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Bullying, um gerador de sequelas psicológicas permeadas na infância e adolescência

Fátima Fabiula Moraes Rasch

 

DOI: 10.5281/zenodo.14207158

 

 

Enfoque: adolescentes de 12 a 18 anos e a semente da desestruturação psicológica, no panorama dos suicídios e homicídios tendo como princípio motivador o bullying.

 

 

Problema

 

Atualmente os índices de suicídios, homicídios, transtornos de ansiedade, depressão, fobias sociais, uso de drogas, transtornos alimentares e a evasão escolar são alarmantes, muitos destes são causas recorrentes de bullying. Com isso nos surgem determinadas perguntas que norteiam a problemática deste, como se pode mudar este cenário? Existe uma relação com o aumento das doenças psicológicas e o bullying? Os índices alarmantes de jovens que se automutilam podem estar ligados ao bullying? Casos de jovens armados que adentram escolas e assassinam alunos e professores e logo após suicidam-se, podem estar também relacionados ou bullying? Existem culpados? O autoconhecimento e o empoderamento pessoal podem ajudar a fortalecer os indivíduos? Pode existir uma segunda chance para os indivíduos que causam bullying? Qual o papel da escola perante todos esses fatores? Qual o papel da família perante as mazelas causadas pelo bullying?

Compreende-se que mudanças se fazem necessárias, no cenário atual, tendo em vista que as crianças e adolescentes que sofrem este tipo de violência serão os adultos do futuro, se não forem tratados adequadamente as raízes do bullying serão levadas para a vida toda e podem tornar-se um círculo vicioso dentro da história desta família.

 

 

Hipótese

 

Em uma atualidade frenética, onde se busca por mais a cada dia se esquece de suas raízes, uma desestrutura familiar pode acarretar no indivíduo, falta de bases sólidas, podemos observar uma terceirização da educação das crianças pelos pais onde por vezes não se encontram mais limites, existe a possibilidade de estarmos vivendo em uma sociedade extremamente permissiva, onde o excesso de violência e falta de empatia está cravada na sociedade, se olha e não se vê dor, a sociedade está doente, os pais que trabalham do amanhecer ao anoitecer, quando chegam a suas casas por buscarem silencio, ou até mesmo paz, permitem aos seus filhos, ou até mesmo finge não os ver, para não ter que chamar a atenção por remorso de estar o tempo todo longe.

A escola, não pode educar, mas as crianças estão passando mais tempo com os professores, que com seus pais, podemos estar vivendo uma geração sem muitas regras, os pais estão ocupados em suas funções, a escola está presente com professores por vezes também sobrecarregados, tendo como função ensinar os preceitos bases que são essenciais para a formação de caráter da criança.

O bullying está ligado diretamente a desestruturação psicológica, desde os primórdios, estamos inseridos em uma sociedade que de certa forma, apoia determinadas formas de violência. Este pode causar sequelas irreparáveis, algumas crianças e adolescentes simplesmente sobrevivem, mesmo que tudo lhes seja roubado, desenvolvendo gatilhos emocionais, para aliviar a dor que lhes corrói, muitas praticam a automutilação, outras buscam se desafiar aponto de suicidar-se, não lhes cabe mais dor, deles tudo foi roubado, não há um depois, um amanhã, a dor é simplesmente infindável, eis que outros decidem tirar a vida dos que praticaram atos de violências físicas, psicológicas, por vezes adentram a escola e assassinam quem já lhes havia assassinado, para este a necessidade de liberdade da opressão é maior que a vontade de existir.

Não há como designar culpa não nos cabe julgamento, o bullie, prática atos violentos, mas este também oprime para inflar seu ego, escondendo desta forma suas maiores dores.

Autoconhecimento, através de terapia, o empoderamento, a meditação, precisam ser caminhos conhecidos para que o ser em si possa ser descoberto; vivenciando assim a possibilidade de um amanhã, diferente.

Talvez exista a necessidade de ressignificação da forma de educar/ensinar, desde as bases, muitos pais e professores não conseguem identificar o bullying, logo de início, o contexto parece estar de certa forma desatualizada, tendo em vista que os problemas psicológicos causados pelo bullying acarretam danos para a vida toda.

 

 

Objetivos

 

 

Objetivo Geral

  • Quais os impactos psicológicos causados pelo bullying adolescência?

 

 

Objetivos Específicos

 

  • Quais os principais problemas psicológicos gerados pelo bullying?
  • Quais as raízes originárias do bullying, existem culpados?
  • Como buscar um futuro diferente, pois as crianças que sofrem bullying hoje serão os adultos de amanhã?

 

 

Justificativa

 

Todo ser nasce sem maldade, sem preconceito, racismo, maledicência ou violento. Quando recém-nascidos não há sequer diferenciação de si para a mãe.

A maldade nos contamina ao longo dos nossos dias, à medida que somos inseridos na sociedade casos de violência, intolerâncias, ou “tolerâncias veladas” (onde se respeita o outro, mas não o quer por perto), todos os tipos de pré-conceitos, discriminações são adquiridos no quotidiano.

É necessário repensar os valores que estão sendo passados dentro do ambiente familiar e escolar, tendo em vista que são nestes ambientes que ocorrem as maiores incidências de bullying, atualmente houve uma necessidade de inovação dentro do ambiente escolar, tendo em vista a terceirização dos cuidados de muitos pais.

Existem de relatos de alguns diretores e coordenadores de que muitos pais compartilham da ideia de ocorrer aulas nas escolas e creches nos fins de semanas, ou até mesmo em período integral, além de feriados, muitos pais não querem ter relação com os cuidados dos próprios filhos. Estes que tem desconhecido por muitas vezes limites, não estão tendo consciência dos seus atos, pode se concluir que em alguns casos as bases são falhas, acarretando diversos problemas sociológicos, quando estas crianças são incluídas na sociedade podendo tornar-se adultos frustrados que não tem condições de lidar com situações adversas.

Segundo a autora Silva (2010 pag.63) é necessário modificar não somente a organização escolar, os conteúdos programáticos, os métodos de ensino e estudo, mas sobretudo a mentalidade da educação formal. Precisamos rever com urgência a metodologia aplicada nas escolas, para um bom desempenho e uma boa saúde mental.

Atualmente observamos uma sociedade carregada de pré-conceitos, falta de empatia e sem cuidado ao olhar para o outro, bullying, é um termo novo, carregado de preceitos antigos, em muitos casos observamos um agressor que busca chamar a atenção para si, diminuindo o outro, machucando, física ou psicologicamente, para sentir-se superior, ou até mesmo para não demonstrar suas fragilidades, por medo, talvez.

 Em muitos casos, senão em sua maioria o agressor busca vítimas, frágeis, que geralmente não podem ou simplesmente não conseguem pedir ajuda, em alguns casos quando o fazem recebem respostas, que não solucionam.

Por vezes o agressor sente-se forte ao humilhar ou diminuir, a vítima. A plateia geralmente em alvoroço estimula que o agressor continue, por muitas vezes se omitem para não serem os próximos alvos.

Na maioria das vezes o bullying não é percebido pelos adultos, por vezes esses atos são considerados brincadeiras de crianças, talvez por não estarem dispostos a enfrentar estes problemas ou talvez pelo fato de não conhecerem os danos psicológicos ou físicos que o bullying pode causar.

Justifica-se este trabalho, pela presente necessidade encontrada, pois a falta de saúde mental na escola é crescente dia a pós dia, sair em busca de respostas para uma sociedade que se encontra a cada dia mais doente, faz-se necessário.

O bullying é tirano, causador de sequelas tremendas, pesquisas precisam ser realizadas, cada vez mais, com o intuito de melhorar a qualidade de vida de cada criança inserida na escola, pois suas raízes são profundas, por vezes não se sabe onde começa, mas podemos buscar meios para ajudar estes a serem uma geração diferente, e gerar gerações com mentalidades inovadoras.

 

 

Referencial teórico

 

Bullying e suas raízes

 

Todos nascem sem preconceitos, puros, carregamos nossa essência, ao longo da vida, somos inseridos em uma sociedade desigual, em busca de reconhecimento mútuo e diário, onde o reconhecimento do outro nos cabe mais que o empoderamento pessoal; a submissão, destrói a imagem de cada ser, tendo em vista que todos dispomos da capacidade de refletir o que carregamos, o mundo ao nosso redor reluz nossas atitudes e ideias.

Segundo NELSON MANDELA: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar.”

Todos os dias somos contaminados nos mais diversos ambientes, inclusive na escola por ideias reversas, onde machismo, feminismo, racismo, homofobia, intolerância ao credo, a nacionalidade, cor, raça, idealismos diferentes. Habitamos em um tempo em que muito se fala em empatia, cuidado, generosidade, mas se presa dinheiro, carreira, a individualidade, nunca se ouviu falar tanto em buscar a paz. Desta forma:

 

A escola precisa, assim, acolher, criticar e colocar em contato diferentes saberes, diferentes manifestações culturais e diferentes óticas. A contemporaneidade requer culturas que se misturem e ressoem mutuamente, que convivam e se modifiquem (MOREIRA E CANDAU, 2008, p.35-36).

 

Estamos à mercê de uma sociedade doente, enfermos de tempo, cuidados, para si e com o outro, vivemos o caos! As crianças têm passado a maior parte do tempo nas escolas, tendo em vista que os maiores índices de violências relacionadas ao bullying acontecem neste ambiente talvez a escola precise se readaptar, para acolher uma juventude, que no contexto atual, vem sofrendo problemas maiores dos que os já visto anteriormente.

Segundo ANTOINE DE SANINT- EXUPÉRY (em seu livro desejos e sonhos), “não podemos ir longe, se andarmos sempre em linha reta”. Sair em busca de algo novo faz-se necessário, devemos recentralizar ideias; que podemos romper moldes, recriando, algo que entalhe a vivência de cada ser.

Atualmente os números crescentes de suicídios no mundo, são alarmantes; um dos maiores problemas e que não estamos falando sobre isso, segundo o site Uol notícias a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo (estes são dados da OMS Organização Mundial da saúde, este dado foi divulgado dia 09 de novembro de 2019).

Somos espelhos de uma sociedade, que cobra mais a cada dia, a capacidade de olhar o outro com os olhos das partes que habitam inconscientemente a vivência dos seres, cobramos do outro as mazelas mais obscuras, que abitam nossas mentes, sobrecarregando assim, com demasiadas expectativas, que por vezes não lhes cabe. A busca por libertar-se constantemente, deveria ser instigada, NELSON MANDELA durante discurso após assumir a presidência da África do Sul, instigou, e ainda nos instiga, a buscar esta liberdade quando intitulado, discursou:

 

"Chegou o momento de construir": "Não existe caminho fácil para a liberdade. Sabemos que nenhum de nós consegue, sozinho, alcançar o sucesso. Devemos, portanto, atuar juntos, como um povo unido, para a reconciliação nacional, para a construção da nação, para o nascimento de um novo mundo. Que haja justiça para todos. Que haja paz para todos. Que haja trabalho, pão, água e sal para todos. Que cada um de nós saiba que o seu corpo, a sua mente e a sua alma foram libertadas para se realizarem. Nunca, nunca, nunca mais deixaremos esta bela terra voltar a experimentar a opressão de uns sobre outros. Vamos deixar a liberdade reinar".

