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A educação durante a pandemia: desafios e adaptações no Ensino Fundamental

Pollyane Kessia Costa Silva

Janaina Rodrigues Lima Franceschi

Marcela Rosa Gonçalves Reginato

Deisy Alves de Souza

Kettlley Stefania Melo Silva

 

DOI: 10.5281/zenodo.14162481

 

 

RESUMO

A educação em tempos de pandemia causada pela COVID-19 traz consigo mudanças na vida de todos que fazem parte do meio educacional, em especial professores e alunos. Assim, o objetivo do artigo é conhecer quais as dificuldades encontradas por uma professora no exercício de sua profissão no cenário da educação remota, implantada nas escolas nos anos de 2020 e 2021. Para tanto, foi realizado inicialmente uma pesquisa bibliográfica nos sites da Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO), na ferramenta Google Scholar e na página oficial do governo brasileiro do Ministério da Educação (MEC), foi realizado um estudo de caso, utilizando entrevista semiestruturada com uma professora da educação básica da rede municipal de ensino.  Ao final observou-se grandes dificuldades para o planejamento das aulas remotas, no que diz respeito às tecnologias de informação, e podemos concluir que o conhecimento básico em tecnologias de informação é requisito mínimo para a atuação do profissional de educação na atualidade, e a falta de conhecimentos nesta área dificulta a vida do professor e a inclusão das TICs na sala de aula.

 

Palavras chaves: Educação. TICs. Aulas remotas.

 

 

Introdução

 

A pandemia da COVID-19, iniciada em 2020, trouxe desafios sem precedentes para o mundo, com impactos profundos em diversos setores, especialmente na educação. No Brasil, o fechamento das escolas presenciais e a implementação de aulas remotas, conforme a portaria nº 343/2020 do Ministério da Educação, forçou uma rápida adaptação de alunos, professores e das próprias instituições de ensino (Brasil, 2020). Este artigo discute as mudanças enfrentadas no ensino fundamental, focando nas dificuldades vivenciadas por professores, ilustradas por meio de um estudo de caso com uma professora do ensino municipal, denominada aqui como professora A.

 

 

Metodologia

 

Este estudo qualitativo foi conduzido através de entrevistas semiestruturadas e questionários aplicados à professora A, além da análise documental das práticas escolares adotadas durante a pandemia. A escolha da metodologia qualitativa se justifica pela necessidade de captar percepções subjetivas e experiências individuais em um contexto de rápida transformação.

 

 

Participantes

 

A pesquisa se concentrou na experiência de uma professora de ensino fundamental em uma escola pública, localizada em uma cidade brasileira de médio porte. Esta instituição foi selecionada por representar características comuns encontradas em muitas escolas do país, especialmente no que se refere às limitações tecnológicas e de infraestrutura.

 

 

Procedimentos de Coleta de Dados

 

Entrevistas: As entrevistas foram realizadas virtualmente, respeitando as diretrizes de distanciamento social e de saúde pública. Foram abordados temas como adaptação ao ensino remoto, recursos tecnológicos disponíveis, carga horária de trabalho e saúde mental dos educadores.

 

 

Análise Documental

 

Foram analisados relatórios oficiais e materiais pedagógicos utilizados durante o período de ensino remoto, para complementar as informações obtidas nas entrevistas.

 

 

Análise de Dados

 

Os dados foram analisados com base na análise de conteúdo, identificando temas recorrentes e novas aprendizagens emergentes no contexto da educação à distância.

 

 

Resultados

Adaptação ao Ensino Remoto

 

A professora A relatou grandes dificuldades na adaptação ao ensino remoto. A falta de formação prévia em tecnologias educacionais emergiu como um dos principais desafios. Embora cursos emergenciais tenham sido oferecidos durante a pandemia, muitos professores, incluindo A, sentiram que esses cursos eram insuficientes para lidar com as demandas práticas do ensino online.

A infraestrutura tecnológica foi outro fator problemático. A maioria dos alunos da professora A dependia de um único dispositivo móvel na família para acessar as aulas online. Isso, combinado com a baixa qualidade ou ausência de internet, prejudicou o aprendizado e limitou a participação dos alunos.

