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A UTILIZAÇÃO DA ARTE VISUAL COMO RECURSO DE APOIO AOS PROCESSOS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Antonia Gilcicleide Alves da Silva[1]
Léia dos Santos Bulgarélli[2]
Maria Antonia Facchini[3]

 

 

RESUMO

Percebe-se atualmente em nossa sociedade, um significante número de indivíduos alfabetizados, mas incapazes de ler um texto e entender de fato o que está sendo dito, ou mesmo ler uma imagem e extrair dela seu significa. Frente a este problema, o presente trabalho ocupa-se em pesquisar os ganhos da utilização da Arte Visual somada aos processos de alfabetização e letramento, sobretudo na formação de indivíduos mais conscientes e aptos para conviver na sociedade atual. Neste quesito, percebe-se primeiramente que a leitura das imagens e também o estímulo à produção de arte levam as crianças a um melhor e mais eficiente desenvolvimento escolar. Na busca por cumprir os objetivos aqui propostos, valeu-se da metodologia de revisão bibliográfica, à luz de autores como BARBOSA (2008), BUORO (2003), HERNÁNDEZ (2000), MANGUEL (2011), MARTINS (2005), PILLAR (2006), QUILICI e GOUVEA (2017), SANTOS (2005), SETTE e OLIVEIRA (2016), VIGOTSKI (1998) entre outros. Contudo, ficou claro o importante papel desempenhado pela utilização da Arte Visual nos processos de alfabetização e letramento, bem como a responsabilidade da escola e dos professores alfabetizadores no sentido de colocarem em prática tais métodos de maneira efetiva junto a seus alunos.

 

PALAVRAS-CHAVE: Alfabetização/letramento. Arte. Educação Infantil. Desenvolvimento.

 

ABSTRACT

Currently, in our society, we notice a significant number of individuals who are literate, but are unable to read a text and understand what it says, or even read an image and extract its meaning from it. Facing this problem, the present work is concerned with researching the gains from the use of Visual Art added to the literacy and literacy processes, especially in the formation of individuals who are more conscious and able to live in today's society. In this regard, it is firstly noticed that reading images and also stimulating the production of art leads children to a better and more efficient development at school. In the search for fulfilling the objectives proposed here, the bibliographic review methodology was used, in the light of authors such as BARBOSA (2008), BUORO (2003), HERNÁNDEZ (2000), MANGUEL (2011), MARTINS (2005), PILLAR (2006), QUILICI and GOUVEA (2017), SANTOS (2005), SETTE and OLIVEIRA (2016), VIGOTSKI (1998) among others. However, it was clear the important role played by the use of Visual Art in literacy and literacy processes, as well as the responsibility of the school and literacy teachers to put into practice such methods effectively with their students.

 

KEYWORDS: Literacy/Literacy. Art. Early Childhood Education. Development.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Nossa sociedade atual apresenta um significante número de indivíduos capazes de ler e de escrever, portanto alfabetizados, mas incapazes de ler um texto e entender de fato o que estava escrito, ou ainda de ler uma imagem e extrair dela um significa.

Diante deste problema, questiona-se primeiramente a qualidade do processo de alfabetização e letramento oferecido a estas pessoas em sua infância.

Com isso, o presente trabalho ocupa-se em pesquisar os ganhos da utilização da Arte Visual somada aos processos de alfabetização e letramento, bem como no processo de formação de indivíduos mais conscientes e preparados para conviver na sociedade atual que se mostra dinâmica e cada vez mais visual.

Neste sentido, percebe-se em primeiro lugar que a leitura das imagens e também o estímulo à produção de Arte levam as crianças a um melhor e mais eficiente desenvolvimento escolar. No entanto, percebe-se que a necessidade de um trabalho adequadamente estruturado para não se perder no velho paradigma de desenhar e pintar sem que um sentido mais amplo seja explorado.

