A PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Andréa Bezerra Ferreira¹
Dayane Ferreira de Amaral Côrtes ²
Maria José Nunes Mota Gomes³
Rebeca Sara Serra Costa Nascimento 4
Taysa Delarcos de Oliveira
RESUMO:
A prática pedagógica na Educação infantil é o tema principal deste trabalho, que busca refletir sobre o processo educativo da criança, compreendendo principalmente seus conceitos, pois o professor articula entre suas atividades cotidianas baseadas no tripé: cuidar, educar e brincar. Na Educação infantil é preciso que o professor se organize observando as necessidades de cada criança, pois a rotina empregada, poderá auxiliar no pleno desenvolvimento de cada um. O trabalho docente deve considerar a criança um sujeito de direitos, isto é, principalmente o direito de brincar e para isto é preciso que o professor tenha consciência da importância das brincadeiras, que auxiliam na socialização e na superação de conflitos, e o desenvolvimento cognitivo e o motor tornando o trabalho docente construtivo e positivo. Este trabalho foi desenvolvido através de pesquisas bibliográficas.
Palavras-chave: Planejamento. Educação Infantil. Prática pedagógica. Ludicidade
INTRODUÇÃO
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a prática pedagógica na educação infantil que aborda como um bom educador deve planejar sua atividade pedagógica na educação infantil. O que deve proporcionar a formação o desenvolvimento e o aprendizado para os alunos, envolvendo a pratica pedagógica no dia a dia e refletindo conteúdos significativos para a criança, interagindo, auxiliando usando métodos e conteúdos da educação infantil, fala sobre o planejamento do docente e como deve ser sua prática no exercício de sua profissão.
A EVOLUÇÃO DAS PRÁTICAS EDUCATIVAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
No início dos tempos a criança era vista como um adulto em miniatura os cuidados prestados a ela eram de responsabilidade da própria família, as crianças que pertenciam a burguesia recebiam uma educação privilegiada. Com o início da revolução industrial, muitas mulheres que se encontravam em situações financeiras desfavoráveis foram contratadas para trabalhar em indústrias e neste contexto foram criadas creches para acolher os filhos dessas mulheres durante o seu horário de expediente, porém estas creches não tinham caráter educativo nenhum apenas prestavam cuidados no que se refere a higiene e alimentação.
O TRIPÉ DA EDUCAÇÃO INFANTIL: CUIDAR, BRINCAR E EDUCAR
Muitos pedagogos acham que o papel deles é tão somente educar, ou seja transmitir aos alunos aquilo que se encontra em seu plano de ensino e fazer com que eles aprendam o conteúdo. A prática de um professor de educação infantil vai bem além disso uma vez que eles estão lidando com crianças de 0 a 5 anos e, portanto, necessitam de cuidados especiais adequados à sua faixa-etária. Segundo o referencial curricular para a educação infantil, o pedagogo deve ter um cuidado especial com as crianças que vai desde trocar uma fralda e levar ao banheiro a ter cuidados com a saúde.
O cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das crianças, que quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar pistas importantes sobre a qualidade do que estão recebendo. Para se atingir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o desenvolvimento das capacidades humanas, é necessário que as atitudes e procedimentos estejam baseadas em conhecimentos específicos sobre desenvolvimento biológico, emocional, e intelectual das crianças, levando em conta diferentes realidades socioculturais (BRASIL, 1998, p. 25).
Sendo assim, cuidar propõe para o professor a atenção ao ambiente, cuidados higiênicos, observação com a saúde, tendo em vista que a criança necessita de cuidados em qualquer aspecto auxiliando a se desenvolver no seu dia a dia desta forma estimula as habilidades para se relacionar socialmente. O educar inclui propiciar situações que envolvem tanto cuidados como brincadeiras orientando um aprendizado de forma integrada.
Um professor deve ser afetivo com os alunos, não deixando de lado sua obrigação como professor que é ensinar e monitorar as atividades de cada um não deve tratar os alunos com indiferenças, mas tratá-los todos igualmente com afetividade.
A aprendizagem se dá a partir do momento que o educador transfere o conteúdo e o educando o absorve de maneira participativa para que ele possa construir uma leitura e visão de mundo e assim aprender a assimilar as coisas e trazer para dentro de si para sua vida, aquilo que está sendo estudado.
O lúdico na educação infantil
A brincadeira está inserida no contexto da criança desde os primórdios, sempre houve para a criança uma necessidade de brincar, é notável que as brincadeiras evoluíram com o passar do tempo e passaram por muitas mudanças, mas sempre foi importante que a criança se divertisse, pois, uma criança privada da diversão acaba se tornando uma criança triste e inibida.
Trabalhar a ludicidade na sala de aula é uma maneira interativa de proporcionar diversão e aprendizado aos alunos através de jogos e brincadeiras. Esta é uma forma de desenvolver a criatividade nos alunos fazendo com que eles se divirtam e interajam com as outras crianças.
É através da brincadeira que é possível notar na criança suas vivências e aspirações, seus desejos e medos, é possível classificar também seu nível de desenvolvimento e trabalhar com a criança através dele.
No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando. (BRASIL, 1998, p. 27).
Portanto o pedagogo tem o papel de se tornar mediador entre o brinquedo e a aprendizagem do aluno não deve apenas permitir que haja uma brincadeira na sala de aula com o simples propósito de divertir os alunos, tudo o que promover deve ter um caráter pedagógico e educativo, para isso o educador deve estar preparado e ter conhecimento para que seu trabalho não seja em vão tendo em vista que as crianças da educação infantil estão no ápice da construção de sua própria autonomia e precisam de uma atenção especial, pois tudo o que se faz na escola deve visar a aprendizagem do aluno. A DCNEI é bem clara quando diz:
Pode-se, entretanto, utilizar os jogos, especialmente aqueles que possuem regras, como atividades didáticas. É preciso, porém, que o professor tenha consciência que as crianças não estarão brincando livremente nestas situações, pois há objetivos didáticos em questão. (BRASIL, 1998, p. 29).
