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SÍNDROME DE DOWN: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

 

Cinthia do Carmo Scarpari¹
Lilian Claudia Pereira de Oliveira²
Maria Neusa Alves de Souza³
Marirze de Almeida Leite4
Mônica Jesus Muniz5

 

RESUMO

As mudanças nos parâmetros educacionais trouxeram acesso à educação para crianças com necessidades especiais. Com as legislações, como apoio e embasamento, para essas ações, é garantido o fornecimento de recursos didáticos especiais, por parte do Estado. Cada vez mais crianças, portadoras de Síndrome de Down, estão recebendo educação adequada. Dessa forma, um estudo revisando a bibliografia, já disponível, e avaliando os principais neste processo de ensino- aprendizagem se faz imprescindível.

Palavras-chave: Síndrome de Down. Inclusão. Educação.

 

  1. A SÍNDROME DE DOWN

 

      Em todas as células do corpo humano existe um núcleo, onde o material genético é armazenado nos genes. Os genes carregam os códigos responsáveis ​​por todas as nossas características herdadas e são agrupados ao longo de estruturas em forma de bastonete, chamadas cromossomos. Normalmente, o núcleo de cada célula contém 23 pares de cromossomos, metade dos quais são herdados de cada pai. A síndrome de Down ocorre quando um indivíduo possui uma cópia extra total ou parcial do cromossomo 21.

      Esse material genético adicional altera o curso do desenvolvimento e causa as características associadas à síndrome de Down. Algumas das características físicas comuns da síndrome de Down são tônus muscular baixo, baixa estatura, uma inclinação ascendente dos olhos e um único vinco profundo no centro da palma da mão - embora cada pessoa com síndrome de Down seja um indivíduo único e possa possuir essas características em diferentes graus, ou nem um pouco.

      De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, aproximadamente um em cada 700 bebês nos Estados Unidos nasce com a síndrome de Down, tornando a síndrome de Down a condição cromossômica mais comum. Cerca de 6.000 bebês com síndrome de Down nascem nos Estados Unidos a cada ano.

      Durante séculos, as pessoas com síndrome de Down são mencionadas na arte, literatura e ciência. Somente no final do século XIX, porém, John Langdon Down, médico inglês, publicou uma descrição precisa de uma pessoa com síndrome de Down. Foi esse trabalho acadêmico, publicado em 1866, que ganhou o reconhecimento de "pai" da síndrome. Embora outras pessoas tenham reconhecido previamente as características da síndrome, foi Down quem descreveu a condição como uma entidade distinta e separada.

      Na história recente, os avanços na medicina e na ciência permitiram aos pesquisadores investigar as características das pessoas com síndrome de Down. Em 1959, o médico francês Jérôme Lejeune identificou a síndrome de Down como uma condição cromossômica.

      Em suma, em vez dos 46 cromossomos habituais presentes em cada célula, Lejeune observou 47 nas células de indivíduos com síndrome de Down. Mais tarde, foi determinado que uma cópia parcial ou total extra do cromossomo 21 resulta nas características associadas à síndrome de Down. No ano de 2000, uma equipe internacional de cientistas identificou e catalogou com êxito cada um dos aproximadamente 329 genes no cromossomo 21. Essa conquista abriu as portas para grandes avanços na pesquisa da síndrome de Down.

 

  1. A INCLUSÃO DO ALUNO COM SÍNDROME DE DOWN

      Ocorreram muitas mudanças nos últimos trinta anos, e que acarretaram em melhorias no acesso à educação para crianças com necessidades especiais. Nos anos mais recentes, houve um desenvolvimento lento, mas constante, de incluir a educação de crianças com síndrome de Down. Com legislação de apoio para ajudar as escolas a fornecer os recursos necessários para atender às necessidades educacionais especiais, mais crianças estão sendo educadas em suas escolas locais.

      Além disso, há ganhos em habilidades matemáticas, conhecimentos gerais e independência social. Não há diferenças na independência pessoal ou nos contatos sociais fora da escola entre os adolescentes educados em turmas especiais e regulares, e uma tendência para os alunos comuns terem um comportamento melhor.