Na busca por cumprir os objetivos aqui propostos, valeu-se da metodologia de revisão bibliográfica, à luz de autores como BARBOSA (2008), BUORO (2003), HERNÁNDEZ (2000), MANGUEL (2011), MARTINS (2005), PILLAR (2006), QUILICI e GOUVEA (2017), SANTOS (2005), SETTE e OLIVEIRA (2016), VIGOTSKI (1998), entre outros.

Contudo, evidenciou-se a importância da utilização da Arte Visual em conjunto aos processos de alfabetização e letramento, além do papel fundamental exercido pela escola e, sobretudo, pelos professores alfabetizadores, no sentido de colocarem em prática tais métodos de maneira efetiva junto a seus alunos.

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

Desde os primórdios da história humana em nosso planeta, a Arte sempre esteve presente e mesmo os homens das cavernas já representavam sua realidade valendo-se de desenhos nas rochas. Naquela época não havia um sistema de escrita, mas estes desenhos rudimentares registraram cenas do cotidiano, as atividades por eles desempenhas, bem como os problemas enfrentados.

Buoro corrobora acrescentado que:

 

Uma das primeiras referências da existência humana na Terra aparece nas imagens desenhadas nas cavernas, que hoje chamamos de imagens artísticas. Neste sentido, pode-se dizer que a Arte está presente no mundo desde que o homem é homem. (BUORO, 2003, p. 19)

 

Deste modo, pode-se considerar que as artes visuais precederam as demais expressões artísticas conhecidas, sendo uma forma de expressão independente dos sistemas de escrita e da própria fala.

Assim, a Arte mostra-se como um importante elemento de representação da história e da cultura humana em todos os tempos. Para tanto, as expressões artísticas foram se diversificando e evoluindo ao longo de nossa história, ocupando cada vez mais espaço na sociedade e nas formas de educação.

Em nosso país, a Arte era encarada no ambiente educacional como uma disciplina de menor importância frente a formação do indivíduo, na qual o estudante estava livre para desenhar e pintar, sem uma orientação clara ou uma fundamentação científica a seguir. Por vezes as aulas de Artes eram permeadas de tarefas pouco atrativas e repetitivas.

Nas últimas décadas esta realidade vem sendo alterada e a disciplina de Artes sofreu evoluções na busca por colocar os estudantes em contato com as expressões artísticas da sociedade em que vivem, bem como de outras culturas, além de estimular a apreciação e produção de arte por parte deles, conforme destacado abaixo:

 

Com o passar dos anos, novas concepções permitiram que crianças e jovens não apenas conhecessem as manifestações culturais da sociedade em que estão inseridas, mas também desenvolvessem a imaginação e a criatividade, utilizando todos os tipos de ferramentas possíveis. Somente na década de 1990 surgiu o estudo da chamada cultura visual. Muito além das artes visuais clássicas, passou-se a utilizar videoclipes, internet, histórias em quadrinhos, objetos populares e da cultura de massa, rótulos e outdoors nas salas de aula. (QUILICI; GOUVEA, p. 325 e 326)

 

Neste sentido, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), aponta a disciplina de Arte como uma área do conhecimento, deste modo, possui seus próprios conteúdos e códigos, tendo por objetivo contribuir para a formação de sujeitos criativos e críticos no que se refere à cultura e organização do mundo em que vivem.

Contudo, percebe-se que em muitos casos o ensino de Artes Visuais ainda está restrito às práticas de desenho e pintura, embora tal área seja muito mais ampla que isso, haja vista principalmente o fato de a modernização tornar a sociedade atual cada vez mais visual. Percebe-se que a informatização, a Internet e os celulares enfatizaram a importância da imagem como recurso comunicativo e como forma de agilizar a comunicação.

Contudo, fica evidente que as artes visuais são capazes de aguçar a imaginação e a criatividade dos seres humanos, principalmente das crianças. Deste modo a alfabetização visual vem ganhando importância na fase inicial da escolarização, tendo em vista sua contribuição na interpretação e percepção não apenas da arte, mas do mundo que se expressa por meio de imagens.