 

MANDELA tratou de temas relevantes, que entraram para a história, que ainda nos são atuais, sendo este retórico, a busca pela quebra de paradigmas, se faz cada dia mais presente na sociedade, dentro das escolas precisamos buscar empoderar nossas crianças para que se tornem adolescentes, com mentalidades diferentes, sabendo que conviver, com o outro nos exige respeitar, diferenças, defeitos e qualidades, apenas desta forma termos adultos capazes de enfrentar conflitos, educando as futuras gerações para o bem viver.

Frente a esta realidade moderna e desafiadora, DELLORS (2003) destaca os quatro pilares da educação, visando o educar para:

  • Ser - autocrítica, autoestima, autoanálise automotivação;
  • Conviver - Relações interpessoais para conviver em grupo;
  • Conhecer - Possibilidades de aprender a aprender;
  • Fazer - Conhecimento só é conhecimento quando se transforma em ação. O comportamento das crianças é aprendido na sociedade em que ela está inserida, com os pais, na convivência com outras pessoas, recebendo influências da escola, dos amigos, da Internet e de outros meios de comunicação. Também através de imitações, informações diversas, invenções e experiências adquiridas por elas desde o nascimento.

Seres carregados de expectativas, esquecendo que o outro não tem o dever se suprir nenhuma delas, olhamos por vezes para o outro como se a sua essência fosse diferente da nossa, a dor que eu sinto o outro não pode sentir, mas talvez este sinta, mas o subjugamos como ser humano.

Esquecemo-nos da dor alheia, do incomodo, das dores, tristezas, traumas que cada ser carrega, e com nosso egoísmo somos preconceituosos, baseados em preceitos ultrapassados carregados veementemente ao longo das gerações. Quando sequer paramos para ver o outro como ser humano.

A falta de cuidado com o olhar para o próximo vem acarretando desalvores existenciais, permeando um futuro avassalador, capaz de individualizar as relações reais, e efetivar o irreal. “Quando um ser humano não pode competir como outro pela inteligência, pelos dons superiores, procura destruí-lo. Constitui-se em opróbrio de seus vizinhos. É o processo de demolição moral: calúnias, intrigas difamações, injúrias.” (Prof. Sebastião Vieira Vidal Apud MOREIRA).

(MALDONADO, 1998 p. 143) A atitude essencial é o respeito pelas próprias necessidades e pelas necessidades do outro, é dar espaço para ambas as partes poderem viver bem, sem que uma delas tenha que ser violentada ou oprimida para que a outra tenha oportunidade de satisfazer-se.

Corremos o risco de estarmos inseridos em uma sociedade reversa, onde a morte do outro me alegra, ou ainda, beneficia-me, as gerações futuras estão nascendo com o desvalor à vida. Ninguém é melhor que ninguém, uma vida não vale mais que outra; todas as histórias valem a pena serem ouvidas, eis que por vezes neste espaço desconhecido é muito mais fácil apontar o outro, PE. FABIO DE MELO em sua música o Preço de uma vida ele fala:

 

Hoje, quando o ódio move o mundo e o silêncio toca o fundo com um rumor que não suporta mais e te dói pensar que o mundo é terra de ninguém mesmo quando a esperança por si só não bastar mais hoje, quando o ódio move o mundo e o silêncio toca o fundo com um rumor que não suporta mais e te dói pensar que o mundo é terra de ninguém mesmo quando a esperança por si só não bastar mais.

 

A esperança nos é roubada na correria dos nossos dias, roubam nossos sonhos, para vivermos os padrões de uma sociedade, que por si só nem existem, quando um ser quebra este ciclo, este corre o risco de ser tremendamente julgado, chamado de louco, por abdicar de coisas que uma sociedade em sua maioria valoriza. Precisamos quebrar o ciclo, com isso poderemos ser capazes de fazer com que as futuras gerações sejam serem pensantes, fortalecer qualidades, vínculos, buscar a mudança real, e esta somente pode ser encontrada no hoje.

De acordo com o autor AUGUSTO CURY em seu livro dez leis para ser feliz: ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história, por vezes ficamos anestesiados em meio aos problemas, por consequência perdemos o precioso tempo de construir uma nova história, este presente que ganhamos diariamente ao acordar e ter a dádiva de vivenciar um novo dia, o autoconhecimento, por vezes se faz necessário, buscar se livrar do que é sobrecarga, para assim viver com maior leveza e poder olhar o outro nos olhos e ver que este também é um ser humano, carregado de defeitos, aprendendo a respeitar a história dele.

Segundo MANDELA “você não encontrará nenhuma paixão se se conformar com uma vida, que é inferior àquela que é capaz de viver, devemos sair em busca de melhorar a cada dia.”

Se formos reflexos da sociedade que estamos inseridos e corremos o risco desta em sua maioria, ser dona de preceitos retrógrados, como podemos exigir de nossas crianças atitudes diferentes, das quais nós adultos estamos demonstrando, vivendo em sua maioria, ódio, ao que não aceito, ao que não respeito, se for diferente de minha percepção ou ideal não aceito perto de mim, da minha família, do meu trabalho, excluímos, sem ter muitos motivos, escutar os motivos que levam o outro a tomarem atitudes e/ou caminhos diferentes dos nossos, pode ser cansativo. Julgar pode ser mais fácil e cômodo, eis, que exigimos das crianças e adolescentes atitudes diferentes, esta ironia tem causado reflexos de que pode não dar certo, crianças e adolescentes se norteiam em atitudes, valores, sem estes não há como exigir algo cujo, não lhes foi oferecido, Segundo FEIJÓ (2008, p.108).

 

Quando preservamos valores morais e sociais, quando demonstramos interesse ao próximo, quando somos justos, honestos, equilibrados, assertivos em nossas atitudes, por modelação tenderemos a formar filhos também justos, honestos, equilibrados e interessados em valores sociais.

 

Conforme BEE (1996) cada indivíduo, após nascer começa a aprender padrões característicos de resposta ao ambiente e às outras pessoas. As disposições temperamentais persistem da infância à idade adulta. As pessoas criam uma espécie de “inclinação” no sistema em direção a determinados padrões. Devemos repensar então determinados padrões, quebrar o ciclo, como sociedade responsável pela mudança somos donos do nosso agora, tendo em vista que somos espelhos e norteamos as vidas dos que nos rodeiam, haja a necessidade da mudança comportamental. Um dos fatores a ser discutidos é a de que muitos pais já não estão impondo limites aos seus filhos, talvez por não saberem como lidar, ou até mesmo, por passarem boa parte do dia fora trabalhando, muitas crianças estão sofrendo da síndrome do reizinho segundo o autor (EWERTON MIRANDA da revista online Tem):

Uma criança levanta a mão para os pais, grita sem parar e se joga no chão. Provavelmente você já vivenciou ou se deparou com uma cena dessas, já que uma birra aqui, outra ali é normal e inerente ao desenvolvimento das crianças. Quando os chiliques ficam cada vez mais frequentes e já não têm lugar certo para acontecer (escola, casa, restaurante, casa das avós) podem significar um problema comportamental sério chamado Transtorno Desafiador Opositivo (TDO), também apelidado como síndrome do imperador ou síndrome do reizinho. A criança que sofre dessa condição apresenta, além dos ataques, perda rápida de paciência, dificuldade de seguir regras e de relacionamento e reações agressivas e violentas. Ou seja, todo um contexto que pode prejudicar a qualidade de vida da família. O que pode justificar o surgimento desse e de outros comportamentos disfuncionais nas crianças são as mudanças socioculturais das últimas décadas. Muitos psicólogos e psicopedagogos têm enfatizado que um dos fatores que podem levar a criança a adquirir padrões de comportamento da Síndrome do Imperador é a escassez de tempo para os pais educarem e estabelecer normas e limites para sua prole. Necessidades econômicas e um mercado de trabalho instável não oferecem aos tutores o tempo e espaço necessários para a criança, ocasionando um estilo educacional culpabilizante, e por isso ficam propensos a concordar e superproteger seus filhos. Também se pode observar nessas crianças uma falta de hábitos afetivos familiares, negligenciando a necessidade de brincar e interagir com as crianças.

Os limites fazem parte da formação da criança, não só em termos de quais seriam os comportamentos apropriados ou não, em uma situação; mas, também, em relação aos valores que, futuramente, vão nortear suas decisões, sobre o que é certo ou errado. Porém, essa tarefa não é fácil, porque exige que os pais estejam seguros do que estão fazendo, ajam de forma coerente com aquilo que dizem e cumpram com as promessas que fazem; por isso, vale a pena investir no diálogo com as crianças e adolescentes, para que educar deixe de ser um fardo difícil de ser carregado e passe a significar uma relação prazerosa entre pais e filhos (ZAGURY, 2003)

ZAGURY (2001, P. 63) ainda afirma:

 

Portanto, quando me perguntam se existe um momento certo para dizer ‘não’, minha tendência é responder que existe sim: sempre que percebemos que nossos filhos ainda não interiorizaram certas normas de convívio social que revelam a apreensão dos conceitos de civilização, respeito ao próximo, honestidade.

 

Em meio a uma sociedade que exige demasiadamente, todos os dias, sem saber se como pais é possível um dia ser assertivos, devemos seguir buscando algo novo, mantendo o amor e o respeito em suas relações, sem jamais esquecer que os filhos, principalmente nas fazes iniciais exigem muito mais dedicação e cuidado, tendo a certeza que para a sociedade pais dificilmente acertam, pois  muitos pais são capazes de mover o mundo em favor de seus filhos  a criação dos filhos de uma forma, os pais dedicam –se  a dar-lhes boas maneiras, ensinar, educar e não nos cabe, de forma alguma julgar, mas trazer a reflexão, tendo em vista a correria da atualidade às demasiadas cobranças do cotidiano, Segundo Maldonado (1998), é necessário levar em conta a complexidade da vida atual, pois a tarefa de criar filhos, pelo menos aparentemente, era simplificada pela existência de regras e tradições inquestionáveis. Quando os pais não conseguem delimitar de forma clara, o que se pode ou não fazer, eles se tornam incapazes de exercer uma educação eficaz, impedindo o amadurecimento dos filhos, dentro dos processos evolutivos, as consequências, podem ser desastrosas, resultando em filhos egocêntricos, sem limites e despreparados, estes habituam-se a ser o centro de tudo, havendo escassez de regras, sendo essas ignoradas ou flexibilizadas em excesso.

A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO (LEI 9394/96) em seu artigo 12º destaca alguns princípios necessários no processo educacional da criança, onde abrange os deveres da família sendo uma das responsáveis pelo dever de educar o filho, bem como a escola tem o seu papel em criar processos de articulação com a família.

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (LDB, 1998, p.13).

Cabe aos pais e educadores, no plano social, disseminar valores e ideias que irão permitir no futuro uma melhor convivência, ou pelo menos com um pouco mais de respeito, harmonia, honestidade e lealdade. Pois atualmente, vive-se uma crise de valores. Faz-se necessário o desenvolvimento de condutas éticas, norteando a conduta educacional. Se a ética e a moral forem bem desenvolvidas, determinará mudanças de valores na sociedade; para isso é preciso incentivar a honestidade e o respeito. Não é fácil conseguir isso, é preciso acreditar na importância desses valores.