      As crianças com Síndrome de Down, não precisam de uma escola especial para uma boa educação. Indica-se as escolas de ensino regular, que ofereça apoio adequado. Nesses ambientes é possível a apresentação de uma significativa evolução de linguagem ao longo do tempo, tanto em estrutura quanto em clareza. 

 

A importância do desenvolvimento da fala e da linguagem para o desenvolvimento cognitivo e social não pode ser enfatizada demais. Palavras e frases são os alicerces do desenvolvimento mental - pensamos, raciocinamos e lembramos de usar a linguagem falada. As palavras fornecem a principal fonte de conhecimento sobre o mundo (Bluckey, 2002).

 

      Para além disso,

 

As habilidades de fala e linguagem influenciam todos os aspectos do desenvolvimento social e emocional - a capacidade de negociar o mundo social e fazer amigos, compartilhar preocupações e experiências e fazer parte da família e da comunidade. A inclusão total no currículo leva a habilidades de alfabetização muito melhores, e a conhecimentos gerais. O nível de experiência de alfabetização apoiada em todo o currículo também fornece suporte importante ao desenvolvimento da linguagem falada (Buckey, 2002).

 

      A integração proporcionada pelo ensino em escola regular é muito benéfica as crianças com síndrome de Down. Eles podem conviver, interagir e aprender e ensinar, os demais alunos. Ademais, a família também deve integrar a trindade do processo de ensino-aprendizagem.

      A comunidade escolar, no geral, precisa garantir e viabilizar a integração do aluno ao ambiente escolar. Os pais precisam ofertar amizades dentro e fora do espaço escolar, o estimulo deve ser constante. Além, da promoção da socialização crianças portadoras de necessidades especiais.

      Os resultados positivos advindos do processo de inclusão estão diretamente ligados ao ambiente proporcionado ao aluno, e ao apoio a ele direcionado em todos os ambientes a que faz parte, seja ambiente escolar ou familiar.

 

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

      Para cada instituição de ensino, para cada aluno, na sua individualidade, o processo de inclusão se dará de forma diferenciada. Não há padrão, mas há normas e metodologias a serem empregadas na busca por maximizar os resultados. É imprescindível que a abordagem seja acessível e personalizada. Quanto mais flexível e voltada aos pontos fracos dos alunos, mais as mudanças e melhorias podem ser observadas.

      Essa pesquisa mostra a necessidade da preparação e qualificação do profissional de ensino, que trabalhará na inclusão do portador de Síndrome de Down, mas também a necessidade de conhecimento por parte dos pais, e dos demais membros da comunidade escolar.

      Observar a literatura disponível, tanto no aspecto clínico quanto educacional, oportuniza que a criança esteja apta as mesmas oportunidades que os demais colegas. Além, é claro de ser uma obrigação do Estado fornecer meios para isto, já que o direito a educação de qualidade é preconizada pelo Estado, e pela Constituição do mesmo.

 

REFERÊNCIA

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes Nacionais para a atenção integral à saúde de adolescentes e jovens na promoção, proteção e recuperação da saúde. Brasília, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de atenção à saúde do homem: princípios e diretrizes. Brasília, 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes. Brasília, 2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório de Gestão 2003-2006: saúde mental no SUS: acesso ao tratamento e mudança do modelo de atenção. Brasília, 2007.

Buckley, S., Bird, G., Sacks B. e Archer T. Uma comparação da educação convencional e especial para adolescentes com síndrome de Down: implicações para pais e professores. (2002). 

Ministério da Saúde (2012) Diretrizes de Atenção a Pessoas com Síndrome de Down. Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.

Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.: il.

 

¹ Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte, e Especialista em Neuropsicopedagogia Clínica/Avaliação e Intervenção.

² Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte, e Especialista em Psicopedagogia Clínica.

³ Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte, e Especialista em Psicopedagogia Institucional.

4 Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte, e Especialista em Educação Infantil, Alfabetização e Letramento.

5 Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte, e Especialista em Educação Infantil, Alfabetização e Letramento.

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