A Educação Especial e adequações curriculares
Janaina Gonçalves de Araújo
Luna Maria Santos Silva
RESUMO
Este artigo explora a importância das adequações curriculares no contexto da educação especial, visando garantir uma educação inclusiva e de qualidade para alunos com necessidades educacionais especiais (NEE). Foram analisadas estratégias pedagógicas e adaptações curriculares adotadas em escolas de ensino fundamental, destacando a relevância de um currículo flexível para atender às diferentes habilidades e necessidades dos estudantes. A pesquisa, que incluiu entrevistas com professores e coordenadores pedagógicos, revela que as adequações curriculares promovem maior autonomia e participação dos alunos com NEE no processo de aprendizagem, ampliando suas oportunidades educacionais e sociais. Conclui-se que um currículo adaptado, associado ao suporte especializado, é essencial para o sucesso da inclusão escolar e para a valorização da diversidade no ambiente escolar.
Palavras-chave: Educação especial, Inclusão escolar, Adequações curriculares, Necessidades educacionais especiais, Diversidade na educação.
Introdução
A atual perspectiva da Educação Especial, no âmbito da integração educacional, tendo como base o currículo escolar na educação dos portadores de necessidades educativas especiais. A verdadeira intenção é mostrar questões e aspectos relevantes do currículo escolar, demostrando adequações curriculares como a opção para a escola atender a diversidade dos alunos. A integração, assim, é um processo difícil que exige um esforço coletivo para que todos os fatores que estão agindo em conjunto contribuam positivamente para o sucesso da integração do portador de necessidades educativas especiais na classe regular.
A metodologia utilizada é a qualitativa, por meio de pesquisa bibliográfica, através da qual realizamos um levantamento das discussões contemporâneas sobre o trabalho infantil, avaliados e discutivos a luz das contribuições de Bautista (1997), Henriques, Miranda, Giné e Ruiz (1995) e Coll (1995).
Nova Perspectiva da Educação Especial
Hoje em dia têm ocorrido muitas mudanças na área da educação, principalmente nas concepções e a orientação em geral para a investigação e para a intervenção pedagógica na área direcionada ao conhecimento relacionada com as necessidades educativas especiais.
No decorrer do tempo, a pessoa com deficiência passou de uma visão pessimista para uma visão otimista, que é visível nos rótulos com que se tem classificado essas pessoas, segundo o ponto de vista que se analisa de uma disciplina ou outra. Essa visão tem produzido uma incerteza e falta de clareza na expressão conceitual de necessidades educativas especiais e, como consequência lógica, tem tentado oferecer respostas parciais, tanto no campo da Psicologia, da Medicina, da Sociologia ou da Pedagogia. Mas, pouco se tem feito numa abordagem interdisciplinar para esclarecer a problemática da Educação Especial.
Na histórica atual da Educação Especial, verifica-se que ela vem passando reformulações, retificações e derivações que vêm afetando suas considerações teóricas e práticas. Nos tempos atuais, torna-se essencial a revisão do conceito de Educação Especial, e da população a que se destina. A mudança fundamental refere-se à introdução do termo necessidades educativas especiais, expressão que indica uma modalidade de ensino destinada a educandos portadores de necessidades educativas especiais no campo da aprendizagem, originadas querem de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de características como altas habilidades, superdotação ou talentos.
O conceito educativo que deriva dessa concepção de Educação Especial centrada na ajuda necessária para oferecer ao aluno visando aperfeiçoar seu processo de desenvolvimento e o papel que a escola tem com os alunos com necessidades educativas especiais, e, a partir daí, é possível propor uma resposta. Então, duas dimensões resultam fundamentais no conceito de necessidades educativas especiais de um aluno segundo Bautista (1997) por um lado, seu caráter interativo, pois não são só dificuldades pessoais, mas também dificuldades provocadas pelo contexto escolar. Por outro lado, sua relatividade, ou seja, as necessidades de um aluno não podem ser concebidas de forma definitiva e determinante, mas dependerão das particularidades do aluno, num dado momento e num dado contexto. Por isso, a resposta educativa deve ser formulada considerando a situação individual de aprendizagem, em interação com um determinado contexto escolar.
Desta maneira, surge uma visão de escola especialmente atenta à sua função social e educativa de proporcionar o desenvolvimento integral de todos os alunos, independente de suas características individuais e as de seu contexto.
De acordo com este novo conceito, a Educação Especial passa a procurar um contexto menos restritivo possível, modificando o processo atual em que as diferenças têm sido motivo de separação. Os alunos que tem necessidade de ajuda ou serviços especiais não os excluem dos recursos regulares ou comuns. O objetivo central é, por um lado, facilitar ao máximo a participação do aluno em recursos e em situações educativas normalizadas/comuns. Por outro lado, promover a diversificação da resposta educativa. Ao modicar a resposta às necessidades educativas especiais e comuns dos alunos faz a necessidade de um projeto educativo na escola, ter participação por toda a comunidade educativa, que assuma, tanto a nível conceitual, como metodológico e organizacional.
Currículo
Se tomarmos a origem da palavra (do latim curriculum) vemos que, currículo significa corrida, um percurso a ser realizado. O currículo é percurso de busca que deve ser sempre questionado e reavaliado.