De acordo com o que está posto na CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA de 1988 em seu Artigo 206 e na LDB/96 em seu Artigo 3º o ensino deverá ser ministrado com base em vários princípios, dentre eles: “(...) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; [e o] pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, (...).” Entendendo-se assim, que o nosso ensino deverá ser norteado pelo reconhecimento da pluralidade sociocultural da sociedade brasileira e da realidade diversificada dos alunos presentes em sala de aula, o que possibilitará edificar uma proposta de “educação para diversidade”, ancorada na consideração e valorização da cultura de cada um.

Segundo LINO DE MACEDO, instituto de psicologia da universidade de são Paulo (usp), instituto PENSI (Hospital Infantil Sabará) Academia Paulista De Psicologia:

 

A Educação Básica é obrigatória para todas as crianças e jovens. A escola tem a função de inclusiva, não excludente. [...] a saúde mental é o elo entre o aprender e o poder viver e conviver no âmbito escolar. [...] pois a saúde mental, na prática, é o que fazemos, como sentimos e expressamos nossas emoções, e é por meio de nossos comportamentos e atitudes, vínculos, possibilidades e limitações, sejam elas individuais ou coletivas, que aprendemos e interagimos em sociedade.

 

Para RIGBY (2006)” duas características subjetivas para a conformação do “bullying”: a satisfação do agressor ao impor sofrimento e a sensação da vítima de estar sendo oprimida.”

COLOROSO (2004, PAG. 13-14) define o fenômeno dizendo:

 

[...] “bullying” é uma atividade consciente, desejada e deliberadamente hostil orientada pelo objetivo de ferir, induzir o medo pela ameaça de futuras agressões e criar terror. Seja premeditada ou aleatória, obvia ou sutil, praticada de forma evidente ou às escondidas, identificada facilmente ou mascarada em uma relação de aparente amizade, o “bullying” incluirá sempre três elementos: desequilíbrio de poder, intenção de ferir e ameaça de futura agressão. Quando o “bullying” se desenvolve e se torna ainda mais sério, um quarto elemento é adicionado: o terror.

 

O bullying, não é atual, talvez um termo atual, mas de certa forma sempre existiram opressores, buscando vítimas e uma plateia que assiste em alvoroço, por vezes por repetência de atos, por desconhecer consequências segundo a autora SILVA (2010).

As brincadeiras sempre acontecem de forma natural e espontânea entre os alunos. Eles brincam zoam colocam apelidos tiram sarros, dos demais e de si mesmos, dão muitas risadas e se divertem. No entanto, quando as “brincadeiras” são realizadas repletas de “segundas intenções” e de perversidade, elas se tornam verdadeiros atos de violência que ultrapassam os limites suportáveis de qualquer um. Precisamos compreender que brincadeiras normais e sadias são aquelas nas quais todos os participantes se divertem. Quando apenas alguns se divertem à custa de outros que sofrem, isso ganha outra conotação, bem diversa e um simples divertimento. Nessa situação específica utiliza-se o termo bullying escolar, que abrange todos os atos de violência (física ou não) que ocorrem de forma intencional e respectiva contra um ou mais alunos, impossibilitados de fazer frente às agressões sofridas.

Ao buscar informações a respeito do tema, é possível perceber que são escassas as informações de relatos, verídicos, havendo a necessidade de mudança de preceitos, relacionados, ainda a medo, a sequela permanente do bullying é o medo! Talvez por ser julgado, apontado, criticado, sofrer novamente dores que estão em nosso subconsciente, nossas mazelas são terrenos desconhecidos.

Casos antigos são recorrentes de bullying, associados a violências e mortes segundo RIGBY (2003):

 

Embora existam referências bem mais antigas sobre os fenômenos, o interesse pelo “bullying” começou ao final dos anos 70, nos países escandinavos, sendo os trabalhos pioneiros do professor Dan Olweus, sem dúvidas os mais influentes. Em 1983, três adolescentes noruegueses cometeram suicídio em circunstâncias que autorizavam plenamente a hipótese de que as tragédias estavam associadas à vitimização por “bullying”.

 

No ambiente escolar, muitas das agressões sofridas se dão início, nos corredores da escola, talvez por um simples apelido, tornando-se algo frequente e subsequente, podendo evoluir para agressões físicas, evoluindo para suicídio como a do relato a seguir:

 

I shall remember forever and will never forget ;Monday: my Money was taken; Tuesday: names called; Wednesday: my uniform torn.

Thursday: my body pouring with blood; Friday: it’s ended; Saturday: freedom (Última página do diário do menino Vijay Singh, 13 anos, que se enforcou em sua casa. Manchester, UK, 1997). “Eu devo me lembrar para sempre, nunca irei esquecer; segunda-feira: meu dinheiro é tomado; Terça-feira: me ofendem verbalmente; Quarta-feira: meu uniforme é rasgado. Quinta-feira: meu corpo encharcado de sangue; Sexta-feira: está terminado; sábado: liberdade”.(Tradução livre, trecho retirado do livro Bullying o pesadelo da escola/ MARCOS FLÁVIO ROLIM. Porto Alegre: Ed. Dom Quixote, 2010. Pag.19).

 

A dor pode ser insuportável para alguns, para outros, coisas simples como sonhos, futuro, mais-valia, é algo inexistente.

Olhamos para o outro e não somos capazes de enxergar, dor, estamos atrelados em nossas mazelas existenciais, vinculados, a cadeias emocionais, onde, minha dor, meu problema é maior do que o do outro. Encontramos encurralado, acuados, com medo, cansados, exaustos. O autoconhecimento se faz necessário, mudanças reais de comportamento, diários, podem ajudar a retirar passo a passo dos mais fundos buracos negros das nossas almas.

Um assunto capaz de gerar muitas discussões e polêmicas, o bullying e sua escalada de violência que tomaram proporções anormais, estando presente no espaço escolar, social e até nas raízes familiares de forma silenciosa e perversa, tendo início quando a dor do outro não me incomoda.

É de fundamental importância refletir sobre o tema bullying. Todos nós em dado momento de nossas existências, fomos vítimas, presenciamos ou até mesmo fomos o bullie.

Há uma necessidade de maior entendimento sobre o assunto, segundo o autor MOREIRA, DIRCEU (2012 PAG. 11, 12):

 

Todos nós educadores, deveríamos ter uma formação continuada, de fato, que nos feramentasse adequadamente para adentar uma sala de aula, sejamos antigos ou novos no ofício. Ofício sim, partindo do princípio que somos responsáveis pela “formação” e pela “elaboração de um cidadão, portanto não podemos pensar que a educação deve vir de casa, também é claro, mas somos corresponsáveis por essa educação”. [...] O bullying faz parte da educação, está presente no quotidiano e deve ser considerado a ser constantemente objeto de reflexão para nortear ações cabíveis.

 

Presenciamos cotidianamente várias situações bullying em nossas salas de aula, seja partindo do professor para o aluno, do aluno para o professor.

Que as pessoas que sofrem este tipo de violência tenham a possibilidade, de ser o e Se de alguém, que alguém seja capaz de ouvir e acolher a dor do outro, e que a humanidade seja capaz de ouvir e acolher a dor do outro entre os alunos e até entre os próprios professores. [...] As situações de bullying estão cravadas em nosso cotidiano que não percebemos, ou por estarmos habituados a elas ou pela simples falta de atenção.

A violência se faz cada vez mais presente na atualidade, esquecemos que somos seres únicos, dependentes afetivamente dos nossos mentores, nossa família como base sólida, mas atualmente estamos vivenciando relações estreitas, laços apertados, a falta de carinho e afeto vem desde o gerir de pai e mãe. As bases familiares correm o risco de estarem corrompidas, pelo ter e não pelo ser. Por vezes o pedido de socorro vem, de forma abstrata, quando se torna impossível viver dentro de si, então quando essa ajuda não vem  mentir é mais fácil, dizer que está tudo bem, com um sorriso no rosto, quando alguém pede ajuda, a verdade pode ser por vezes perigosa, mas ao escutar o aconselhamento e o sigilo se seguem; devemos lembrar que por vezes para muitas vítimas que se automutilam, só existe um vazio, não há mais dor, pois esta já lhe roubou cada pensamento, cada vivencia, cada faísca de futuro.

 

 

Resultados e discussões

 

A Crueldade, as mazelas irreparáveis, deixadas pelo Bullying.

 

O bullying é um subterfúgio de violência que preenche o elo entre casa e mundo, que geralmente é ocupado pela escola LOPES NETO, afirma que o “espaço escolar é único, pois não há ambiente onde se concentre quase que diariamente, um número tão grande de crianças e adolescentes desacompanhadas”. O bullying, não é só uma brincadeira, mas sim uma forma de violência, vivenciada entre pares, entre crianças e entre adolescentes.

Ainda segundo LOPES NETO, “é urgente que o Estado, na condição de formulador de diretrizes educacionais do Brasil, se pronuncie sobre a emergência em transformar a escola de hoje em algo atraente, positivo e prazeroso, para educadores e estudantes, fortalecidos pelo espírito de amizade, solidariedade e valorização da universidade”. Atentando para que “estudos internacionais, já comprovam a forte relação entre o bullying, o comportamento antissocial e a violência social, praticados por adolescentes e jovens”.

Para crianças o isolamento social pode ser cruel, no momento a dor lhes acarreta, não lhes é maior que o sangue escorre, todos os dias podemos observar, pais, professores dentre outros, aconselhando seus filhos a aprender a se defender, da maldade humana.

É durante a adolescência que ocorrem mudanças de ordem emocional que são de extrema importância para o indivíduo, tais como o desenvolvimento da autoestima e da autocrítica; questionamento dos valores dos pais e dos adultos em geral (FRIEDMAN, 1994).

“Não podemos considerar, no entanto, a adolescência um período de transição, caracterizando-se muito mais como parte de um processo de amadurecimento e de intenso aprendizado de vida” (ADAMO, 1985). Mas sim marco importante para sua vivência como adulto, a semente das capacidades lhes devem ser plantadas, desde o início de suas vidas e não podemos considerar a violência de maneira alguma, algo natural, atentando que na atualidade está sendo considerada desta maneira;

Para LOPES NETO. (2013, pag.12-13):

 

[...] a ideia deque a violência seja uma manifestação social recente, não é real, ela é tão antiga quanto os primeiros núcleos civilizatórios. Apesar desta constatação histórica, não significa que devemos entendê-la e aceitá-la como parte inevitável da condição humana.

 

São muitas, as pressões por sobre os adolescentes, os pais esperam que os filhos deem conta de uma vida seguida de maturidade. Quem sofre humilhações, as pressões, as ameaças, vive em pânico... os pais nunca sabem do que acontece, porque os filhos nessa época são muito cobrados: -Tem que ir à escola. Tem que tirar nota boa! Dizer para um pai ou uma mãe que não dá mais, que estou sofrendo muito, é praticamente impossível.

Somos todos capazes de nos tornar agressores, em algum dado momento nos tornamos vítimas ou até mesmo espectadores, precisamos ser mais compreensíveis, todos podem mudar, precisamos ser apoiados de uma forma onde o amparo pela dor seja compreensivo, ouvir o outro, a dor do outro.