COMO DEVE SER A PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL?
Atualmente é cada vez mais colocada em questão a prática da docência pelo pedagogo tendo em vista que este é um grande responsável pela educação de crianças em um contexto geral, pois ele passa a ser um mediador entre o processo de aprendizado e a formação da autonomia de seus alunos. Infelizmente ainda existem muitos professores que estão ligados a pratica de uma educação tradicional embasada em experiências que tiveram ou na educação que eles mesmos receberam e julgam ser o correto, ou acomodam-se em cima daquilo que já sabem e não buscam atualizar-se. Nesta forma tradicional de ensino os professores assumem uma postura rígida e usam o autoritarismo como forma de impor respeito, as crianças são simples receptáculos, se tem alguma dúvida, o temor é tão grande que não tem coragem de se manifestar, ás vezes quando fazem alguma pergunta é repreendida pelo professor, esta prática coloca em risco o desenvolvimento intelectual de muitas crianças, porém com passar do tempo é feito um trabalho com esses professores para que mudem esta postura tão rude e assumam um compromisso real com a educação.
O professor necessita ter um amplo conhecimento em todos os âmbitos e principalmente no que diz respeito ao domínio de novas práticas pedagógicas para que cada vez mais possa reformular seus conteúdos. O conhecimento que a criança já tem e trouxe de casa para utilizá-la em seu processo de ensino, pois é muito mais fácil a criança assimilar o conhecimento a partir daquilo que ela já sabe.
Para ser eficaz, uma atividade pedagógica deve consistir em ajudar as crianças a avançar no caminho da independência; assim compreendida, esta ação consiste em iniciá-la nas primeiras formas de atividade, ensinando-as a serem autosuficientes e a não incomodar os outros. Ajudá-las a aprender a caminhar, a correr, subir e descer escadas, apanhar objetos do chão, vestir-se e pentear-se, lavar-se, falar indicando claramente as próprias necessidades, procurar realizar a satisfação de seus desejos; eis o que é uma educação na independência. (MONTESSORI, 2017, p. 61).
Para ser um bom educador é preciso transformar simples instruções em convicções, pois o professor é responsável pela aprendizagem dos seus alunos e tem o dever de ensiná-los a tomar as atitudes certas no que diz respeito a construção de conhecimento. O processo de ensino deve fazer com que o aluno crie exigências e expectativas que os impulsionem a aprender.
PLANEJAMENTO
Tudo que hoje existe precisa de normas e regras para tenha acordo com estatutos de ética e cidadania, assim também a educação precisa de regras e quem dita as regras de uma escola é o currículo que em suma organiza tudo que acontece na escola com regras a serem cumpridas e postas em prática.
Para que o trabalho escolar possa ser bem organizado, é necessário que haja um planejamento das atividades escolares. Esse planejamento deve ser como um plano do que será ministrado no decorrer do ano letivo e este plano é como um guia das aulas que serão ministradas e deve ser seguido pelos professores, caso haja necessidade de alteração por causa de algum imprevisto, devem ser feitas anotações mais nunca fugir do tema da proposta pedagógica preparada para aquela sala ou faixa etária, para que a educação não possa vir a ser prejudicada.
O planejamento é ação mais importante da prática pedagógica pois é através dele que o professor idealizará as suas aulas ao decorrer do ano tendo em vista que cada ação que irá executar na sala de ala deve ter um propósito didático. É necessário que o professor esteja sempre bem preparado para lidar com situações que vão além do que já estava previsto em seu plano de aula, ter sempre um plano “B” para que caso ocorra algum imprevisto e ele não consiga cumprir com o que estava previsto não seja pego de surpresa e esteja despreparado par lidar com a situação.
O plano de ensino deve seguir as regras dos parâmetros curriculares que determinam o que a crianças devem aprender de acordo com cada faixa –etária, e devem conter objetivos, conteúdos, possibilidades, métodos e técnicas de avaliação, e, sem fugir dos parâmetros, se adequar ás necessidades das crianças, ao seu contexto social e psíquico.
O planejamento sistemático inclui propostas pedagógicas, que responsabilizam a ação do educador, elaboram-se conteúdos conforme o objetivo a ser realizado em sala, dessa forma o professor forma suas próprias opiniões críticas de como fazer e para que fazer, quando se debate com a dificuldade em sala de aula. O professor necessita ter um amplo conhecimento em todos os âmbitos e principalmente no que diz respeito ao domínio das práticas pedagógicas para que cada vez mais possa reformular seus conteúdos, de forma que suas metas sejam alcançadas, portanto os materiais didáticos são essenciais para ensinar.
Aos professores é devida a tarefa de conhecer seus alunos em um contexto geral, saber onde e como moram e vivem é um fator muito importante para saber como ministrar as aulas, devem ter a mente aberta para as novas descobertas, reconhecer que não sabem tudo que sempre tem coisas novas para aprender.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este artigo conclui-se que a prática docente para com alunos da educação infantil, que vai de zero a cinco anos precisa ser bem pensada e repensada
Para que as crianças possam tirar um bom proveito disso.
Através da prática de um bom docente é que a criança fará assimilação dos conteúdos que necessita aprender e é através do educar, cuidar e brincar, com todo em um contexto pedagógico dinâmico e didático que a criança fará esta assimilação de conteúdos e conhecimento utilizando o professor como mediador nesse processo.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
MONTESSORI, Maria. A descoberta da criança: pedagogia científica. Campinas, SP: Kírion, 2017.