Percebe-se, portanto, que o ensino de Artes Visuais desenvolve nas crianças a percepção visual, habilidade que se mostra importante para diversas áreas do conhecimento e também para o processo de alfabetização. Bouro (2003) corrobora ao afirmar que: “... ler imagens e alfabetizar-se visualmente demonstra como a arte ensina a ver e participar do mundo com maior autonomia”. Assim, a importância do trabalho com leituras de imagens durante a alfabetização pode ser comparada à importância de ler as palavrinhas, já que um processo auxilia no desenvolvimento do outro.

Neste sentido, Pillar (1993) acrescenta o seguinte:

 

Em relação à alfabetização, a organização das representações de espaço é fundamental, uma vez que a compreensão dos sistemas de leitura e escrita passa necessariamente pelo espaço através do movimento. Além disso, a criança só pode ler e expressar em palavras a sua realidade a partir de vivências que ocorreram num contexto espacial. Neste sentido, as atividades de expressão plástica são essenciais para que a criança possa expressar e comunicar o seu mundo interior, pois as palavras nem sempre exprimem em toda a plenitude a intensidade de uma vivência; as realidades subjetivas exigem meios particulares de expressão como os jogos simbólicos e as artes plásticas. (PILLAR, 2006, p.25)

 

Santos (2005) destaca que a alfabetização e o letramento se mostram como dois processos associados a serem desenvolvidos simultaneamente, onde o trabalho com a leitura de imagens aparece como um facilitador destes processos, auxiliando o desenvolvimento das capacidades da criança. Entretanto, observa-se que, em muitos casos, ainda prevalece a visão obsoleta de privilegiar o aprendizado do código escrito, de modo que o aluno acaba por aprender a ler e escrever, mas sem entender a utilidade prática de tais habilidades e, consequentemente, sem saber utilizar tais habilidades em sua vida.

Quilici e Gouvea acrescentam que:

 

A partir do momento em que a sociedade foi se tornando cada vez mais centrada na escrita, apenas alfabetizado se tornou insuficiente. Diante desta nova situação, em que saber ler e escrever são apenas o primeiro passo para o aprendizado, é necessário saber fazer uso do ler e do escrever de uma forma prática, respondendo às exigências de leitura e de escrita que a sociedade faz. (QUILICI; GOUVEA, 2017, p. 329)

 

Com relação ao processo de letramento, Santos (2005), o associa às capacidades necessárias para dominar a leitura e a escrita em situações práticas da vivência em sociedade e no cotidiano da criança. Sendo, deste modo, o letramento responsável por conferir à pessoa a habilidade de interpretar o que se lê, bem como a de escrever de forma clara e inteligível.

Desta forma, evidencia-se a necessidade de que a alfabetização e o letramento ocorram simultaneamente no processo educativo, onde o trabalho com as artes visuais se apresenta como importante aliado no processo de ensino/aprendizagem, já que melhora a compreensão de mundo por parte da criança e ainda estimula a leitura.

Assim, recai sobre os educadores a maior parcela de responsabilidade com relação a este trabalho multidisciplinar que une a Arte aos processos de alfabetização e letramento. São estes profissionais que podem incluir as atividades artísticas e, sobretudo as Artes Visuais ao processo de ensino/aprendizagem.

Neste sentido, a instituição escolar deve também fazer o seu papel orientando os docentes a incluírem os trabalhos artísticos em suas práticas pedagógicas tanto no sentido de apresentar variadas expressões artísticas às crianças, quanto também na busca por meios capazes de estimulá-los a também criarem e produzirem arte, sem receio de serem criticados ou menosprezados pelo resultado obtido, ainda que não sejam satisfatórios de acordo com os padrões estéticos.

Seguindo tal prerrogativa, mostra-se de grande importância estimular a criança a produzir sua arte, seja por meio de pinturas, desenhos, colagens, entre outros. Deste modo, estimula-se a criatividade e a autonomia do aluno, favorecendo também o processo de aprendizagem. Assim, os professores, na fase da alfabetização, devem sempre estimular seus alunos a fazerem uma leitura bastante crítica das imagens, contar historinhas através de desenhos, entro outras atividades envolvendo artes visuais.