Neste contexto a autora SILVA (2010, pag. 14-15)

Diante dessa nova e comprovada realidade, omitir-se é ser cumplice da violência, entre crianças e adolescentes no seu despertar, justamente no berço da educação e da socialização de cada ser humano. É na escola que iniciamos nossa longa jornada rumo a vida adulta, que nos transforma em cidadãos produtivos e solidários. [...] bullying não pode mais ser tratado como um fenômeno exclusivo da área educacional. Atualmente ele já é definido como um problema de saúde pública e por isso, deve entrar na pauta de todos os profissionais [...] A falta de conhecimento sobre a existência, o funcionamento e as consequências do bullying propicia o aumento desordenado no número e na gravidade de novos casos, e nos expõe a situações trágicas isoladas ou coletivas que poderiam ser evitadas. [...] Temos que ter em mente que é na aurora de nossa vida que devemos aprender a não tolerar qualquer tipo de violência, de preconceito e de desrespeito ao próximo.

Por vezes a única maneira de fazer a dor parar é fazer com quem se machucou se machucasse, mas precisamos tirar destes o poder de nos machucar, isso se chama empoderamento.

Em resumo, todos os aspectos da realidade (da natureza ou da sociedade) prendem-se por laços necessários e recíprocos. Essa lei leva à necessidade de avaliar uma situação, um acontecimento, uma tarefa, uma coisa, do ponto de vista das condições que os determinam e, assim, os explicam LAKATOS E MARCONI (PAG. 102).

Os abusos sexuais, psicológicos, físicos são irreversíveis, causadores de danos quase irreversíveis, mas existem possibilidades de mudanças, quando contamos com um despertar, por vezes precisamos de uma segunda chance, em seu livro vendedor de sonhos o autor AUGUSTO CURY nos propõe uma nova chance, quando não há mais saída e decidimos colocar um ponto final em nossa existência, ele nos propicia observar de um novo patamar nos oferecendo uma ‘virgula’, para que possamos recomeçar a partir daí.

Segundo o autor MARCOS ROLIM, (em seu artigo SEGURANÇA PÚBLICA E BULLYING):

 

Em estudos mais recentes sobre crianças vitimadas por bullying têm lidado com a mesma “hipótese do ciclo da violência”. O tema ressurge com força, por exemplo, no debate sobre os suicídios das vítimas. Sabe-se que crianças e adolescentes vítimas de bullying possuem mais chances de sofrer com altos níveis de estresse, ansiedade, depressão e doenças, além de terem maior tendência ao suicídio (RIGBY, 1998, apud MARCOS ROLIM). Em vários países, como na Noruega, Inglaterra, Japão e também no Brasil, há registros de casos de crianças e adolescentes que se suicidaram aparentemente por conta de vitimização severa por bullying.

 

É possível vislumbrar, segundo o olhar de SILVA (2010 pag. 21), a definição de bullying, como os Bullies, agem e quais suas características; podemos observar então que:

 

A palavra bullying, ainda é pouco conhecida do grande público. De origem inglesa e sem tradução ainda no Brasil, é utilizada para qualificar comportamentos violentos no âmbito escolar, tanto de meninos quanto de meninas. Dentre esses comportamentos podemos destacar as agressões, os assédios e as ações desrespeitosas, todos realizados por um ou mais agressores contra um ou alguns estudantes, geralmente não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Isso significa dizer que, de uma forma quase “natural” os maios fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas. E isso, invariavelmente, sempre produz, alimenta e até perpetua muita dor e sofrimento nos vitimados.

 

[...] traduções para a palavra bully: individuo valentão, tirano, mandão, brigão, já a expressão bullying, corresponde ao conjunto de atitudes de violência física e/ou psicológicas, de caráter intencional repetitivo, praticado por bully (agressor) contra uma ou mais vítimas que se encontram impossibilitadas de se defender. [...]

O abuso de poder, a intimidação e a prepotência são algumas das estratégias adotadas pelos praticantes de bullying (os bullies) para impor sua autoridade e manter suas vítimas sob total domínio.

Pessoas que se constituem como alvos do bullying costumam sentir-se vulneráveis, tendo pavor ou vergonha intensos e uma altivez cada vez mais baixa, podendo acarretar uma vitimização contínua.

Com relação ao bullying o autor LOPES NETO (2013 pag. 16-17) retrata bullying como:

 

[...] bullying, fenômeno antigo, frequentemente universal, mas sempre entendido como natural, inócuo e, até mesmo, como necessário ao amadurecimento de crianças e adolescentes. A partir dos anos 1990, as suas causas e efeitos passaram a ser melhor compreendidos gerando inúmeros estudos e movimentos de análise de seus danos sobre os estudantes, ao ambiente escolar, as famílias e à sociedade.

 

Para o autor MARCOS ROLIM em seu artigo (SEGURANÇA PÚBLICA E BULLYING):

As práticas de bullying, presentes especialmente nas escolas, são muitas vezes invisíveis para professores e pais. O cotidiano repetitivo de violações - que compreende desde as ocorrências de furtos, roubos, ameaças e agressões físicas, até as situações comuns de humilhações e de oferta sistemática do isolamento pela maledicência - perfaz como que o “pano de fundo” da escola que raramente é percebido em sua dinâmica destrutiva. Quando grupos de crianças ou adolescentes se unem, formando pequenas “tribos” ou sólidas relações de amizade, é comum que definam, também, critérios de exclusão. Quando todos os grupos formados, entretanto, não incorporam os mesmos colegas, temos um tipo de condenação ao isolamento que pode ser particularmente dolorosa. Racismo e homofobia oferecem duas grandes vertentes deste tipo de exclusão. O mesmo se pode dizer dos preconceitos de natureza socioeconômica que costumam isolar os mais pobres de todos os grupos como se aqueles integrassem uma casta de “intocáveis”.

 

 

MIDDELTON-MOZ (2007, pag. 21) define:

 

[...] o bullying envolve atos, palavras e comportamentos prejudiciais intencionais e repetidos. Os comportamentos incluídos no bullying são variados: palavras ofensivas, humilhação, difusão de boatos, fofoca, exposição ao ridículo, transformação em bode expiatório e acusações, isolamento, atribuição de tarefas pouco profissionais ou áreas indesejáveis no local de trabalho, negativa de férias, socos agressões, chutes, ameaças, insultos, ostracismo, sexualização, ofensas raciais, éticas ou de gênero.

[...] Na infância o bullying geralmente é aleatório. Na juventude e na idade adulta, os alvos são escolhidos. Os bullies sempre encontraram alguma coisa [...] ser gorda demais, magra de mais, usar óculos, trabalhar bem, andar de cadeira de rodas, usar roupa inadequada, ser passava ou independente de mais, ter a cor a origem étnica, o sexo, a religião a origem socioeconômica ou orientação sexual diferente, gostar do chefe, ser simpático, ser quieto etc.

 

 

Para MOREIRA:

 

“Muitas brincadeiras e apelidos se automatizam, caem na normalidade ou na banalidade porque o assediado ou o bullinado não reage, mas sofre internamente.” A cultura, onde somos inseridos diariamente, temo hábito de acreditar que uma simples, brincadeira, que constrange o outro, possa ser considerada banal. “O que um jovem vivencia de positivo ou negativo afetará sua vida presente e futura, mas, o que é mais importante, é a partir destas vivências que o adolescente poderá estabelecer novas práticas a serem assimiladas pela sociedade em geral. Todo jovem é influenciado pelos amigos e pelos adultos do mundo onde vive, e desta interação resultam mudanças comportamentais que vão pautar toda uma geração” (RUZANY, 1994).

 

 

MOREIRA (2012, pag. 60) defende:

 

O assédio moral, o bullying, o psicoterrorismo ou qualquer outro nome que queiramos atribuir, em nada mudará a sua influência na desestruturação psicológica, do ser humano. É preciso unir esforços no sentido de amenizar seus efeitos, porém é bom que tenhamos consciência de que se trata de uma questão que está na base da sociedade, é, portanto, estrutural, socioeconômica, cultural e, principalmente na inversão dos valores da moral humana. Houve um período em que a própria psicologia foi conveniente com o problema do “tudo pode”, porque tudo causava traumas, desde um simples ‘não’[...] Hoje temos a geração do tudo podia, e estão com dificuldades para colocar limites nos filhos [...] Imagine que tenhamos que resolver o problema de assédio nas escolas, nas empresas e na sociedade, se a própria sociedade é exclusora.

 

Como ousamos cobrar, de crianças e adolescentes, algo que raramente realizamos. Corremos o risco de estarmos sendo gerados por uma sociedade contraditória. “Contudo, esta situação é de extrema ambivalência, visto que, se por um lado não lhe é exigido assumir os compromissos da vida adulta, por outro, não lhe é permitido “comportar-se” como uma criança. Na indecisão de como se conduzir, o adolescente se arrisca, oscilando entre condutas de risco “calculado” – decorrente de uma ação pensada – e do risco “insensato”, em que, gratuitamente, se expõe, com grande chance de ocorrerem insucessos, podendo comprometer sua saúde de forma irreversível” (DiCLEMENTE, 1996).

 

 

Dores cravadas, na mais profunda existência, deixam rastros incalculáveis.

 

O cansaço, o sangrar de alma ocorrem, pois vivemos problemas irrefutáveis, mas uns sabem melhor como lidar que outros, vivemos uma sociedade capacita de em esconder sentimentos, onde mentir é muito mais fácil do que explicar o motivo da dor, que assola nossas mentes inquietas.

Os movimentos antiviolência voltado ao resguardo de crianças e adolescentes admitem em princípio, trata-se de adultos sendo responsáveis pelos maus tratos. Contudo comtemplamos que os jovens são os autores diretos nos atos de violência, com relação aos que mais matam, e os que mais morrem.

Existem pelos corredores do tempo corpos cheios de almas vazias, temos que melhorar a forma que somos capazes de nos observar e enxergar os outros. É difícil acreditar nas pessoas, mas muitas vezes pessoas sobrecarregadas, com mazelas e dores, facilmente tornam-se bullie, quando não ouvidas e acolhidas, vítimas suicidam-se ou praticam homicídios quando não ouvidas, por não acharem lacunas em meio à escuridão, ou ainda muitos usam como válvula de escape a automutilação.

O médico Lopes Neto Apud Marcos Rolim (2005):

 

Chama a atenção de seus colegas pediatras para alguns sintomas que podem ser identificados em vítimas de bullying, destacando: enurese noturna, alterações do sono, cefaleia, dor epigástrica, desmaios, vômitos, dores em extremidades, paralisias, hiperventilação, queixas visuais, síndrome do intestino irritável, anorexia, bulimia, isolamento, tentativas de suicídio, irritabilidade, agressividade, ansiedade, perda de memória, histeria, depressão, pânico, relatos de medo, resistência em ir à escola, insegurança por estar na escola, mau rendimento escolar e atos deliberados de autoagressão. Para este autor, “reduzir a prevalência de bullying nas escolas pode ser uma medida de saúde pública altamente efetiva para o século XXI”.

 

Alguns pesquisadores têm lidado com a hipótese de que os efeitos de longo prazo da vitimização por bullying sejam semelhantes aos de crianças sobreviventes ao abuso sexual. Carlisle e Rofes, Apud Marcos Rolim (2007) lembram que, nas duas situações, o agressor dispõe de um poder superior e viola a integridade psicológica da vítima – e não raro também sua integridade física, sendo sempre muito difícil que a vítima rompa a sucessão de violações.