Segundo Henriques o currículo é a peça central da atividade educacional. Inclui o conhecimento formal, manifesto que é central às atividades de ensino, bem como as mensagens tácitas e sublimadas que encorajam valores, atitudes e disposições particulares. O currículo representa a essência que serve a educação. Dentro da grande sociedade, encontramos grupos sociais com valores, prioridades, linguagens e situações estruturais alternativas, que afetam significativamente a forma como as pessoas entendem e percebem o conhecimento e valores tornando-os acessíveis em qualquer currículo formal.
Adequações do currículo geral
Já estabelecido às necessidades educativas especiais vamos ver uma série de ajustes ou modificações que se façam necessária. A dificulda deda escola se baseia em ser capaz de conceder a cada aluno a resposta às suas necessidades. A dificuldade desta tarefa é evidente, e é a única maneira de evitar que a escolarização colabore para aumentar as desigualdades.
A diversidade é um fato peculiar ao desenvolvimento humano, à educação escolar terá que certificar, então, um equilíbrio entre a necessária unidade do currículo e a incontestável diversidade dos alunos.
A instituição tem que projetar sua ação e a base de sua intervenção educativa, que deve ser exposto no currículo. Mediante disso, Miranda fala que o currículo é entendido como o projeto que determina os objetivos da educação escolar, isto é, os aspectos de desenvolvimento e de transmissão da cultura que a escola pretende promover e propõe um plano de ação adequado para a consecução desses objetivos. A união do currículo ao projeto político- pedagógico da escola tem sido destacada por diversos autores. Uma clara posição constitui a definição de currículo proposta por Coll:
A elaboração curricular é a explicitação do projeto que preside e guia as atividades educacionais escolares, precisando as intenções que se encontram em sua origem e proporcionando orientações sobre o plano de ação, para levá-las a cabo. Com este propósito, a elaboração inclui informações sobre o que, quando e como ensinar e avaliar." (1996, p. 24).
Logo, o currículo inclui tanto o projeto político-pedagógico da escola, como a sua própria prática.
A participação dos pais começa no momento de identificação e valorização de necessidades e deve pospor no acompanhamento da ação educativa. Essa colaboração entre família e escola tem ajudado bastante no processo de desenvolvimento educativo de alunos com necessidades educativas especiais.
Para atender a diversidade de alunos, o currículo aberto, propõem um dos instrumentos mais valiosos. Assim, os professores contam com estratégias educativas que admitirão alcançar a individualização do ensino: as adequações curriculares.
As adequações curriculares são as modificações necessárias nos diversos elementos do currículo básico para adequá-los a diferentes situações, grupos e pessoas para o qual ele se destina (Giné e Ruiz, 1995). Essas adequações são essenciais ao novo conceito de currículo. De fato, o currículo deve contar com adequações que atendam a diversidade das escolas, das aulas e dos alunos.
Os processos de composição de adequações curriculares devem organizar estratégia para um aluno ou grupo de aluno necessitam alguma modificação na ajuda pedagógica que se oferece ao grupo em geral, seja por seus interesses ou motivações, ou por suas capacidades. Essas adequações não se tratam simplesmente de realizar modificações individuais ou coletivas, a partir da programação do grupo de referência. As adequações propostas podem ser de caráter geral, que afetam todas as áreas curriculares, ou específicas, isto é, centradas em uma área curricular concreta.
Após a decisão sobre as adequações curriculares que necessitam os alunos com necessidades educativas especiais, tem que se avaliar qual vai ser a modalidade de apoio mais adequada para que as adequações possam ocorrer em melhores condições para o desenvolvimento das crianças com necessidades educativas especiais.
Nesse caso, o comparecimento de determinados especialistas (professores itinerantes, fonoaudiólogo, psicólogo, entre outros.) estabelecem um elemento fundamental para que os alunos tenham acesso a determinados conteúdos de ensino e aprendizagem e possam integrar-se nas atividades de aula.
Considerações Finais
Através do presente trabalho, conclui-se que os alunos com necessidades educativas especiais, estão matriculados no ensino comum, que a inclusão educacional não vem acontecendo de forma a contribuir significativamente para seu o desenvolvimento.
A escola comum, não tem oferecido adequações à diversidade dos alunos como um conjunto de medidas colocadas a serviço de uma educação para a plena cidadania de todos os envolvidos neste processo, independentemente de terem ou não necessidades educativas especiais.
As escolas não estão oferecendo adaptações curriculares efetivadas com o propósito de estimular o processo de uma aprendizagem significativa para os alunosnecessidades educativas especiaisinclusas no ensino comum.
Referências
BAUTISTA, Rafael. Necessidades educativas especiais. Lisboa: Dinalivro, 1997.
COLL, César. Psicologia e currículo: uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. São Paulo: Ática, 1996.
GINÉ, Climent, RUIZ, Robert. As adequações curriculares e o Projeto de Educação do Centro Educacional. In: Coll, César etalli. Desenvolvimento psicológico e educação: necessidades educativas especiais e aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
HENRIQUES, Rosângela Maria. O CURRÍCULO ADAPTADO NAINCLUSÃO
DO DEFICIENTE INTELECTUAL. Disponível em
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/489-4.pdf>Acessado em: 27 de Out. de 2012.
LANDÍVAR, J. G., HERNÁNDEZ, R. S. Adaptaciones curriculares: guía para losprofesores tutores de educación primaria y de educación especial. Madrid: CEPE, 1997.
MIRANDA, Theresinha Guimarães.A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO MARCO DO CURRÍCULO ESCOLAR. Disponívelem
<http://www.faced.ufba.br/~nepec/noesis1/theres.htm>Acessado em: 20 de Out. de 2012.