, descreve que entre os doze e vinte e quatro meses de vida de um bebê, os primeiros sintomas do Transtorno do Espectro Autista já costumam ser observados, pois um dos pontos é o atraso no desenvolvimento aos doze meses, mais são exatamente aos vinte e quatro meses que os sintomas começam a se manifestar de forma mais exata (APA, 2014).

Dias afirma que:

 

Ao se conhecer o conceito do autismo através dos critérios que definem seu comportamento, torna-se mais fácil pensar que alunos autistas torna-se fundamental, pois é através do contato social dentro das escolas, que favorecerá não só seu desenvolvimento, mas também no de outros alunos, com o objetivo de aprimorar a convivência com o semelhante em suas diferenças e o aprender a respeitar uns aos outros, na medida em que possam aprender a compartilhar suas disparidades e experiências em uma nova visão no espaço escolar. (DIAS, 2017, p. 19).

 

O Transtorno do Espectro Autista aparece desde a primeira fase da infância, sendo que, em cada criança se apresenta de uma forma diferente, embora os sintomas seja considerado o mesmo para quase todos, alguns apresentam atraso no desenvolvimento da fala, dificuldade na interação com os seus familiares e no ambiente escolar, irritação em locais cheios ou barulhentos, fascínio por objetos incomuns, estereotipia vocal e motora, ausência das interações sociais, movimentos repetitivos, por isso é importante criar uma rotina e seguir todos os seus passos (APA, 2014).

De acordo com Ardore, Cortez e Regen (2001), alguns pais quando recebem o diagnóstico do filho, se sentem culpados, e negam sua condição, ficando assim, em choque diante dessa nova realidade, receosos com a possibilidade de um futuro imprevisível para essa criança. Algumas famílias sentem dificuldades em interagir com a criança diagnosticada com autismo, levando-os a se fecharem dentro de casa, e consequentemente, perdendo o contato com a sociedade, e assim, evitando os julgamentos e as críticas.

Para Vieira e Baldin (2017) é no segundo ano de vida da criança, que os sintomas se manifestam de maneira mais intensa, pois a criança não possui habilidade de brincar funcional, encontrando dificuldade em usar seu mundo imaginário, não conseguindo utilizar o brinquedo da mesma forma que outras crianças da mesma faixa etária, utilizando os brinquedos e objetos de forma repetitiva ou estereotipada, se interessando mais por partes do brinquedo do que por ele todo, entre outras possibilidades; apresenta dificuldade para se manter em pé por algum período; apresenta também muita dificuldade ao tentar se comunicar através da fala, pois muitas vezes não é compreendida. Por isso é muito importante conhecer as principais características para que um diagnóstico seja realizado o mais rápido possível, possibilitando a criança de evoluir dentro das características do Espectro, podendo ser satisfatoriamente inserida nos ambientes que frequenta.

Citados por Silvia e Mulick (2009), a criança diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista, apresenta disfunções sensoriais bastante incomuns e peculiares, entre eles uma sensibilidade a estímulos sonoros, visuais, táteis e gustativos. O desconforto a estímulos auditivos traz muitos prejuízos à socialização da criança, pois há dificuldade para frequentar locais cheios e barulhentos.

De acordo com Vieira e Baldin (2017), o diagnóstico do autismo é clínico, precisa de uma observação criteriosa a respeito do comportamento e desenvolvimento da criança, observação esta, que deve se fundamentar em entrevistas com os pais, pois é importante saber como foi o parto e os primeiros meses de vida da mesma.

Para Onzi e Gomes (2015), por terem contato direto com a criança, os pais são os primeiros a perceber certos comportamentos reproduzidos pelo seu filho, começando então, a busca por ajuda profissional. Ao concluir o diagnóstico, o profissional deve ter sensibilidade para comunicar os pais, por se tratar de um processo delicado, devendo ser menos impactante possível, para que os mesmos possam aceitar esse novo contexto familiar e conviver com as particularidades de seu filho, buscando auxílio profissional nas diferentes áreas de acordo com as limitações da criança, também é importante que a escola tenha conhecimento do diagnóstico para que haja um trabalho direcionado para melhor desenvolver e incluir esse aluno.

 

 

Tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA)

 

De acordo com Teixeira (2016) para o tratamento do TEA é necessário um aprendizado psico-educacional, onde deve-se informar a família, educadores, e os outros profissionais envolvidos no tratamento a respeito do diagnóstico. Quanto mais informação tiver sobre o TEA, mais satisfatório será o tratamento.

Bosa (2006) afirma que o tratamento deve ser de acordo com o desenvolvimento de cada paciente. Com crianças pequenas, a prioridade deverá ser terapia da fala, e da interação social. Já com adolescentes, os alvos serão os grupos de habilidades sociais, terapia ocupacional e sexualidade. Com adultos, questões como, opções de moradia.

Para Teixeira (2016) quando a família busca ajuda profissional a criança recebe um tratamento adequado, porém é necessário ficar atento quanto a necessidade de medicação para auxiliar nesse tratamento, porém, devem estar cientes que a medicação não cura, apenas auxilia a criança TEA se portar de maneira considerada normal para a sociedade.

Silva; Lima; Salles (2018) relata que para cada TEA tem um tratamento adequado, dentre elas estão:  Equoterapia, que cada vez mais vem sendo utilizada no Brasil, por conta dos bons resultados. Pois essa modalidade de terapia, contempla todas as atividades e técnicas que utilizam o cavalo como mediador, onde tem como foco maior educar ou reabilitar os pacientes que apresentam deficiência tanto física quanto psíquica.

 Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) se mostrou muito eficiente no tratamento de diversos transtornos surgidos ainda na infância. Em relação ao TEA-AF, os estudos mostram grande eficácia em crianças e jovens. Entende-se que nessa etapa, mesmo sendo adaptada para o atendimento infantil, os pacientes demonstram um nível cognitivo que ainda requer um certo trabalho para que seja efetivo.

 O Applied Behavior Analysis (ABA) exige uma verificação detalhada de todos os fatores ambientais e como isso interfere nos comportamentos da criança com TEA, buscando assim identificar os determinantes e os fatores que resultarão na sua repetição, informações essas que são de suma importância para delinear o acompanhamento dos processos de intervenção, em sua grande maioria os programas usam de habilidades verbais e de comunicação.

Para Teixeira (2016) é muito importante o acompanhamento com um fonoaudiólogo especializado, tendo em vista que o paciente pode ter prejuízo na aquisição da linguagem verbal e dificuldade na linguagem não verbal.

De acordo com Teixeira (2016) é na escola que os profissionais envolvidos no tratamento de alunos TEA, devem discutir se é necessário ou não, uma metodologia diferenciada, entre elas, como deve ser o ambiente e quais praticas esportivas e atividades sociais devem ser implantadas na escola para colaborar com o desenvolvimento desses alunos, tudo de acordo com a necessidade de cada indivíduo.

Camargo e Bosa (2009) afirma que a interação com outras crianças da mesma faixa etária é muito importante para o desenvolvimento social, pois permitem a essa criança, vivenciar experiências que dão origem à troca de ideias, contribuindo na exploração de seus pensamentos, o compartilhamento de atividades ajuda na solução de conflitos. Através disso é possível melhorar suas habilidades sociais, desde os primeiros anos de vida, a escola possui um papel fundamental para os alunos TEA, pois auxiliam no progresso e nas habilidades sociais, permitindo o desenvolvimento de novos conhecimentos.

 

 

Conclusão

 

Através deste estudo comprovou-se que o TEA é um assunto de suma importância, pois ele compromete o desenvolvimento da criança, portanto esse assunto deve estar sempre presente nas formações dos professores, e em conversas familiares.

A criança que é diagnosticada com autismo, se torna um desafio para a família, professores e pessoas próximas, mas a dificuldade maior quem enfrenta é próprio indivíduo, portador do transtorno.

A partir desse estudo pude constatar que os meus objetivos de pesquisa foram alcançados, pois se confirmou que para o indivíduo portador do TEA, ter um desenvolvimento adequado, necessita de tratamento especializado, bem como ambientes e rotinas que estimule seu avanço.

O TEA tem diferentes tipos de diagnósticos, e cada um leva a um tratamento individualizado, por isso, tanto os profissionais dessa área como os da educação devem estar sempre atentos a novas pesquisas, buscando uma melhor forma de atender pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Conclui-se que a formação de alunos TEA é voltado para ajudar ele viver em sociedade, como uma oportunidade de fazer a todos serem considerados iguais, as pessoas com alguma deficiência ou transtornos devem ser auxiliadas, de acordo com as suas necessidades, respeitando os seus limites.

As crianças TEA, conseguem uma inteiração social se desde o início frequentar uma escola e isso for trabalhado com ela dentro da sua rotina, esta participação escolar do autista estaria possibilitando a eles uma possível inclusão. A escola deve buscar estratégias para que a criança autista cresça cognitivamente, socialmente, e consiga interagir com todos a sua volta, além de elevar o bem-estar psicológico da criança e da família para que todos saiam ganhando.

 

 

Referências

 

APA. American Psychiatric Association. DSM-V. Manual Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais. Porto Alegre: ARTMED, 2014.

 

ARDORE, Marilena; CORTEZ, Maria; REGEN, Mina. Conceitos e funções da família. São Paulo: Mimeo, 2001.

 

BOSA, Cleonice, Autismo: intervenções psicoeducacionais. In: Brazilian Journal of Psychiatry, Maio/2006.

 

CAMARGO, S. P. H. & BOSA, C. A. Competência social, inclusão escolar e autismo: revisão crítica da literatura. In: Psicologia & Sociedade. Vol. 21, Núm. 1, p. 65-74, 2009.

 

DIAS, Nadia dos Santos – Autismo: estratégias de intervenção no desafio da inclusão no âmbito escolar, na perspectiva da análise do comportamento. O Portal dos Psicólogos (2017) Disponível em: http://www.psicologia.pt/artig. Acesso em 18 agosto 2023.

 

ONZI. Z. F; GOMES F. R. Transtorno do Espectro Autista: a importância do diagnóstico e reabilitação. In: Caderno Pedagógico- Univates. Vol. 12, Núm. 3, 2015.

 

SILVA, M. & MULIK, J. A. Diagnosticando o Transtorno Autista: Aspectos Fundamentais e Considerações Práticas. In: Psicologia Ciência e Profissão, Vol.29, Núm. 1. p. 116-131. 2009.

 

SILVA, A. S. M. D., LIMA, F. P. S. D., & SALLES, R. J. Vínculo afetivo de crianças autistas na equoterapia: uma contribuição de Winnicott. In: Boletim-Academia Paulista de Psicologia, Vol. 38, Núm.95, p.238-250.2018.

 

TEIXEIRA, Gustavo. Manual do autismo. Rio de Janeiro. Best Seller. 2016.

 

VIEIRA M. N; BALDIN R. F. S. Diagnóstico e intervenção de indivíduos com Transtorno do espectro autista. In: Enfope 10 Fopie 11, Vol. 10, Núm.1, 2017.

 

 

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