Por essas razões, muitos trabalhos têm insistido na necessidade de os profissionais da saúde, ao avaliarem estudantes com sintomas psicossomáticos, considerarem as práticas de bullying e o ambiente escolar como causas possíveis (FORERO, 1999). Em muitas ocasiões, a vitimização é a principal razão para as faltas frequentes e para a evasão escolar. Um amplo estudo realizado na Austrália, com mais de 30 mil estudantes, demonstrou que cerca de 19% dos garotos e 25% das meninas que relataram ser vitimados frequentemente por bullying (pelo menos uma vez por semana) já haviam faltado a aulas por conta do problema (RIGBY, 2003).

Suicídios relacionados ao bullying, estão cada vez mais em nosso quotidiano, o suicídio não tem uma única causa, a vida pode ser pesada demais, precisamos ouvir quando um jovem diz que que se matar, ele precisa ser acolhido, o bullie é inseguro, ele precisa de ajuda, este também tem desequilíbrios emocionais, a forma agressiva de agir, está ligado as mazelas emocionais.

Em si mesmos tais casos não são conclusivos, já que fenômenos como o suicídio são informados por múltiplos fatores. Neste particular, ganha relevo o trabalho de Rigby e Slee que, entre 1993 e 1996, realizaram, na Austrália, vários estudos de autorrelato (self-report studies) com adolescentes a respeito de ideações suicidas e tentativas de se ferir, encontrando forte correlação com relatos dos jovens envolvidos com bullying, como vítimas e como autores (RIGBY, 1997). No Brasil, estudo recente em uma escola de Goiás, identificou forte presença da ideação suicida nos relatos de adolescentes vitimados pelo bullying (OLIVIERA et al., 2006). Estudo realizado com 410 adolescentes entre 14 e 16 anos, na Finlândia, mostrou uma forte prevalência de casos de depressão e forte ideação suicida entre vítimas e autores de bullying. Os jovens que eram, ao mesmo tempo, vítimas e autores possuíam maior tendência à depressão. Uma vez controlados os sintomas da depressão, a ideação suicida era mais frequente entre os autores do que entre as vítimas (KALTIALA-HEINO et al., 1999).

Estudo realizado no ano de 2000, na Coréia, com 1.718 estudantes de duas escolas secundárias, em Seul e Anyang, encontrou que os adolescentes que relataram algum envolvimento com bullying - especialmente as meninas e os que eram vítimas e autores - possuem riscos de suicídio significativamente mais altos e devem ser monitorados por profissionais de saúde em trabalho de prevenção (KIM et al., 2005). Trabalhos do tipo têm comprovado, enfim, aquilo que os estudiosos do tema têm sustentado há muitos anos: os efeitos do bullying podem mesmo ser devastadores.

Existem sinais, que a vítima está precisando de ajuda, mas por vezes ela não o faz, por medo de julgamento, insegurança, não querem ir à escola; sentem-se mal perto da hora de sair de casa;  pedem para trocar de escola constantemente; aproximam-se dos adultos que possam protegê-las; anulam-se em sala de aula, não perguntam nem questionam; parecem tristes e aflitas; gastam mais que o normal com lanches e com presentes para colegas; voltam da escola com roupas ou livros rasgados; apresentam baixo rendimento escolar; abandono dos estudos;  isolamento.

 

Relato, retirado do livro: ‘Bullying: mentes perigosas nas escolas’, da autora Ana Beatriz Barbosa Silva, 2010 (pag. 19-20):

 

Felipe, um garoto tímido e reservado de 15 anos, estudava em um conceituado colégio de São Paulo, no bairro Morumbi, sempre foi um aluno exemplar: cumpria sem procrastinações seus afazeres estudantis, nunca ficou de recuperação e passava nas provas com notas excelentes. Os professores sempre relatavam que o Felipe era um garoto brilhante e com um belo futuro pela frente. No entanto, um grupinho de alunos “da pá virada” passou a discriminá-lo e importuná-lo sistematicamente. Na frente de todos, ele era alvo de chacotas e apelidado de “cê-dê-efe”, puxa saco de professores, “nerd” e esquisitão.

Certa vez, o garoto foi agarrado e agredido, fisicamente no banheiro da escola. Imobilizado e com a boca tampada, levou vários chutes no estômago e nas pernas, o que foi testemunhado por muitos colegas. Seus agressores impuseram silencio: “Fique quieto, senão a gente arranca tua língua”, disse o mais valentão. Quem assistiu a tudo nada fez. Quem viu fingiu não ver. Felipe, por algum tempo ficou ali desmoralizado sem poder contar com o apoio e a solidariedade de ninguém.

O adolescente passou a ter verdadeiro pavor do grupo e dali em diante, frequentar as aulas se tornou um grande inferno os autores do ataque olhavam para Felipe com um ar de ameaças e cochichavam entre si. Agora a classe toda já fazia piadinhas infames sobre aquele “fracote”, que apanhara junto às latrinas de um sanitário.

Cada vez mais excluído, cabisbaixo e acuado ele pediu aos seus pais que o trocassem de escola. Com um misto de medo e vergonha, não disse o porquê. Eles não aceitaram e tampouco entenderam; afinal, a escola era excelente e seu filho um ótimo aluno.

Felipe passou a matar aula, ir a shoppings, inventar doenças, andar a esmo. Tudo isso como forma de fuga para não enfrentar o horror que estava vivenciando. Suas notas despencaram, as faltas eram constantes e estava a beira de ser reprovado. O que será que estava acontecendo com aquele inteligente e talentoso aluno? Drogas? Problemas domésticos? Nada disso Felipe era vítima de bullying escolar.

Sem suportar mais as pressões advindas de todos os lados e já sem forças, o menino relatou aos pais suas experiências dramáticas. Os professores, a diretora da escola e os pais de Felipe fizeram várias reuniões. Ninguém chegou a qualquer conclusão plausível: os pais acusavam a instituição, e esta jogava toda a responsabilidade sobre a cabeça do adolescente e seus familiares. Os pais de Felipe, sem saber muito bem como proceder diante de tamanha omissão, trocou o filho de colégio.

Hoje ele está em terapia, tentando superar seus traumas, seus medos e sua dificuldade de se relacionar com qualquer pessoa.

 

Mas o que fazer quando toda a dignidade lhe é roubada, quando até mesmo quem você mais ama não olha com carinho seus erros e acertos. Relato de uma vítima de bullying:

 

Sou Fabiula e estou aqui para contar minha história! dá pouca idade que tenho, atualmente 23 anos, observo com demasiada dor, como podemos sentir felicidade ao escorrer de lagrimas do outro, vivemos uma humanização falha, na minha percepção. Desde meus primórdios, sofri bullying, sempre tive problemas como peso, cabelo, talvez porque nunca, me encaixei em padrões, de perfeição, nunca tive amigos, na escola. Com uma inteligência que maravilhava aos professores, desencantava aos alunos, esquecendo-se que não estamos em uma disputa, mas sempre concorremos, adquiri dos meus colegas um dos primeiros de muitos apelidos, ‘puxa-saco’ ou ainda a ‘sabe tudo’, meus problemas com o peso sempre foram reais, os apelidos de baleia, botijão, gorda, sempre usurparam meus ouvidos, desaquietando meus pensamentos, as maiores violências, foram de um todo psicoemocionais, observo que as crianças transferem, mesmo sem senso de julgamento, o que lhes é apresentado quotidianamente.

Nos laços familiares, por vezes fui acolhida, em meus erros e acertos, dentro do seio familiar, há sempre a necessidade, de atenção, pois nem sempre a brincadeira constrangedora, fica por ali, pode haver determinada exposição gerando sequelas ainda maiores.

O acolhimento, o aconchego, ouvir, sempre se fez presente em minhas raízes, quando a adolescência chegou, instruído por estes, quando cai, aprendi a levantar, lembro – me dê nesta faze, mais ou menos aos 14 anos sofri violência real, em um breve momento de distanciamento do professor, da sala de aula, um menino pegou o estilete, abriu e me disse: vem aqui Fabiula, vamos tirar um pouco dessa gordura, que você tem na barriga, jamais esperava que fosse acontecer comigo, ele veio para cima de mim, para defender – me coloquei o braço, que ele cortou fazendo um X com o estilete, fui encaminhada ao posto de saúde. Em casa meus pais queriam saber a motivação, eu menti! Disse que foi sem querer ou até mesmo um descuido. Porque verdade pode ser perigosa, mentir é mais fácil, até não ser mais!

Como citado não tive muitos amigos ao longo da minha vida escolar, no ensino médio formamos o grupo dos rejeitados, nos unimos, tornando – se mais fortes.

As consequências, em parte pelo bullying, atingem minha vida adulta, há cinco anos fui diagnosticada com bipolaridade e compulsão alimentar, sequelas que só o tempo para curar.

Bullying é algo sério, em algum momento provavelmente pode ocorrer à troca de papeis, talvez o bullie quando ouvido, acolhido, acalentado, possa entender a dor causada por seus atos, mas enquanto não houver este acolhimento, não nos caba julgar.

 

 

Relato de uma vítima (de 11 anos), que em dado momento tornou-se agressora: “ Ela não parava, eu pedi que parasse, ele continuou a me chamar de gorda, mas eu não era gorda, então no recreio peguei ela pelo pescoço, e disse: PARE!” em algum momento corremos o risco de passar pela inversão de papéis, quando a dor, torna-se insuportável, quando não há a quem recorrer, pois os adultos consideram “brincadeira de angústias quando essa brincadeira, feriu profundamente, causando danos irreparáveis, vendo-se sozinhos, e não suportando mais a dor, a agressão pode ocorrer, pois impor medo, sendo superior de alguma forma, oprima as angustias, o pânico, a dor.

 

Geralmente antes de cometer suicídio, o pedido de socorro grita aos ouvidos, mais nem sempre são lhes dadas às devidas importâncias, muitos abordam como bobagens, não dão a devida importância.

O bullying é cruel, pois ele entra estridente, insistente.

Um menino de 14 anos que havia sido vítima de bullying por algum tempo e cometeu suicídio para escapar da dor, deixou o seguinte bilhete a sua mãe:

 “Eu poderia pegar uma arma e atirar em todos os meninos, mas não sou uma pessoa má. Também não vou dizer quem são sou os bullies. Você sabe quem eles são. Eu ria por fora e chorava por dentro. Mãe, depois da minha morte, vá até a escola e fale com os meninos. Diga que parem com o bullying uns sobre os outros, porque isso machuca muito. Estou acabando com a minha vida para mostrar quanto machuca” (MOHARIB, 2000 Apud MIDDELTON -MOZ).

 

 Para muitos há desgosto, pela forma de violência, por sentir-se sem saída, buscam formas de pedir ajuda, que por vezes simplesmente, simplesmente não encontram. “Todas estas diferenças indicam que as necessidades de saúde do adolescente não podem ser encaradas de forma isolada, visto que estão intrinsecamente relacionadas com o contexto no qual está inserido” (YUNES, 1993 Apud MINISTÉRIO DA SAÚDE).

Para jovens que não presenciam brilho em suas vidas, onde o sofrer é mais forte, que a vontade de viver, a automultilação para esvair a dor, VILHENA E PRADO (2015) cita em seu artigo:

Sofrimento atemporal, imemorial, do qual não sabemos a proveniência, ele ressurge, incessante, no presente, em todas as dores físicas e psíquicas, na qualidade de afeto penoso, marca de desprazer intolerável. A dor se diferencia do prazer e desprazer, por expressar a ruptura de um ritmo pulsional particular, perturbar as tensões, colocar em xeque o princípio de prazer/ desprazer e, finalmente, provocar a cessação brusca da homeostase do sistema econômico do eu. Quer seja “traumática”, resultante de uma agressão; “inconsciente”, devido a sua aptidão a renascer; “primordial”, mãe de todos os sofrimentos, falamos sempre na mesma dor.