Para Martins (2005): “... o sujeito necessita primeiramente de mobilização interna, sendo que a percepção dessa necessidade nem sempre é inerente ao sujeito, muitas vezes necessita de um professor mediador para que o aluno se mobilize para a construção do conhecimento.” Assim, o papel do professor é enfatizado e a utilização das Artes Visuais se mostra como importante ferramenta no despertar de tal mobilização interna nas crianças.

Sette e Oliveira trazem à baila a questão da relação professor/aluno no processo educativo:

 

No que tange à relação professor-aluno, temos por certo que se trata de um processo cuja organização do ensino pelo professor precede, engendra e cultiva aprendizagem do aluno e seu possível desenvolvimento intelectual. Logo, a atividade cooperativa entre professor e alunos junto aos materiais, ferramentas e instrumentos e signos, por meio dos quais se encaminhará a linguagem específica da aula, situará uma realidade com possibilidades de aprendizagens e avanços na intelectualidade dos alunos ou não. Importa lembrar também que os processos de aprendizagem e desenvolvimento intelectual dos alunos não iniciam na fase escolar, mas, estão ligados entre si desde os primeiros dias de vida da criança. (SETTE; OLIVEIRA, 2016, p. 11)

 

As autoras destacam a responsabilidade do professor em organizar as ferramentas e a forma como os conteúdos serão trabalhados, acompanhando e direcionando o estudante rumo ao progresso esperado.

Destaca-se ainda a grande importância contida na organização do ensino, como também as escolhas dos métodos e materiais a serem utilizados junto aos alunos em sala de aula.

Vigotski acrescenta o seguinte:

 

O social existe até mesmo onde há apenas um homem e as suas emoções individuais. Por isso, quando a arte realiza a catarse e arrasta para esse fogo purificador as comoções mais íntimas e mais vitalmente importantes de uma alma individual, o seu efeito é um efeito social. A questão não se dá da maneira como representa a teoria do contágio, segundo a qual o sentimento que nasce em um indivíduo contagia a todos, torna-se social; ocorre exatamente o contrário. A refundição das emoções fora de nós realiza-se por força de um sentimento que foi objetivado, levado para fora de nós, materializado e fixado nos objetos externos da arte, que se tornaram instrumento da sociedade. A peculiaridade essencialíssima do homem, diferentemente do animal, consiste em que ele introduz e separa de seu corpo tanto o dispositivo da técnica quanto o dispositivo do conhecimento científico, que se tornaram instrumentos da sociedade. De igual maneira, a arte é uma técnica social do sentimento, um instrumento da sociedade através do qual incorpora ao ciclo da vida social os aspectos mais íntimos e pessoais do nosso ser. Seria mais correto dizer que o sentimento não se torna social, mas, ao contrário, torna-se pessoal, quando cada um de nós vivencia uma obra de arte, converte-se em pessoal sem com isto deixar de continuar social. (VIGOTSKI, 1998, p. 315)

 

O autor destaca ainda que, na educação, tudo se mostra como ativo, para ele nenhum fator pode permanecer inativo quando inserido no processo educativo, na formação de um ser.

Já os Parâmetros Curriculares de Artes (1997) apresentam o seguinte trecho enfatizando a importância do ensino de Arte na educação formal:

 

O ser humano que não conhece arte tem uma experiência de aprendizagem limitada, escapa-lhe a dimensão do sonho, da força comunicativa dos objetos à sua volta, da sonoridade instigante da poesia, das criações musicais, das cores e formas, dos gestos e luzes que buscam o sentido da vida. (BRASIL, 1997, p. 19)

 

Contudo, entende-se que o ensino de Artes deve estar pautado no conhecimento e apreciação de arte, na discussão e debate com relação à arte observada e na produção própria de arte. Assim, os estudantes devem ter contato com obras e expressões de arte, precisam de um tempo reservado a discussões relativas ao que contemplaram e, por fim, devem ser estimulados a produzirem arte, seguindo suas vivências e experiências do cotidiano.