 

 

Carga Horária e Impactos na Saúde Mental

 

A pandemia resultou em um aumento significativo na carga horária de trabalho para a professora A. O atendimento aos alunos, que antes ocorria exclusivamente em sala de aula, passou a ser feito a qualquer hora do dia, com muitas mensagens e dúvidas sendo enviadas fora do horário comercial, inclusive à noite e nos fins de semana. Esse cenário contribuiu para um aumento no estresse e na exaustão mental, destacando a necessidade de apoio psicológico e de uma melhor gestão do tempo e das expectativas por parte das instituições de ensino.

 

 

Estratégias de Ensino e Recursos Utilizados

 

Inicialmente, a professora A utilizou plataformas como Google Meet e Teams para reuniões com outros docentes e planejamento de aulas. No entanto, devido ao acesso limitado dos alunos a essas plataformas, as aulas ao vivo foram minimizadas. A professora A adaptou-se criando vídeos explicativos e enviando atividades impressas para os alunos que não conseguiam acessar conteúdos online.

O uso de tecnologias existentes na escola, como o data show e tablets, foi adaptado para o ensino remoto, mas a falta de formação em TICs impediu um uso mais eficaz desses recursos. As aulas práticas e interativas, comuns no ensino presencial, tiveram que ser substituídas por métodos que muitas vezes não conseguiam captar a atenção dos alunos da mesma forma.

 

 

Discussão

 

Os desafios enfrentados pela professora A são representativos de um problema sistêmico maior no Brasil, onde a desigualdade de acesso à tecnologia e a falta de formação contínua para professores são barreiras significativas para a implementação eficaz da educação remota. A pandemia evidenciou a necessidade de investimentos robustos em infraestrutura educacional, bem como em programas de capacitação que preparem os educadores para cenários de ensino híbrido ou totalmente online.

Além disso, o aumento da carga horária e o impacto na saúde mental dos professores não podem ser subestimados. A necessidade de um suporte psicológico adequado e de políticas educacionais que considerem a carga de trabalho dos educadores é imperativa para garantir seu bem-estar e a qualidade da educação oferecida.

O estudo de caso com a professora A ilustra como a adaptação ao ensino remoto exigiu criatividade e resiliência dos educadores, mas também destacou a importância de um suporte adequado por parte das instituições de ensino e do governo. O papel dos professores foi fundamental para a continuidade da educação, mas a falta de reconhecimento e suporte adequado pode afetar negativamente sua motivação e eficácia.

 

 

Conclusão e Considerações Finais

 

Este trabalho sublinha a importância de uma abordagem integrada e de longo prazo para enfrentar os desafios educacionais evidenciados pela pandemia da COVID-19. Investimentos em infraestrutura tecnológica, formação contínua para professores e políticas de suporte emocional são essenciais não apenas para lidar com crises, mas para garantir uma educação de qualidade no futuro.

A pandemia forçou uma redefinição dos métodos tradicionais de ensino, abrindo caminho para novas práticas que podem ser mantidas e aprimoradas, mesmo após a retomada das aulas presenciais. Enquanto a sociedade avança para uma "nova normalidade", é crucial reconhecer e valorizar o esforço dos educadores, que desempenharam um papel essencial durante esta crise.

O estudo também sugere que futuras pesquisas devem focar em estratégias para melhorar a integração de tecnologias na educação, garantindo que todos os alunos tenham acesso igualitário a uma educação de qualidade. Além disso, é necessário explorar formas de apoiar os professores, tanto em termos de capacitação quanto de saúde mental, para que possam continuar a desempenhar seu papel vital na formação das futuras gerações.

Priorizar a recuperação da educação e o resgate da saúde mental dos professores é primordial para evitar uma catástrofe que afetará toda uma geração. Essas medidas são essenciais para que a educação possa emergir mais forte e resiliente, preparada para enfrentar desafios futuros de maneira eficaz e inclusiva.

 

 

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