DANIELA SPEROTTO, Médica Psiquiatra E Psiquiatra Da Infância E Adolescência, Em Seu Texto Bullying, Automutilação E Violência Autoprovocada Em Crianças E Adolescentes: Como Identificar E As Estratégias De Prevenção, citou:

A forma mais comum de autolesão é a utilização de um objeto afiado para cortar a pele. No entanto, o termo descreve uma ampla diversidade de comportamentos, incluindo queimaduras, arranhões, bater em ou com partes do corpo, agravar lesões existentes, arrancar cabelos ou ingerir objetos ou substâncias tóxicas. Os comportamentos relacionados com o abuso de substâncias ou distúrbios alimentares geralmente não são considerados autolesões, uma vez que eventuais lesões daí decorrentes são apenas efeitos secundários não intencionais. [...] No entanto, a linha divisória nem sempre é clara e alguns destes casos podem ser considerados autolesões quando haja intenção deliberada de causar lesões nos tecidos. [...] Embora o suicídio não tenha como objetivo causar lesões, a relação entre as duas condições é complexa, dado que muitas das formas de autolesão apresentam também um elevado risco de morte. O risco de suicídio é maior em indivíduos que auto infligem lesões e em 40-60% dos casos de suicídio verificam-se também autolesões, no entanto, nem todas as pessoas que se auto lesionam apresentam tendências suicidas. [...] O desejo de provocar lesões em si próprio é um sintoma comum de perturbação de personalidade borderline, podendo ainda ser observado em alguns casos de outras perturbações mentais como depressão, perturbações de ansiedade, abuso de substâncias, perturbações alimentares, perturbação de estresse pós-traumático, esquizofrenia e várias perturbações da personalidade.

No entanto, as autolesões também podem ocorrer em pessoas com elevado grau funcional sem qualquer outra perturbação mental subjacente. Os motivos para infringir autolesões variam, algumas pessoas usam-nas como mecanismo de enfrentamento para obter alívio temporário de sentimentos intensos como ansiedade, pressão, estresse, alheamento emocional ou insucesso. Em muitos casos, as autolesões estão associadas a antecedentes de trauma psicológico, como abusos psicológicos ou sexuais.

Existem vários métodos que podem ser usados para tratar os casos de autolesão; Estes métodos focam-se tanto no tratamento das causas subjacentes como no comportamento em si. [...] Quando os casos de autolesão estão associados a perturbações depressivas, a psicoterapia e antidepressivos podem ser eficazes, outras abordagens envolvem técnicas evasivas, que se focam em manter a pessoa ocupada com outras atividades, ou em substituir o ato de se lesionar por outros métodos mais seguros que não causem lesões permanentes. [...] A condição é mais comum entre os 15 e os 24 anos de idade, a autolesão em crianças é relativamente rara, embora a sua incidência tenha vindo a aumentar desde a década de 1980. No entanto, a autolesão pode ocorrer em qualquer idade; O risco de lesões graves e de suicídio é maior entre os idosos que se autolesionam. [...] Critérios diagnósticos segundo o DSM-5: A. No último ano, o indivíduo se engajou, em cinco ou mais dias, em dano intencional autoinflingido à superfície do seu corpo, provavelmente induzindo sangramento, contusão ou dor (por exemplo: cortar, queimar, fincar, bater, esfregar excessivamente), com a expectativa de que a lesão levasse somente a um dano físico menor ou moderado (por exemplo, não há intensão suicida). Nota: A ausência de intenção suicida foi declarada pelo individuo ou pode ser inferida por seu engajamento repetido em um comportamento que ele sabe, ou aprendeu, que provavelmente não resultará em morte[...] B.  O indivíduo se engaja em comportamentos de autolesão com uma ou mais das seguintes expectativas:1. Obter alívio de um estado de sentimento ou de cognição negativos. /2. Resolver uma dificuldade interpessoal. /3. Induzir um estado de sentimento positivo. Nota: O alívio ou resposta desejado são experimentados durante ou logo após a autolesão, e o indivíduo pode exibir padrões de comportamento que sugerem uma dependência em repetidamente se envolver neles.

 

 

A ferida sangra, o sangue pulsa a mente fervorosa, busca por socorro.

 

Ter coragem não significa não temer, mas quando nos tornamos obsoletos aos nossos medos, a desvantagem que podemos presenciar é a imobilidade, podemos ficar estáticos. “Não são a morte, o sofrimento ou a perda que nos roubam a força: são o medo da morte, o medo da dor o medo da perda que transformamos manipuladores em vítimas e os manipuladores em terroristas”. (ABDULLAH, 1995, pag. 56)

Devemos buscar incessantemente o propósito da existência, buscar explorar o potencial que ligam-se a vida, nos desligando dos paradigmas impostos, a respeito  de cor, raça, beleza, peso, religião, regionalidade propiciando uma abertura de possibilidades, sem preceitos, a busca de ser melhor que ontem, disputando com si mesmo é engrandecedor, sendo um dos meios possíveis para vencer as barreiras das prisões psicológicas impostas desde a infância, quebrando as correntes, abrindo caminho para a evolução consciente. “Segundo um estudo recentemente realizado pela American Association of Suicidology, mais de 20% dos estudantes do ensino médio pesquisados disseram ter cogitado seriamente suicídio nos últimos 12 meses. A provocação, o bullying e a rejeição social lideravam essa lista de fatores a desencadear suicídios efetivados”. (Middelton-Moz. 2007, pag.19).

Precisamos buscar meios de trilhar caminhos inovadores, pois corremos o risco de estarmos vivendo uma mediocridade que nos compromete em nossa condição humana segundo o autor HALH EROLD (2020, pag.65-66) podemos estar vivendo em alguns momentos a Síndrome do Espelho Retrovisor (SER);

Nossas mentes são equipadas com um espelho retrovisor autolimitador, através do qual e recriamos nosso passado continuamente. Acreditamos de maneira errada de que quem fomos e de quem somos e isso limitam nosso potencial verdadeiro no presente, baseados na limitação do passado [...]queremos criar uma vida melhor, mas as vezes, não sabemos como ver isto de maneira diferente do que sempre tem sido. [...]

Ainda segundo ele devemos aceitar o paradigma (pag. 67):

Meu passado não é igual ao meu futuro [...] Lembre-se de que onde você está, é resultado de quem você era, mas para onde você vai depender inteiramente de quem você escolhe ser, a partir deste momento.

Não podemos nos prender as mazelas do passado, o motivo de acordar todos os dias deve ir muito além de simplesmente sobreviver, a necessidade pela busca de dias coloridos sonhos, viver a felicidade, não sentir dor, ir a busca da essência que nos encadeia, nos salvar de nossos próprios medos, devemos ir além, a busca deve ser incessante, incansável, lutar pela própria existência sem o sofrer, sem dor, deve ser o princípio erador dos nossos dias, jamais podemos nos dar o direito de desistir.

LOPES NETO (2013 pag.17) sugere:

 

As escolas devem reconhecer a extensão e o impacto gerado por esse tipo de violência e desenvolver medidas para reduzi-lo rapidamente. Mas é necessária uma mobilização mais ampla, envolvendo os profissionais de saúde, particularmente os pediatras, psiquiatras e psicólogos, para que diagnostiquem com rapidez e adotem conduta adequada diante de um caso de bullying. Que os setores de segurança e justiça se sensibilizem e apoiem as iniciativas da sociedade contra o fenômeno bullying. Quando os órgãos legislativos e normativos que implantem políticas públicas visando a prevenção e redução do bullying entre estudantes, assegurando às crianças e aos adolescentes proteção e assistência necessária a sua integridade física e psicológica, e ao respeito as suas características individuais.

 

O MINISTÉRIO DA SAÚDE (2008, pag. 28-29), comenta sobre o aparato jovens e adolescentes, para que busquem e encontrem recursos, dentro da saúde pública brasileira;

Pela primeira vez a Constituição Brasileira, promulgada em 5 de outubro de 1988, no que se refere à saúde, declara a saúde um direito social, e a Lei Orgânica da Saúde, Lei n.º 8.080/90, indica a organização de um novo modelo assistencial com a prestação de serviços em nível local de promoção, proteção e recuperação da saúde. Neste modelo, a saúde é entendida como um requisito para a cidadania e envolve inter-relações entre o indivíduo, a coletividade e o meio ambiente. Especificamente, o título VIII Da Ordem Social, capítulo II da Seguridade Social, seção II da Saúde e capítulo VII, estabelece os direitos da família, da criança, do adolescente e do idoso.

  • Art. 198 – As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 1) descentralizar, com direção única em cada esfera de governo; 2) atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; 3) participação da comunidade.

Capítulo VII. da família, da criança, do adolescente e do idoso.

  • Art. 226 – É dever da família, da sociedade e do estado assegurar à criança e ao adolescente com absoluta prioridade o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência e opressão. Respaldado pela Constituição Brasileira, o Estatuto da Criança e Adolescente restabeleceu o direito de o adolescente receber informação de uma forma ampla e democrática, para que possa tomar decisões com liberdade de conhecimento.

De acordo com estes parâmetros, requer-se que o profissional de saúde possa lidar com esta nova demanda, de maneira participativa e interativa, para que o conhecimento emerja com tranquilidade, sem as imposições de uma relação de poder, relação que não leva à proteção dos adolescentes e jovens nem à decisão pela preservação da vida.

Os adolescentes portadores de deficiências físicas e/ou mentais também têm seus direitos assegurados por leis internacionais e nacionais. As Nações Unidas, por meio da Resolução n.º 48/96, publicou as Normas Uniformes sobre a Igualdade de Oportunidades para as Pessoas com Deficiências. Já a Resolução 46/119 marca os Princípios para a Proteção dos Doentes Mentais e para a Melhoria da Atenção de Saúde Mental. Estes documentos procuram dar subsídios técnicos para que os países busquem formas próprias para proteger este grupo populacional e evitar intervenções arbitrárias ou abusivas.

 Moreira (2012, pag. 51-52) cita:

 

A escola cuja principal função é desenvolver a inteligência a partir da instrução, do ensino, e é claro, reforçando os valores da família, expressos nos comportamentos disciplinares na sala de aula e fora dela. Quando estas duas instâncias estão alinhadas, em equilíbrio, forma-se uma ponte de forte estrutura de relacionamento e de comunicação, onde ambos se ajudam e assim minimizamos problemas do bullying. [...] a escola é o tronco, a que estrai a seiva (inteligência) empresa é a copa com seus frutos, porém a raiz é a família. Com raízes podres, solo seco, cheio de críticas, frustrações, desamor, desatenção, indiferença, falta de apoio (bullying), nesta ambiência nenhum tronco se manterá, e, muito menos, esta arvore irá gerar frutos.

 

Segundo o MINISTÉRIO DA SAÚDE (2008):

 

[...] é preciso que a sociedade valorize o potencial dos jovens, de contribuição e o apoie, permitindo que seus pensamentos, desejos, ideias e críticas sejam ouvidos. Dito em outras palavras, esta postura pressupõe a abertura de um espaço para o adolescente exercer sua liberdade e participar mais ativamente de seu processo de amadurecimento.