Pillar (2011) corrobora ao afirmar que:

 

Ler uma obra seria, então, perceber, compreender, interpretar a trama de cores, texturas, volumes, formas, linhas que constituem uma imagem. Perceber objetivamente os elementos presentes na imagem, sua temática, sua estrutura. No entanto, tal imagem foi produzida por um sujeito num determinado contexto, numa determinada época, segundo sua visão de mundo. E esta leitura, esta percepção, esta compreensão, esta atribuição de significados vai ser feita por um sujeito que tem uma história de vida, em que objetividade e subjetividade organizam sua forma de apreensão e de apropriação do mundo. (PILLAR, 2011, p. 15)

 

Acrescenta-se ainda que, na utilização da arte visual no processo de alfabetização, a leitura de imagens deve ser valorizada e amplamente praticada, haja vista que tal prática leva a uma facilitação e desperta o interesse pela leitura das palavras.

Para Manguel (2001), a leitura de imagens mostra-se como uma ferramenta fundamental no processo de ensino/aprendizagem, sobre tudo na sociedade em que vivemos. Destaca-se ainda a importância da leitura de gestos, ações e expressões. Para ele: “... as imagens, assim como as histórias, também informam”.

Hernándes acrescenta que:

 

Uma interpretação que não é só verbal ou visual, mas sim une e vincula esses dois processos. Processos que vão além dos objetos, pois com os objetos artísticos ou produtos culturais com os quais se relaciona. O que se persegue é o ensino do estabelecimento de conexões entre as produções culturais e a compreensão que cada pessoa, os diferentes grupos (culturais, sociais, etc.) elaboram. Trata-se, em suma, de ir além de “o quê” (são as coisas, as experiências, as versões) e começar-se a estabelecer os “porquês” dessas representações, o que as tornou possíveis, aquilo que mostram e o que excluem, os valores que as consagram, etc. (HERNÁNDES, 2000, p. 49)

 

O processo retro citado reforça a necessidade do trabalho com artes visuais na alfabetização, enfatizando-se a questão da alfabetização visual, de modo a capacitar a criança a extrair as mensagens continas nas imagens para complementar o texto que a acompanha. Contudo, tal leitura de imagens deve estar pautado na observação da imagem pelo aluno e não em questionários organizados pelo professor com relação a uma imagem. Assim, o professor deve mostrar ao estudante o seu papel de pesquisador ao analisar e buscar entendimento com relação a uma imagem.

Barbosa (2008) corrobora quando afirma que a leitura do meio em que se vive, na esfera cultural, social e também estética mostra-se como um subsídio dando sentido à leitura verbal. Assim, as Artes Visuais têm ainda o papel de desenvolver a “discriminação visual”, habilidade importante para que se faça uma leitura mais completa do mundo em que se vive.

Deste modo, percebe-se que valer-se das Artes no processo educativo e, sobretudo, no processo de alfabetização e letramento, é uma maneira de proporcionar á criança um aprendizado pautado no significado, ensinando e estimulando a fazer uma leitura completa, tanto por meio das letras e palavras, como das imagens, gestos e olhares.

 

 

CONCLUSÃO

 

A partir da presente pesquisa ficou evidente a necessidade de se valer da Arte Visual nos processos de alfabetização e letramento, haja vista que a cultura visual se mostra cada vez mais importante em nossa sociedade, além dos ganhos a nível de aprendizagem que podem ser conseguidos com tais recursos.

Neste sentido, mostrou-se como sendo incumbência da instituição escolar preparar e estimular os professores e a estes o dever de colocar em prática as atividades artísticas junto a seus alunos, preparando os mesmos para fazerem a leitura das imagens, além de valerem-se da arte e de expressões artísticas no processo de ensino/aprendizagem.

Ficou evidente que o processo de alfabetização e letramento quando executado em conjunto com o tralho em Artes Visuais apresentam melhores resultados, além de melhor preparem os alunos para a leitura do mundo a sua volta. Tal processo leva à formação de indivíduos mais críticos e conscientes da realidade na qual estão inseridos e mais capazes de interagir positivamente e de forma ativa em sociedade.

Entretanto, destaca-se que o trabalho com a leitura de imagens não está restrito ao entendimento estrutural das mesmas, buscando de fato uma leitura capaz de atribuir significados e sentidos ao que se vê.

Neste sentido, o debate após a contemplação das imagens é um meio importante não apenas para socialização, mas também para mostrar aos estudantes que existem diversos pontos de vista com relação a um mesmo tema ou imagem. Assim, cada um deve respeitar a visão do colega.

A escola e os professores também foram apontados como parte fundamental para o sucesso deste processo. A instituição escolar, no sentido de incentivar e dar condições para um trabalho amplo e efetivo e os docentes na formulação das atividades e na aplicação das mesmas junto a seus alunos.

Contudo, a utilização da Arte Visual somada à alfabetização e o letramento mostrou-se como um recurso de grande valia, melhorando significativamente os resultados obtidos e contribuindo no processo de formação de pessoas mais conscientes e capazes de interagir no mundo em que vivem.

 

 

REFERÊNCIAS

 

BARBOSA, Ana Mãe. A imagem no ensino da Arte. São Paulo: Perspectiva, 2008.

 

BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Acervos Complementares: As Áreas do Conhecimento nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental. Ministério da Educação – Brasília: MEC/SEB, 2009.

 

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Arte. – Brasília: MEC/SEF, 1997.

 

BUORO, Anamelia Bueno. O olhar em construção: Uma experiência de ensino aprendizagem da arte na escola. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 2003.

 

HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura Visual, Mudança Educativa e Projeto de Trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

 

MANGUEL, Alberto. Lendo imagens. São Paulo: Companhia das letras, 2011.

 

MARTINS, A. F.; COSTA, L. E.; MONTEIRO, R. H. (orgs.). Cultura visual e desafios da pesquisa em ar-tes. Goiânia: ANPAP, 2005.

 

PILLAR, Analice Dutra (Org.). A Educação do Olhar no ensino das artes. Porto Alegre: Editora Me-diação, 4 ed., 2006.

 

QUILICI, Glauce Rossi; GOUVEA, Sandra Regina. A ARTE VISUAL NA ALFABETIZAÇÃO. Revista de Pós-Graduação Multidisciplinar, São Paulo, v. 1, n. 2, p. 323-334, jul./out. 2017. ISSN 2594-4800 | e-ISSN 2594-4797 | doi: 10.22287/rpgm.v1i2.601.

 

SANTOS, Carmi Ferraz, Alfabetização e letramento: conceitos e relações- Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

 

SETTE, Suely Aparecida; OLIVEIRA, Lucilene Lusia Adorno de. ALFABETIZAÇÃO, LETRAMENTO E ARTE: UMA REALIDADE POSSÍVEL A TODOS. Governo do Estado do Paraná. Curitiba. 2016.

 

VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. Tradução de José Cipolla Neto, Luis Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

 

[1] Graduada em Licenciatura Plena em Letras/Francês (UFMT), Graduada em Licenciatura em Artes Visuais ( FAEP) ,Especialista em Libras  Lato Sensu(IFMT), Professora de  Artes na rede Municipal de Cuiabá de Mato Grosso no Ensino Fundamental.

[2] Graduada em Pedagogia (UNISERRA), Especialista em Lato Sensu em “Alfabetização e letramento(UNIC),Professora de  Pedagogia na rede Municipal de Cuiabá de Mato Grosso no Ensino Fundamental.

[3] Graduada em pedagogia (UNIC), Especialista em Planejamento e gestão da Educação (UNIC), Professora de  Pedagogia na rede Municipal de Cuiabá de Mato Grosso no Ensino Fundamental.

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