 

Segundo o autor Moreia (2012, pag.31-32)

 

Muita coisa precisa ser feita, principalmente na área da educação, onde começo a perceber a sensibilidade de professores, escolas, Secretarias de Educação, no sentido de priorizar mais a preparação do seu pessoal nas competências humanas. Os pais também estão preocupados, porque o reflexo disso, em boa parte saiu de dentro de casa, e hoje se reflete no seio da sociedade, que somos nós. Combater o bullying o assédio moral neste momento é fundamental, porém não podemos nos esquecer de que estaremos combatendo efeitos e não causas, e nos baseando em nossa premissa, a base a célula-mater que é a família, porém no momento em que a criança vai aos berçários às creches (pré-escola) a partir de tenra idade a escola torna-se corresponsável principalmente na preparação daqueles profissionais que irão cuidar destas crianças. Se nós corrigirmos nosso padrão de comportamento, a criança irá modelá-lo e, assim, estaremos contribuindo com nossa parte. Se o adulto não mudar as gerações futuras ficaram comprometidas, formando um círculo vicioso, ao invés de virtuoso.

Como podemos proceder na escola com relação ao bullying: Organizar uma “comissão antibullying” da qual participarão pais, direção da escola, psicólogos e pedagogos.

A comissão ficará responsável por:

  • detectar e agir contra a violência;
  • promover a reintegração dos estudantes excluídos;
  • orientar professores para promoverem a conscientização dos alunos,

identificar o bullying quando instalado e deixar clara a forma como devem lidar com o problema;

  • promover palestras, debates e seminários sobre o assunto;
  • distribuir materiais educativos, como cartilhas, leis aprovadas contra o bullying, etc.

Estes são alguns passos necessários para uma boa convivência, escolar; evitando o bullying, favorecendo o empoderamento pessoal.

Em alguns momentos de dor, desalento, desarmonia, podemos averiguar, que o bullie, busca por socorro, a busca é velada, mascarada por atitudes agressivas. Por vezes não há como voltar, não há como mudar, o ontem se torna irreversível aos olhos alheios, pensamentos recorrente de suicídio e automutilação arrancam a dor de alguém quem tanto rejeitou, as mazelas reprimidas em si por vezes tornaram a automutilação do outro, os problemas familiares, ou até mesmo problemas socioeconômicos, podem afetar veementemente o declínio de um jovem que tem a sua espera um futuro brilhante, mas por vezes a falta de limites, a falta de amor, o fez se tornar vazio, frívolo de esperança e escasso de amor, sendo este o gerador principal de empatia. 

Mutilar-se, faz a dor esvair, a dor acarreta prazer, machucar, o sofrimento do outro, a desestrutura causada pela dor gerada no outro, a superioridade, o medo, em algum momento, tudo isso torna-se vazio então entram em cena os pensamentos suicidas. É como se não houvesse mais saída, não há como esquecer (sendo o buliu ou a vítima), as destruições que foram geradas, neste momento, o desgosto em acreditar em um futuro, muitos jovens.

Quando alguém comete suicídio, praticam automutilação ou ainda quando alguém quer vingar-se e adentra a escola e assassina os causadores de tamanha dor e em muitos de seus colegas, o cansaço emocional, de sentir dor, raiva, de não conseguir mais relacionar-se com outros indivíduos eles, não quer morrer, eles não querem matar, estes querem  apenas parar de sentir dor, de vivenciar sentimentos estragados; em algum momentos eles desistiram de si mesmos, já sem forças para se olhar nos olhos, sem energia para reerguer-se, eles desistem, não por ser a atitude mais fácil, ao contrário, penso ser a escolha mais difícil.

Muitos por não saberem lidar, omitem, na atualidade averiguamos uma diversidade de  séries, filmes, livros e artigos que abordam este tema um dos que mais tem chamado a atenção dos jovens  adolescentes é a Série da Netfix (13 REASONS WHI), baseado no livro (OS TREZE PORQUÊS, DE JAY ASHER )que retrata temas relacionados a bullying, violência, suicídio podemos ver nitidamente alguns relatos, ligados a realidade, neste podemos observar oque quando alguém decide tirar a própria vida, ela de alguma forma, pede ajuda, as pessoas que  a rodeiam

De acordo com ESTANISLAU E FONSECA (pag 41,42 livro Saúde mental na escola) existem alguns fatores que podem alterar

A promoção da saúde mental acontece em ações que estimulam as potencialidades de uma pessoa (ou de um grupo de pessoas) em busca de fortalecimento de aspectos saudáveis. Como todos temos núcleos de saúde, a promoção da saúde mental pode ser realizada inclusive com quem está convivendo com um transtorno mental. Existem alguns fatores de risco determinantes para que se desencadeiam os problemas mentais, podem ser estes nos contextos: individual, familiar, escolar, comunitário.

No individual os fatores de risco são: problemas na gestação ou durante o parto, genética familiar, má nutrição inteligência abaixo da média, problemas de comunicação, temperamento difícil, poucas habilidades sociais, isolamento, problemas físicos, dor crônica, insônia, acesso às drogas.

  • No familiar os fatores de risco são: conflito familiar, maus tratos e traumas familiar como problema mental, morte de um familiar, falta de rotina e maus hábitos, pais desatentos e o divórcio.
  • No escolar os fatores de risco são: fracasso escolar, bullying, ambiente escolar que expõe a criança a riscos.
  • No comunitário os fatores de risco são: pobreza, violência discriminação, condições de moradia ruins, amigos que não reforçam os bons hábitos e valores.

A prevenção de transtorno mentais é um conjunto de estratégias que busca impedir que um transtorno mental se instale ou, ao menos, que busca reduzir o impacto desses transtornos na vida de uma pessoa. Suas ações basicamente reduzem fatores de risco associados aos transtornos mentais.

  • Prevenção primária: reduz fatores de risco que podem deixar a pessoa vulnerável a alguns transtornos.
  • Prevenção secundária: identifica e possibilita o tratamento precoce de pessoas com quadros iniciais.
  • Prevenção terciária: reabilita ou reduz o prejuízo causado por um transtorno instalado há mais tempo.

Ainda segundo o livro saúde mental na escola a segunda classificação das intervenções preventivas é mais recente (Institute of medicine, 1994) e divide-se em universal, seletiva e indicada, estas utilizam como ponto de referência o público para o qual as intervenções se destinam. Devemos sempre buscar a prevenção, conscientização:

  • Prevenção universal: beneficia um grupo geralmente grande de pessoas, sem diferenciar o risco que elas têm para desenvolver um problema.
  • Prevenção seletiva: Na percepção de algumas crianças, adolescentes e adultos, o bullying é machucar o outro, com palavras ou atos, brincadeiras.

Casos de suicídios e homicídios estão a cada dia mais recorrentes, em nossa sociedade sendo uma das motivações o bullying.

Tornam-se mais suscetíveis, jovens que atualmente amedrontam a sociedade, possivelmente já haviam demonstrado algum comportamento agressivo, em casa, na escola, mas a pouca atenção dada a esses casos e o alto nível de tolerância, romperam as oportunidades destes a serem diferentes.

Por vezes notícias de estudantes que invadem escolas, com dor em seus olhos, suas almas carregadas pelo sofrimento que o bullying, pode causar, vivendo a demasiada impossibilidade de um amanhã, com sonhos arrancados e estraçalhados, pela exclusão social, pré-conceito, brincadeiras irracionais, abusos, físicos, mentais e psicológicos; adolescentes armados arrancam vidas, esmagam sonhos, pisoteiam vidas. O desejo de matar na escola por vezes parece irracional, por serem, crianças, jovens, professore, mas os serem que assassinam, já foram assassinados, por vezes este é uma vítima, que sem solução, plausível, para si, busca erradicar os que lhe causaram demasiado sofrimento, agindo para que esta maldade, não seja feita com outrem; desta forma a vítima se torna o agressor, e o agressor a vítima, gerando uma inversão de papéis, onde por algum momento podemos nos perder no julgamento.

O autor Lopes neto, 2013 nos traz relatos de homicídios e assassinatos, tendo como causa fundamental o bullying;

1977- WEST PADUCK, KENTUCKY USA

Autor – 14 anos (3 mortos e 5 feridos)

1998- JONESBORO, ARKANSAS, USA

Autores – 11 E 13 Anos (5 Mortos)

1998- SPRINGFIELD, OREGON, USA

Autor -17 anos (2 mortos)

1999-ESCOLA COLUMBINE, LITTLETON, COLORADO, USA

Autores- 17 e 18 anos (13 mortos e dezenas de feridos). Suicidaram-se em seguida.

1999- TABER, CANADÁ

Autor – 14 anos (1 morte)

2003-TAIUVA, SÃO PAULO, BRASIL.

Autor – 18 anos (8 feridos). Suicidou-se em seguida.

2004-REMANSO, BAHIA, BRASIL

Autor – 17 anos (2 mortos e 3 feridos) tentativa de suicídio.

2004-CARMEN DE PATAGONES, ARGENTINA

Autor – 15 anos (4 mortos e 5 feridos)

2007-UNIVERSIDADE VIRGINIA TECH, VIRGINIA, USA

Autor- 19 anos-( 32 mortos). Suicidou-se em seguida.

2011- REALENGO, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Autor -23 anos- (13 mortos). Morreram 10 meninas e 3 meninos com idade entre 12 e 14 anos, após ser baleado por um policial, suicidou-se em seguida.

 

 Silva (2015, p.23) comenta sobre as questões psicossomáticas e comportamentais do bullying:

Além de os bullies escolherem um aluno-alvo que se encontra em franca desigualdade de poder, geralmente ele também já apresenta baixa autoestima. A prática de bullying agrava o problema preexistente assim como poder abrir quadros graves de transtornos psíquicos e/ou comportamentais que por muitas vezes, trazem prejuízos irreversíveis.

Silva (2015 p. 24-25) este enumera os problemas mais comuns dos sintomas acometidos pelos sujeitos vítimas de bullying:

 

Sintomas psicossomáticos – Os pacientes tendem a apresentar diversos sintomas físicos, entre os quais podemos destacar: cefaleia (dor de cabeça), cansaço crônico, insônia dificuldades de concentração, náuseas (enjoo), diarreia, boca seca, palpitações alergias, crises de asmas, tremores sensação de nó na garganta, tonturas ou desmaios, calafrios tensão muscular e formigamentos. Vale a pena ressaltar que esses sintomas, isolados ou múltiplos, costumam causar elevados níveis de desconforto e prejuízos às atividades cotidianas do indivíduo.

 

Transtorno do pânico- [...] esse é um dos mais representativos do sofrimento humano. Caracteriza-se pelo medo intenso e infundado, que parece surgir do nada, sem nenhum aviso prévio. O indivíduo é tomado por uma sensação enorme de medo e ansiedade, acompanhada de uma série de sintomas físicos (taquicardia, calafrios, boca seca, dilatação de pupila, suores e etc.) sem razão aparente. Um ataque de pânico dura, em média, de vinte a quarenta minutos. Esse curto espaço de tempo é um dos momentos mais angustiantes que um indivíduo pode vivenciar. Muitos relatam a sensação de estar sofrendo um ataque cardíaco, de que vão enlouquecer, de estranheza de si mesmo e de que podem morrer a qualquer momento. Quem passa por crises de pânico acaba por desenvolver o “medo de ter medo”, ou seja, nunca se sabe quando uma nova crise ocorrerá.

Fobia escolar: caracteriza-se pelo medo intenso de frequentar a escola, ocasionando repetência por faltas, problemas de aprendizagem e/ou evasão escolar. Quem sofre de fobia escolar passa a apresentar diversos sintomas psicossomáticos e todas as reações do transtorno do pânico dentro da própria escola. Isto é, a pessoa não consegue permanecer no ambiente onde as lembranças são traumatizantes. Muitas podem ser causas da fobia escolar: problemas emocionais no ambiente doméstico; ansiedade da separação – quando a criança se vê separada dos pais e teme pelo novo ambiente que terá que enfrentar; problemas físicos e psíquicos; e a prática do bullying. Em relação a esta última, inevitavelmente, todos saem perdendo: a criança os pais, a escola, a sociedade como um todo [...].

A vulnerabilidade que cerca a vítima de bullying, pode ser imensurável. Jamais poderemos avaliar como esta violência física e psicológica pode afetar as vítimas, podem ser imensuráveis e até mesmo cruéis, a dor causada, é irreversível, as sequelas e os traumas jamais deixaram de assolar o inconsciente das vítimas, bullies e até mesmo da plateia, que por vezes não fez nada, por medo de ser a próxima vítima dos valentões ou patricinhas (bullies).

Segundo o livro saúde mental na escola dos autores ESTANILAU E FONSECA (pag. 15) “a informação é uma das bases para a tomada de decisão e leva a autonomia por meio do empoderamento, combatendo, assim a impotência.”

Uma das principais, consequências relacionadas ao bullying é o autoabandono, caracterizado principalmente pelas sequelas de dores incalculáveis, margeadas pela depressão, ansiedade, síndromes dentre outros tantos males que assombram as mazelas do bem viver, segundo o autor Teodoro (2010):

Os sintomas que compõem o quadro depressivo afetam diversas áreas da vida do paciente, comprometendo suas atividades pessoais e sociais. Podemos agrupar esses sintomas em 5 áreas distintas: humor, cognição ou pensamento, aspectos somáticos, expressão corporal e vida social.[...] O problema surge quando a tristeza se torna intensa e prolongada, prejudicando a vida pessoal, social, profissional e familiar. [...] Uma outra situação, bem mais preocupante, surge quando a reação depressiva leva a pessoa a isolar-se, apresentando um estado de indiferença, abandonando as atividades sociais e profissionais, além de desenvolver ideias suicidas. Essa situação compromete a higiene, a aparência, a saúde e a própria vida do deprimido. Acontece que quando este chega ao “fundo do poço”, normalmente não encontra energia e esperança suficientes que o façam buscar ajuda. [...] A pessoa pode recusar ajuda por não se reconhecer como doente, ter medo de assumir a própria fragilidade diante de outras pessoas e prejudicar a sua imagem no convívio social (trabalho, escola, família, amigos,), experimentar um sentimento de desistência diante da vida ou por falta de informação sobre a doença[...]Há situações em que o deprimido não aceita ajuda e apresenta forte tendência ao suicídio, percebida pelo olhar vago e desvitalizado, acompanhado de certa indiferença pela vida e pela frequência de assuntos relacionados à morte. Em casos assim, principalmente quando já existe um histórico de tentativas de autoextermínio, deve-se considerar a necessidade de internação, ainda que contra a vontade do deprimido, para que a medicação ajude a modificar o ambiente psíquico e estimule a pessoa a continuar lutando e se tratando.

Faz-se necessária à busca de soluções reais em meio ao caos, quando a dor emocional é tratada como frescura, ou falta de ocupação, o autoconhecimento, o empoderamento aliados a práticas de meditação, podem acalentar as tristezas ao longo dos processos.

Atualmente, cada vez mais jovens praticam automutilação atrelada a autoagressividade que estes cortes envolvem circunscreve-se a uma esfera íntima e facilmente acobertada pelo adolescente (GAUTHIER, 2007), geralmente no adolescente realizam os cortes em uma parte do corpo menos monitorada pelos pais ou pela família. Geralmente o adolescente não demonstra de forma manifesta inquietação ou angústia com o fato de se automutilar, sendo o alarme acionado quando um adulto descobre e se preocupa com o fato. Muitos tratam a prática de mutilar-se do adolescente não como um sinal de alerta, mas sim, como forma de “chamar a atenção”.

“No começo a dor existe, mas depois ela se transforma em prazer” (relato de um jovem de 16 anos, que fez prática de automutilação).

A importância atribuída à dor corporal nos casos de mutilação remete-nos a origem da psicanálise, ao desequilíbrio, lugar onde o sofrimento da psique dirige-se ao corpo. A capacidade de remodelação é essencial à construção do sintoma, como descrita por LAPLANCHE E PONTALIS no Dicionário de Psicanálise: “O termo conversão é, para FREUD, correlativo de uma concepção econômica; a libido desligada da representação recalcada é transformada em energia de inervação. Mas o que especifica os sintomas de conversão é a sua significação simbólica: eles exprimem pelo corpo, representações recalcadas.”

Em “A Psicopatologia Cotidiana” (1901), Freud considera que, em casos mais graves de psiconeuroses, os autos ferimentos casualmente apresentam-se como sintomas, aí incluída, sempre, a possibilidade do suicídio como desfecho do conflito psíquico. “Agora compreendi e posso provar, com exemplos convincentes, que muitos ferimentos aparentemente acidentais que acontecem a tais pacientes na realidade são auto ferimentos. (...) Tais ocorrências de maneira alguma são raras, mesmo em casos de gravidade moderada, e traem o papel que a intenção inconsciente desempenha, através do notável comedimento com que os pacientes encaram o pretenso acidente.”

Os adolescentes, no limite, na insuportabilidade de sua dor, têm o desejo fundamental de falar, mas muitas vezes não são ouvidos adequadamente, "Infelizmente quem está tentando ajudar pode não entender esses sentimentos. Isso geralmente ocorre porque as pessoas desconhecem os transtornos mentais ou não aceitam o fato de a pessoa não seguir os padrões daquele grupo ou cultura", diz JAIR BORGES BARBOSA NETO, psiquiatra, docente do Departamento de Medicina da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos Apud, GABRIELA INGRID).

A busca do futuro, torna-se incrédula, em alguns momentos, mas é preciso falar, quem sofre bullying, se esconde, omite-se, no entanto muitos buscam ajuda, mas em muitos casos não são ouvidos adequadamente, e destes ainda existem ao que acabam tomando decisões extremas e irreversíveis.

A busca por um futuro faz-se necessário, a mudança real de pensamentos e sossego retirados de mentes inquietas, uma técnica possível e adequada a ser exercida, é a meditação, e o pedido de ajuda adequado existem grupos de apoio, sites que mantém anonimato.

Com meios antigos, pouco conhecidos como a meditação de atenção plena, segundo os autores Mark williams e Dannny Penman:

A prática de atenção plena exerce uma influência poderosa sobre a saúde, o bem-estar e a felicidade, como atestam as evidencias médicas. É uma prática, não um conceito abstrato, seu cultivo é um processo, que se desenrola e se aprofunda com o tempo.

A prática de meditação traz a imediata sensação de bem-estar, a atenção plena trás diversos benefícios concretos para a saúde, sendo alguns deles:

  • A prática de atenção plena afeta a positividade os padrões cerebrais responsáveis pela ansiedade e o estresse.
  • Meditadores regulares têm relacionamentos mais estáveis e se sentem mais felizes do que a média das pessoas.
  • A técnica foi originalmente criada para combater a depressão e se provou tão eficiente quanto os medicamentos antidepressivos, mas sem seus efeitos colaterais.
  • A meditação fortalece o sistema imunológico, ajudando a combater gripes, resfriados, podendo também reduzir o impacto de doenças graves como o câncer.
  • Ao meditar, você desarma o gatilho das relações imediata, proporcionando serenidade para pensar melhor antes de agir.

Tendo em vista a mais valia do tema de meditação plena, ainda há muito a ser explorado, mas uma coisa é certa, nossos pensamentos, podem mudar a forma de enxergarmos o mundo.

A busca deve ser incessante, o cansaço jamais pode nos tomar, mas desistir, não é a solução, a necessidade de escolher a vida faz-se necessário, todos dos dias, devemos nos desanestesiar, do caos que o mundo nos impõem, é preciso sonhar, se empoderar, praticar constantemente o bem viver, praticar a empatia, e, lembrar-nos que somos todos seres falhos, capazes de errar e acertar todos os dia, mas jamais, podemos ser julgados por casos recorrentes, devemos acreditar na capacidade da mudança.

 

 

Metodologia

 

Este trabalho baseia-se em meios hipotéticos dedutivos, tomando como bases as pesquisas bibliográficas, qualitativa, colhidas por meio de relatos obtidas, sendo entrevistas semiestruturadas, baseadas nos conceitos acerca de bullying, violências e sequelas; seguindo o MANUAL DE METODOLOGIA CIENTÍFICA (2001):

 

“[...] uma série de perguntas abertas, feitas verbalmente em uma ordem prevista” (LAVILLE & DIONNE, 1999, p.188), apoiadas no quadro teórico, nos objetivos e nas hipóteses da pesquisa. Durante a realização da entrevista é importante seguir algumas recomendações, tais como fazer boas perguntas e interpretar as respostas; ser um bom ouvinte, não deixando se enganar por ideologias e preconceitos, no sentido de buscar a “objetivação” (LAVILLE & DIONNE, 1999).

 

Tendo em vista a necessidade de busca pelo novo, construir algo recente, embasado em fundamentos legais, foram utilizados de livros, artigos, revistas online, vídeos, filmes, músicas, dialogo com pessoas de todas as idades, conversando sobre cada perspectiva a respeito da temática, sendo necessário para construir um quebra cabeças, tendo em vista, buscar resultados. 

Segundo KARL R. POPPER, o método científico parte de um problema, ao qual se oferecesse um resultado  inconstante, uma teoria-tentativa, passando-se depois a criticar a solução, com vista à eliminação do erro, tal como no caso da dialética, esse processo se renovaria a si mesmo, dando surgimento a novos problemas "eu tenho tentado desenvolver a tese de que o método científico consiste na escolha de problemas interessantes e na crítica de nossas permanentes tentativas experimentais e provisórias de solucioná-los" (1975: 14).

Ao buscar novos caminhos, aprendemos novas perspectivas ainda segundo POPPER os processos de aprendizagem, pode dizer-se sempre, consistem na formação de expectativas através de tentativas e erros (1977:50).

Um fato novo, uma descoberta, pode provocar o inicio de uma nova teoria. Ao longo da história, podemos tomar conhecimento de indivíduos que observaram e, a seguir, descreveram fatos, muitas vezes encontrados ao acaso e, com isso, produziram teorias importantes. LAKATOS- MARCONI (pag. 118).

A cada peça, montada no quebra cabeça da vida buscamos instigar novos conhecimentos, para nos manter de certa forma mais presentes, nas realidades cotidianas.

 

 

Cronograma

 Atividades 2020
Mar Abr Mai Jun Jul Gos Set Out Nov
Elaboração do projeto         x x x xx  
Pesquisa bibliográfica xx x x xx x      
Entrega do projeto                 x
Coleta de Dados                 x
Apresentação e discussão dos dados               x  
Conclusão                 x
Entrega do TCC                 x
Defesa da banca                 x

 

 

Referências

 

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